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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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184 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

36. E aquele que colhe recebe o galardão. Quão diligentemente<br />

devemos devotar-nos à obra de Deus. Ele prova fazendo uso de outro<br />

argumento, a saber, que um maior e mais excelente galardão está reservado<br />

para nosso labor; pois ele promete que haverá fruto, e fruto<br />

incorruptível ou imperecível. O que ele acrescenta sobre o fruto pode<br />

ser explicado de duas maneiras: ou ele é um anúncio do galardão, e<br />

sobre essa suposição ele diria a mesma coisa duas vezes em palavras<br />

diferentes, ou ele aplaude os labores daqueles que enriquecem o reino<br />

de Deus, como depois o veremos reiterar: Eu vos escolhi para que vades<br />

e deis fruto, e para que vosso fruto permaneça [Jo 15.16]. E, certamente,<br />

ambas as considerações devem encorajar grandemente os ministros<br />

da Palavra, para que jamais se verguem sob o peso do labor quando<br />

ouvirem que uma coroa de glória está preparada para eles no céu, e<br />

saibam que o fruto de sua colheita não só será precioso aos olhos de<br />

Deus, mas também será eterno. É com este propósito que a Escritura<br />

por toda parte faz menção do galardão, e não com o propósito de<br />

levar-nos a julgá-lo como sendo mérito das obras, pois qual de nós,<br />

se chegarmos a um cômputo, não será achado mais digno de ser punido<br />

por indolência do que sendo galardoado por diligência? Para os<br />

melhores trabalhadores nada mais será deixado além de aproximar-se<br />

de Deus com toda humildade a implorar-lhe perdão. O Senhor, porém,<br />

que age em nosso favor com a bondade de um pai, com o fim de corrigir<br />

nossa indolência e encorajar-nos a fim de não desmaiarmos, se<br />

digna conceder-nos um galardão imerecido.<br />

Isso, em vez de subverter a justificação pela fé, ao contrário a confirma.<br />

Pois, em primeiro lugar, como é possível que Deus ache em nós<br />

algo que mereça galardão, senão que ele no-lo concede por meio de<br />

seu Espírito? Ora, sabemos que o Espírito é o penhor ou a garantia da<br />

adoção [Ef 1.14]. Em segundo lugar, como é possível que Deus confira<br />

tão grande honra a obras imperfeitas e pecaminosas senão porque, depois<br />

de haver, por sua livre graça, nos reconciliado consigo, aceitando<br />

nossas obras sem qualquer consideração meritória, não imputando os<br />

pecados que os escravizavam? O equivalente desta passagem é que o

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