E-REVISTA N.º 28
Revista electrónica do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Nº 28
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Sindicato<br />
dos Enfermeiros<br />
Portugueses<br />
n˚<strong>28</strong> - outubro/15<br />
INFO<br />
4 de outubro<br />
votar<br />
para mudar<br />
1
Índice<br />
Eleições para o Parlamento A responsabilidade de votar para mudar .....................................3<br />
Eleições para o Parlamento Asfixia do SNS ...............................................................................6<br />
2<br />
Eleições para o Parlamento Não reconhecimento do papel dos enfermeiros ..........................8<br />
Eleições para o Parlamento .................................................................................................8<br />
Reparada a Discriminação Salarial dos Enfermeiros<br />
com Contrato Individual de Trabalho ................................................................................10<br />
Convocatórias .....................................................................................................................14<br />
Ficha técnica<br />
E-revista: SEP-Info • Edição: SEP, Sindicato dos Enfermeiros Portugueses • email: sede@sep.pt • Tel: 213 920 350 • Fax: 213 968 202 • Morada: Av. 24 de Julho, 132,<br />
1350-346 Lisboa, Portugal • Diretor: José Carlos Martins • Coordenadora Técnica: Guadalupe Simões • Secretariado de Redação: Dora Galvão e Fernando Gama •<br />
Lay-out/Paginação: Formiga Amarela - Oficina de Textos e Ideias, Lda. • Web: Webisart • outubro 2015
capa<br />
Eleições para o Parlamento<br />
A responsabilidade<br />
de votar para mudar<br />
VOTE<br />
vote<br />
No próximo dia 4, todos os<br />
portugueses são chamados a exercer<br />
o seu direito de cidadania, votando.<br />
As eleições não servem para eleger<br />
o futuro primeiro-ministro de<br />
Portugal. É muito mais do que isso.<br />
Do resultado das eleições sairá a<br />
futura composição da Assembleia<br />
da República, ainda que muitos<br />
o queiram fazer esquecer. É da<br />
composição da Assembeleia da<br />
Republica que podem surgir as<br />
mudanças das políticas necessárias.<br />
3
4<br />
Ao SEP, neste momento<br />
crucial, e depois de<br />
quatro anos em que as<br />
condições de vida dos<br />
portugueses em geral<br />
e dos enfermeiros em<br />
particular se degradaram,<br />
importa apelar a que os<br />
enfermeiros votem.<br />
A campanha eleitoral foi pouco esclarecedora.<br />
Houve pouca apresentação e discussão<br />
das propostas inscritas nos diferentes<br />
programas eleitorais. Os líderes partidários<br />
consumiram grande parte do tempo a falar<br />
do passado (também importante) e a atacarem-se<br />
entre eles, ao invés de aproveitarem a<br />
campanha para elevar a participação democrática<br />
dos portugueses.<br />
Ao SEP, neste momento crucial, e depois de<br />
quatro anos em que as condições de vida<br />
dos portugueses em geral e dos enfermeiros<br />
em particular se degradaram, importa apelar<br />
a que os enfermeiros votem.<br />
Desde 2005 (antes da Troika) que foram<br />
congeladas as progressões nas carreiras.<br />
Depois da saída da Troika, em 2014, e apesar<br />
dos anúncios de que os “cofres estão<br />
cheios”, as progressões continuam congeladas,<br />
potenciando a injustiça de enfermeiros<br />
com mais anos de exercício profissional estarem<br />
a ganhar praticamente o mesmo que
[ Desde 2005 (antes da Troika) que<br />
foram congeladas as progressões<br />
nas carreiras. Depois da saída<br />
da Troika, em 2014, e apesar dos<br />
anúncios de que os “cofres estão<br />
cheios”, as progressões continuam<br />
congeladas, potenciando a injustiça<br />
de enfermeiros com mais anos<br />
de exercício profissional estarem<br />
a ganhar praticamente o mesmo<br />
que os colegas que agora iniciam<br />
funções. ]<br />
os colegas que agora iniciam funções.<br />
Em 2011, em plena campanha eleitoral,<br />
Pedro Passos Coelho afirmava que não iria<br />
diminuir salários nem retirar os subsídios<br />
de natal e de férias. Fez uma coisa e outra<br />
e, caso não fossem as decisões do Tribunal<br />
Constitucional, todos nós estaríamos numa<br />
situação ainda mais complicada.<br />
Cortes nas horas extraordinárias e nas<br />
horas de qualidade, aumento do horário de<br />
trabalho sem aumento de remuneração,<br />
aumento de impostos, sobretaxa de IRS,<br />
diminuição do número de escalões daquele<br />
imposto, aumento do imposto automóvel,<br />
do IMI, do IVA, da ADSE, das Taxas Moderadoras,<br />
etc, significou uma redução em cerca<br />
de 25% do rendimento dos enfermeiros<br />
e a brutal carga fiscal que coloca Portugal<br />
no pelotão da frente dos países europeus.<br />
É isto que tem de estar na mente de cada<br />
um de nós na hora de votar.<br />
5
atual<br />
Eleições para o Parlamento<br />
Prossegue, implacável, o ataque aos direitos dos trabalhadores<br />
Asfixia do SNS<br />
As medidas impostas pelo Governo foram muito para além do<br />
que estava no memorando da Troika. Foi assim com os cortes<br />
na Saúde com cerca de 1000 milhões de euros mais do que<br />
estava previsto. A asfixia do SNS teve como objetivo a sua<br />
privatização e tornou a acessibilidade à saúde mais difícil para<br />
muitos portugueses.<br />
6<br />
A<br />
acessibilidade à saúde tornou-<br />
-se mais difícil e muitos foram<br />
os que passaram a ter que<br />
escolher entre comer e tomar<br />
medicamentos. Às urgências passaram a<br />
chegar, em número cada vez maior, crianças,<br />
idosos e mulheres grávidas com<br />
sinais de desnutrição e fome. Aumentou<br />
a mortalidade entre os idosos, aumentou<br />
a violência doméstica e as mortes a ela<br />
associadas.<br />
Fundiram-se hospitais e ACES sem<br />
qualquer estudo que fundamentasse tal<br />
opção. A meta de camas para cuidados<br />
continuados não foi atingida e, sem<br />
vergonha, o Ministério da Saúde diminuiu<br />
a…meta. Os cuidados paliativos quase<br />
não saíram da gaveta e as poucas ofertas<br />
que apareceram foram essencialmente<br />
no setor social. Ao final de 35 anos, o<br />
Governo resolveu devolver alguns hospitais,<br />
recuperados e melhorados com os<br />
dinheiros públicos, à Misericórdia, ainda<br />
que mantendo os necessários protocolos<br />
para continuar a financiar os “amigos”.<br />
Justificou, o Governo, a sua opção com<br />
uma diminuição em 25% dos custos para<br />
o SNS (assim dita o contrato programa).<br />
E o que fizeram os “amigos” para compensar<br />
esses 25%? Diminuíram o número<br />
de profissionais, incluindo enfermeiros<br />
e, mais uma vez, são os doentes e profissionais<br />
a sofrer as consequências das<br />
negociatas.
O resultado dos nossos sacrifícios...<br />
Foi o aumento do défice<br />
7<br />
[ Diminuíram o número de profissionais, incluindo<br />
enfermeiros e, mais uma vez, são os doentes<br />
e profissionais a sofrer as consequências das<br />
negociatas.]
em foco<br />
Eleições para o Parlamento<br />
Não reconhecimento do<br />
papel dos enfermeiros<br />
Esta política de Saúde ditou milhares de jovens e menos jovens<br />
enfermeiros a emigrar; a exaustão de muitos profissionais; excessiva<br />
carga horária; salários indignos tendo em conta as exigências e<br />
responsabilidades da profissão; Discriminação e divisão de vários<br />
setores da enfermagem, entre outros.<br />
8<br />
Durante estes quatro anos, apesar do reconhecimento<br />
da relevância do papel dos enfermeiros, Paulo Macedo<br />
nunca deixou de olhar primeiro para a folha de excell<br />
e nenhum de nós poderá esquecer a sua primeira e<br />
grande mensagem “é possível fazer mais com menos”.<br />
Os resultados estão à vista. Milhares de enfermeiros, jovens e<br />
menos jovens, emigraram; exaustão, descontentamento, opção<br />
por aumentar a carga diária de trabalho para ter tempo para a<br />
família. Entre outras atrocidades, também ninguém esquecerá a<br />
humilhação de que foram vítimas algumas enfermeiras quando,<br />
para comprovar que ainda amamentavam, se sujeitaram a uma<br />
pidesca aspersão das mamas.<br />
O rol das atrocidades foi demasiado. Os quatro últimos anos<br />
foram miseráveis e atiraram os portugueses para a miséria,<br />
económica e social. Sim, porque a exclusão decorrente do
[ a exclusão decorrente do desemprego é uma miséria social<br />
pelos cortes relacionais e sociais que impõe. ]<br />
desemprego é uma miséria social pelos cortes<br />
relacionais e sociais que impõe. As políticas<br />
deste Governo destruíram quatro gerações de<br />
portugueses: às crianças que, mal nutridas, as<br />
impede de aprender e as condena à condição<br />
de potenciais doentes precoces; à geração<br />
entre os 20 e os 30, porque se veem na obrigação<br />
de voltar ou continuar a viver com os pais,<br />
não constituem família, subsídio dependentes<br />
de um qualquer estágio que, quando termina,<br />
ou vão para o desemprego ou são obrigados<br />
a aceitar um emprego, ainda que na mesma<br />
empresa, a ganhar o salário mínimo; à geração<br />
entre os 40 e os 55, que querem ajudar os<br />
filhos e passam por dificuldades, ou porque<br />
desempregados já são “velhos” para trabalhar;<br />
finalmente, à geração dos 65 e mais anos,<br />
cujas reformas foram cortadas e com elas o<br />
acesso à saúde, aos medicamentos, à alegria<br />
de viver os últimos anos de vida, com… vida e<br />
acompanhada. Infelizmente, são cada vez mais<br />
as situações de idosos abandonados.<br />
Na verdade, estamos perante políticas que<br />
levaram à morte física e social de milhares de<br />
pessoas.<br />
Dia 4 compete-nos<br />
alterar este cenário,<br />
porque temos o direito<br />
de aumentar o nosso<br />
índice de felicidade,<br />
temos direito a viver com<br />
dignidade e num país que<br />
tenha futuro.<br />
9
10<br />
A reparação desta<br />
injustiça é uma<br />
plataforma para<br />
conseguirmos a<br />
reparação de outras<br />
injustiças que existem<br />
no seio da classe<br />
e foi resultado de<br />
uma luta constante<br />
e sem tréguas,<br />
designadamente<br />
pelos próprios<br />
enfermeiros com<br />
Contrato Individual de<br />
Trabalho.<br />
Reparada a<br />
Discriminação Salarial<br />
dos Enfermeiros com<br />
Contrato Individual de<br />
Trabalho<br />
em foco<br />
Depois de muitas lutas e reuniões negociais, o SEP e<br />
o Governo chegaram a acordo no que toca à reparação<br />
da injustiça salarial que estava a ser cometida aos<br />
enfermeiros a contrato individual de trabalho.<br />
No decurso das reuniões negociais realizadas nos<br />
dias 15 e 23 de setembro, entre SEP e o Ministério<br />
da Saúde, e após vários processos de luta desenvolvidos<br />
pelos enfermeiros, o Ministério da Saúde<br />
cedeu e reparou a injusta discriminação salarial que se mantinha<br />
desde a entrada em vigor da atual grelha salarial, informa<br />
o SEP em nota enviada à imprensa. Esta decisão abrange<br />
cerca de 11 mil enfermeiros que ficam com uma valorização<br />
salarial de 200 euros.
Os enfermeiros são vitimas de várias injustiças.<br />
[ O SEP sempre<br />
apresentou cadernos<br />
reivindicativos que<br />
consagram propostas<br />
para todos os<br />
enfermeiros, consciente<br />
de que, na sua<br />
diversidade, a classe<br />
sempre se confrontou<br />
com injustiças diversas ]<br />
A luta pela reparação de todas as outras<br />
discriminações continua!<br />
As sistemáticas alterações da legislação<br />
relativamente à organização e funcionamento<br />
dos hospitais e centros de saúde e também da<br />
legislação laboral determinam novas realidades<br />
e desafios, agravados pelas medidas de regime<br />
impostas pelo Governo, nomeadamente as 40h.<br />
11<br />
Segundo o SEP, as alterações acima referidas, dificultam<br />
que “se consiga tudo para todos ao mesmo tempo” porque a<br />
existência de regimes de trabalho é um efetivo obstáculo. Isso,<br />
afirma fonte sindical, nunca impediu que apresentássemos
12<br />
cadernos reivindicativos que consagrem propostas para todos<br />
os enfermeiros. E, continuam, valorizando esta vitória que agora<br />
foi conseguida. Ela é tão mais importante porque permite que<br />
toda a enfermagem esteja no mesmo patamar para lutar pela<br />
reparação de todas as restantes injustiças, desde logo as 35h<br />
para todos os enfermeiros, a revalorização das grelhas salariais<br />
de Enfermeiro, de Enfermeiro Chefe e Supervisor, a atribuição do<br />
suplemento remuneratório aos Enfermeiros Especialistas, novas<br />
regras para cálculo da aposentação e a harmonização salarial<br />
dos enfermeiros que exercem funções nos cuidados de saúde<br />
primários.<br />
Questionado sobre como os enfermeiros reagiram a esta cedência,<br />
o SEP afirmou que não é fácil, porque os enfermeiros<br />
são vítimas de várias injustiças, desde a perda de paridade da<br />
carreira de enfermagem comparativamente a outros grupos
[ A desvalorização do<br />
trabalho que decorre<br />
das políticas punitivas<br />
do Governo sobre a<br />
Administração Pública<br />
não pode ser esquecida<br />
no próximo dia 4. ]<br />
13<br />
profissionais. O congelamento das progressões que há<br />
10 anos impede a progressão na carreira e determina que<br />
enfermeiros com muitos anos de serviço ganhem hoje<br />
quase o mesmo que os que ingressam; a lei que impôs<br />
a transição para a nova grelha com o mesmo salário; a<br />
diferenciação salarial dos enfermeiros em função do modelo<br />
de Unidades Funcionais em que exercem funções,<br />
entre outros; e a desvalorização do trabalho que decorre<br />
das políticas punitivas do governo sobre a Administração<br />
Pública são tudo razões que impedem que estes ganhos<br />
sejam valorizados por todos como ganhos para a profissão.<br />
O SEP finaliza prevendo que a criação de “grupos”<br />
com condições de trabalho diferentes, decorrentes das<br />
opções políticas, torna mais difícil conseguir tudo para<br />
todos ao mesmo tempo.
14<br />
convocatórias
15
Força<br />
16<br />
Ganha<br />
ENFERMEIROS<br />
SINDICATO DOS<br />
PORTUGUESES