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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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148 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Daí sermos também lembrados de quão aceitável e precioso sacrifício<br />

é a fé aos olhos de Deus. Como nada lhe é mais querido do que<br />

sua verdade, assim não podemos prestar-lhe um culto mais aceitável<br />

do que quando, por meio de nossa fé, reconhecemos que ele é verdadeiro,<br />

porque assim lhe atribuímos aquela honra que verdadeiramente<br />

lhe pertence. Em contrapartida, não podemos fazer-lhe um insulto<br />

mais grave do que não crer no evangelho, porque ele não pode ser<br />

privado de sua verdade sem se despir de toda sua glória e majestade.<br />

De certa forma, sua verdade está estreitamente vinculada ao<br />

evangelho, e sua vontade é que ela seja aí reconhecida. Portanto, os<br />

incrédulos, enquanto confiam em seu próprio poder, nada deixam a<br />

Deus. Não que sua impiedade destrua a fidelidade de Deus, mas porque<br />

não hesitam em acusar a Deus de falsidade. Caso não sejamos<br />

mais empedernidos que as pedras, este sublime título, pelo qual a fé<br />

é adornada, deve acender em nossas mentes o mais ardente amor por<br />

ele, pois quão imensa é a honra que Deus confere a meros homens pobres<br />

e sem valor, quando eles, que por natureza nada mais são do que<br />

falsidade e vaidade, se dignam de acrescentar sua assinatura à sacra<br />

verdade de Deus!<br />

34. Porque aquele a quem Deus enviou fala as palavras de Deus.<br />

Ele confirma a afirmação precedente, porquanto mostra que estamos<br />

realmente em relação com Deus quando recebemos a doutrina de Cristo,<br />

porquanto Cristo não procedeu de nenhuma outra fonte, senão do<br />

Pai celestial. Portanto, é tão somente Deus quem nos fala por meio<br />

dele. Deveras não atribuímos à doutrina de Cristo tudo quanto ela merece,<br />

a menos que reconheçamos ser ela divina.<br />

Pois Deus não dá seu Espírito por medida. Esta passagem é explicada<br />

de duas maneiras. Há aqueles que a estendem à dispensação<br />

ordinária desta maneira: que Deus, que é a fonte inexaurível de todos<br />

os benefícios, não diminui sequer um mínimo seus recursos quando<br />

ampla e ricamente outorga aos homens seus dons. Aqueles que tiram<br />

de algum recipiente o que dão a outros, por fim chegarão ao fundo.<br />

Porém, não há o risco de que algo semelhante ocorra com Deus, nem

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