06.10.2015 Views

Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 4 • 177<br />

fala do tempo como já chegado, e de fato é suficientemente evidente,<br />

à luz de muitos argumentos, que as mentes dos homens em toda parte<br />

se achavam despertas pela expectativa do Messias, o qual restauraria<br />

vida social que se achava miseravelmente conspurcada, ou melhor,<br />

que estava totalmente arruinada.<br />

Isso, pelo menos, está além de toda controvérsia, a saber, que<br />

a mulher prefere Cristo a Moisés e a todos os profetas no ofício docente,<br />

pois ela compreende três coisas em poucas palavras. Primeiro,<br />

que a doutrina da lei não era absolutamente perfeita, e que nada além<br />

dos primeiros princípios foram dados nela, pois se ali não fosse feito<br />

algum progresso adicional, ela não teria dito: o Messias nos ensinará<br />

todas as coisas. Há um contraste implícito entre ele e os profetas, ou<br />

seja, seu ofício peculiar é conduzir seus discípulos ao alvo, enquanto<br />

os profetas só havia lhes dado as instruções mais elementares e, por<br />

assim dizer, os guiaram na trajetória. <strong>Segundo</strong>, a mulher declara que<br />

espera que esse Cristo seja o intérprete de seu Pai e o mestre e instrutor<br />

de todos os santos. Por fim, ela expressa sua convicção de que não<br />

devemos desejar algo melhor ou mais perfeito do que sua doutrina,<br />

mas que, ao contrário, este é o mais profundo objetivo da sabedoria,<br />

além do qual é ilícito ir.<br />

Desejo que aqueles que ora se vangloriam de ser as colunas da<br />

Igreja Cristã pelo menos imitem esta pobre mulher, ficando satisfeita<br />

com a simples doutrina de Cristo, em vez de reivindicar não sei que<br />

poder de superintendência para ir após suas invenções. Pois de que<br />

fonte foi a religião do papa e Maomé coligida senão das ímpias adições<br />

por meio das quais imaginaram que trariam a doutrina do evangelho a<br />

um estado de perfeição? Como se ela tivera sido incompleta sem tais<br />

tolices. Mas quem quer que seja bem instruído na escola de Cristo não<br />

solicitará outros instrutores, e na verdade nem mesmo os receberá.<br />

26. Eu sou, quem fala contigo. Ao dar-se a conhecer àquela mulher<br />

de que ele é o Messias, inquestionavelmente se apresenta como<br />

seu Mestre, em aquiescência com a expectativa que ele nutria. Por isso,<br />

creio ser provável que ele continuasse ministrando instrução mais

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!