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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 2 • 103<br />

ria provado e confirmado através de um sinal inusitado. Porquanto<br />

nenhuma prova mais convincente, do divino poder em Cristo, poderia<br />

ser mais desejável do que sua ressurreição dentre os mortos. Mas<br />

ele o insinua de forma figurativa, visto que não considerava dignos de<br />

uma promessa explícita. Em suma, ele trata os incrédulos segundo seu<br />

merecimento e ao mesmo tempo se exime de todo e qualquer desdém.<br />

Ainda não se fizera evidente que eles eram obstinados, mas Cristo bem<br />

sabia qual era o estado de seus sentimentos.<br />

Visto, porém, que ele realizou tantos e variados milagres, é possível<br />

que se pergunte por que ele agora menciona apenas um. Minha<br />

resposta é que ele manteve silêncio acerca de todos os outros milagres<br />

em virtude de sua ressurreição ser sobejamente suficiente para fechar<br />

suas bocas, e também porque ele não queria expor o poder de Deus ao<br />

escárnio deles. Pois ele fala em termos alegóricos até mesmo acerca da<br />

glória de sua ressurreição. Em terceiro lugar, digo que ele mencionou o<br />

que era apropriado ao caso, pois, com essas palavras, ele mostra que<br />

toda a autoridade sobre o templo lhe pertencia, visto que seu poder é<br />

incomensurável na edificação do verdadeiro templo de Deus.<br />

Este templo. Mas ainda que use a palavra templo para acomodar-se<br />

à presente situação, contudo o corpo de Cristo é merecida e<br />

consistentemente chamado templo. Cada um de nossos corpos é chamado<br />

tabernáculo [2 Co 5.4] por ser a habitação da alma, mas o corpo<br />

de Cristo era a morada de sua divindade. Pois sabemos que o Filho de<br />

Deus de tal modo se vestiu de nossa natureza, que na carne que ele<br />

assumiu habita a eterna majestade de Deus como em seu Santuário.<br />

Refuta-se facilmente o argumento de Nestório, que usa mal esta<br />

passagem para provar que um e o mesmo Cristo não pode ser ambas<br />

as coisas: Deus e homem. Ele ponderava assim: O Filho de Deus habitou<br />

na carne como num templo, portanto as naturezas são distintas,<br />

de modo que o mesmo ser não podia ser Deus e homem. Mas tal argumento<br />

pode ser aplicado aos homens, pois se seguirá que não é um só<br />

homem cuja alma habita no corpo como num tabernáculo; e, assim,<br />

é tolice torcer essa forma de expressão para desfazer a unidade de

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