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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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140 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

nado pelo Pai. E ainda que Cristo fizesse isso pela instrumentalidade<br />

de seus discípulos, todavia ele é aqui denominado como o Autor do<br />

batismo, sem mencionar seus ministros que nada faziam senão em seu<br />

nome e por sua ordem. Sobre este tema, teremos algo mais a dizer no<br />

início do próximo capítulo.<br />

25. Suscitou-se então uma dúvida. Não sem uma boa razão, o<br />

Evangelista relata que entre os discípulos de <strong>João</strong> suscitou-se uma dúvida.<br />

Porque, à medida que eram informados acerca da doutrina, mais<br />

prontos estavam em entrar em discussão, visto que a ignorância é<br />

sempre ousada e presunçosa. Se outros os atacavam, então poderiam<br />

justificar-se. Mas quando eles mesmos, ainda que sem razão, mantinham<br />

o fogo da contenda, provocando voluntariamente os judeus,<br />

isso constituía um procedimento precipitado e tolo.<br />

Ora, as palavras significam que “foram eles que suscitaram a dúvida”.<br />

E não só deviam responsabilizar-se por despertar uma questão<br />

da qual não tinham conhecimento, mas também por falarem a respeito<br />

precipitadamente e além da medida de seu conhecimento. Mas o outro<br />

erro foi – não menos que o primeiro – que pretendiam não tanto manter<br />

a legitimidade do batismo quanto defender a causa de seu mestre,<br />

para que sua autoridade permanecesse incomunicável. Em ambos os<br />

aspectos, mereceram reprovação, porque, não compreendendo qual<br />

era a real natureza do batismo, expunham a santa ordenança de Deus<br />

ao ridículo, e porque, mediante uma ambição pecaminosa, empreenderam<br />

defender a causa de seu mestre contra Cristo.<br />

É evidente, pois, que ficaram atônitos e confusos com uma única<br />

palavra, quando foram informados de que Cristo também estava<br />

batizando, pois, enquanto sua atenção era direcionada para a pessoa<br />

de um homem e para sua aparência externa, 12 preocupavam-se<br />

menos com a doutrina. Somos ensinados, por seu exemplo, que os<br />

equívocos em que os homens caem se devem a um desejo pecaminoso<br />

de agradar a si mesmos antes que movidos por zelo de Deus. E<br />

12 “Et apparence exterieure.”

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