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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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220 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Agora, ele afirma que a vida se obtém por meio de ouvir sua palavra,<br />

e pela palavra ouvir ele quer dizer a fé, como imediatamente em<br />

seguida ele declara. A fé, porém, tem sua sede não na audição, mas no<br />

coração. Donde a fé deriva tão grande poder, já explicamos previamente.<br />

Devemos considerar sempre o que é que o evangelho nos oferece,<br />

pois não carece que nos sintamos surpresos se aquele que recebe a<br />

Cristo com todos seus méritos seja reconciliado com Deus e fique isento<br />

da condenação da morte, e que aquele que tiver recebido o dom do<br />

Espírito Santo é revestido com a justiça celestial, para que possa andar<br />

em novidade de vida [Rm 6.6].<br />

A sentença adicionada, crê naquele que o enviou, serve para confirmar<br />

a autoridade do evangelho. Quando Cristo testifica que veio de<br />

Deus e não foi inventado por homens, como em outro lugar diz que o<br />

que ele fala não procede de si mesmo, mas lhe foi confiado pelo Pai [Jo<br />

7.16; 14.10].<br />

E não entrará em condenação. Há aqui um contraste implícito<br />

entre a culpa a que todos naturalmente somos passíveis e a quitação<br />

incondicional que granjeamos através de Cristo. Pois se todos não<br />

fôssemos passíveis de condenação, a que propósito serviria serem<br />

isentados dela os que creem em Cristo? O significado, pois, é que escapamos<br />

do perigo da morte porque somos isentados dela através da<br />

graça de Cristo; e, por isso, ainda que Cristo nos santifique e nos regenere<br />

por intermédio de seu Espírito para novidade de vida, contudo<br />

aqui ele menciona especialmente o perdão incondicional dos pecados,<br />

tão-somente no qual consiste a felicidade dos homens. Pois uma pessoa<br />

só começa a viver quando é reconciliada com Deus; e como Deus<br />

nos amaria se ele não perdoar nossos pecados?<br />

Mas passou da morte para a vida. Algumas cópias latinas têm<br />

este verbo no tempo futuro, passará da morte para a vida; mas isso<br />

teve como origem a ignorância e precipitação de alguma pessoa que,<br />

não entendendo a intenção do evangelista, assumiu mais liberdade<br />

do que deveria ter assumido. Pois a palavra grega, μεταβέβηκε (passou)<br />

não tem qualquer ambiguidade. Não há impropriedade em dizer

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