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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 4 • 171<br />

a forma de culto divino que fora usada pelos samaritanos, porém testifica<br />

que a forma genuína e legítima era aquela observada pelos judeus.<br />

E ele aponta a causa da diferença, a saber: os judeus obtiveram a certeza<br />

quanto a seu culto com base na Palavra de Deus, enquanto os<br />

samaritanos não tinham recebido nada definido da boca de Deus. Na<br />

segunda parte, ele declara que as cerimônias até então observadas<br />

pelos judeus logo expirariam.<br />

22. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos.<br />

Eis uma sentença digna de ser remorada, e nos ensina que não<br />

devemos tentar qualquer coisa, em matéria de religião, temerariamente<br />

ou à revelia, porque, a menos que haja conhecimento, não é a Deus<br />

que cultuamos, mas a um fantasma ou ídolo. Todas as boas intenções,<br />

como são chamadas, são fulminadas por esta sentença como por um<br />

raio, pois dela aprendemos que os homens nada podem fazer senão<br />

errar quando se deixam guiar por sua própria opinião sem a Palavra<br />

ou mandamento de Deus. Pois Cristo, defendendo a pessoa e causa<br />

de sua nação, mostra que os judeus são amplamente diferentes dos<br />

samaritanos. E por quê?<br />

Porque a salvação procede dos judeus. Com estas palavras ele<br />

tem em mente que eles possuem a superioridade neste aspecto; que<br />

Deus fizera com eles um pacto de salvação eterna. Alguns o restringem<br />

a Cristo, que era descendente dos judeus; e procede, visto que todas as<br />

promessas de Deus foram confirmadas e ratificadas nele [2Co 1.20]. Não<br />

há salvação senão nele. Mas não pode haver dúvida de que Cristo dá a<br />

preferência aos judeus sobre esta base: que eles não cultuam alguma<br />

deidade desconhecida, mas exclusivamente a Deus que se lhes revelou,<br />

e por quem foram adotados como seu povo. Pela palavra salvação<br />

devemos entender aquela manifestação salvífica que lhes fora feita<br />

concernente à doutrina celestial.<br />

Mas, por que ele diz que ela procedia dos judeus, quando na verdade<br />

ela fora depositada com eles, para que somente eles pudessem<br />

desfrutá-la? Em minha opinião, ele faz alusão ao que fora pregado pelos<br />

profetas: que a lei procederia de Sião [Is 2.3; Mq 4.2], pois foram

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