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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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126 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

desconhecidas ou duvidosas, mas os educa em sua escola para que<br />

transmitam a outros o que dele aprenderam pessoalmente.<br />

Além do mais, visto que Cristo, em seu testemunho, recomenda-<br />

-nos a infalibilidade de sua doutrina, ele ordena a todos seus ministros<br />

uma norma de modéstia, a fim de que não transmitam suas próprias<br />

filosofias ou conjeturas, nem publiquem invencionices humanas que<br />

nada têm de sólido, senão que apresentem um testemunho puro e fiel<br />

de Deus. Que cada um, pois, considere o que o Senhor lhe revelou, de<br />

modo que ninguém avance para além dos limites de sua fé. E, finalmente,<br />

que ninguém permita a si mesmo falar algo senão o que ouviu dos<br />

lábios do Senhor. Deve-se observar também que aqui Cristo confirma<br />

sua doutrina com um juramento, para que ela exerça plena autoridade<br />

sobre nós.<br />

E não recebeis nosso testemunho. Adiciona-se isto para que o<br />

evangelho não enfrentasse a ingratidão humana. Pois ainda que a verdade<br />

de Deus encontre poucos que creiam nela, e por toda parte seja<br />

rejeitada pelo mundo, nós devemos evitar um mínimo que seja de desprezo<br />

à sua majestade e de torná-la menos estimada por quase todo o<br />

mundo, menosprezando-a e obscurecendo-a pela impiedade.<br />

Ora, embora o significado das palavras seja simples e direto, deve-<br />

-se deduzir da passagem uma dupla lição. A primeira consiste em que<br />

a fé no evangelho não deve causar espanto entre nós, se porventura<br />

contar com poucos discípulos na terra, como se Cristo dissesse: “Embora<br />

não aceitais minha doutrina, ela permanece infalível e final; pois<br />

a incredulidade humana jamais impedirá a Deus de manter-se sempre<br />

fiel.” A outra consiste no fato de que, aqueles que em nossos próprios<br />

dias recusam crer no evangelho, não escaparão impunes, pois a verdade<br />

divina é inviolável. Devemos armar-nos com esse escudo para<br />

que possamos perseverar em obediência ao evangelho, em oposição à<br />

desobediência dos homens.<br />

De fato, deve-se manter esse princípio para que nossa fé permaneça<br />

fundamentada em Deus. Mas, quando temos Deus como nosso<br />

Criador, é preciso, como se nos erguêssemos acima dos céus, ousa-

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