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Jornal Giramundo - nº 04 - Ano 03 - Maio de 2003 - A Força do PETI na Bahia

A Força do PETi na Bahia

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Uma ONGchamadajuventu<strong>de</strong>A organização nãogorver<strong>na</strong>mentalBoiValente, instituição quetrabalha com artesenvolven<strong>do</strong> o públicoinfanto-juvenil, tem à suafrente uma direção formadabasicamente por jovens.“A ONG só vai parafrente se to<strong>do</strong>s chamarempara si a responsabilida<strong>de</strong>”,discursa o presi<strong>de</strong>nte,Manoel Messias, queapesar da pouca ida<strong>de</strong> temgran<strong>de</strong> experiência nosmovimentos sociais <strong>do</strong>município <strong>de</strong> Valente.A Boi Valente foifundada em 1999 e temcomo principal trabalho oapoio ao grupo teatral <strong>de</strong>mesmo nome, que seapresenta em seminários,sema<strong>na</strong>s culturais, escolas eé um sucesso no município.Comunicação em AltaSem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> novos <strong>de</strong>safios, com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>apren<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>senvolver o protagonismo presente e quepulsa forte <strong>na</strong>s veias, 32 Jovens Comunica<strong>do</strong>res/as <strong>do</strong>smunicípios <strong>de</strong> Santa Bárbara, Serrinha, Araci,Conceição <strong>do</strong> Coité, Riachão <strong>do</strong> Jacuípe, Valente,Santa Luz, Queimadas, Nor<strong>de</strong>sti<strong>na</strong> e Retirolândia,integrantes <strong>do</strong> projetoComunicação Juvenil,Foto / G. Moreirai<strong>na</strong>uguraram em abrila Central Cyberela <strong>de</strong>Comunicação.Localizada <strong>na</strong> cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Retirolândia,região Sisaleira da<strong>Bahia</strong>, à 240 km dacapital Baia<strong>na</strong>, ACentral é resulta<strong>do</strong>da ação conjunta <strong>do</strong>sprojetos ComunicaçãoJuvenil (iniciativa <strong>do</strong>MOC com o apoio <strong>do</strong>Instituto Credicard e<strong>do</strong> Unicef) e Cyberela (fruto da parceria entre oCemi<strong>na</strong> - Comunicação, Educação e Informação emGênero e rádio Comunitária Arcos FM).A se<strong>de</strong> da instituição está funcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> como um pólo <strong>de</strong>cultura e informações, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> boletins impressos,assessoria <strong>de</strong> comunicação para empresas e entida<strong>de</strong>s dasocieda<strong>de</strong> civil, produção <strong>de</strong> CDs <strong>de</strong> artistas locais e CDsSilvia Esteves, <strong>do</strong> Instituto Credicard, fala <strong>na</strong> solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong>i<strong>na</strong>uguração da Central Cyberela <strong>de</strong> Comunicaçãoinformativos sema<strong>na</strong>is, com notícias sobre temas diversosProduz, ainda, um informativo sobre o <strong>PETI</strong>, distribuí<strong>do</strong> paraoito rádios comunitárias e comerciais da região. A Centraltambém trabalha com gravação <strong>de</strong> spots, vinhetas,campanhas e programas <strong>de</strong> rádio.Atualmente, sua se<strong>de</strong> dispõe <strong>de</strong> três computa<strong>do</strong>res,sen<strong>do</strong> um com acesso à Internet24 horas, através <strong>de</strong> serviçobanda larga, duas impressoras,um scanner, uma rádio móvelpara trabalhos <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>eventos promocio<strong>na</strong>is e diversosmateriais didáticos.A Central Cyberela <strong>na</strong>damais é <strong>do</strong> que a expansão <strong>de</strong> umtrabalho que vem sen<strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> já há algum tempoe que i<strong>de</strong>ntificou asdificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação <strong>na</strong>Região <strong>do</strong> Sisal e Vale <strong>do</strong>Jacuípe. Os participantes, to<strong>do</strong>s<strong>na</strong> faixa entre 14 e 21 anos,começaram a ser selecio<strong>na</strong><strong>do</strong>s no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 2001, com oenvolvimento <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sociais, sindicatos eassociações. Em 2002 o grupo foi capacita<strong>do</strong> emtécnicas <strong>de</strong> rádio e jor<strong>na</strong>lismo e, este ano, com o maiorgás, 32 jovens estão dan<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> ao projetoComunicação Juvenil.Contatos: centralcyberela@bol.com.br ou (75)202-1658Fale conosco: moc.ba@uol.com.br / (75) 221.1393 falar com Gil MoreiraGIR8 GIR MUNDO MUNDO1AA


EDITORIALEDITORIALAos nossos leitores, parabéns em <strong>do</strong>bro,Esta edição <strong>do</strong> <strong>Giramun<strong>do</strong></strong> comemoraduas gran<strong>de</strong>s conquistas para toda acomunida<strong>de</strong> e movimentos sociais da RegiãoSisaleira.No último dia 13 <strong>de</strong> maio, em São Paulo,o Movimento <strong>de</strong> Organização Comunitária(MOC) recebeu da Kanitz & Associa<strong>do</strong>s,empresa <strong>de</strong> consultoria com 20 anos <strong>de</strong>experiência, o Prêmio Bem Eficiente.Receber esta premiação significa dizerque o MOC é uma das 50 melhoresentida<strong>de</strong>s filantrópicas <strong>do</strong> país e seráretrata<strong>do</strong> como um caso <strong>de</strong> sucesso pelacompetência <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> gestão,legalida<strong>de</strong>, transparência e impacto <strong>de</strong>suas ações.Esta conquista expressa o esforço <strong>do</strong>sprofissio<strong>na</strong>is, <strong>do</strong>s parceiros, das comunida<strong>de</strong>se <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que ajudam, no dia-a-dia, aconstruir uma realida<strong>de</strong> mais justa e huma<strong>na</strong>no semi-ári<strong>do</strong> baiano.Neste senti<strong>do</strong>, outra prova inequívoca <strong>do</strong>compromisso <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que fazem odiferencial <strong>na</strong> Região Sisaleira é a garantia<strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Erradicação<strong>do</strong> Trabalho Infantil (<strong>PETI</strong>).Graças à intensa mobilização <strong>do</strong>s atoressociais envolvi<strong>do</strong>s com o <strong>PETI</strong>, através <strong>de</strong>cartas, passeatas e até visitas ao GovernoFe<strong>de</strong>ral, esta edição <strong>do</strong> <strong>Giramun<strong>do</strong></strong> traz boasnotícias sobre os rumos <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> no ano <strong>de</strong>20<strong>03</strong> e acaba com a angústia <strong>de</strong> crianças,famílias e comunida<strong>de</strong>s que temiam aextinção <strong>do</strong> Programa. A significativacontribuição da socieda<strong>de</strong> civil e a resposta<strong>do</strong> Ministério da Promoção Social, vocêconfere em reportagens especiais <strong>na</strong>spági<strong>na</strong>s centrais.Com a certeza <strong>de</strong> que o trabalhocontinua (trabalho <strong>de</strong> adultos, porque lugar<strong>de</strong> criança é <strong>na</strong> escola!!!), a Região seprepara para novos <strong>de</strong>safios. Um exemploimportante está <strong>na</strong> matéria da pági<strong>na</strong> 06:promover a Educação Rural <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>para to<strong>do</strong>s é um caminho a ser traça<strong>do</strong>. Ecom a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong>s atores <strong>do</strong> <strong>PETI</strong>,não será difícil.Esta edição é para ser comemorada porto<strong>do</strong>s.Boa leitura e, mais uma vez, parabéns!!!Vozozes <strong>de</strong> Nor<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>Dois exemplos <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res sérios da Região Sisaleira <strong>de</strong>ram<strong>de</strong>poimentos sobre o Dia <strong>do</strong> Trabalho, no município <strong>de</strong>Nor<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>. A professora Rozane da Silva é apaixo<strong>na</strong>da pelo seuofício, mas lamenta que ela e os colegas não recebam a <strong>de</strong>vidavalorização. Afirma que é professora “24 horas por dia” e lamentaas baixas remunerações da categoria. “Pelo menos, aqui,recebemos em dia”, conta. O trabalha<strong>do</strong>r rural Val<strong>de</strong>ck AlvesLisboa também reclama da pouca valorização <strong>do</strong> trabalho feito<strong>na</strong> roça. “Trabalhamos muito, damos duro para sustentar nossasfamílias e pouca gente reconhece nosso esforço”, reclama.Feira da UEFSDepois <strong>do</strong> sucesso da Jor<strong>na</strong>da Avaliativa<strong>de</strong> Projetos Econômicos e Sociais – Japes,realizada no fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, ocampo da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong>Feira <strong>de</strong> Santa<strong>na</strong> – UEFS sediou, entre4 e 6 <strong>de</strong> maio, mais um evento bemsucedi<strong>do</strong>.A Feira <strong>do</strong> Semni-ári<strong>do</strong>, aexemplo da Japes, reuniu um belo elenco<strong>de</strong> atores sociais – especialistas,comunida<strong>de</strong> acadêmica, gestorespúblicos, socieda<strong>de</strong> civil – para discutircaminhos e propor soluções para osproblemas enfrenta<strong>do</strong>s pela região. Quevenham outros encontros!ACoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção: Movimento <strong>de</strong>Organização Comunitária – MOCApoio: Fun<strong>do</strong> das Nações Unidas paraGIRMUNDOa Infância - UnicefCoord. <strong>de</strong> Comunicação: Gil MoreiraProjeto gráfico e edição: CIPÓProduçõesCoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção: A.C. BrittoRedação fi<strong>na</strong>l e revisão: Luiz LasserreReportagem: Pérsio Menezes e JovensComunica<strong>do</strong>res da Região SisaleiraDiagramação: Karime SalomãoFotografia: Isabel GouvêaPassatempos: Bruno Aziz (coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>r)2 GIR MUNDOAVem aí o ‘Se<strong>de</strong> Zero’Os sertanejos comemoraram a inclusão<strong>do</strong> programa Um Milhão <strong>de</strong> Cister<strong>na</strong>s,<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela Articulação para oSemi-ári<strong>do</strong> (ASA), no programa FomeZero. O acor<strong>do</strong> garante a liberação <strong>de</strong>R$ 17,5 milhões pelo Governo Fe<strong>de</strong>ralpara construção <strong>de</strong> cister<strong>na</strong>s. AFe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Bancos –Febraban também vai apoiar a idéia eA<strong>na</strong>tel fecha rádio comunitáriaem TucanoRepresentantes da Agência Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Telecomunicações - ANATELlacraram os equipamentos da Rádio Comunitária Cruzeiro FM 107,3, nomunicípio <strong>de</strong> Tucano. Os agentes alegaram falta <strong>de</strong> autorização e si<strong>na</strong>lizarampara a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lacrar outras rádios comunitárias da região nos próximosmeses. Há mais <strong>de</strong> quatro anos, a Rádio Comunitária <strong>de</strong> Tucano tenta aregularização no Ministério das Comunicações, junto a outros quatro milpedi<strong>do</strong>s. Quem está livre da perseguição, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sete anos <strong>de</strong> tentativas, é aRádio Comunitária Rosário FM, <strong>de</strong> Itaberaba. A luta pela <strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong>smeios <strong>de</strong> comunicação continua!Do Trabalha<strong>do</strong>rSindicatos e trabalha<strong>do</strong>res se empenharam <strong>na</strong>smanifestações e festejos em comemoração ao Dia <strong>do</strong>Trabalha<strong>do</strong>r. A Reforma da Previdência e a inclusão <strong>de</strong>municípios no Fome Zero foram alguns <strong>do</strong>s temas. EmRiachão <strong>do</strong> Jacuípe, 5 mil pessoas estiveram presentes.Valente, Santa Luz, Conceição <strong>do</strong> Coité, Queimadas, emuitos outros também se manifestaram. Depois <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate,os trabalha<strong>do</strong>res-artistas botaram pra quebrar!Inclusão digitalO MOC acaba <strong>de</strong> ganhar <strong>de</strong>z computa<strong>do</strong>res para amontagem <strong>de</strong> um laboratório <strong>de</strong> informática. Osequipamentos foram encaminha<strong>do</strong>s pela ONG baia<strong>na</strong>CIPÓ – Comunicação Interativa, a partir <strong>de</strong> <strong>do</strong>ação<strong>do</strong> Banco Bilbao Vizcaya. A iniciativa é parte <strong>do</strong>programa Cibersolidário em Re<strong>de</strong> e tem o objetivo <strong>de</strong>facilitar o acesso <strong>de</strong> jovens às tecnologias dainformação.Cister<strong>na</strong>s contra a se<strong>de</strong>custear <strong>de</strong>z mil tanques. Carmem Santos <strong>de</strong> Jesus, trabalha<strong>do</strong>ra rural dacomunida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Canto, em Serrinha, juntamente com Naidison Baptista,<strong>do</strong> MOC, estiveram presentes à solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>tura <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentopelo presi<strong>de</strong>nte Lula, em Brasília.Exemplo <strong>de</strong>PastoralA Pastoral da Juventu<strong>de</strong> e a Pastoral daJuventu<strong>de</strong> Rural <strong>de</strong> Araci realizarão, entre23 e 25 <strong>de</strong> maio, a XIV Juvencris, encontrodirecio<strong>na</strong><strong>do</strong> à juventu<strong>de</strong> <strong>do</strong> município e daregião. Trata-se <strong>de</strong> uma tradição com 16anos, mantida pela Igreja Católica. Esteano, o tema será volta<strong>do</strong> para a Pastoral daJuventu<strong>de</strong>, para discussão da participação<strong>do</strong>s jovens <strong>na</strong> construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>mais justa.Produção: Tereza Soares / Joann Schaly Macha<strong>do</strong>Jovens Comunica<strong>do</strong>res da Região Sisaleira (Projeto fruto da parceria MOC/Instituto Credicard e Movimentos Sociais da Região Sisaleira)Quem somos? Alba Carneiro, Aline Araújo, A<strong>na</strong>lberga Matos, Angeli<strong>na</strong> Souza,Carine Matos, Cláudio Magno, Deise Moraes, Diego Costa, Jaqueline Silva, João Neto,João Paulo, Jociene Lima, Joseane Coutinho, Joseane Souza, José Ilton, JosevalMagalhães, Jussara Borges, Leila Lyrio, Lívia Ferreira, Luís Alexandre, Maíse Ferreira,Mari<strong>na</strong>lva Alves, Mauricléia Lima, Mo<strong>na</strong>lisa Carneiro, Nayara Silva, Paulo Marcos,Queite Lima, Robson Lima, Val<strong>de</strong>cí Ferreira, Valdir Ferreira, Valmir BarretoCoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da Comissão: Paulo Marcos e Rosival GonçalvesCoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>do</strong> MOC: Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> Paixão, Emanoel Sobrinho (estagiário),Jerônimo Rodrigues e Márcio MascarenhasDe on<strong>de</strong> somos? Araci, Conceição <strong>do</strong> Coité, Nor<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>, Queimadas, Retirolândia,Riachão <strong>do</strong> Jacuípe, Santa Bárbara, Santa Luz e Valente.Impressão: Gráfica A Tar<strong>de</strong> / Tiragem: 5000 exemplaresFale Conosco: jovenscomunica<strong>do</strong>res@bol.com.br / centralcyberela@bol.com.br(75)202-1658 / moc.ba@uol.com.br (75) 221-1393 / cipoproducoes@cipo.org.br (71)240-4477Uma idéia que <strong>de</strong>ve ser divulgada ecopiada: no ano passa<strong>do</strong>, no início e no fi<strong>na</strong>l<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> letivo, as crianças da Jor<strong>na</strong>daAmpliada da localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fazenda <strong>do</strong>Caixão, município <strong>de</strong> MonteSanto, foram avaliadasnutricio<strong>na</strong>lmente, ten<strong>do</strong> comoobjetivo o controle da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>salunos, a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>scoleta<strong>do</strong>s. O méto<strong>do</strong> foi simples– observar cientificamente acriançada no início <strong>do</strong> anoescolar, avaliá-la no fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong>perío<strong>do</strong>, e comparar os da<strong>do</strong>s,após ações específicas realizadaspara tentar reverter osproblemas <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s.O relatório fi<strong>na</strong>l não <strong>de</strong>ixadúvidas quanto ao bom<strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> projeto. Comparan<strong>do</strong>-se osda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> primeiro com o segun<strong>do</strong> semestre <strong>de</strong>2002, houve uma redução consi<strong>de</strong>rável <strong>do</strong>sdistúrbios nutricio<strong>na</strong>is. O sobrepeso dimunuiu<strong>de</strong> 5,13 para 2,63%, houve normalida<strong>de</strong> em15,79% <strong>do</strong>s alunos, contra 12,82 no primeirosemestre. Quadros <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição mo<strong>de</strong>radaDes<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 1999, oMOC vem trabalhan<strong>do</strong> juntoao Fun<strong>do</strong> das Nações Unidaspara a Infância (Unicef),<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> uma parceriaque sempre <strong>de</strong>u certo.Atualmente, as novida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>sse trabalho <strong>de</strong> parceriasão a capacitação <strong>do</strong>sAgentes <strong>de</strong> Família sobre o<strong>de</strong>senvolvimento infantil,para um melhor atendimentoà comunida<strong>de</strong> e crianças <strong>do</strong><strong>PETI</strong>, aumentar o número <strong>de</strong>municípios atendi<strong>do</strong>s pelosparceiros, ampliar o projetoBaú <strong>de</strong> Leitura, incentivan<strong>do</strong>cada vez mais as crianças aoprazer <strong>de</strong> ler, continuar acapacitação <strong>do</strong>s monitores eampliar o número <strong>de</strong> famíliasatendidas.Essa história <strong>de</strong> parceriateve início com oatendimento a cincomunicípios e hoje tem umaabrangência <strong>de</strong> 46Nutrição em dia<strong>na</strong> Jor<strong>na</strong>daAmpliadaFoto / divulgaçãoJor<strong>na</strong>da em Monte Santoinveste <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> das crianças<strong>PETI</strong><strong>PETI</strong><strong>PETI</strong>e grave, que somavam mais <strong>de</strong> 60% <strong>do</strong> totaltermi<strong>na</strong>ram o ano <strong>na</strong> casa <strong>de</strong> 32%. Mesmoassim, meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s meninos e meni<strong>na</strong>s aindaapresentavam leve <strong>de</strong>snutrição.A avaliação nutricio<strong>na</strong>l dascrianças da UJA da Fazenda <strong>do</strong>Caixão foi realizada pelo monitor,coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> monitores e umnutricionista. A Jor<strong>na</strong>da dalocalida<strong>de</strong> foi escolhida comoponto <strong>de</strong> partida para a açãoporque, após avaliação nutricio<strong>na</strong>l<strong>na</strong>s crianças <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> <strong>de</strong> MonteSanto, i<strong>de</strong>ntificou-se um quadromaior <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição <strong>na</strong> fazenda<strong>do</strong> Caixão. Era hora <strong>de</strong> arregaçaras mangas e trabalhar.Os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s nofi<strong>na</strong>l comprovam a importância<strong>do</strong> trabalho. No entanto, mais <strong>do</strong> quetrazer a real indicação <strong>de</strong> que é possívelreverter rapidamente os quadros <strong>de</strong><strong>de</strong>snutrição das crianças, eles trazem àinevitável reflexão <strong>de</strong> que ações das áreas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação têm que acontecer<strong>de</strong> forma articulada e integrada.Unicef e MOC,parceria que dá frutoslocalida<strong>de</strong>s da <strong>Bahia</strong>. “OUnicef está muito satisfeitocom o trabalho que vemsen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em conjuntocom o MOC”, ressalta aOficial <strong>de</strong> Projetos <strong>do</strong>Unicef, Iara Farias.Uma associação tãofrutífera entre umorganismo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l euma organização nãogover<strong>na</strong>mental<strong>do</strong> interiorbaiano, que atua junto auma população com índices<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento muitobaixos, é a prova viva <strong>de</strong>que a pluralida<strong>de</strong> é umcaminho importante para areversão <strong>de</strong> quadros sociais<strong>de</strong>sfavoráveis.“Aliás, esta é uma dascaracterísticas maismarcantes da ComissãoEstadual <strong>do</strong> <strong>PETI</strong>, da qualnós e o MOC fazemos parte”,acrescenta Iara. Segun<strong>do</strong>ela, quanto mais atoressociais participam, não só <strong>do</strong>sprocessos <strong>de</strong> discussão, mastambém <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir,mais chances há <strong>de</strong> que osbenefícios cheguem até quemestá <strong>na</strong> base <strong>do</strong> problema.“No caso <strong>do</strong>enfrentamento <strong>do</strong> trabalhoinfantil, não po<strong>de</strong>mosper<strong>de</strong>r a perspectiva <strong>de</strong> queo <strong>PETI</strong> é um programaemergencial que atacaape<strong>na</strong>s os efeitos. Paracombatermos as reais causas– <strong>de</strong>semprego, falta <strong>de</strong>oportunida<strong>de</strong>s para geração<strong>de</strong> renda para as famílias,ausência <strong>de</strong> uma políticapara harmonizar a vida daspopulações em suas regiões,comprometimento real <strong>do</strong>po<strong>de</strong>r público, entre outras– é preciso envolver to<strong>do</strong>sos setores da socieda<strong>de</strong> e éisso que o Unicef e o MOCtêm busca<strong>do</strong>”, fi<strong>na</strong>liza aOficial <strong>de</strong> Projetos.AGIRMUNDO3<strong>PETI</strong>Famílias organizadasjamais serão barradasComo acontece <strong>na</strong> primeira segunda-feira<strong>de</strong> cada mês, a ComissãoMunicipal das Famílias <strong>do</strong> <strong>PETI</strong>reuniu-se no dia 5 <strong>de</strong> maio. Destavez o objetivo foi discutir o futuroda comissão, que para se organizarmais ainda, criará a Associação dasFamílias <strong>do</strong> <strong>PETI</strong>.Uma outra discussão foi a paralisaçãoda Jor<strong>na</strong>da Ampliada no municípiopor falta <strong>de</strong> alimentos. Asfamílias, que têm uma gran<strong>de</strong> influênciano Programa, notaramque algumas Jor<strong>na</strong>das já começarama ter a situação regularizada eprometem acompanhar <strong>de</strong> perto oprocesso <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong>s alimentospara que este mês todas as unida<strong>de</strong>sestejam funcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong>.Alimento da almaO fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> abril foi marca<strong>do</strong> emAraci pelo I Intercambio <strong>do</strong> Baú<strong>de</strong> Leitura. O encontro aconteceuno Centro Paroquial e teveapresentações teatrais com crianças<strong>do</strong> <strong>PETI</strong>, além <strong>do</strong> Recanto<strong>do</strong>s I<strong>do</strong>sos, que mostrou a cultura<strong>do</strong> samba <strong>de</strong> roda <strong>do</strong> município.O encontro contou com cerca<strong>de</strong> cem participantes entre visitantese mora<strong>do</strong>res locais. Segun<strong>do</strong>Galba Reijane, coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>ra<strong>do</strong> Baú <strong>de</strong> Leitura no município,esse intercâmbio valeu parauma gran<strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiência<strong>de</strong> culturas locais, com a participação<strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>Teofilândia, Conceição <strong>do</strong> Coité,Barrocas e Ichú. É a arte e a leiturapara o alimento da alma.LixoO projeto <strong>de</strong> Reciclagem <strong>de</strong> Lixo,elabora<strong>do</strong> pelos monitores da Jor<strong>na</strong>da<strong>de</strong> Conceição <strong>do</strong> Coité tempor objetivo diminuir os <strong>de</strong>tritosjoga<strong>do</strong>s ao ar livre, além <strong>de</strong> sensibilizara to<strong>do</strong>s sobre a importânciada preservação <strong>do</strong> Meio ambiente.Para isto, a meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tadaserá a <strong>do</strong> projeto Conhecer,A<strong>na</strong>lisar e Transformar (CAT), emcinco níveis estratégicos: observação,pesquisa <strong>de</strong> campo, passeatas,seminários e avaliação. Espera-secomo resulta<strong>do</strong> uma novaconsciência <strong>na</strong> região.ÁguaDurante os meses <strong>de</strong> março e abril<strong>de</strong>ste ano, as Jor<strong>na</strong>das Ampliadas <strong>de</strong>44 municípios realizaram aMobilização pela Água, dan<strong>do</strong> seguimentoao trabalho inicia<strong>do</strong> em 2002.Campanhas para aquisição <strong>de</strong> filtros,preservação e captação das águas daschuvas e formas corretas <strong>de</strong>armaze<strong>na</strong>mento e tratamento daágua se transformaram em pautasconstantes no dia-a-dia <strong>de</strong> crianças,famílias, professores e monitores.Agora, é dar continuida<strong>de</strong> ao trabalho,uma vez que a água é questãovital para a nossa região.DoaçãoA agência <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong>Serrinha <strong>do</strong>ou <strong>de</strong>z filtros para a campanharealizada pelas crianças daJor<strong>na</strong>da Ampliada em prol <strong>de</strong> umaágua potável <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. EmJacobi<strong>na</strong>, a prefeitura também a<strong>do</strong>toua idéia e <strong>do</strong>ou outros 85 filtros.Bons exemplos para serem segui<strong>do</strong>s.Jor<strong>na</strong>da acompanhadaO MOC, através <strong>de</strong> convênio como Unicef, e em parceria coma Setrase prefeituras municipais, vem dan<strong>do</strong>continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong>acompanhamento mensal <strong>do</strong> trabalhopedagógico da Jor<strong>na</strong>da Ampliada.Isto acontece nos EncontrosMensais <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>res (as) eMonitores (as) da Jor<strong>na</strong>da Ampliada.Em 20<strong>03</strong>, um novo parceiro vemcolaboran<strong>do</strong> para o enriquecimento<strong>do</strong> Programa: o Instituto Regio<strong>na</strong>lda Peque<strong>na</strong> AgropecuáriaApropriada – IRPAA, <strong>de</strong> Juazeiro.Cartão-visita <strong>do</strong> PAF éinstrumento <strong>de</strong> ligaçãoUm mecanismo novo para incentivaràs famílias <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> a participaremmais da vida escolar <strong>do</strong>s filhosestá sen<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong> em Serrinha.O Projeto Agente <strong>de</strong> Família(PAF) lançou em 2002 o cartão <strong>de</strong>visitas, em que ficam registradas asvisitas das pais e <strong>de</strong>mais parentes dascrianças às jor<strong>na</strong>das. Este ano, ocartão vem trazen<strong>do</strong> inovações: ohistórico <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> em Serrinha e aassi<strong>na</strong>tura <strong>do</strong> agente <strong>do</strong> PACS. É o<strong>PETI</strong> sen<strong>do</strong> fortaleci<strong>do</strong> a cada dia<strong>na</strong> região, graças ao empenho dasparcerias e voluntários.


<strong>Bahia</strong> é mo<strong>de</strong>lo para ofuncio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> no BrasilO PequenoAexcelência da <strong>Bahia</strong> no Programa <strong>de</strong>Erradicação Trabalho Infantil (<strong>PETI</strong>) foiuma das mais importantes constatações<strong>de</strong> duas pesquisas apresentadas no Seminário <strong>de</strong>Avaliação e Perspectivas <strong>do</strong> <strong>PETI</strong>-BA, realiza<strong>do</strong> no dia24 <strong>de</strong> abril, em Salva<strong>do</strong>r. Uma das pesquisas foirealizada pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco(UFPE), sob encomenda <strong>do</strong> UNICEF.A outra, feita pelo Núcleo <strong>de</strong>Assessoria, Pesquisa ePlanejamento, foiencomendada pela FundaçãoAbrinq.O presi<strong>de</strong>nte daComissão Estadual <strong>do</strong><strong>PETI</strong> (Competi), Fre<strong>de</strong>ricoFer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s, atribui o êxito<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> à colaboração <strong>do</strong>strês níveis <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público– fe<strong>de</strong>ral, estadual emunicipal; à participação <strong>de</strong>diversas entida<strong>de</strong>s autônomas, aexemplo da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<strong>Bahia</strong> (UFBA) e <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> das Nações Unidas para aInfância (Unicef); e, principalmente, à forte atuação<strong>de</strong> representantes da socieda<strong>de</strong> civil organizada,como o Movimento <strong>de</strong> Organização Comunitária(MOC) e o Projeto Axé.Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s explica que o mo<strong>de</strong>lo baiano <strong>de</strong>ucerto porque cria mecanismos que impe<strong>de</strong>m ainterferência política <strong>na</strong> execução <strong>do</strong> Programa. “Ocritério eminentemente técnico para seleção dasfamílias beneficiadas pelo <strong>PETI</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>, a partir <strong>de</strong>uma rigorosa pesquisa realizada pela Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral da <strong>Bahia</strong>, é um exemplo <strong>de</strong>ssesmecanismos”, afirma.Devi<strong>do</strong> ao atraso <strong>do</strong>pagamento da Bolsa-Cidadã e pouca discussãosobre o <strong>PETI</strong> pelo novo governofe<strong>de</strong>ral, a socieda<strong>de</strong> civil <strong>do</strong>smunicípios das regiões <strong>do</strong> Sisal eParaguaçu da <strong>Bahia</strong> resolveramprotestar.Para isso, realizou fóruns, <strong>de</strong>bates,seminários, protestos em praça pública,<strong>do</strong>cumentos e buscou até mesmoaudiência pública com a MinistraBenedita da Silva em Brasília.Um bom exemplo aconteceu emRiachão <strong>do</strong> Jacuípe, por iniciativa <strong>do</strong>Outra importante conclusão apresentada sobre o<strong>PETI</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>: a Jor<strong>na</strong>da Ampliada – perío<strong>do</strong> emque as crianças atendidas pelo Programapermanecem <strong>na</strong> escola para evitar o retorno aotrabalho – po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> referência para o ensinoregular. Segun<strong>do</strong> o secretário executivo <strong>do</strong> MOC,Naidson Baptista, as crianças assistidas pelo <strong>PETI</strong>possuem índices mais altos <strong>de</strong> compreensão efacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrita <strong>do</strong> que as damesma faixa etáriamatriculadas <strong>na</strong>sescolas públicasmunicipais.“Tanto noNor<strong>de</strong>ste quantoem outras regiões <strong>do</strong> Brasil”, sublinha Baptista.Problemas que afetam o <strong>PETI</strong> em nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>ltambém foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pelos relatórios: evasãoescolar por causa <strong>do</strong> baixo nível <strong>do</strong> ensino; a falta <strong>de</strong>políticas públicas voltadas para garotos e garotas que<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser atendi<strong>do</strong>s pelo <strong>PETI</strong> ao completarem15 anos; a falta <strong>de</strong> articulação entre as áreas <strong>de</strong>4 GIR MUNDOAeducação, saú<strong>de</strong> e assistência social, além da<strong>de</strong>ficiência <strong>na</strong>s ações para geração <strong>de</strong> emprego erenda para as famílias das crianças.Sobre a <strong>de</strong>núncia veiculada <strong>na</strong> TV, no <strong>Jor<strong>na</strong>l</strong>Nacio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong> que o governo fe<strong>de</strong>ral não estariarepassan<strong>do</strong> verbas para o <strong>PETI</strong>, Fre<strong>de</strong>rico Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>sexplicou que, <strong>do</strong>s 93 municípios atendi<strong>do</strong>s peloprograma <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>, 64 fazem gestão própria <strong>do</strong>srecursos e vêm receben<strong>do</strong> a verba regularmente. “Sealgum <strong>de</strong>sses não recebeu é porque tem algumapendência, não obteve a Certidão Negativa <strong>de</strong>Débito junto ao INSS e, sem a certidão, oministério não repassa a verba”, explica opresi<strong>de</strong>nte da Competi. Quanto aos municípioscuja verba <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> é gerida pelo governoestadual, cerca <strong>de</strong> 31% <strong>do</strong> total, Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>sacrescentou que somente <strong>na</strong> última sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>abril o governo fe<strong>de</strong>ral havia repassa<strong>do</strong> orecurso para o esta<strong>do</strong>, para regularizar a situação.Mesmo com as dificulda<strong>de</strong>s que o programavem enfrentan<strong>do</strong>, os bons resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s <strong>na</strong><strong>Bahia</strong> têm trabalha<strong>do</strong> para garantir a manutenção<strong>do</strong> Programa. O coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> Unicef para a <strong>Bahia</strong>e Sergipe, Ruy Pavan, explica que a função daentida<strong>de</strong> é levar ao governo elementos para que sepossa comprovar os benefícios <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> em umaanálise isenta, mostran<strong>do</strong> com pesquisas além <strong>do</strong>sucesso alcança<strong>do</strong>, os pontos que precisam sermelhora<strong>do</strong>s.“Estamos tentan<strong>do</strong> manter um diálogopermanente, através <strong>do</strong> Fórum Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil, com a ajuda <strong>do</strong>snossos parceiros e <strong>de</strong>mais segmentos que tratam daquestão. O objetivo é fazer uma avaliação justa.Agora nós temos pesquisas para provar estes aspectospositivos e a idéia é não parar”, incentiva Pavan.Mobilização civil chega até a MinistraSindicato <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Rurais(STR), as monitoras Eliene Neri eClenil<strong>de</strong>s Sampaio, da Jor<strong>na</strong>daAmpliada <strong>do</strong> Distrito <strong>de</strong> Barreiros, a40 km da se<strong>de</strong>, organizaram umabaixo-assi<strong>na</strong><strong>do</strong> com as famílias <strong>do</strong><strong>PETI</strong>, para reivindicar a continuação<strong>do</strong> Programa. O <strong>do</strong>cumento foienvia<strong>do</strong> ao sindicato, que junto aoutras entida<strong>de</strong>s participou daaudiência pública em Brasília.Em meio a toda pressão realizadapelas famílias e segmentos sociais da<strong>Bahia</strong>, Nelma <strong>de</strong> Azere<strong>do</strong>, Secretária<strong>do</strong> Ministério da Assistência eNaidison Batista (MOC),Fre<strong>de</strong>rico Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s (Setras) eIara Farias (Unicef): o <strong>PETI</strong>da <strong>Bahia</strong> segue em sua lutaPromoção Social <strong>do</strong> Governo Lula,garantiu, através <strong>de</strong> uma reportagemveiculada <strong>na</strong>s rádios comunitárias daRegião Sisaleira, a continuação <strong>do</strong><strong>PETI</strong> e uma maior atenção àsfamílias que ainda não fazem parte<strong>do</strong>s programas.“Gostaria <strong>de</strong> tranqüilizar apopulação <strong>de</strong> maneira geral, masmuito especial a esse segmentobeneficia<strong>do</strong> pelo <strong>PETI</strong>. Nósreconhecemos a sua importância epo<strong>de</strong>mos garantir que terápermanência em 20<strong>03</strong>”, disse Nelma.Segun<strong>do</strong> ela, a idéia é implantarNúcleos <strong>de</strong> Atendimento à Família,que irão inscrever prioritariamente asjá beneficiadas pelo <strong>PETI</strong>, para quepossam, além <strong>do</strong> apoio que já vêmreceben<strong>do</strong>, participar <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> renda, com cursosprofissio<strong>na</strong>lizantes, assessoria técnicae programas <strong>de</strong> crédito popular.Avaliação da Setras mostra que,com o <strong>PETI</strong>, houve uma redução <strong>de</strong>74% no índice <strong>de</strong> evasão escolar,redução no índice <strong>de</strong> repetência emelhora, em quase to<strong>do</strong>s os municípiosatendi<strong>do</strong>s, <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler,escrever e interpretar das crianças.15 regiões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da <strong>Bahia</strong>, 14Das 15região <strong>de</strong> Irecê.20<strong>03</strong>Números os <strong>do</strong> PetietiApós um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>incertezas em relaçãoao futuro <strong>do</strong> Programa, a atuação emparceria <strong>de</strong> diversas entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>civil organizada – sindicatos, igrejas,associações, ONGs – conseguiu uma audiênciacom a Ministra da Assistência e PromoçãoSocial, Benedita da Silva, no dia 10 <strong>de</strong> abril, <strong>na</strong>qual ela assegurou a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> programacom algumas mudanças.Segun<strong>do</strong> José Paulo Crisóstomo, técnico <strong>do</strong>MOC, o foco agora passa a ser <strong>na</strong> família: “Sem aestruturação da família, a bolsa não vai resolver.A família vai ficar sempre <strong>na</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>bolsas e mais bolsas”.Teo<strong>do</strong>miro Paulo, <strong>do</strong> sindicato <strong>de</strong> Riachão <strong>do</strong>Jacuípe, conta que a audiência com a ministrafoi conseguida um mês após uma reunião em14 são atendidas pelo <strong>PETI</strong>. Falta aO <strong>PETI</strong>, em 20<strong>03</strong>, está no Ministério da Assistência e Promoção Social,cria<strong>do</strong> no governo Lula e que tem à frente a Ministra Benedita da Silva. OPrograma foi cria<strong>do</strong> no primeiro mandato <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte Fer<strong>na</strong>n<strong>do</strong>Henrique Car<strong>do</strong>so e era gerencia<strong>do</strong> pela Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da AssistênciaSocial no Ministério da Previdência Social.Levantamento <strong>do</strong> IBGE mostra queda da exploração da mão <strong>de</strong> obrainfantil em to<strong>do</strong> país. Em 1991, eram 8,4 milhões <strong>de</strong> crianças ea<strong>do</strong>lescentes trabalhan<strong>do</strong>. Em 1999, foram registra<strong>do</strong>s 6,7 milhões. Em2002, o número caiu para 5,4 milhões. A <strong>Bahia</strong> é o 5º esta<strong>do</strong> brasileiroon<strong>de</strong> há mais crianças trabalhan<strong>do</strong>.O <strong>PETI</strong> assiste 970 mil crianças em to<strong>do</strong> o Brasil. Na <strong>Bahia</strong> são 117,8mil crianças entre 7 e 15 anos, nos 93 municípios da <strong>Bahia</strong> assisti<strong>do</strong>spelo programa – trata-se da segunda maior meta <strong>do</strong> país, fican<strong>do</strong> somenteatrás da <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco que assiste a quase 121 mil crianças.130No Plano Plurianual da União foi <strong>de</strong>finida a expansão <strong>de</strong> 130 mil criançasassistidas pelo <strong>PETI</strong>. Estas metas foram ultrapassadas, embora não tenhamsi<strong>do</strong> incorporadas novas crianças durante os anos <strong>de</strong> 2001 e 2002. Naelaboração <strong>do</strong> PPA <strong>do</strong> governo Lula, a previsão é <strong>de</strong> criar uma meta <strong>de</strong>expansão <strong>de</strong> 35 mil crianças a cada ano.20<strong>03</strong>Não há perspectivas <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> metas para 20<strong>03</strong>, porque oorçamento que estava elabora<strong>do</strong> em 2002 para 20<strong>03</strong> – ainda no governoFer<strong>na</strong>n<strong>do</strong> Henrique – não previa a expansão. Os representantes <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> <strong>na</strong><strong>Bahia</strong> estão pleitean<strong>do</strong> junto ao Ministério da Assistência e PromoçãoSocial a inclusão no orçamento para a expansão em 20<strong>04</strong>.Valente, quan<strong>do</strong> todas as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cidirampressio<strong>na</strong>r politicamente o Ministério através <strong>de</strong>envios <strong>de</strong> fax e correspondências. “Ficouacerta<strong>do</strong> que teríamos um encontro <strong>de</strong> meiahora com a ministra Benedita da Silva, emBrasília, e ela fi<strong>na</strong>lmente nos recebeu. Naverda<strong>de</strong>, ficamos cerca <strong>de</strong> uma hora e meia comela, <strong>de</strong>baten<strong>do</strong> questões e requisitan<strong>do</strong>mudanças. Saímos com a garantia <strong>de</strong> que oprograma continuaria sem perdas para asocieda<strong>de</strong>”, comemora Teo<strong>do</strong>miro.Esta aproximação da socieda<strong>de</strong> civil com opo<strong>de</strong>r público é, para Renival<strong>do</strong> MirandaCarneiro, <strong>do</strong> Grupo Gestor <strong>do</strong> município <strong>de</strong>Riachão <strong>do</strong> Jacuípe, o principal diferencial <strong>do</strong><strong>PETI</strong>, possibilitan<strong>do</strong> o diálogo da socieda<strong>de</strong>organizada com o governo em suas várias esferas.Na <strong>Bahia</strong>, como há um relativo nível <strong>de</strong>AGIRMUNDOGeração <strong>de</strong> empregegoe renda é o gran<strong>de</strong><strong>de</strong>safio a enfrentarentarComo a questão maisprejudicada com asmudanças no <strong>PETI</strong> é aque diz respeito às ações <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> emprego e renda paraas famílias atendidas peloPrograma, os atores sociaisenvolvi<strong>do</strong>s com o <strong>PETI</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>mobilizam-se para apresentarpropostas <strong>de</strong> ação. Entre as linhasdiscutidas no Seminário <strong>de</strong>Avaliação e Perspectivas <strong>do</strong> <strong>PETI</strong>-BA, para dar conta da dificulda<strong>de</strong>referente a questão da geração <strong>de</strong>renda, que serão encaminhadas àministra e sua equipe, a mais fortefoi a <strong>de</strong> voltar a atenção para oPrograma <strong>de</strong> Fortalecimento daAgricultura Familiar – Pro<strong>na</strong>f,trabalhan<strong>do</strong> com a experiênciaconseguida no Projeto Prosperar.Além disso, o técnico <strong>do</strong> MOCJosé Paulo Crisóstomo explicou queas entida<strong>de</strong>s realizam cada vezmais pressão reivindican<strong>do</strong> <strong>do</strong>governo uma posição sobre aquestão <strong>do</strong> acesso a terra. É porisso que <strong>na</strong> visão <strong>de</strong> Jaime FelipeLi<strong>de</strong>ranças comunitárias dão apoio elegitimida<strong>de</strong> a to<strong>do</strong> o processo5<strong>do</strong>s Santos, coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> grupogestor <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Santa Luz,o maior <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>PETI</strong> agora ébuscar a integração entre os atores<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, emprego, renda eeducação. Porque os problemas daseca com a falta <strong>de</strong> apoio excluemos mora<strong>do</strong>res daquela região daação <strong>de</strong> cidadania. O objetivo é ain<strong>de</strong>pendência da região: “Falta oaproveitamento <strong>do</strong>s recursos<strong>na</strong>turais que existem <strong>na</strong> nossaregião. Um exemplo, no caso <strong>do</strong>nosso município, é o Rio Itapicuru.Des<strong>de</strong> que eu <strong>na</strong>sci ele esta lá, <strong>do</strong>mesmo jeito. As pessoas quetrabalham <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição das linhas<strong>do</strong> Programa têm que pensar nisso.Os garimpeiros estão <strong>de</strong>vastan<strong>do</strong> orio com o mercúrio e o recurso<strong>na</strong>tural não é aproveita<strong>do</strong>. Semuma política a<strong>de</strong>quada parageração <strong>de</strong> emprego e renda, <strong>de</strong>forma integrada e sustentável, ficaimpossível garantir o sucesso pleno<strong>do</strong> <strong>PETI</strong> e ainda corremos o risco<strong>de</strong> ver a <strong>na</strong>tureza mal aproveitadae <strong>de</strong>vastada”, <strong>de</strong>sabafa.amadurecimentodasinstituiçõescivis, esteprocesso estáadianta<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> ele,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> aimplantação <strong>do</strong><strong>PETI</strong>, em 1997, avida das criançasmu<strong>do</strong>u com o reforçoTeo<strong>do</strong>miro Paulo, <strong>de</strong>escolar e a alimentação, aRiachão: perseverançaeconomia da sua regiãomelhorou com a bolsa, mas, <strong>de</strong>staca, “a principalmudança foi a noção <strong>de</strong> cidadania que começa aganhar senti<strong>do</strong> para pessoas que antes nãoconheciam o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta palavra”.


~~Educação rural,caminho direto à cidadaniaOs projetos Baú <strong>de</strong> Leitura e Conhecer,A<strong>na</strong>lisar e Transformar (CAT) trouxeram umanova alter<strong>na</strong>tiva <strong>na</strong> dimensão da educaçãoprimária e rural. “O Baú <strong>de</strong> Leitura viabiliza ummelhor <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>escrita, tanto <strong>do</strong>educa<strong>do</strong>r quanto dascrianças e amplia adimensão artística,através <strong>do</strong> trabalho commúltiplas linguagens,<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> umadimensão social que é aleitura prazerosa para oexercício da cidadania”,afirma Jussara Secondino,coor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>ra pedagógica<strong>do</strong> Projeto.O Baú <strong>de</strong> Leitura fazsucesso “porque incentiva a leitura, é umachave para o conhecimento”, diz Edval<strong>do</strong>Nascimento, 15 anos, estudante da Jor<strong>na</strong>daAmpliada em Valente. Sobre as mudanças queo projeto trouxe para a vida escolar <strong>de</strong>le,Edival<strong>do</strong> garante que “antes eu tinha receio <strong>de</strong>DICAS DE LEITURADICAS DE LEITURASerafi<strong>na</strong> e a Criançaque TrabalhaSerafi<strong>na</strong> é uma meni<strong>na</strong> muitointeligente. A partir <strong>de</strong> umtrabalho feito pela professora <strong>de</strong>la<strong>na</strong> escola, bota a boca nomun<strong>do</strong>: muitas crianças, noBrasil e em várias partes <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, estão per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ainfância e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terum futuro melhor porque estãosen<strong>do</strong> exploradas para otrabalho.Trafegan<strong>do</strong> entre o real e oimaginário, as autoras partem <strong>de</strong>uma linguagem e <strong>do</strong> raciocíniopróprio das crianças paraesquadrinhar o universo daexploração <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obrainfantil no Brasil. Do sisal nointerior da <strong>Bahia</strong> aos pólos <strong>de</strong>fabricação <strong>de</strong> calça<strong>do</strong>s em SãoFoto / divulgaçãoEducar dá trabalho, mas vale a pe<strong>na</strong>apresentar, <strong>de</strong> fazer o que eu gostava. Agoranão, eu já <strong>de</strong>sempenho um bom papel”. A linha<strong>de</strong> ação <strong>do</strong> projeto investe <strong>na</strong> família comoelemento essencial <strong>na</strong> educação. Por isso,convida pais<strong>de</strong> alunosdas Jor<strong>na</strong>dasparacontaremhistóriaspara ascrianças,fato queagrada àcomunida<strong>de</strong>e toda acriançada.Já noCAT, aescola se alia ao <strong>PETI</strong> <strong>na</strong> tentativa <strong>de</strong> construiruma educação melhor para to<strong>do</strong>s. “O professortrabalha em parceria com o monitor,comunida<strong>de</strong>, orienta<strong>do</strong>res sociais, agentes <strong>de</strong>família e ainda <strong>de</strong>bate questões que busquem o<strong>de</strong>senvolvimento local sustentável”, afirma aPaulo, passan<strong>do</strong> pelas carvoarias,comércio ambulante e pedreiras,Serafi<strong>na</strong> vai convidan<strong>do</strong> o leitor acompartilhar da sua perplexida<strong>de</strong> eindig<strong>na</strong>ção, propon<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong>correnteparaenfrentaroproblema.Comilustraçõescriativasecoloridas,além <strong>de</strong>fotos <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>real <strong>do</strong>trabalho infantil, no Brasil e emdiversos países, o livro foipremia<strong>do</strong> e chama a atenção6 GIR MUNDOApela qualida<strong>de</strong> editorial.Título: Serafi<strong>na</strong> e a Criança queTrabalhaAutoras: Cristi<strong>na</strong> Porto e Jô Azeve<strong>do</strong>Editora: ÁticaO Friopo<strong>de</strong> Ser QuenteA partir <strong>de</strong> exemplos <strong>do</strong>cotidiano, este livro mostra quetu<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ter diferentes<strong>de</strong>finições, que o ângulo daverda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> mudar a to<strong>do</strong>instante, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> mo<strong>do</strong>que a gente vê.Um trabalho singelo, indica<strong>do</strong>para leitores <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s,por mostrar, a partir <strong>do</strong> dia-a-dia<strong>de</strong> pessoas comuns, a profun<strong>de</strong>zada dialética existencial, umconvite à reflexão sobre o certo e ocoor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>ra <strong>do</strong> projeto, Joelma Oliveira.“Como resulta<strong>do</strong> disso, a integração entreprofessores, alunos e escolas já se faz notar, alémda aprendizagem <strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s ter aumenta<strong>do</strong>gradativamente”, observa.A professora Maria <strong>do</strong> Carmo, <strong>do</strong> município<strong>de</strong> Capim Grosso, conta que “a monitora estásempre procuran<strong>do</strong> saber qual o assunto quenós estamos trabalhan<strong>do</strong> para po<strong>de</strong>r trabalhá-lotambém <strong>na</strong> Jor<strong>na</strong>da Ampliada”.São <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s projetos que têm tu<strong>do</strong> paramudar a história da educação da região e da<strong>Bahia</strong>. Apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong> este potencial e <strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>s nota<strong>do</strong>s, também há dificulda<strong>de</strong>s. O<strong>de</strong>sinteresse <strong>de</strong> alguns profissio<strong>na</strong>is da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ensino, problemas <strong>de</strong> relações entre monitores eprofessores, baús <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong>s por questõesestruturais e fi<strong>na</strong>nceiras são alguns <strong>do</strong>sproblemas ainda presentes em algunsmunicípios. Entraves que surgem no dia-a-dia eque têm inviabiliza<strong>do</strong> o bom andamento <strong>do</strong> Baú<strong>de</strong> Leitura e <strong>do</strong> CAT <strong>na</strong> construção daeducação <strong>de</strong>sejada por to<strong>do</strong>s.Educar dá trabalho, mas é um exercício quevale a pe<strong>na</strong>. Então, vamos à luta!erra<strong>do</strong>, o estabeleci<strong>do</strong> e o novo,numa visão que busca <strong>de</strong>sfazer aformação <strong>do</strong>s preconceitos.Tu<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser ou não ser...Título: O Frio Po<strong>de</strong> Ser QuenteAutora: Jandira MasurEditora: ÁticaDICAS DE LEITURA* Os livros aqui indica<strong>do</strong>s fazem parte <strong>do</strong>acervo <strong>do</strong> Projeto Baú <strong>de</strong> Leitura – Unicef/MOC/PMS. Para encontrá-los basta contatar oDICAS DEcoor<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>do</strong>rLEITURA<strong>do</strong> projeto no seu município.O Projeto Prosperar estápresente em 31 municípios e temcomo principal característicaaten<strong>de</strong>r às famílias atendidaspelo <strong>PETI</strong>. Já forambeneficiadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>2001, 2.390 famílias, em 82comunida<strong>de</strong>s. Para este ano,mesmo com a mudança <strong>do</strong>panorama da gestão fe<strong>de</strong>ral eestadual, o Projeto continuafirme e entra numa nova fase:está prevista a inclusão <strong>de</strong> mais2.216 famílias, em 81comunida<strong>de</strong>s.As linhas <strong>de</strong> crédito são obtidasatravés <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> interesse quequerem criar caprinos, ovinos egalinhas caipiras. A partir daícomeça o processo <strong>de</strong>planejamento da proprieda<strong>de</strong>, atéa liberação <strong>do</strong> recurso paraProsperar entra em nova faseaplicação no <strong>de</strong>senvolvimento dasativida<strong>de</strong>s, tu<strong>do</strong> sob a assistênciatécnica e monitoramento <strong>do</strong>stécnicos <strong>do</strong> MOC. Além disso, éimportante ressaltar que o Projetotrabalha com duas linhas <strong>de</strong>crédito específicas – Agrícolas eNão-agrícolas.A primeira privilegia os produtos<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> própriaproprieda<strong>de</strong>, enquanto a outraaten<strong>de</strong> a grupos que trabalham comprodutos vin<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outras áreas. Umbom exemplo da linha Não-agrícolaé o Tempero Prosperar, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>por famílias <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Bastião, em Retirolândia, mas quetem os produtos que complementama produção chegan<strong>do</strong> <strong>de</strong> outrasproprieda<strong>de</strong>s.Uma das mais importantesiniciativas da segunda etapa <strong>do</strong>Cria<strong>do</strong> fórum baiano paraa erradicação <strong>do</strong> trabalho infantilA Criação <strong>do</strong> Fórum <strong>Bahia</strong>no <strong>de</strong> Erradicação <strong>do</strong>Trabalho Infantil foi proposta pelo Ministériopúblico no encontro realiza<strong>do</strong> no dia 10 <strong>de</strong> abril, <strong>na</strong>Procura<strong>do</strong>ria Regio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> Trabalho, em Salva<strong>do</strong>r,media<strong>do</strong> pelo Procura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Ministério Público,Hel<strong>de</strong>r Amorim. A idéia é a criação <strong>de</strong> um campo<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates para obter resulta<strong>do</strong>s práticosconsistentes no senti<strong>do</strong> <strong>na</strong> erradicação <strong>do</strong> trabalhoinfantil e <strong>na</strong> proteção <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>lescente. Confira um bate-papo como procura<strong>do</strong>r Hel<strong>de</strong>r Amorim.P - Como o Fórumpreten<strong>de</strong> se articular com o<strong>PETI</strong>?R - De formaharmoniosa. O <strong>PETI</strong> temín<strong>do</strong>le gover<strong>na</strong>mentalembora hoje não seja maisum programaassistencialista, por que acoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> <strong>na</strong><strong>Bahia</strong>, inclusive <strong>de</strong> formamuito bem sucedida, tem consegui<strong>do</strong> integrar o<strong>PETI</strong> a outros projetos e programas superan<strong>do</strong> afase assistencialista <strong>do</strong> <strong>PETI</strong> para hoje ele seconsolidar como um Programa <strong>de</strong> integração dasocieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> governo. Mas o <strong>PETI</strong> é umPrograma especifico e enten<strong>de</strong>mos que o fórumHel<strong>de</strong>r Amorim: “<strong>PETI</strong> exige uma boa articulação”AGIRMUNDOProjeto é a plantação <strong>de</strong> cogumelosno assentamento Nova Palmares,que trará mais uma novaperspectiva <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> rendapara as famílias que moram <strong>na</strong>comunida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> envolver umeixo importante <strong>do</strong>Desenvolvimento LocalSustentável, que já vem sen<strong>do</strong>executa<strong>do</strong> pelo Projeto Vida Nova.Este projeto, entre outrasativida<strong>de</strong>s, atua <strong>na</strong> perspectiva <strong>de</strong>geração <strong>de</strong>emprego erenda paraassentamentos<strong>de</strong> terra.É issoaí, vamostorcer paraque a fase<strong>do</strong> Projetoprecisa ser um espaço mais aberto e mais amplopara a discussão <strong>de</strong> muitos outros temas, como aquestão da exploração sexual infanto-juvenil, aquestão <strong>do</strong> trabalho infantil <strong>do</strong>méstico, aquestão <strong>do</strong> trabalho infanto-juvenil <strong>na</strong>s ruas,não só sob o vinculo empregatício formal, mastambém informa. Enfim, sob to<strong>do</strong>s os aspectos.Inclusive volta<strong>do</strong> para discutir políticaspublicas para influencias asassembléias no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> exigir ocomprimento <strong>do</strong> Principioconstitucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> darpriorida<strong>de</strong> absoluta acriança e oa<strong>do</strong>lescente. Ocampo <strong>de</strong> atuação<strong>do</strong> Fórum é muitomais amplo. Atéporque as questõestécnicas relativas ao<strong>PETI</strong> têm se<strong>de</strong>própria <strong>de</strong> discussãoque é a COM<strong>PETI</strong>.P - Na sua fala, o senhor disse que o trabalhoinfantil não po<strong>de</strong> ser combati<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s comrepressão. Quais são as melhores estratégiasentão para combatê-lo?R - As articulações <strong>de</strong> união das atuaçõesrepressivas com entida<strong>de</strong>s que possam <strong>de</strong>senvolver7Tempero Prosperar:idéia que <strong>de</strong>u certoque se inicia possa trazer muitasconquistas e <strong>de</strong>senvolvimentopara os 14 novos municípiosincluí<strong>do</strong>s. Com a disposição jáobservada <strong>na</strong> primeira fase ficaum belo indicativo <strong>de</strong> que esta éuma ação que tem tu<strong>do</strong> para...prosperar!!!programas. Não só programas assistenciais e <strong>de</strong>atuação da socieda<strong>de</strong> e governo, mas programas<strong>de</strong> proteção da cidadania das crianças. Aerradicação <strong>do</strong> trabalho infantil não se <strong>de</strong>u aindapela falta <strong>do</strong> cumprimento das normas jurídicas.Nós temos toda uma malha <strong>de</strong> políticas protetorasda criança e <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente. Precisamos implantara noção <strong>de</strong> cidadania <strong>na</strong> cabeça das pessoas,implantar a idéia <strong>do</strong> mal que o trabalho infantilrepresenta <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>. Isso é fundamental paracombatê-lo através <strong>de</strong> ações integradas.P- O sr. consi<strong>de</strong>ra que existe uma<strong>de</strong>sarticulação das políticas voltadas para aerradicação <strong>do</strong> trabalho infantil?R - Sim. Hoje há uma fragmentação <strong>de</strong>atribuições, já que várias instituições têm papéisafins ao tema, mas não trabalham <strong>de</strong> formacoor<strong>de</strong><strong>na</strong>da e por isso não se fortalecem nemencontram um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> atuação capaz <strong>de</strong>enfrentar o problema que é grandioso. O tamanho<strong>do</strong> <strong>PETI</strong> exige uma articulação <strong>na</strong> mesma medidapara que a resistência ao trabalho infantil sejacompatível com a amplitu<strong>de</strong> da agressão socialque representa o trabalho infantil. Nós estamospropon<strong>do</strong> o Fórum para que se consoli<strong>de</strong> um grupoforte, coeso, articula<strong>do</strong> e forma<strong>do</strong> pelos maisdiversos segmentos da socieda<strong>de</strong>, articula<strong>do</strong>s eprontos para trabalhar pelo fim da exploração damão <strong>de</strong> obra infanto-juvenil.

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