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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 219<br />

ser Rei sobre nós, o mundo inteiro deve curvar seus joelhos diante<br />

dele, a fim de obedecer a Deus, pois o Pai, havendo-o feito sentar-se<br />

a sua destra, aquele que forma uma concepção de Deus destituída de<br />

Cristo aposta dele.<br />

24. Aquele que ouve minha palavra. Aqui se descreve a forma e<br />

a maneira de honrar a Deus, para que ninguém pense que ela consista<br />

unicamente de alguma realização externa ou de cerimônias frívolas.<br />

Pois a doutrina do evangelho se assemelha ao cetro de Cristo, por<br />

meio do qual ele governa os crentes que o Pai lhe fez sujeitos. E esta<br />

definição é eminentemente digna de observação. Nada é mais comum<br />

do que uma falsa profissão do Cristianismo. Pois, inclusive os papistas,<br />

os quais são os mais inveterados inimigos de Cristo, vangloriam-se<br />

da maneira mais pretensiosa de seu nome. Aqui, porém, Cristo não demanda<br />

de nós qualquer outra honra senão a obediência devida a seu<br />

evangelho. Daí se segue que toda a honra que os hipócritas concedem<br />

a Cristo outra coisa não é senão o ósculo de Judas, por meio do qual<br />

ele traiu seu Senhor. Ainda que centenas de vezes o chamem Rei, todavia<br />

o privam de seu reino e de todo seu poder, quando não exercitam<br />

fé no evangelho.<br />

Para a vida eterna. Com estas palavras ele igualmente enaltece o<br />

fruto da obediência, para que sejamos mais dispostos a concretizá-la.<br />

Pois quem seria tão empedernido ao ponto de não se submeter voluntariamente<br />

a Cristo, quando o galardão da vida eterna lhe é garantido?<br />

E, no entanto, vemos quão poucos há a quem Cristo conquista para si<br />

através de sua tão intensa bondade. Tão grande é nossa depravação<br />

que preferimos antes perecer de nossa livre iniciativa do que render-<br />

-nos à obediência do Filho de Deus, para que sejamos salvos por sua<br />

graça. Portanto, ambos os elementos estão ali incluídos por Cristo: o<br />

espólio do devoto e sincero culto que ele requer de nós, bem como<br />

o método pelo qual ele nos restaura à vida. Pois não seria suficiente<br />

entender o que ele outrora ensinou, a saber: que ele veio ressuscitar os<br />

mortos, a menos que também conhecêssemos a maneira como ele nos<br />

restaura à vida.

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