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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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202 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

salvação fosse conhecida ao mundo, o Senhor reteve entre os judeus<br />

este dom de cura, para que soubessem que havia uma razão plausível<br />

pela qual Deus os separara dentre as demais nações. Porque Deus,<br />

ao curar os enfermos, demonstrou nitidamente – como que por um<br />

braço estendido do céu – que ele aprovava esse gênero de culto que<br />

eles derivaram das ordenações da lei. Em segundo lugar, não tenho<br />

dúvida de que Deus tencionava lembrá-los, por meio desses sinais,<br />

que o tempo da redenção se aproximava e que Cristo, o Autor da salvação,<br />

já estava às portas, para que a mente de todos fosse despertada<br />

com mais eficácia. E creio que os sinais, nessa época, serviram a este<br />

duplo propósito: primeiro, para que os judeus soubessem que Deus<br />

estava presente com eles, e assim pudessem permanecer firmes em<br />

sua obediência à lei; e, segundo, para que esperassem com solicitude<br />

uma nova e inusitada condição.<br />

De coxos, cegos, atrofiados. Com o propósito de informar-nos<br />

de que as doenças curadas por nosso Senhor não eram de um gênero<br />

comum, o evangelista enumera algumas classes delas; pois os<br />

antídotos humanos não podiam ser de nenhuma valia para o coxo, o<br />

cego e o atrofiado. Era deveras um espetáculo deprimente ver em tão<br />

grande grupo de homens tantas espécies de deformidades nos membros<br />

físicos. Porém a glória de Deus brilhou ainda mais intensamente<br />

ali do que à vista do mais numeroso e melhor disciplinado exército.<br />

Pois nada é mais magnificente do que quando um inusitado poder de<br />

Deus corrige e restaura os defeitos da natureza; e nada é mais belo ou<br />

mais deleitoso do que quando, através de sua ilimitada bondade, ele<br />

alivia as angústias dos homens. Por essa razão, o Senhor tencionava<br />

transformar este quadro em um esplêndido teatro no qual não só os<br />

habitantes do país, mas também os estrangeiros, pudessem perceber<br />

e contemplar sua majestade, e, como já sugeri, não era um pequeno<br />

ornamento e glória do templo quando Deus, ao estender sua mão, revelou<br />

claramente que ele estava presente.<br />

4. Pois um anjo descia. Sem dúvida era uma obra peculiar de<br />

Deus curar enfermidade. Mas, visto que ele costumava empregar o

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