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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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162 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

como eram totalmente degenerados e estranhos à genuína piedade,<br />

essa vanglória teria sido ridícula. Mas, visto que na verdade são descendentes<br />

de Cute [2Rs 17.24], ou, pelo menos, arrebanhados dentre<br />

os gentios profanos, ainda não deixaram de apresentar falsas pretensões<br />

ao nome do santo Patriarca. Mas isso não lhes é de nenhuma<br />

serventia, e tal deve ser o caso com todos os que perversamente exultam<br />

na luz dos homens, a ponto de se privarem da luz de Deus e de<br />

nada terem em comum com os santos Pais, cujo nome usam e abusam.<br />

13. Todo aquele que bebe desta água. Embora Cristo perceba<br />

que não está indo plenamente bem, e que inclusive sua instrução está<br />

sendo tratada com desdém, ele continua explicando mais claramente<br />

o que quis dizer. Ele faz distinção entre o uso dos dois tipos de água;<br />

que um serve para o corpo, e só por algum tempo; enquanto que o<br />

poder do outro comunica perpétuo vigor à alma. Porque, uma vez que<br />

o corpo é passível de decadência, assim os auxílios pelos quais ela é<br />

sustentada devem ser falhos e transitórios. Aquilo que vivifica a alma<br />

só pode ser eterno. Além do mais, as palavras de Cristo não destoam<br />

do fato de que os crentes, no próprio fim da vida, ardem com desejo<br />

de mais abundante graça. Pois ele não diz que desde o primeiro dia<br />

bebemos a ponto de ficarmos satisfeitos, mas apenas quer dizer que<br />

o Espírito Santo é uma fonte que flui continuamente, e que, portanto,<br />

não há perigo de a mesma secar para aqueles que foram renovados<br />

pela graça espiritual. E, portanto, ainda que sedentos ao longo de toda<br />

nossa vida, todavia é certo que não recebemos o Espírito Santo por<br />

apenas um dia, ou por um curto período, mas como uma fonte perene<br />

que jamais se nos secará. Assim, os crentes tem sede, e sede profunda,<br />

ao longo de toda sua vida; e no entanto tem abundância de umidade vivificante.<br />

Por menor que seja a medida da graça que recebam, ela lhes<br />

comunica perpétuo vigor, de modo que jamais se secam plenamente.<br />

Quando, pois, ele diz que ficarão satisfeitos, o contraste não é com o<br />

desejo, mas apenas com a sequidão.<br />

Será uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. Estas palavras<br />

expressam ainda mais claramente a afirmação precedente, pois

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