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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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226 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

vossos olhos”. E de fato, quando agora Cristo, mediante a voz de seu<br />

evangelho, vivifica as almas que já estavam submersas em perdição,<br />

esta é uma sorte de preparação para a ressurreição final. Ainda, visto<br />

que ele inclui toda a raça humana, imediatamente faz distinção entre<br />

os eleitos e os réprobos. Tal divisão revela que os réprobos, ao serem<br />

então convocados pela voz de Cristo a apresentar-se para o juízo,<br />

também, pela mesma voz, serão arrastados e obrigados a comparecer<br />

diante de seu tribunal.<br />

Por que, porém, ele menciona somente aqueles que se acham encerrados<br />

nos túmulos, como se os demais não fossem participantes<br />

da ressurreição, quer tenham sido afogados, ou devorados por feras<br />

selvagens, ou reduzidos a cinzas? A resposta é que, como os mortos<br />

comumente são sepultados, pela figura de linguagem denominada<br />

sinédoque, ele emprega uma parte para denotar todos quantos já morreram.<br />

E isso é mais enfático do que se ele simplesmente dissesse os<br />

mortos, pois aqueles a quem a morte já privou da vida e da luz a sepultura<br />

arrebata, por assim dizer, do mundo.<br />

Ouvirão sua voz. A voz do Filho significa o sonido da trombeta,<br />

a qual soará em obediência ao poder de Cristo [Mt 24.31; 1Co 15.52].<br />

Pois ainda que um anjo seja um arauto ou precursor [1Ts 4.16], isso<br />

não susta o que é feito pela autoridade do Juiz, e como se fosse em sua<br />

própria pessoa, de ser atribuído a ele próprio.<br />

29. E aqueles que fizeram o bem. Ele distingue os crentes pelas<br />

boas obras, como em outra parte ensina que uma árvore é conhecida<br />

por seu fruto [Mt 7.16; Lc 6.44]. Ele louva suas boas obras, às quais<br />

começaram a devotar-se desde que foram chamados. Pois o ladrão, a<br />

quem Cristo prometeu vida na cruz [Lc 23.42], e que consagrou toda<br />

sua vida aos crimes, expressa o desejo de fazer o bem em seu último<br />

fôlego. Mas como ele é um homem renascido, e de um escravo do<br />

pecado passa a ser um servo da justiça, todo o curso de sua vida pregressa<br />

não é mais levado em conta diante de Deus.<br />

Além disso, os pecados propriamente ditos, em virtude dos quais<br />

os crentes diariamente se sujeitam à condenação, não mais lhes são

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