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Tese de Doutoramento - Centro de Engenharia e Tecnologia Naval

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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOAINSTITUTO SUPERIOR TÉCNICORESISTÊNCIA ÚLTIMA DE ESTRUTURAS DE NAVIOSSOB FLEXÃOJosé Manuel Antunes Men<strong>de</strong>s GordoMestre em <strong>Engenharia</strong> <strong>Naval</strong>Dissertação para o Grau <strong>de</strong> Doutor em <strong>Engenharia</strong> <strong>Naval</strong>Orientador: Doutor Carlos António Pancada Gue<strong>de</strong>s SoaresJúri:Presi<strong>de</strong>nte: Reitor da Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> LisboaVogais:Doutor Raimundo Moreno DelgadoDoutor Manuel Américo <strong>de</strong> Jesus Gonçalves da SilvaDoutor António Ressano Garcia LamasDoutor Carlos António Pancada Gue<strong>de</strong>s SoaresDoutor Dinar Reis Zamith CamotimDoutor João Evangelista Barradas CardosoDoutor Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas ProençaJaneiro <strong>de</strong> 2002


Título:Nome:Resistência Última <strong>de</strong> Estruturas <strong>de</strong> Navios sob FlexãoJosé Manuel Antunes Men<strong>de</strong>s Gordo<strong>Doutoramento</strong> em <strong>Engenharia</strong> <strong>Naval</strong>Orientador:Doutor Carlos António Pancada Gue<strong>de</strong>s Soares, ProfessorCatedrático do Instituto Superior Técnico da Universida<strong>de</strong>Técnica <strong>de</strong> LisboaResumoO objectivo <strong>de</strong>sta dissertação é o aperfeiçoamento <strong>de</strong> um método <strong>de</strong>previsão da resistência do casco <strong>de</strong> navios sob a acção <strong>de</strong> momentos flectores, osquais constituem um dos esforços primários mais importantes a que estão sujeitasa estruturas navais. Para isso <strong>de</strong>senvolveu-se um estudo do comportamento doscomponentes fundamentais que constituem o casco, com especial realce para oselementos <strong>de</strong> placa sujeitos a compressão. Investigou-se a influência dosparâmetros mais importantes na caracterização da resistência <strong>de</strong>sses elementos,dando-se especial ênfase às condições fronteira, à importância do modo dasimperfeições iniciais e às tensões residuais. A utilização <strong>de</strong> materiais comdiferentes proprieda<strong>de</strong>s mecânicas ou <strong>de</strong> diferentes perfis <strong>de</strong> reforço e o seuimpacto no comportamento mecânico das placas reforçadas sujeitas ainstabilida<strong>de</strong> elasto-plástica por compressão foram também estudados. Proce<strong>de</strong>useainda à integração dos resultados obtidos no estudo das placas no método <strong>de</strong>previsão <strong>de</strong> resistência das placas reforçadas.O estudo <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas características <strong>de</strong> cascos <strong>de</strong> naviosconcretizou-se através do projecto e execução <strong>de</strong> cinco ensaios em estruturas emcaixão as quais foram submetidas a flexão pura até ao colapso total. Ocomportamento <strong>de</strong>ssas estruturas é comparado com o método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência longitudinal proposto.Palavras-chave: ensaios <strong>de</strong> estruturas em caixão, imperfeições iniciais, momentoúltimo, resistência longitudinal <strong>de</strong> navios, resistência última <strong>de</strong>placas, tensões residuais.III


Title: Ultimate strength of ship’s structures un<strong>de</strong>r pure bendingAbstractThe objective of this thesis is to <strong>de</strong>velop a method for the evaluation of thebehaviour of ship’s strutures un<strong>de</strong>r bending moments, which inclu<strong>de</strong>s not onlythe estimation of the ultimate moment support by the ship but also the pre andpost collapse behaviour.The compression of plate elements is treated with special attention and<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nce of the ultimate strength on the boundary conditions, slen<strong>de</strong>rness,aspect ratio, initial imperfections and residual stresses is investigated. Regardingto stiffened plates un<strong>de</strong>r compression, the influence of different materialproperties in the plate and stiffener and different geometry of the stiffener isinvestigated. The results of the work on plates is also incorporated in the methodof evaluation of the behaviour of stiffened plates.Five experiments on box gir<strong>de</strong>rs un<strong>de</strong>r pure bending moments have beendone in or<strong>de</strong>r to validated the method. Also they allow the study of residual stressrelief and residual strength after collapse. These box gir<strong>de</strong>rs have a geometry oftypical ship’s hulls so they may be taken as representative of them.Key-words: Box-gir<strong>de</strong>r tests, initial imperfections, longitudinal strength of ships,residual stresses, ultimate bending moment, ultimate strength ofplates.V


Agra<strong>de</strong>cimentosA conclusão <strong>de</strong>sta dissertação só foi possível graças à contribuição e apoio<strong>de</strong> diversas pessoas e entida<strong>de</strong>s.Gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer ao Prof. Carlos Gue<strong>de</strong>s Soares pela supervisão eforma cuidadosa como reviu esta dissertação.O apoio financeiro da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e <strong>Tecnologia</strong> <strong>Naval</strong> e doArsenal do Alfeite foi essencial à execução da parte experimental <strong>de</strong>stadissertação. O empenhamento dos responsáveis pelo Laboratório <strong>de</strong> Estruturas doDepartamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil do Instituto Superior Técnico, nas pessoas doProf. Jorge Proença e do sr. Fernando Alves, que em muito contribuíram para quea instrumentação e aquisição <strong>de</strong> dados fosse um sucesso. O trabalho <strong>de</strong>dicado einteressado dos alunos finalistas Alexandre Fonseca e Sandra Ralheta nainstalação dos numerosos transdutores e acompanhamento <strong>de</strong> toda a parteexperimental constituiu uma ajuda preciosa.Gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer em especial a todas as pessoas amigas que seinteressaram pela evolução e conclusão <strong>de</strong>ste trabalho, que me incentivaram nasmais diversas formas a conclui-lo, e que constituíram a fonte e motivaçãocircunstancial para a apresentação em tempo <strong>de</strong>sta dissertação. Incluo entre elas,naturalmente, os meus dois filhos Rita e Bernardo que apesar da tenra ida<strong>de</strong>,foram inexcedíveis no apoio e compreensão da importância <strong>de</strong>ste trabalho. Aosdois <strong>de</strong>dico esta dissertação.VII


VIII


Índice <strong>de</strong> MatériasÍndice <strong>de</strong> MatériasCapítulo 1 Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Navios.................................................... 11.1 Introdução............................................................................................... 11.2 Evolução do estudo da resistência longitudinal do navio ............... 51.3 Métodos existentes................................................................................. 71.3.1 Métodos directos...................................................................... 71.3.2 Métodos <strong>de</strong> colapso progressivo ........................................... 91.4 Resultados experimentais ..................................................................... 141.5 Objectivos e organização da dissertação ............................................ 14Capítulo 2 Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas ..................................................... 192.1 Resenha histórica ................................................................................... 192.1.1 Trabalhos experimentais......................................................... 212.2 Resistência limite e esbeltez da placa.................................................. 222.3 Condições fronteira e constrangimento dos bordos da placa ......... 262.3.1 Acção das balizas nas condições fronteira ........................... 272.3.2 Grau <strong>de</strong> constrangimento ....................................................... 282.3.3 Análise <strong>de</strong>talhada dos resultados.......................................... 342.4 Efeito das imperfeições geométricas iniciais...................................... 412.4.1 Amplitu<strong>de</strong> das distorções....................................................... 432.4.2 Quantificação das variações na resistência .......................... 452.5 Razão <strong>de</strong> dimensões. ............................................................................. 612.5.1 Dependência do modo das imperfeições iniciais................ 622.5.2 Resistência última <strong>de</strong> placas restringidas............................. 692.5.3 Comparação com as placas quadradas................................. 712.5.4 Razão <strong>de</strong> dimensões e a teoria elástica <strong>de</strong> placas................ 742.5.5 Gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações.............................................................. 772.6 Tensões residuais. .................................................................................. 822.6.1 Resistência máxima ................................................................. 822.6.2 Alívio <strong>de</strong> tensões residuais..................................................... 942.7 Curvas tensão extensão......................................................................... 962.7.1 Largura efectiva e tensão média ............................................ 100IX


Índice <strong>de</strong> Matérias2.7.2 Comparação entre as curvas aproximadas e os elementosfinitos..........................................................................................1012.8 Consi<strong>de</strong>rações Finais..............................................................................106Capítulo 3 Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas ........................................................1093.1 Resenha histórica ....................................................................................1093.2 Estudos preliminar sobre a resistência transversal última...............1133.3 Estimativa da Resistência Última .........................................................1143.3.1 Sobre <strong>de</strong>sacoplamento entre a esbelteza e a razão <strong>de</strong>dimensões ..................................................................................1183.4 Tensão longitudinal induzida pela compressão transversal............1193.5 Curvas tensão extensão médias............................................................1223.6 Influência das imperfeições geométricas iniciais...............................1273.6.1 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2 ........................................................1283.6.2 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2,5 .....................................................1343.6.3 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=3 ........................................................1393.6.4 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=4 ........................................................1433.6.5 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=5 ........................................................1473.7 Consi<strong>de</strong>rações Finais..............................................................................149Capítulo 4 Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas..........................................................1514.1 Estado da Arte.........................................................................................1514.1.1 Métodos analíticos....................................................................1534.1.2 Métodos computacionais.........................................................1554.1.3 Resultados experimentais........................................................1564.2 Desempenho dos métodos <strong>de</strong> projecto................................................1594.2.1 Método <strong>de</strong> Faulkner .................................................................1604.2.2 Formulação <strong>de</strong> Perry -Robertson ...........................................1644.2.3 Método da ABS .........................................................................1664.2.4 Instabilida<strong>de</strong> dos reforços .......................................................1694.2.5 Calibração com os testes..........................................................1724.2.6 Pressão lateral e compressão...................................................1834.3 Estudo Sistemático..................................................................................189X


Índice <strong>de</strong> Matérias4.3.1 Condições <strong>de</strong> fronteira dos mo<strong>de</strong>los..................................... 1894.3.2 Caracterização geométrica...................................................... 1904.3.3 Descrição das proprieda<strong>de</strong>s do material.............................. 1914.3.4 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> elementos finitos e resultados numéricos ........ 1924.4 Representativida<strong>de</strong> do mo<strong>de</strong>lo e consequências do multivão ........ 2054.5 Efeito da geometria e das tensões residuais na resistência.............. 2104.5.1 Breve <strong>de</strong>scrição do método .................................................... 2114.5.2 Caracterização dos mo<strong>de</strong>los................................................... 2124.5.3 Resistência <strong>de</strong> painéis pelo método aproximado................ 2154.6 Consi<strong>de</strong>rações finais .............................................................................. 221Capítulo 5 Método <strong>de</strong> Previsão <strong>de</strong> Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Navios .......... 2255.1 Conceitos básicos utilizados................................................................. 2255.2 Descrição analítica do método ............................................................. 2295.3 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comportamento dos elementos reforçados .................... 2315.4 Resumo das fórmulas utilizadas no método...................................... 2325.4.1 Largura efectiva da placa associada...................................... 2325.4.2 Alterações <strong>de</strong>vidas às tensões residuais............................... 2335.4.3 Representação gráfica.............................................................. 2345.4.4 Compressão transversal.......................................................... 240Capítulo 6 Ensaios <strong>de</strong> Colapso em Flexão <strong>de</strong> Vigas em Caixão ......................... 2416.1 Resenha histórica ................................................................................... 2416.2 Preparação dos ensaios ......................................................................... 2426.2.1 Geometria e características mecânicas.................................. 2436.3 Compilação dos resultados dos ensaios ............................................. 2546.3.1 Medições directas..................................................................... 2556.4 Sequência dos Ensaios das Vigas Caixão ........................................... 2626.5 Proprieda<strong>de</strong>s do material ..................................................................... 2636.6 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-200........................................... 2666.6.1 Ciclos iniciais <strong>de</strong> carga ............................................................ 2666.6.2 Ciclo Final <strong>de</strong> Carga ................................................................ 2686.6.3 Tensões Residuais.................................................................... 275XI


Índice <strong>de</strong> Matérias6.6.4 Posição do eixo neutro.............................................................2796.6.5 Efectivida<strong>de</strong> dos painéis em tracção......................................2826.6.6 Efectivida<strong>de</strong> dos painéis em compressão .............................2926.7 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M4-200............................................2976.7.1 Instrumentação e <strong>de</strong>scrição geral do ensaio .........................2996.7.2 Relação entre o momento e a curvatura................................2996.7.3 Módulo estrutural tangente ....................................................3046.8 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M2-200............................................3076.8.1 Relação entre o momento e a curvatura................................3076.9 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-150............................................3136.9.1 Relação entre o momento e a curvatura................................3146.10 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-100............................................3196.10.1 Relação entre o momento e a curvatura................................3196.11 Consi<strong>de</strong>rações finais...............................................................................324Capítulo 7 Comparação <strong>de</strong> Resultados Numéricos e Experimentais.................3297.1 Momento flector máximo suportado ...................................................3297.1.1 Comparação dos ensaios com o momento últimoprevisto.......................................................................................3317.2 Desempenho estrutural e <strong>de</strong>pendência da esbelteza <strong>de</strong> placa ecoluna .......................................................................................................3407.3 Comparação das curvas momento-curvatura ....................................3427.3.1 Mo<strong>de</strong>lo M4-200 .........................................................................3427.3.2 Mo<strong>de</strong>lo M3-200 .........................................................................3457.3.3 Mo<strong>de</strong>lo M2-200 .........................................................................3467.3.4 Mo<strong>de</strong>lo M3-150 .........................................................................3487.3.5 Mo<strong>de</strong>lo M3-100 .........................................................................3507.4 Efeito das tensões residuais na resistência da placa reforçada ........3527.5 Consi<strong>de</strong>rações finais...............................................................................355Capítulo 8 Conclusões e Desenvolvimento Futuro...............................................3578.1 Conclusões sobre o estudo <strong>de</strong> elementos estruturais........................3578.1.1 Placas carregadas longitudinalmente....................................358XII


Índice <strong>de</strong> Matérias8.1.2 Placas carregadas transversalmente...................................... 3608.1.3 Placas reforçadas...................................................................... 3608.2 Ensaios à flexão <strong>de</strong> vigas caixão .......................................................... 3618.3 Trabalhos Futuros .................................................................................. 362Referências ............................................................................................................ 363Anexo A Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas ..................................................... 377A.1 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 2 .................................... 377A.1.1 Placas semi espessas (β=1,69)................................................. 377A.1.2 Placas esbeltas (β=3,38) ........................................................... 379A.2 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 3 .................................... 380A.2.1 Resumo das características geométricas, das imperfeiçõesiniciais........................................................................................ 380A.2.2 Influência das imperfeições.................................................... 380A.3 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 2 .................................... 382A.4 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 3 .................................... 383A.5 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 4 .................................... 383A.6 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 5 .................................... 384A.7 Placas Quadradas................................................................................... 385Anexo B Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas........................................................ 387B.1 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2...................................................................... 387B.2 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2.5................................................................... 388B.3 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=3.0................................................................... 389B.4 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=4.0................................................................... 390B.5 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=5.0................................................................... 391Anexo C Ensaios <strong>de</strong> Vigas em Caixão................................................................. 393C.1 Mo<strong>de</strong>lo M4-200....................................................................................... 394C.1.1 Instalação e instrumentação ................................................... 394C.1.2 Fase <strong>de</strong> pós colapso ................................................................. 399C.2 Mo<strong>de</strong>lo M3-200....................................................................................... 403C.2.1 Montagem e início <strong>de</strong> colapso................................................ 403C.2.2 Fase <strong>de</strong> pós colapso ................................................................. 406XIII


Índice <strong>de</strong> MatériasC.3 Mo<strong>de</strong>lo M2-200 .......................................................................................414C.4 Mo<strong>de</strong>lo M3-100 .......................................................................................418Anexo D Ensaios <strong>de</strong> Tracção..................................................................................423D.1 Ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong> 2mm..........................423D.2 Ensaio <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong> 3mm ...........................427D.3 Ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes <strong>de</strong> chapa <strong>de</strong> 4mm...........................431Anexo E. Dimensionamento da Estrutura dos Ensaios......................................435E.1 Dimensionamento dos Mor<strong>de</strong>ntes .......................................................435E.2 Ligação aparafusada...............................................................................436E.3 Dimensionamento da viga <strong>de</strong> transmissão.........................................436E.4 Concentração <strong>de</strong> tensão .........................................................................436E.5 Verificação dos Parafusos......................................................................437XIV


Índice <strong>de</strong> FigurasÍndice <strong>de</strong> FigurasFigura 1 Estruturas típicas <strong>de</strong> navios. ...........................................................................................1Figura 2Figura 3Figura 4Figura 5Figura 6Figura 7Figura 8Figura 9Figura 10Figura 11Figura 12Figura 13Figura 14Figura 15Figura 16Esforços primários para duas condições <strong>de</strong> carga diferentes.....................................2Distribuição <strong>de</strong> carga e impulsão <strong>de</strong> um navio............................................................3Comparação entre diversos tipos <strong>de</strong> formulações da previsão da resistêncialimite <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas sujeitas a carregamento uniaxial <strong>de</strong>compressão na direcção longitudinal. .........................................................................25Variação na resistência <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas <strong>de</strong>vido aoconstrangimento dos bordos e comparação com a respectiva regressãolinear.................................................................................................................................30Estado <strong>de</strong> tensão transversal a meia espessura <strong>de</strong> placas simplesmenteapoiadas não restringidas (em cima) e constrangidas (em baixo) comb/t=125. ...........................................................................................................................31Comparação da <strong>de</strong>formada no nó com maior <strong>de</strong>formação pós colapso parauma placa <strong>de</strong> esbeltez 4,25. ...........................................................................................32Resumo gráfico do efeito do grau <strong>de</strong> constrangimento em placassimplesmente apoiadas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 3. ....................................................33Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas muito espessas com α=3, β=0,85 eimperfeições iniciais indicadas na Tabela 38 no Anexo A. .......................................34Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas espessas com α=3, β=1,35 e imperfeiçõesiniciais indicadas na Tabela 38 no Anexo A. ..............................................................35Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas espessas com α=3, β=1,69 e imperfeiçõesiniciais indicadas na Tabela 38 no Anexo A. ..............................................................36Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas espessas com α=3, β=2,54 e imperfeiçõesiniciais dadas pela Tabela 38 no Anexo A...................................................................36Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas com α=3, β=3,45 e imperfeições iniciaisindicadas na Tabela 38 no Anexo A.............................................................................37Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas com α=3, β=4,23 e imperfeições iniciaisdadas pela Tabela 38 no Anexo A. ...............................................................................38Carregamento e colapso <strong>de</strong> placas muito esbeltas (b/t=125) com diferentesamplitu<strong>de</strong>s no modo crítico resultando em modos <strong>de</strong> colapso diferentes. Nacoluna da esquerda mostra-se a evolução da <strong>de</strong>formada da placa com menorimperfeição no modo crítico. Em cada uma das gravuras existe um gráficoauxiliar que permite localizar o ponto <strong>de</strong> carregamento. .........................................39Modos <strong>de</strong> colapso em placas muito esbeltas com iguais imperfeições iniciaise diferentes condições fronteira: não restringidas (AU), constrangidas (AC) erestringidas (AR). ...........................................................................................................40XV


Índice <strong>de</strong> FigurasFigura 17Figura 18Figura 19Figura 20Figura 21Figura 22Figura 23Figura 24Figura 25Figura 26Figura 27Figura 28Figura 29Figura 30Figura 31Figura 32Efeito das distorções em placas simplesmente apoiadas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong>dimensões 2 e esbeltez 1,7............................................................................................. 42Comparação entre as previsões <strong>de</strong> imperfeições iniciais máximas entrediversos investigadores................................................................................................. 44Resistência versus imperfeições em placas semi espessas, β=1,69 e α=2, e porgrupos <strong>de</strong> formas das imperfeições............................................................................. 48Consequências da forma das distorções da placa nas curvas tensão extensãomédias para uma placa <strong>de</strong> α=2 e β=1,69 e comparação com o métodoaproximado (AM). ......................................................................................................... 49Resistência versus imperfeições em placas esbeltas, β=3,38 e α=2, e porgrupos <strong>de</strong> forma das imperfeições............................................................................... 52Deformada da placa D antes e no colapso. Os gráficos à direita indicam oponto <strong>de</strong> carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento. ........................................................... 53Deformada da placa B antes e após colapso. Os gráficos à direita indicam oponto <strong>de</strong> carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento. ........................................................... 54Deformada da placa F antes e no colapso. Os gráficos à direita indicam oponto <strong>de</strong> carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento. ........................................................... 54Deformada da placa G antes do colapso. O gráfico à direita indica o ponto <strong>de</strong>carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento. ............................................................................ 55Curvas tensão extensão para placas simplesmente apoiadas, restringidascom α=2, β=3,38, distorções médias e diversas razões entre a primeira esegunda componente das distorções, respectivamente, 1(O), 2(P), 3(R), 4(Q) e6(B). .................................................................................................................................. 57Resistência máxima para placas simplesmente apoiadas, restringidas comα=2, β=3,38, com distorções médias............................................................................ 57Módulo secante no colapso em função da amplitu<strong>de</strong> e modo dasimperfeições iniciais. Razão entre componentes <strong>de</strong> 6. .............................................. 59Extensão última em função da amplitu<strong>de</strong> e modo das imperfeições iniciais.Razão entre componentes <strong>de</strong> 6..................................................................................... 59Relação entre o módulo secante e a resistência última em placasrectangulares esbeltas e <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2..................................................... 60Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com razão <strong>de</strong> aspecto 2 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> na componente crítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C,m=α+1). ........................................................................................................................... 63Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com razão <strong>de</strong> aspecto 3 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong>XVI


Índice <strong>de</strong> Figurasamplitu<strong>de</strong> na componente crítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C,m=α+1). ...........................................................................................................................63Figura 33Figura 34Figura 35Figura 36Figura 37Figura 38Figura 39Figura 40Figura 41Figura 42Figura 43Figura 44Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com razão <strong>de</strong> aspecto 4 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> na componente crítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C,m=α+1). ...........................................................................................................................64Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com razão <strong>de</strong> aspecto 5 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> na componente crítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C,m=α+1). ...........................................................................................................................64Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> nacomponente crítica (A) e diferentes razões <strong>de</strong> aspecto. ............................................65Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> nacomponente fundamental (B) e diferentes razões <strong>de</strong> aspecto. .................................65Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> nacomponente superior à crítica (C, m=α+1) e diferentes razões <strong>de</strong> aspecto. ...........66Tensão transversal normalizada presente no carregamento longitudinal <strong>de</strong>placas simplesmente apoiadas e restringidas com α=3 e modo fundamentaldas imperfeições para vários β. ....................................................................................67Tensão transversal normalizada presente no carregamento longitudinal <strong>de</strong>placas simplesmente apoiadas e restringidas com β=2,54 e α=3.............................68Mudança <strong>de</strong> modo durante o carregamento longitudinal da placa α=3 eβ=4,23 com imperfeições iniciais dominantes no modo fundamental....................69Comparação entre as previsões <strong>de</strong> resistência e resistência máxima <strong>de</strong> placascom α=4, diversos modos <strong>de</strong> imperfeições iniciais e amplitu<strong>de</strong> máxima domodo maior igual a 1mm. .............................................................................................70Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> nacomponente crítica (m=α) ou superior à crítica (C, m=α+1) e diferentesrazões <strong>de</strong> dimensões. .....................................................................................................71Comportamento <strong>de</strong> placas quadradas, restringidas, <strong>de</strong> esbeltez 4,23, paravários modos <strong>de</strong> imperfeições iniciais mas mesma amplitu<strong>de</strong> máxima.................73Comportamento <strong>de</strong> placas quadradas, restringidas, <strong>de</strong> esbeltez 3,38, paravários modos <strong>de</strong> imperfeições iniciais mas mesma amplitu<strong>de</strong> máxima. AXVII


Índice <strong>de</strong> FigurasFigura 61 Linhas <strong>de</strong> cedência no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Valsgard. ............................................................118Figura 62Figura 63Figura 64Figura 65Figura 66Figura 67Figura 68Figura 69Figura 70Figura 71Figura 72Figura 73Tensão perpendicular (longitudinal) resultante do carregamento transversalem placas simplesmente apoiadas e restringidas em função da esbelteza...........120Tensão perpendicular (longitudinal) resultante do carregamento transversalem placas simplesmente apoiadas e restringidas em função da razão <strong>de</strong>dimensões......................................................................................................................120Tensão perpendicular (longitudinal) normalizada pela tensão máximaaplicada transversal em placas simplesmente apoiadas e restringidas emfunção da razão <strong>de</strong> dimensões....................................................................................121Comparação entre as curvas tensão alongamento prevista pelo métodoproposto e as obtidas por elementos finitos para placas restringidas,comprimidas transversalmente e <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2. ..................................125Curvas <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2 e esbelteza1,69..................................................................................................................................126Comparação entre as curvas tensão alongamento e a aproximação sinusóidalpara placas simplesmente apoiadas, restringidas e carregadastransversalmente <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2. .............................................................127Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais nacomponente fundamental, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 0,85...........130Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 1,69. ..131Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza2,82..................................................................................................................................132Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza3,28..................................................................................................................................133Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza4,23..................................................................................................................................134Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais,XIX


Índice <strong>de</strong> Figurasrazão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza 0,85....................................................... 136Figura 74Figura 75Figura 76Figura 77Figura 78Figura 79Figura 80Figura 81Figura 82Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza1,69. ................................................................................................................................ 136Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza2,82. ................................................................................................................................ 137Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza3,38. ................................................................................................................................ 138Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza4,23. ................................................................................................................................ 138Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza0,85. ................................................................................................................................ 140Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza1,69. ................................................................................................................................ 141Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza2,82. ................................................................................................................................ 141Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza3,38. ................................................................................................................................ 142Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza4,23. ................................................................................................................................ 142XX


Índice <strong>de</strong> FigurasFigura 83Figura 84Figura 85Figura 86Figura 87Figura 88Figura 89Figura 90Figura 91Figura 92Figura 93Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais,razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza 0,85. ......................................................144Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza1,69..................................................................................................................................145Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza2,82..................................................................................................................................145Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza3,38..................................................................................................................................146Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza4,23..................................................................................................................................146Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais,razão <strong>de</strong> dimensões igual a 5,0 e esbelteza 0,85. ......................................................148Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 5,0 e esbelteza1,69 e 2,82.......................................................................................................................148Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeiçõesiniciais em modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 5,0 e esbelteza3,38 e 4,23.......................................................................................................................149Comparação entre as previsões <strong>de</strong> resistência à compressão da placaassociada utilizada no método <strong>de</strong> Faulkner, método <strong>de</strong> Carlsen para a ruínada placa associada (P.I.F.) e ruína do reforço (S.I.F.) e os critérios propostospela ABS (Frankland e crítica). ...................................................................................168Normalização da previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas pelosresultados dos ensaios em função da esbelteza da placa associada, β..................175Normalização da previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas pelosXXI


Índice <strong>de</strong> Figurasresultados dos ensaios em função da esbelteza <strong>de</strong> coluna, λ................................. 176Figura 94 Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dostestes em função da esbelteza da placa β, utilizando a resistência máxima daplaca............................................................................................................................... 176Figura 95 Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dostestes em função da esbelteza <strong>de</strong> coluna λ, utilizando a resistência máximada placa.......................................................................................................................... 177Figura 96 Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dostestes em função da esbelteza <strong>de</strong> coluna β, utilizando a resistência crítica daplaca............................................................................................................................... 178Figura 97 Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dostestes em função da esbelteza <strong>de</strong> coluna λ, utilizando a resistência crítica daplaca............................................................................................................................... 178Figura 98 Distribuição dos resultados do método <strong>de</strong> Faulkner normalizados pelostestes. ............................................................................................................................. 179Figura 99 Distribuição dos resultados do método <strong>de</strong> Carlsen normalizados pelos testes. . 180Figura 100 Distribuição dos resultados do método da ABS usando a equação <strong>de</strong>Frankland normalizados pelos testes........................................................................ 180Figura 101 Distribuição dos resultados do método da ABS usando a equação <strong>de</strong>resistência crítica da placa normalizados pelos testes. ........................................... 180Figura 102 Método <strong>de</strong> Faulkner. Comparação entre a resistência prevista normalizadapelo resultado do ensaio respectivo em função da resistência obtida noensaio. ............................................................................................................................ 181Figura 103 Método <strong>de</strong> Carlsen. Comparação entre a resistência prevista normalizadapelo resultado do ensaio respectivo em função da resistência obtida noensaio. ............................................................................................................................ 181Figura 104 Método da ABS usando a tensão máxima sem instabilida<strong>de</strong> do reforço,normalizado pelo teste e em função da resistência do teste................................... 182Figura 105 Método da ABS usando a tensão critica sem instabilida<strong>de</strong> do reforço,normalizado pelo teste e em função da resistência do teste................................... 182Figura 106 Testes <strong>de</strong> placas com pressão lateral (em MPa) e compressão uniaxial pelométodo <strong>de</strong> Faulkner..................................................................................................... 186Figura 107 Testes <strong>de</strong> placas com pressão lateral (em MPa) e compressão uniaxial pelométodo <strong>de</strong> Faulkner. Dependência da esbelteza <strong>de</strong> placa...................................... 186Figura 108 Testes <strong>de</strong> placas com pressão lateral (em MPa) e compressão uniaxial pelométodo <strong>de</strong> Faulkner. Dependência da esbelteza <strong>de</strong> coluna. .................................. 187Figura 109 Ensaios em painéis <strong>de</strong> Smith normalizados pela formulação <strong>de</strong> Faulkner:XXII


Índice <strong>de</strong> Figuras<strong>de</strong>pendência do parâmetro <strong>de</strong> pressão lateral..........................................................188Figura 110 Ensaios em painéis <strong>de</strong> Smith normalizados pela formulação <strong>de</strong> Faulkner:<strong>de</strong>pendência da esbelteza β para os testes com (P) e sem pressão lateral (0).......188Figura 111 Ensaios em painéis <strong>de</strong> Smith normalizados pela formulação <strong>de</strong> Faulkner:<strong>de</strong>pendência da esbelteza λ para os testes com (P) e sem pressão lateral (0).......189Figura 112 Curvas tensão alongamento normalizados para placas reforçadas comespaçamento entre balizas <strong>de</strong> 3000mm e b/t=40.......................................................193Figura 113 Curvas tensão alongamento normalizados para placas reforçadas comespaçamento entre balizas <strong>de</strong> 3000mm e b/t=50.......................................................194Figura 114 Curvas tensão alongamento normalizados para placas reforçadas comespaçamento entre balizas <strong>de</strong> 3000mm e b/t=80.......................................................196Figura 115 Evolução da <strong>de</strong>formada da placa reforçada 3080TF e respectiva distribuição<strong>de</strong> tensões longitudinais, vermelhos 240MPa, azuis -240MPa...............................197Figura 116 Evolução da <strong>de</strong>formada da placa reforçada 3080LF e respectiva distribuição<strong>de</strong> tensões longitudinais, vermelho escuro - 240MPa, azul escuro -240MPa.......198Figura 117 Eficiência <strong>de</strong> placas reforçadas em função da esbelteza <strong>de</strong> placa e coluna. .........201Figura 118 Tensão máxima verso alongamento <strong>de</strong> colapso <strong>de</strong> placas reforçadasor<strong>de</strong>nadas por esbelteza da placa, 40, 50 e 80...........................................................202Figura 119 Eficiência das placas reforçadas do tipo L em função da esbelteza nominal <strong>de</strong>coluna para várias combinações <strong>de</strong> diferentes materiais. O valor indicado nalegenda correspon<strong>de</strong> à tensão equivalente. ..............................................................204Figura 120 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> painel com 4 vãos com simetria nas bainhas e apoio simples nachapa dos topos. Estados <strong>de</strong> tensão nas fases <strong>de</strong> pré colapso (em cima),colapso (a meio) e pós colapso (no fundo). Deformações ampliadas 10 vezes....205Figura 121 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> painel com 4 vãos com simetria nas bainhas e encastramento nostopos. Estados <strong>de</strong> tensão nas fases <strong>de</strong> pré colapso (em cima), colapso (ameio) e pós colapso (no fundo). Deformações ampliadas 10 vezes.......................206Figura 122 Extensões plásticas segundo a direcção longitudinal (em cima) e extensõesplásticas equivalentes (em baixo) do painel. ............................................................208Figura 123 Curvas tensão média alongamento normalizados <strong>de</strong> placas reforçadas comperfis barra <strong>de</strong> 3m e correspon<strong>de</strong>ntes painéis <strong>de</strong> 12m <strong>de</strong> comprimento. .............209Figura 124 Definição e representação das imperfeições geométricas iniciais.Caracterização dos perfis. ...........................................................................................214Figura 125 Distribuição assumida das tensões residuais na placa e no reforço......................215Figura 126 Representação gráfica da resistência dos painéis com a/b=3..................................217Figura 127 Representação gráfica da resistência dos painéis com a/b=5..................................218Figura 128 Comparação entre a resistência normalizada (φ u ) das placas reforçadas BarraXXIII


Índice <strong>de</strong> Figurascom e sem tensões residuais, a/b=3............................................................................ 220Figura 129 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> carga a granel............................................... 227Figura 130 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio tanque <strong>de</strong> casco simples................................... 227Figura 131 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio porta-contentores.............................................. 228Figura 132 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio tanque <strong>de</strong> casco duplo...................................... 228Figura 133 Posicionamento do elemento no navio ..................................................................... 229Figura 134 Comportamento em tracção com e sem tensões residuais e comparação como mo<strong>de</strong>lo anterior......................................................................................................... 234Figura 135 Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizadopara uma placa <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 1 e diversos níveis <strong>de</strong> tensõesresiduais. Em cima, método actual sem correcções adicionais e em baixo,com correcções à perda <strong>de</strong> resistência pós colapso e à variação doalongamento último..................................................................................................... 236Figura 136 Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizadopara uma placa <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 2 para diversos níveis <strong>de</strong>tensões residuais. Em cima, método actual sem correcções adicionais e embaixo, com correcções à perda <strong>de</strong> resistência pós colapso e à variação doalongamento último..................................................................................................... 237Figura 137 Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizadopara uma placa <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 3 para diversos níveis <strong>de</strong>tensões residuais. Em cima, método actual sem correcções adicionais e embaixo, com correcções à perda <strong>de</strong> resistência pós colapso e à variação doalongamento último..................................................................................................... 238Figura 138 Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizadopara uma placa <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 4 para diversos níveis <strong>de</strong>tensões residuais. Em cima, método actual sem correcções adicionais e embaixo, com correcções à perda <strong>de</strong> resistência pós colapso e à variação doalongamento último..................................................................................................... 239Figura 139 Esquema <strong>de</strong> carregamento e esforços associados.................................................... 243Figura 140 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> viga em caixão montada com respectivos mor<strong>de</strong>ntes......................... 244Figura 141 Secção transversal da viga caixão dos mo<strong>de</strong>los da primeira série. ....................... 245Figura 142 Arranjo dos reforços nos painéis horizontais nos mo<strong>de</strong>los da série A................. 245Figura 143 Distribuição <strong>de</strong> tensões imediatamente antes do colapso da viga caixãosujeita à flexão pura, segundo o programa HULLCOL.......................................... 246Figura 144 Exemplo das espessuras dos mo<strong>de</strong>los (M3-200) e mor<strong>de</strong>ntes. .............................. 246Figura 145 Previsão do comportamento à compressão <strong>de</strong> um elemento reforçado dospainéis horizontais do mo<strong>de</strong>lo M4-200..................................................................... 247XXIV


Índice <strong>de</strong> FigurasFigura 146 Resistência da típica placa reforçada do mo<strong>de</strong>lo M4-200 da viga em caixão.......248Figura 147 Comparação entre as diversas curvas <strong>de</strong> previsão da resistência <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas utilizadas no Mo<strong>de</strong>lo M4-200. ..........................................249Figura 148 Curvas tensão normalizada alongamento normalizado das placas da vigaM3-200............................................................................................................................251Figura 149 Curvas tensão alongamento normalizados das placas reforçadas dosmo<strong>de</strong>los M3-200 em ASAS-NL para diversas imperfeições iniciais......................252Figura 150 Curvas tensão normalizada alongamento normalizado das placas da vigaM2-200............................................................................................................................253Figura 151 Equipamento <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. .................................................................256Figura 152 Imperfeições iniciais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na chapa inferior antes <strong>de</strong> alterado oplano <strong>de</strong> referencia.......................................................................................................258Figura 153 Imperfeições iniciais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na chapa superior <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>alterado o plano <strong>de</strong> referencia. ...................................................................................258Figura 154 Imperfeições iniciais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na chapa superior <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>alterado o plano <strong>de</strong> referencia. ...................................................................................259Figura 155 Imperfeições iniciais dos reforços após montagem dos mor<strong>de</strong>ntes esuspensão pela parte central.......................................................................................261Figura 156 Curvas força <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes emchapa <strong>de</strong> 2mm...............................................................................................................264Figura 157 Curvas força <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes emchapa <strong>de</strong> 3mm...............................................................................................................264Figura 158 Curvas força <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes emchapa <strong>de</strong> 4mm...............................................................................................................264Figura 159 Curvas tensão <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetesretirados da chapa <strong>de</strong> 3mm utilizada nos mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-150. .................265Figura 160 Curvas tensão <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetesretirados do reforço barra <strong>de</strong> 3mm utilizado nos mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-150......266Figura 161 Representação das leituras dos dados obtidos nos transdutores <strong>de</strong> controlo<strong>de</strong> força e <strong>de</strong>slocamento globais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase <strong>de</strong> précarregamento até 4mm, em cima, e início da fase elastoplastica, em baixo, até10mm e 15mm...............................................................................................................267Figura 162 Representação das leituras dos dados obtidos nos transdutores <strong>de</strong> controlo<strong>de</strong> força e <strong>de</strong>slocamento globais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase <strong>de</strong> carregamentofinal.................................................................................................................................269Figura 163 Relação entre a curvatura e o <strong>de</strong>slocamento vertical <strong>de</strong> controlo obtidaatravés das leituras dos transdutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> referencialXXV


Índice <strong>de</strong> Figurassolidário com cada uma das secções <strong>de</strong> carga (raios <strong>de</strong> curvatura R1 e R2) ecurvatura média da viga (1/R). ................................................................................. 270Figura 164 Relação momento curvatura média da viga em caixão M3-200 no últimociclo <strong>de</strong> carga que levou ao colapso........................................................................... 271Figura 165 Módulos estruturais tangente e secante do mo<strong>de</strong>lo M3-200 no ensaio final ....... 273Figura 166 Módulos estruturais tangente e secante do mo<strong>de</strong>lo M3-200 no ensaio finalem escala logarítmica da curvatura........................................................................... 274Figura 167 Evolução das extensões no costado durante o carregamento final da vigaM3-200. .......................................................................................................................... 279Figura 168 Distribuição <strong>de</strong> extensões no costado durante o carregamento no regimeelástico. .......................................................................................................................... 280Figura 169 Distribuição <strong>de</strong> extensões no costado durante o carregamento em regimeelástico e no pós-colapso............................................................................................. 281Figura 170 Deformação residual no costado do mo<strong>de</strong>lo M3-200 após o colapso total daviga................................................................................................................................. 282Figura 171 Distribuição transversal <strong>de</strong> extensões na fase <strong>de</strong> pré carregamento: 4, 10 e15mm. ............................................................................................................................ 284Figura 172 Distribuição <strong>de</strong> extensões no painel à tracção do mo<strong>de</strong>lo M3-200 em funçãodo <strong>de</strong>slocamento absoluto do <strong>de</strong>flectómetro <strong>de</strong> controlo num dos ciclosiniciais, em cima, e no ciclo final, em baixo.............................................................. 286Figura 173 Distribuição <strong>de</strong> extensões no painel à tracção do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase final<strong>de</strong> carregamento e no regime pós colapso até ao <strong>de</strong>slocamento global <strong>de</strong>40mm, em cima, e na fase <strong>de</strong> retirada do <strong>de</strong>slocamento imposto, em baixo. ...... 288Figura 174 Leituras nos extensómetros da chaparia junto às balizas do painel <strong>de</strong> tracçãodo mo<strong>de</strong>lo M3-200. ...................................................................................................... 290Figura 175 Deformação axial nos extensómetros dos reforços e das zonas adjacentes dachapa.............................................................................................................................. 291Figura 176 Extensómetros a meio vão do fundo do mo<strong>de</strong>lo M3-200. ...................................... 292Figura 177 Extensões no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 medidas a 50mm dabaliza até ao momento máximo suportado. ............................................................. 293Figura 178 Medições nos nove extensómetros no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 localizados a meio vão até ao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado, 40mm,seguido <strong>de</strong> retirada total do <strong>de</strong>slocamento imposto. .............................................. 295Figura 179 Extensões no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 medidas a meio vãoaté ao momento máximo suportado.......................................................................... 296Figura 180 Medições nos extensómetros colocados nos reforços do painel à compressãodo mo<strong>de</strong>lo M3-200 localizados a meio vão até ao <strong>de</strong>slocamento máximoXXVI


Índice <strong>de</strong> Figurasaplicado, 40mm, seguido <strong>de</strong> retirada total do <strong>de</strong>slocamento imposto. ................297Figura 181 Curva força <strong>de</strong>slocamento nos quatro ciclos <strong>de</strong> carga do mo<strong>de</strong>lo M4-200 ..........298Figura 182 Correlação entre os <strong>de</strong>flectómetros <strong>de</strong> medição da rotação das secções. .............300Figura 183 Curvas momento curvatura no 1º ciclo <strong>de</strong> carregamento medidas nos dois<strong>de</strong>flectómetros...............................................................................................................300Figura 184 Curva momento curvatura medidas no <strong>de</strong>flectómetro 2 para os quatro ciclose comparação com a curva medida no <strong>de</strong>flectómetro 1 em dois ciclos. ...............301Figura 185 Curva momento curvatura absoluta medida no <strong>de</strong>flectómetro 2..........................303Figura 186 Módulo estrutural tangente da viga caixão M4-200 ................................................304Figura 187 Módulo tangente em <strong>de</strong>scarga em função da curvatura relativa à curvaturamáxima. .........................................................................................................................306Figura 188 Colapso do painel do mo<strong>de</strong>lo M4-200 em compressão...........................................306Figura 189 Curva força <strong>de</strong>slocamento imposto do mo<strong>de</strong>lo M2-200 .........................................308Figura 190 Curva momento curvatura do 1º ciclo <strong>de</strong> carga do caixão M2-200. ......................309Figura 191 Curva momento vs. curvatura para os ciclos <strong>de</strong> colapso e <strong>de</strong> pós colapso nomo<strong>de</strong>lo M2-200. ............................................................................................................310Figura 192 Deformada durante o colapso do mo<strong>de</strong>lo M2-200 vista <strong>de</strong> lados opostos...........311Figura 193 Módulo tangente no ciclo <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M2-200. .....................................313Figura 194 Curva força <strong>de</strong>slocamento imposto do mo<strong>de</strong>lo M3-150 .........................................314Figura 195 Curva momento curvatura dos ciclo <strong>de</strong> carga iniciais do caixão M3-150.............315Figura 196 Relação entre as curvaturas medidas pelos diferentes <strong>de</strong>flectómetroscolocados em lados opostos da viga caixão M3-150................................................317Figura 197 Curva momento versus curvatura para os ciclos <strong>de</strong> colapso e <strong>de</strong> pós colapsono mo<strong>de</strong>lo M3-150........................................................................................................317Figura 198 Módulo tangente na fase <strong>de</strong> carga dos diversos ciclos do mo<strong>de</strong>lo M3-150. Acurvatura residual dos ciclos anteriores foi retirada no eixo das abcissas. ..........319Figura 199 Curva força <strong>de</strong>slocamento imposto do mo<strong>de</strong>lo M3-100 .........................................320Figura 200 Curva momento vs. curvatura do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-100. ...............................320Figura 201 Módulo estrutural tangente no ciclo <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M3-100. ...................322Figura 202 Módulo estrutural tangente vs. Momento flector do mo<strong>de</strong>lo M3-100. .................323Figura 203 Deformações permanentes no final do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M2-200........................326Figura 204 Comparação dos parâmetros estruturais dos mo<strong>de</strong>los entre o projecto iniciale a estrutura real. ..........................................................................................................330Figura 205 Geometria <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M3-200.................................................................334Figura 206 Geometria <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M3-100.................................................................337Figura 207 Pormenor da falha por instabilida<strong>de</strong> do reforço do mo<strong>de</strong>lo M3-100 ....................338Figura 208 Dependência do momento último real normalizado pelo momento elásticoXXVII


Índice <strong>de</strong> Figuras(<strong>de</strong>sempenho estrutural) relativamente à esbelteza <strong>de</strong> placa β e coluna λ. ......... 341Figura 209 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M4-200...................... 343Figura 210 Falha dos esquadros no ensaio do mo<strong>de</strong>lo M4-200................................................. 343Figura 211 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M4-200 emcompressão obtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 310MPa. ............................................................................................................................... 344Figura 212 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-200...................... 345Figura 213 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M3-200 emcompressão obtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 183MPa. ............................................................................................................................... 346Figura 214 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M2-200...................... 347Figura 215 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M2-200 emcompressão obtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 177MPa. ............................................................................................................................... 348Figura 216 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-150...................... 349Figura 217 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M3-150 emcompressão obtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 290MPa. 349Figura 218 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-100...................... 350Figura 219 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-100 comcurvatura translaccionada <strong>de</strong> 0,001 rad/m. ............................................................. 351Figura 220 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M3-100 emcompressão obtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 290MPa. ............................................................................................................................... 352Figura 221 Influência das tensões residuais na efectivida<strong>de</strong> das placas reforçadas dosmo<strong>de</strong>los. ........................................................................................................................ 353Figura 222 Factor <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas dos mo<strong>de</strong>losensaiados....................................................................................................................... 354Figura 223 Factor <strong>de</strong> redução e sua <strong>de</strong>pendência da esbelteza <strong>de</strong> placa e <strong>de</strong> coluna ............ 354Figura 224 Influência das distorções em placas simplesmente apoiadas, restringidascom α=3 e β=0.85.......................................................................................................... 381Figura 225 Influência das distorções em placas simplesmente apoiadas, restringidascom α=3 e β=4.23.......................................................................................................... 381Figura 226 Sistema <strong>de</strong> carga e controle......................................................................................... 393Figura 227 Instalação e sistema <strong>de</strong> controlo................................................................................. 394Figura 228 Vista da disposição dos extensómetros no topo e costado..................................... 395Figura 229 Disposição dos extensómetros no fundo e dos <strong>de</strong>flectómetros. Vista doXXVIII


Índice <strong>de</strong> Figurassistema <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> curvatura. .................................................................................396Figura 230 Vistas do painel em compressão a meio do carregamento <strong>de</strong> lados opostos.Não se <strong>de</strong>tectam <strong>de</strong>formações significativas. ...........................................................397Figura 231 Início do colapso. Aumento das <strong>de</strong>formações na superfície da placa...................398Figura 232 Falha da soldadura do esquadro na fase <strong>de</strong> colapso. ..............................................399Figura 233 Deformada residual do painel em compressão após o colapso da estrutura.Falha da placa muito localizada acompanhada por <strong>de</strong>formações importantesna barra dos reforços....................................................................................................399Figura 234 Deformações induzidas nos costados mais acentuadas <strong>de</strong> um dos lados.Importância do espaçamento dos reforços do costado na limitação do dano. ....400Figura 235 Pormenores das falhas nas soldaduras do esquadros do painel em tracção<strong>de</strong>vido às gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações na fase <strong>de</strong> pós colapso. ........................................401Figura 236 Falha na soldadura <strong>de</strong> ligação placa-reforço e pormenor das gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações verticais permanentes no reforço <strong>de</strong>vido à geometria da falhada placa..........................................................................................................................402Figura 237 Sequência <strong>de</strong> colapso. À esquerda, início. À direita, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações plásticas. .................................................................................................402Figura 238 Instrumentação na parte superior e inferior do mo<strong>de</strong>lo.........................................403Figura 239 Vistas da <strong>de</strong>formada na fase <strong>de</strong> colapso...................................................................404Figura 240 Igual à anterior mas em fase mais adiantada <strong>de</strong> colapso. Curvatura verticaldos reforços mais acentuada.......................................................................................405Figura 241 Vista do conjunto na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontagem. ............................................................406Figura 242 Vistas <strong>de</strong> topo do estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação final..........................................................407Figura 243 Localida<strong>de</strong> do colapso e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentesinduzidas até ao fundo o qual correspon<strong>de</strong> ao painel em tracção.........................407Figura 244 Deformada final da placa em compressão................................................................408Figura 245 Deformada final dos costados e fundo......................................................................408Figura 246 Rotação transversal relativa entre as secções extremas do provete M3-200.........408Figura 247 Curvatura e rotação transversal em função do momento flector suportado. ......409Figura 248 Leituras no ensaio ao colapso e <strong>de</strong>scarga dos <strong>de</strong>flectómetros instalados nomo<strong>de</strong>lo M3-200. ............................................................................................................409Figura 249 Leituras nos extensómetros do costado do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase final <strong>de</strong>carregamento, no regime pós colapso e <strong>de</strong>scarregamento posterior. ...................410Figura 250 Posição do eixo neutro da viga em caixão M3-200 durante o précarregamento e respectivos <strong>de</strong>scarregamentos ........................................................410Figura 251 Distribuição <strong>de</strong> extensões no costado do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase final <strong>de</strong>carregamento e no regime pós colapso até ao <strong>de</strong>slocamento global <strong>de</strong> 40mm,XXIX


Índice <strong>de</strong> Figurasem cima, e na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga do <strong>de</strong>slocamento imposto, em baixo. ................. 411Figura 252 Distribuição <strong>de</strong> extensões no painel à tracção do mo<strong>de</strong>lo M3-200 em funçãodo <strong>de</strong>slocamento absoluto do <strong>de</strong>flectómetro <strong>de</strong> controlo num dos ciclosiniciais............................................................................................................................ 412Figura 253 Medições nos cinco extensómetros no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 localizados a 50mm da baliza até ao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado,40mm, seguido <strong>de</strong> retirada total do <strong>de</strong>slocamento imposto. ................................. 412Figura 254 Extensões no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 medidas a 50mm dabaliza até ao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado, 40mm............................................. 413Figura 255 Recuperação <strong>de</strong> extensões e valores residuais no convés na retirada do<strong>de</strong>slocamento imposto após o colapso total do caixão M3-200. ............................ 413Figura 256 Vista do painel em compressão.................................................................................. 414Figura 257 Vista do costado e distribuição <strong>de</strong> extensómetros................................................... 414Figura 258 Deformada <strong>de</strong> colapso vista <strong>de</strong> lados opostos em fase intermédia....................... 415Figura 259 Deformada final residual no painel superior e costado.......................................... 416Figura 260 Pormenor da falha do reforço após a falha da placa. Importância dasoldadura contínua na resistência pós colapso........................................................ 417Figura 261 Levantamento do painel em compressão em direcção ao reforço,característico da falha da placa. ................................................................................. 417Figura 262 Evolução da <strong>de</strong>formada dos painéis superior e lateral com o aumento docarregamento. Em cima nota-se o início <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> da placa e reforçodo painel lateral. Em baixo já se <strong>de</strong>u o colapso da viga caixão.............................. 418Figura 263 Geometria <strong>de</strong> colapso do painel em compressão e sua interacção com ocostado (em cima) e <strong>de</strong>formada <strong>de</strong> colapso do costado (em baixo). Notar anatureza local do colapso............................................................................................ 419Figura 264 Pormenores da falha do reforço. Não é <strong>de</strong>tectável qualquer tipo <strong>de</strong>instabilida<strong>de</strong> dos elementos <strong>de</strong> placa........................................................................ 420Figura 265 Gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações fora do plano inicial do costado na região <strong>de</strong> falha. ........ 421Figura 266 Alçado do mor<strong>de</strong>nte. ................................................................................................... 435XXX


Índice <strong>de</strong> TabelasÍndice <strong>de</strong> TabelasTabela 1Tabela 2Tabela 3Tabela 4Tabela 5Tabela 6Tabela 7Tabela 8Tabela 9Tabela 10Tabela 11Tabela 12Tabela 13Tabela 14Tabela 15Resistência última <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3) com diferentesgraus <strong>de</strong> constrangimento: U - não restringidas, C - constrangidas, R -restringidas......................................................................................................................29Amplitu<strong>de</strong> dos componentes das imperfeições iniciais das placas da Figura17.......................................................................................................................................43Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,500 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura..........................................................46Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais. * A extensão calculada representa o início <strong>de</strong> perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> da placa e não o início <strong>de</strong> plastificação. ................................................46Resistência transversal <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas e tensãolongitudinal correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>vido à restrição do movimento nos topos.Detalhes disponíveis no Anexo B...............................................................................115Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,500 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura........................................................128Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso....................129Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 625 mm <strong>de</strong>comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura............................................................................135Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=2,5) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso....................135Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,750 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura........................................................139Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=3) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso....................139Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,1000 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura......................................................143Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=4) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso....................144Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,1250 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura......................................................147Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=5) com vários níveis <strong>de</strong>XXXI


Índice <strong>de</strong> Tabelasimperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.................... 147Tabela 16 Comparação dos diversos métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência organizadospor origem dos testes, tipo <strong>de</strong> soldadura (continua e intermitente) econdições fronteira nos topos carregados (encastrado e simplesmenteapoiado). A previsão <strong>de</strong>nominada ABS-UPS usa a resistência máxima daplaca dada pela equação (8) e previsão ABS-CPS utiliza a equação (123). .......... 173Tabela 17 Comparação dos diferentes métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência organizadospor origem dos testes................................................................................................... 185Tabela 18 Condições fronteira dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placas reforçadas. Chave: PL - Placa; AR- Alma do reforço; FR - Banzo do reforço; DI - Deslocamento imposto; L -Livre; R - Restringido................................................................................................... 190Tabela 19 Classificação dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placas reforçadas e combinações utilizadas. ........ 191Tabela 20 Resistência máxima <strong>de</strong> placas reforçadas em função da esbelteza da placa,da coluna e das imperfeições iniciais. ....................................................................... 200Tabela 21 Geometria dos perfis ................................................................................................... 213Tabela 22 Resistência absoluta (σ u em MPa) e normalizada (φ u ) das placas reforçadassem tensões residuais <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 3. ..................................................... 216Tabela 23 Resistência absoluta (σ u em MPa) e normalizada (φ u ) das placas reforçadassem tensões residuais <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 5. ..................................................... 218Tabela 24 Resistência absoluta (σ u em MPa) e normalizada (φ u ) das placas reforçadasBarra com tensões residuais <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 3. .......................................... 219Tabela 25 Geometria e resistência dos painéis à compressão do caixão M3-200,parcialmente extraída da Tabela 43. MA-método aproximado; P*- PANFEM,modo *; A*-ASAS, modo *. ......................................................................................... 250Tabela 26 Geometria e resistência dos painéis à compressão do caixão M2-200,parcialmente extraída da Tabela 43. MA-método aproximado; P*- PANFEM,modo *; A*-ASAS, modo *. ......................................................................................... 253Tabela 27 Características dos provetes <strong>de</strong> vigas em caixão da primeira série. ..................... 254Tabela 28 Previsões iniciais <strong>de</strong> projecto para cada mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> viga em caixão daprimeira série................................................................................................................ 254Tabela 29 Imperfeições iniciais dos reforços após montagem dos mor<strong>de</strong>ntes esuspensão pela parte central. Na parte superior apresentada-se os resultadosabsolutos das medições e na parte inferior os resultados após mudança <strong>de</strong>referencial...................................................................................................................... 260Tabela 30 Características mecânicas dos aços utilizados nos mo<strong>de</strong>los M3-200, M2-200 eM4-200. Resultados dos ensaios <strong>de</strong> tracção e valores médios................................ 263XXXII


Índice <strong>de</strong> TabelasTabela 31 Energia dissipada em cada ciclo <strong>de</strong> carregamento. A energia está expressaem Nm. ..........................................................................................................................268Tabela 32 Resumo das características geométricas dos mo<strong>de</strong>los viga caixão........................329Tabela 33 Resistência à flexão das vigas caixão ensaiadas. ......................................................331Tabela 34 Influência das tensões residuais no momento último previsto..............................333Tabela 35 Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,500 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura. * valor da componente m=3;n=1..................................................................................................................................377Tabela 36 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais.....................................................................................................378Tabela 37 Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 2,5 mm <strong>de</strong>espessura, 500 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura e respectivaresistência longitudinal e modo <strong>de</strong> colapso..............................................................379Tabela 38 Imperfeições iniciais <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3). Serie A. ...............380Tabela 39 Imperfeições iniciais <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3). Serie B.................380Tabela 40 Imperfeições iniciais <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3). Serie C. ...............380Tabela 41 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=2 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. Série 3. ......................................................................................382Tabela 42 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=3 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. O termo a 21 é igual a 0,1. Série 4............................................383Tabela 43 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=4 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. Os termos a 21 e a 31 são iguais a 0,1........................................384Tabela 44 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=5 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. Os termos a 21 , a 31 e a 41 são iguais a 0,1. ................................385Tabela 45 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas quadradas com modo <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais crítico e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1mm. Série A. ...........................................................385Tabela 46 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas quadradas com modo <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior ao crítico (m=2) e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1mm. Série B...........386Tabela 47 Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas quadradas com modo <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais crítico e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1mm com componente não nula para m=2.Série C. ...........................................................................................................................386Tabela 48 Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura,500 mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura........................................................387Tabela 49 Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso....................387Tabela 50 Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 625 mm <strong>de</strong>XXXIII


Índice <strong>de</strong> Tabelascomprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura............................................................................ 388Tabela 51Tabela 52Tabela 53Tabela 54Tabela 55Tabela 56Tabela 57Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.................... 388Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 750 mm <strong>de</strong>comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura............................................................................ 389Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.................... 389Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 1000 mm <strong>de</strong>comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura............................................................................ 390Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.................... 390Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 1250 mm <strong>de</strong>comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura............................................................................ 391Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensãoperpendicular associada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.................... 391XXXIV


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> NaviosCapítulo 1 Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Navios1.1 IntroduçãoO projecto estrutural <strong>de</strong> navios apresenta várias fases a que correspon<strong>de</strong>mvários estados <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do mesmo.Numa primeira fase, vulgarmente <strong>de</strong>signada por anteprojecto, éestabelecido o arranjo fundamental da estrutura, <strong>de</strong>finindo-se o posicionamento elocalização <strong>de</strong> anteparas transversais e longitudinais, <strong>de</strong>cidindo-se sobre aexistência <strong>de</strong> duplo fundo, duplo casco, tipo e localização <strong>de</strong> aberturas, entreoutras.Figura 1Estruturas típicas <strong>de</strong> navios.Nesta fase são ainda <strong>de</strong>finidas as forças a que o casco do navio vai estarsujeito, a partir das quais são calculados os esforços globais, nomeadamente oesforço transverso, o momento flector e o momento torsor, correspon<strong>de</strong>ntes aosesforços primários para cada condição <strong>de</strong> carga como se esquematiza na Figura 2.Os esforços primários são os que provocam a resposta global do casco como umaviga <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas sujeitas à flexão segundo o eixo longitudinal. Com base nosesforços primários é estabelecido o nível mínimo <strong>de</strong> resistência, dita longitudinal,que <strong>de</strong>ve dispor cada secção do navio.Na prática, a resistência longitudinal requerida é baseada na satisfação <strong>de</strong>um número reduzido <strong>de</strong> quesitos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das características geométricas da1


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviossecção do casco em questão e do material com que o mesmo vai ser construído.Figura 2Esforços primários para duas condições <strong>de</strong> carga diferentes.Para além da resistência longitudinal que correspon<strong>de</strong> ao comportamentoglobal primário do casco do navio consi<strong>de</strong>rado como uma viga, o projectoestrutural do navio envolve ainda a avaliação dos esforços secundários queafectam essencialmente a estrutura local, condicionando quer o arranjo estruturalquer o dimensionamento <strong>de</strong>ssa estrutura local, nomeadamente das chapas e dosreforços. Está-se já na fase <strong>de</strong> projecto propriamente dito. As alteraçõesintroduzidas na estrutura local em resultado da avaliação pormenorizada dasforças locais tem implicações directas na resistência longitudinal, obrigando a2


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosverificações posteriores da satisfação dos quesitos mínimos da estrutura primária.Por fim, no projecto <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe, são <strong>de</strong>finidas a posição, número e forma <strong>de</strong>um conjunto <strong>de</strong> componentes que apesar <strong>de</strong> não contribuírem directamente para aresistência aos gran<strong>de</strong>s esforços a que está sujeito o casco, permitem resolveralguns problemas como seja garantir a eficaz transferência <strong>de</strong> esforços entreelementos ou a garantia da configuração sob carga (esquadros, reforços nãoefectivos), ou pura e simplesmente resolver problemas técnicos como seja anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> aberturas em elementos estruturais para a passagem<strong>de</strong> encanamentos ou pessoas (golas, reticulado local, etc.).A resistência longitudinal <strong>de</strong> navios é um dos componentes fundamentaisdo projecto estrutural dos navios. Na sua avaliação, o navio é mo<strong>de</strong>lado comouma viga que suporta, para além do seu peso próprio, a carga que é transportada,seja carga liquida ou sólida a granel, contentorizada, camiões, carros, passageiros,etc. O suporte <strong>de</strong>ssa viga é contínuo a todo o comprimento e resulta directamenteda acção da impulsão da água em que flutua, representada pela linha a tracejadoda Figura 3.Figura 3Distribuição <strong>de</strong> carga e impulsão <strong>de</strong> um navio.Ainda no campo das solicitações, assumem bastante relevo as forçasvariáveis resultantes da natureza dinâmica do movimento do navio em águasagitadas, as quais são geradoras <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> inércia não <strong>de</strong>sprezáveis, além dopróprio sistema <strong>de</strong> ondas e a sua posição relativa ao navio alterar por si só a3


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosdistribuição <strong>de</strong> impulsões ao longo do comprimento do navio.O estudo da resistência longitudinal do navio tem sofrido um<strong>de</strong>senvolvimento bastante gran<strong>de</strong> nas suas últimas décadas. Este interesse éconsequência directa da insuficiente credibilida<strong>de</strong> dos cálculos tradicionais <strong>de</strong>avaliação da resistência longitudinal do navio baseados na teoria elástica <strong>de</strong> vigase no critério da primeira cedência. Caldwell [1] em 1965 chamou a atenção paraesta insuficiência do cálculo tradicional, distinguindo claramente entre o conceito<strong>de</strong> resistência limite elástica e resistência limite ‘plástica’, mostrando que a cargamáxima suportada pelo navio era expressa por esta última, e que se <strong>de</strong>veriaconsi<strong>de</strong>rar não só o comportamento plástico dos materiais após a cedência comotambém as limitações à utilização <strong>de</strong>ssa resistência impostas pela encurvadura‘prematura’ dos elementos estruturais. O resultado final da introdução <strong>de</strong>stesconceitos conduziu ao início do estudo da resistência longitudinal máxima ouúltima <strong>de</strong> navios.Até há bem pouco tempo, os requisitos globais a verificar limitavam-se àresistência aos esforços <strong>de</strong> corte e ao momento flector assumindo, relativamente aeste último, que todos os elementos com continuida<strong>de</strong> longitudinal contribuíamefectivamente para lhe resistir. Além <strong>de</strong>stes requisitos globais era ainda necessáriosatisfazer requisitos locais que assegurassem a integrida<strong>de</strong> estrutural resultante danecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar esforços eminentemente locais, tais como a pressão lateralexercida pela água do mar num elemento <strong>de</strong> placa ou o peso da carga sobre oselementos estruturais do duplo fundo. A integrida<strong>de</strong> geométrica do navio éfundamentalmente assegurada através <strong>de</strong> um dimensionamento a<strong>de</strong>quado doselementos com continuida<strong>de</strong> transversal, tais como balizas, vaus, cavernas ouanteparas transversais entre outros. A resistência à torção adquire particularinteresse, sendo um critério importante <strong>de</strong> dimensionamento, em navios comgran<strong>de</strong>s aberturas no convés on<strong>de</strong> os problemas relacionados com o empeno setornam relevantes.As principais particularida<strong>de</strong>s construtivas e estruturais dos naviosrelativamente às estruturas usuais <strong>de</strong> engenharia civil e mecânica estãodirectamente relacionadas com o facto <strong>de</strong> se estar em presença <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong>4


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviospare<strong>de</strong>s finas ou extremamente finas, isto é, on<strong>de</strong> a relação entre as dimensões <strong>de</strong>qualquer elemento da estrutura e a sua espessura é bastante elevada, o quecondiciona <strong>de</strong> alguma forma a transmissão <strong>de</strong> esforços e levanta problemas aonível da estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturas. Além disso, a existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos, querlongitudinalmente quer transversalmente, afecta <strong>de</strong> alguma forma a geometria docasco do navio quando sujeito a gran<strong>de</strong>s esforços, induzindo não linearida<strong>de</strong>s nocomportamento estrutural que obviamente conduzem a <strong>de</strong>svios relativamente àteoria clássica, linear e elástica <strong>de</strong> vigas.1.2 Evolução do estudo da resistência longitudinal do navioThomas Young foi o primeiro a ser conhecido como tendo tentado avaliar aresistência estrutural do navio e as forças a que o casco está sujeito. Para tal,consi<strong>de</strong>rou que o navio não era mais do que uma viga sujeita a uma distribuição<strong>de</strong> pesos e impulsão. A primeira era resultante da distribuição <strong>de</strong> carga e do pesopróprio da estrutura, não negligenciável neste caso, enquanto a segundacorrespondia à distribuição <strong>de</strong> forças resultantes da imposição <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadoscomprimentos e fases <strong>de</strong> onda [2]. Este método, no fundamental, perdurou como aforma tradicional <strong>de</strong> cálculo da resistência longitudinal do casco <strong>de</strong> naviosofrendo, no entanto, algumas alterações que o adaptaram ao evoluir doconhecimento.Uma outra forma <strong>de</strong> formular o problema <strong>de</strong>ve-se a Sir Isambard Brunelque projectou o Great Eastern, um gran<strong>de</strong> navio em ferro, através do cálculo dastensões para a situação extrema <strong>de</strong> encalhe [3] dimensionando a espessura dachaparia para resistir a esta situação.Em 1897, John [4] melhorou o método fundamental <strong>de</strong> Thomas Youngassumindo como condição <strong>de</strong> projecto uma onda <strong>de</strong> comprimento igual à donavio. As tensões obtidas nestas condições eram comparadas com a tensão <strong>de</strong>rotura, servindo <strong>de</strong> base ao dimensionamento da espessura das chapas.Relativamente às solicitações, a recomendação da utilização <strong>de</strong> uma ondacom comprimento <strong>de</strong> onda igual ao comprimento do navio manteve-sepraticamente inalterada até aos nossos dias; houve, no entanto, avanços5


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviossubstanciais na <strong>de</strong>terminação da altura <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> projecto assim como na suaforma baseados em parte num melhor conhecimento dos tipos <strong>de</strong> onda associadosaos diversos estados do mar e por outro lado ao <strong>de</strong>senvolvimento das técnicas <strong>de</strong>previsão <strong>de</strong> longo prazo e estatística <strong>de</strong> extremos. Métodos mais recentesconsi<strong>de</strong>ram ainda aspectos <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m, nomeadamente a não linearida<strong>de</strong>da distribuição <strong>de</strong> pressões em resultado da presença do casco, ou assobrepressões <strong>de</strong>vidas ao caturrar, entre outras. Estes aspectos tiveram umimpacto directo nos códigos <strong>de</strong> projecto constituindo o fundamento dos diagramas<strong>de</strong> esforço <strong>de</strong> corte e momento flector a consi<strong>de</strong>rar no projecto estrutural.A evolução dos métodos <strong>de</strong> previsão da resistência longitudinal dos naviosà flexão foi mais lenta e iniciou-se mais tar<strong>de</strong>. Os diversos aspectos que afectamesta previsão têm sido incorporados nos códigos muito gradualmente, havendoalguns factores que afectam a resistência ainda em investigação. O próprioconceito <strong>de</strong> resistência longitudinal do navio tem tendência, actualmente, a ganharuma natureza mais lata, englobando por exemplo requisitos <strong>de</strong> resistência emavaria estrutural.Entre as melhorias e avanços introduzidos na <strong>de</strong>terminação da resistência<strong>de</strong>stacam-se os seguintes, por correspon<strong>de</strong>rem a gran<strong>de</strong>s alterações conceptuais <strong>de</strong>encarar o fenómeno:• encurvadura <strong>de</strong> placas e placas reforçadas à compressão e larguraefectiva;• comportamento pós colapso dos elementos constituintes do casco;• resistência longitudinal à flexão composta vertical e horizontal;• resistência em avaria;• resistência à fadiga;• natureza estocástica dos diversos aspectos.Existem ainda assuntos em estudo que afectam a resistência longitudinal,nomeadamente a inclusão da corrosão e da sua natureza estocástica, a perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> dos painéis em tracção que faz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r o momento <strong>de</strong> inérciaefectivo do estado <strong>de</strong> carga da estrutura, as consequências da utilização <strong>de</strong>materiais diferentes em painéis reforçados, a biaxialida<strong>de</strong> do estado <strong>de</strong> tensões em6


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosflexão uniaxial, a influência da difusão <strong>de</strong> tensões no momento máximo, a efectivacontribuição das zonas <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z acrescida já incluída nos códigos <strong>de</strong> formaempírica mas não totalmente esclarecida teórica ou tecnicamente, entre outras esem querer parecer exaustivo.1.3 Métodos existentesOs métodos utilizados na avaliação da resistência longitudinal do navio emflexão são classificados normalmente em dois gran<strong>de</strong>s grupos [5]: os métodosdirectos e os métodos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> colapso progressivo.No entanto, em cada um <strong>de</strong>stes grupos os métodos existentes utilizamprocessos e conceitos diferentes originando muitas vezes resultados bastantedíspares para o mesmo navio, tal como ficou perfeitamente claro nos trabalhos dorelatório do Comité para o estudo do colapso dúctil do International Ship andOffshore Structures Congress (ISSC) <strong>de</strong> 1997 [6] e no Comité Especial para o estudoda Resistência Longitudinal do Navio do ISSC <strong>de</strong> 2000 [5].1.3.1 Métodos directosOs métodos directos disponíveis actualmente resultam da evolução eadaptação da teoria clássica <strong>de</strong> vigas às particularida<strong>de</strong>s da flexão <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong>pare<strong>de</strong>s finas sujeitas a carregamento complexo, como é o caso do casco do navio.O método <strong>de</strong> Caldwell [1] representou a passagem do método <strong>de</strong> previsão<strong>de</strong> resistência longitudinal à flexão utilizando a teoria clássica linear elásticaconjuntamente com o critério da primeira cedência para os métodos <strong>de</strong> análise‘plástica’ consi<strong>de</strong>rando os fenómenos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> associados à perda parcial<strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> e à plastificação local da estrutura. A estrutura do navio passou aser i<strong>de</strong>alizada como uma estrutura não reforçada <strong>de</strong> espessura equivalente e aperda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> nas zonas em compressão era contabilizada através daintrodução <strong>de</strong> factores <strong>de</strong> redução da largura das placas [7] afectando a áreacorrespon<strong>de</strong>nte. O momento máximo suportado pela viga navio era avaliadoconsi<strong>de</strong>rando esta secção ‘reduzida’ e aplicando-lhe o método clássico da teoria <strong>de</strong>vigas.7


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> NaviosEste método sobrestimava ten<strong>de</strong>ncialmente a resistência <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong>não consi<strong>de</strong>rar a perda <strong>de</strong> resistência dos elementos estruturais após terematingido a sua capacida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> carga. Além disso estava bastante<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da qualida<strong>de</strong> dos factores redutores utilizados.As melhorias introduzidas posteriormente no método direccionaram-seessencialmente a três aspectos:1. a estimativa <strong>de</strong> factores <strong>de</strong> redução credíveis. As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>staestimativa pren<strong>de</strong>m-se com a previsão ‘correcta’ da resistência dospainéis reforçados presentes na estrutura do navio a qual apresenta umanatureza estocástica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> diversos aspectos particulares elocais relacionados com a geometria global e local da estrutura e dacomplexida<strong>de</strong> do estado <strong>de</strong> carga. Além disso, o método consi<strong>de</strong>ra umúnico factor <strong>de</strong> redução para gran<strong>de</strong>s regiões do casco, seja o convés,costado, fundo, duplo fundo, mas raramente existe uniformida<strong>de</strong> totalnesses painéis;2. a introdução <strong>de</strong> uma avaliação faseada da resposta da estrutura usandocomo pontos <strong>de</strong> cálculo a sequência <strong>de</strong> colapso dos diversos elementosestruturais. Esta evolução, consequência directa da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>subdividir o casco em elementos estruturais mais pequenos apontada noponto anterior, permite esboçar <strong>de</strong> uma forma mais fi<strong>de</strong>digna a relaçãomomento flector – curvatura do casco do navio;3. a utilização <strong>de</strong> curvas representativas do comportamento das placasreforçadas após o seu colapso. Este aspecto é <strong>de</strong> especial importânciapois só assim se consegue caracterizar correctamente o momentomáximo e a correspon<strong>de</strong>nte curvatura.Qualquer <strong>de</strong>stes três pontos levantam por si só uma série <strong>de</strong> questões quetêm sido tema <strong>de</strong> diversos trabalhos recentes quer sobre o comportamento <strong>de</strong>elementos estruturais simples, ou mais elaborados como por exemplo a resposta<strong>de</strong> painéis reforçados com múltiplos vãos.Os métodos directos melhorados que entretanto foram surgindo, atacamessencialmente as questões levantadas no ponto 1 enquanto que os pontos 2 e 38


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Navios<strong>de</strong>ram origem à análise por colapso progressivo.Entre os métodos directos melhorados po<strong>de</strong>m-se referir as alteraçõesintroduzidas por Nishihara [8] entre outros [9-11] ao método <strong>de</strong> Caldwell através<strong>de</strong> uma avaliação mais precisa dos factores redutores.Maestro e Marino [12] alteraram o método original <strong>de</strong> forma a permitiravaliar a resistência à flexão biaxial, aplicando-o ao caso <strong>de</strong> navios danificados<strong>de</strong>vido a colisão ou encalhe.Para além dos métodos ditos racionais baseados na proposta <strong>de</strong> Caldwell,existem disponíveis ainda um conjunto <strong>de</strong> fórmulas empíricas [13,14]normalmente vocacionadas para <strong>de</strong>terminados tipos específicos <strong>de</strong> navios cujaaplicabilida<strong>de</strong> é assim normalmente limitada e pressupõe que a configuraçãoestrutural não se afasta dos standards para esses mesmos tipos <strong>de</strong> navios.1.3.2 Métodos <strong>de</strong> colapso progressivoDa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência máxima do cascodo navio à flexão para efeitos <strong>de</strong> projecto, rapidamente se passou a reconhecer ointeresse <strong>de</strong> prever a relação momento-curvatura numa gama alargada <strong>de</strong>curvaturas que incluísse o ponto <strong>de</strong> momento máximo.O interesse <strong>de</strong>sta previsão está directamente relacionada com:1. o conhecimento da rigi<strong>de</strong>z estrutural inicial e do ponto a partir do qualesta rigi<strong>de</strong>z começa a diminuir por perda <strong>de</strong> resistência local, seja estadiminuição <strong>de</strong>vida a fenómenos <strong>de</strong> encurvadura ou <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong>;2. o colapso global do casco do navio à flexão dar-se quando alguns dospainéis já se encontram em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga;3. o comportamento pós-colapso do casco do navio permitir ajuizar sobre aa<strong>de</strong>quação das soluções estruturais e sobre a reserva <strong>de</strong> resistência realda estrutura;4. o conhecimento da distribuição <strong>de</strong> tensões em cada fase <strong>de</strong> cargapermitir i<strong>de</strong>ntificar problemas e introduzir melhoramentos locais noprojecto que tornem a estrutura globalmente melhor;5. a i<strong>de</strong>ntificação das diferenças <strong>de</strong> comportamento estrutural entre navio9


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosnovo e navio em serviço <strong>de</strong>vido à variação dos parâmetros que afectama resistência local com o tempo <strong>de</strong> serviço, nomeadamente tensõesresiduais, imperfeições geométricas iniciais.Só os métodos baseados no colapso progressivo po<strong>de</strong>m satisfazertotalmente estes pontos, sendo <strong>de</strong> muita relevância a qualida<strong>de</strong> das curvas <strong>de</strong>comportamento dos elementos locais utilizadas no método, as quais, tal como foireferido na secção anterior, <strong>de</strong>vem ser capazes <strong>de</strong> reproduzir o comportamentopós-colapso quer dos elementos <strong>de</strong> placa quer dos elementos <strong>de</strong> placa reforçada.Os métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal por colapso progressivoda viga navio po<strong>de</strong>m ser classificados em três gran<strong>de</strong>s grupos:1. métodos simplificados2. método dos elementos finitos3. métodos híbridos1.3.2.1 Métodos simplificadosOs métodos simplificados baseiam-se na i<strong>de</strong>ia fundamental que a secçãonão po<strong>de</strong> suportar o momento plástico teórico quando se <strong>de</strong>senvolve uma rótula,havendo perda <strong>de</strong> resistência local nas zonas mais carregadas em compressãoapós ter sido atingida a sua carga máxima. Esta carga máxima raramentecorrespon<strong>de</strong> à carga <strong>de</strong> cedência do material nas zonas em compressão sendonormalmente inferior.Assim, utilizando funções a<strong>de</strong>quadas para representar fi<strong>de</strong>dignamente ocomportamento local, é possível prever com gran<strong>de</strong> precisão o comportamentoglobal da estrutura à flexão.A perda local <strong>de</strong> resistência ou rigi<strong>de</strong>z tem implicações directas nadistribuição <strong>de</strong> tensões, <strong>de</strong>saparecendo a linearida<strong>de</strong> que caracteriza a análiselinear elástica da flexão <strong>de</strong> vigas, e originando uma <strong>de</strong>pendência da posição doeixo neutro da viga relativamente ao estado <strong>de</strong> carga.Smith [15] foi o primeiro a <strong>de</strong>monstrar a incapacida<strong>de</strong> da secção mestra emsuportar o momento plástico teórico através da análise <strong>de</strong> um caso prático. Ométodo utilizado divi<strong>de</strong> a secção em pequenos elementos formados por um10


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosreforço e placa associada, sendo avaliado o comportamento em tracção ecompressão <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>stes elementos. Uma vez estabelecidas as curvas tensãoextensão médias para cada placa reforçada está-se em condições <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r àanálise por colapso progressivo, aplicando uma curvatura ou um aumento dacurvatura (no método original), avaliando a distribuição <strong>de</strong> alongamentoscorrespon<strong>de</strong>ntes segundo a hipótese <strong>de</strong> Navier e calculando a distribuição <strong>de</strong>tensões através das equações <strong>de</strong> equilíbrio da secção.A confiança nos resultados do método <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m em larga escala daqualida<strong>de</strong> das curvas tensão extensão médias dos elementos reforçados. Uma dasmaiores potencialida<strong>de</strong>s do método é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão directa dainfluência dos diversos parâmetros condicionantes do comportamento das placasreforçadas. Dada a importância <strong>de</strong>stes aspectos na qualida<strong>de</strong> da previsão <strong>de</strong>resistência longitudinal à flexão <strong>de</strong> navios, gran<strong>de</strong> parte dos trabalhos<strong>de</strong>senvolvidos nesta área envolvem o problema da obtenção <strong>de</strong> curvas tensãoalongamento mais fiáveis, po<strong>de</strong>ndo-se apontar como representativos os trabalhos<strong>de</strong> Smith [15], Ostapenko [16], Rutherford [3], Gordo e Gue<strong>de</strong>s Soares [17], Yao[18,19] e Paik [20], entre outros.Na sua forma original, o método <strong>de</strong> Smith [15] avalia a rigi<strong>de</strong>z estruturalem cada ponto <strong>de</strong> carga, leia-se estado <strong>de</strong> encurvadura, aplicando posteriormenteum incremento <strong>de</strong> curvatura e por equilíbrio da secção <strong>de</strong>termina acorrespon<strong>de</strong>nte variação no momento flector. Este processo pela sua elegância temsido utilizado em diversos trabalhos e programas [3,21].No entanto existem soluções alternativas, nomeadamente impondo umasequência <strong>de</strong> curvaturas e calculando directamente o momento total através doequilíbrio da secção [22,23]; naturalmente que existem alguns passos intermédiossimilares em ambos os processos como seja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> ummétodo iterativo por impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer à priori a posição do eixoneutro.Mas a gran<strong>de</strong> diferença entre as duas formas <strong>de</strong> tratar o assunto dizrespeito à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivar as curvas tensão-alongamento no métodooriginal para utilização no cálculo da matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z estrutural tangente,11


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosenquanto que no segundo processo se utilizam directamente estas curvas,evitando a <strong>de</strong>rivação e os problemas associados para placas com curvas menossuaves ou <strong>de</strong> colapso abrupto. Formalmente o que se está a calcular para cadacurvatura é o módulo estrutural secante. Além disso o erro do método <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>estar in<strong>de</strong>xado ao incremento <strong>de</strong> curvatura utilizado por o método não sercumulativo como o original. A convergência do processo por seu turno é obtidacom muito menor dificulda<strong>de</strong> pois no método original <strong>de</strong> Smith a posição do eixoneutro instantâneo não era necessariamente avaliada por as equações <strong>de</strong> equilíbriodizerem respeito ao diferencial <strong>de</strong> forças relativamente à distribuição anterior.1.3.2.2 Análise por Elementos FinitosA análise da resistência do casco à flexão utilizando o método doselementos finitos continua a ser uma alternativa do projectista. O método pelassuas características apresenta diversos aspectos positivos e negativosrelativamente à sua aplicação ao mo<strong>de</strong>lo do casco do navio.Entre os aspectos positivos <strong>de</strong>stacam-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representar maisfielmente a geometria, apesar da sua complexida<strong>de</strong>, sendo possível i<strong>de</strong>ntificarfenómenos associados à tridimensionalida<strong>de</strong> da estrutura que não estão cobertosnos métodos simplificados e dificilmente estarão num futuro próximo. Osprogressos nos equipamentos <strong>de</strong> cálculo disponíveis tem sido gran<strong>de</strong>s nos últimosanos, havendo disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> natureza geral ouespecificamente orientados para a resolução <strong>de</strong>ste problema que, conjuntamentecom as capacida<strong>de</strong>s actuais dos computadores pessoais quer em memória quer emvelocida<strong>de</strong>, permitem obter resultados em tempo útil. A título <strong>de</strong> exemplo nota-sea utilização do programa <strong>de</strong> elementos finitos LSDYNA-3D na investigação doaci<strong>de</strong>nte com o navio Nakhodka [24] em que foi estudada a resistêncialongitudinal através <strong>de</strong> uma análise elastoplastica com gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações nummo<strong>de</strong>lo constituído por cerca <strong>de</strong> 200.000 elementos.A lista <strong>de</strong> aspectos negativos é bem mais extensa, indo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a dificulda<strong>de</strong>em <strong>de</strong>finir a dimensão do mo<strong>de</strong>lo à dificulda<strong>de</strong> em interpretar os resultados. Pelomeio ficam as dificulda<strong>de</strong>s em mo<strong>de</strong>lar as imperfeições geométricas iniciais e12


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviostensões residuais <strong>de</strong> toda a estrutura mais que não seja pela sua naturezaestocástica, a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a uma análise incremental não elásticaque na maior parte dos casos apresenta problemas <strong>de</strong> convergência especialmentequando acontecem gran<strong>de</strong>s variações na matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, a dificulda<strong>de</strong> em<strong>de</strong>finir condições fronteira e carregamentos a<strong>de</strong>quados, entre outros.Dado o número <strong>de</strong> elementos e nós aumentar <strong>de</strong>smesuradamente se sepreten<strong>de</strong>r uma representação fi<strong>de</strong>digna do navio e <strong>de</strong> cuja análise resultemresultados credíveis, as soluções <strong>de</strong> compromisso encontradas passaminvariavelmente ou por mo<strong>de</strong>lar parcialmente o casco do navio, limitando ocomprimento do mo<strong>de</strong>lo, ou <strong>de</strong>senvolvendo superelementos que supostamentereproduzam o comportamento dos painéis reforçados sob os diversoscarregamentos utilizando um número reduzido <strong>de</strong> nós [25,26].1.3.2.3 Métodos híbridosDe alguma forma esta última solução gerou um método expedito <strong>de</strong>análise, ISUM-I<strong>de</strong>alised Structural Unit Method, o qual foi <strong>de</strong>senvolvido no Japãopor Ueda et al. [27] e melhorado por diversos investigadores [28-30]. O princípiofundamental do método consiste em gerar elementos dinâmicos representativosdo comportamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s painéis entre reforços primários <strong>de</strong> tal forma que otempo <strong>de</strong> cálculo e o número <strong>de</strong> elementos se reduzam substancialmente. Amatriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do elemento apresentada sob a forma incremental consi<strong>de</strong>ra ainfluência da instabilida<strong>de</strong> e plasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a carregamentos biaxiais <strong>de</strong>tensão e compressão e forças <strong>de</strong> corte [31]. Paik [32] usou este método paraanalisar o colapso progressivo <strong>de</strong> navios tal como Ueda o fez relativamente a umnavio tanque com duplo casco [33]. No entanto o método ISUM necessita ainda <strong>de</strong>algum <strong>de</strong>senvolvimento em termos da representação do comportamento doselementos <strong>de</strong> forma a se obterem melhores resultados.Um outro método passível <strong>de</strong> ser utilizado na <strong>de</strong>terminação da resistêncialongitudinal <strong>de</strong> navios é o método do nó plástico <strong>de</strong>senvolvido por Ueda e Yao em1982 [34], o qual sofreu posterior <strong>de</strong>senvolvimento por Bai [35] através do<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos elementos <strong>de</strong> viga/coluna, em que a placa está sujeita13


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosà compressão e corte.1.4 Resultados experimentaisInfelizmente não existem muitos estudos experimentais disponíveis sobre aresistência longitudinal <strong>de</strong> navios apesar <strong>de</strong> terem começado a aparecer algunstrabalhos neste campo nas últimas décadas. As razões para esta escassez <strong>de</strong> dadosexperimentais tem muito a ver com as dimensões dos protótipos e os custosassociados à execução dos mesmos. Assim é vulgar neste campo <strong>de</strong> investigaçãoutilizar como dados experimentais para validação <strong>de</strong> métodos, os resultados dainvestigação dos aci<strong>de</strong>ntes resultantes <strong>de</strong> colapso estrutural <strong>de</strong> navios em que sejaconhecido com alguma precisão o estado <strong>de</strong> carga e o estado do mar no momentodo aci<strong>de</strong>nte estrutural.Dos poucos trabalhos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong>stacam-se o estudo <strong>de</strong> Faulkner et al. [36]que investigou as razões do colapso estrutural que levou ao afundamento donavio da marinha inglesa ‘HMS Cobra’, um <strong>de</strong>stróier <strong>de</strong> estrutura transversal, e otrabalho <strong>de</strong>senvolvido por Rutherford e Caldwell [3] na reconstituição dascondições que levaram ao sossobramento do navio tanque VLCC ‘EnergyConcentration’.Os ensaios em mo<strong>de</strong>los à escala são também muitos escassos, limitando-seao ensaio <strong>de</strong>strutivo <strong>de</strong> flexão num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> fragata à escala <strong>de</strong> 1:3 levado a caboem Dunfermline, Escócia [37], e aos ensaios <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> vigas em caixãoexecutados por Nishihara [38], representativos da estrutura simplificada <strong>de</strong>diversos tipos <strong>de</strong> navios. Dowling et al. [39] efectuaram dois ensaios <strong>de</strong> flexão emvigas em caixão típicas <strong>de</strong> pontes, as quais têm uma geometria semelhante aocasco <strong>de</strong> navios, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados na validação dos métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência [40,41].1.5 Objectivos e organização da dissertaçãoA apresentação do estado da arte da resistência longitudinal <strong>de</strong> navios nassecções anteriores mostra os passos essenciais a <strong>de</strong>senvolver para a obtenção <strong>de</strong>14


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Navioscurvas do momento flector versus curvatura que sejam o mais credíveis possível.Estes passos são: o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> curvas tensão extensão médiasrepresentativas do comportamento <strong>de</strong> placas reforçadas ou não reforçadas compossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que permita incluir o efeito dos parâmetrosprincipais que mais influenciam o comportamento dos elementos estruturais,usualmente i<strong>de</strong>ntificados com a amplitu<strong>de</strong> das imperfeições geométricas e astensões residuais; o aperfeiçoamento do conhecimento sobre a real influência<strong>de</strong>sses parâmetros, a sua inter<strong>de</strong>pendência e o seu relacionamento comparâmetros menos correntemente utilizados; a i<strong>de</strong>ntificação das condiçõesfronteira mais realistas a utilizar nos mo<strong>de</strong>los; e um melhor conhecimento docomportamento pós-colapso quer dos componentes estruturais bidimensionaisquer dos tridimensionais.O objectivo <strong>de</strong>sta dissertação tem duas vertentes que se complementam. Aprimeira consiste no <strong>de</strong>senvolvimento e aperfeiçoamento do método <strong>de</strong> previsão<strong>de</strong> resistência longitudinal do navio e sua validação através <strong>de</strong> ensaios em vigascaixão sujeita a flexão pura. A segunda vertente consiste no estudo docomportamento à compressão no plano <strong>de</strong> elementos estruturais típicos <strong>de</strong> navios,a qual apesar <strong>de</strong> apresentar individualida<strong>de</strong> própria, constitui ainda matéria <strong>de</strong>suporte ao método atrás referido.Assim a estrutura <strong>de</strong>sta dissertação e o estudo associado tratam cada tipo<strong>de</strong> componentes individualmente e para cada tipo <strong>de</strong> carregamento, começandopelos componentes mais simples até aos ensaios em mo<strong>de</strong>los tridimensionais.Finalmente o conhecimento adquirido ao longo dos diversos capítulos é aplicadona actualização do programa <strong>de</strong> cálculo da resistência longitudinal e é feita umaanálise comparativa com os resultados dos ensaios.No Capítulo 2 estuda-se o comportamento <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> placa nãoreforçada sujeitas a carregamento predominantemente compressivo. Numaprimeira fase i<strong>de</strong>ntificam-se as condições fronteira mais representativas paramo<strong>de</strong>lar convenientemente estes elementos, tal como se encontram nos cascos dosnavios [42]. As condições fronteira assim escolhidas são utilizadas na construçãodos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> elementos finitos não lineares necessários ao estudo sistemático15


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosquer do comportamento pré e pós-colapso quer da resistência máxima. Os dadosrecolhidos do estudo sistemático, em que é analisada a influência da amplitu<strong>de</strong> edo modo das imperfeições e da razão <strong>de</strong> dimensões, são usados na recomendação<strong>de</strong> uma fórmula <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal sob acção <strong>de</strong> forçascompressivas. Esta fórmula será a base das curvas simplificadas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>comportamento à compressão <strong>de</strong> placas não reforçadas pertencentes a cascos <strong>de</strong>navios.No Capítulo 3 proce<strong>de</strong>-se a um estudo semelhante mas em que ocarregamento no plano da placa é aplicado no bordo maior, resultando no que évulgarmente conhecido por resistência transversal <strong>de</strong> placas. Este tipo <strong>de</strong> placas émenos vulgar nos navios actuais <strong>de</strong>vido à adopção <strong>de</strong> uma estrutura orientadalongitudinalmente, pelo que a profundida<strong>de</strong> do estudo sistemático é tambémten<strong>de</strong>ncialmente menor. Além disso, os parâmetros associados às imperfeições sãomenos importantes na <strong>de</strong>terminação da resistência, não a afectando tãosignificativamente como no caso anterior. No entanto a influência da razão <strong>de</strong>dimensões torna-se muito importante para este tipo <strong>de</strong> carregamento pelo que éinvestigada a resistência transversal <strong>de</strong> placas com razão <strong>de</strong> dimensões 2, 3, 4 e 5.No Capítulo 4 estuda-se o comportamento <strong>de</strong> placas reforçadas sujeitas acarregamento compressivo axial com placa associada sujeita a tensões <strong>de</strong>membrana resultantes do constrangimento imposto. O número <strong>de</strong> parâmetros queafectam a resistência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> placas é elevado pelo que o estudo sistemáticose limitou a analisar algumas variações geométricas do perfil e placa associada.No Capítulo 5 apresenta-se o método <strong>de</strong> previsão do colapso do cascoutilizando as versões mais actualizadas das formulações <strong>de</strong> placas reforçadasatravés das alterações propostas nos Capítulos 2, 3 e 4.O Capítulo 6, numa primeira fase, <strong>de</strong>screve a preparação dos ensaios emvigas caixão sob flexão pura, apresenta alguns dos resultados medidosrelativamente às imperfeições resultantes do fabrico, caracteriza o material atravésdos ensaios <strong>de</strong> tracção executados e termina através da análise dos resultadosexperimentais para os cinco mo<strong>de</strong>los individualmente. O grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>staanálise é elevado para o primeiro mo<strong>de</strong>lo ensaiado, tendo-se optado por só realçar16


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Naviosos aspectos mais importantes relacionados com a resistência longitudinal nosoutros mo<strong>de</strong>los.No Capítulo 7 compara-se os resultados dos ensaios com as previsões dométodo <strong>de</strong>scrito no Capitulo 5 <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se ter procedido à melhoria do mesmoatravés das alterações propostas nos Capítulos 2, 3 e 4.Finalmente apontam-se os principais avanços e limitações quer <strong>de</strong>steestudo quer do próprio programa <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência, indicando-se os<strong>de</strong>senvolvimentos futuros previsíveis.Convêm sublinhar que o estudo <strong>de</strong>senvolvido sobre o comportamento dasestruturas elementares constitui só por si uma contribuição autónoma para acaracterização do comportamento <strong>de</strong> placas e placas reforçadas, como porexemplo, colmatando alguma falta <strong>de</strong> informação e dados (placas sujeitas àcompressão transversal), interpretando a influência das imperfeições iniciais naresistência <strong>de</strong> forma diferente (influência da forma das imperfeições na resistência<strong>de</strong> placas sujeitas a compressão longitudinal), analisando a influência da utilização<strong>de</strong> materiais diferentes na placa e no reforço (placas reforçadas) ou propondonovos processos <strong>de</strong> estabelecer o nível <strong>de</strong> tensões residuais resultantes do processo<strong>de</strong> fabrico a partir dos resultados experimentais, entre outros.17


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasCapítulo 2 Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasNeste Capítulo estuda-se o comportamento elastoplástico <strong>de</strong> placascaracterísticas do casco dos navios. Para atingir tal objectivo começa-se porestudar o tipo <strong>de</strong> condições fronteira que são mais representativas da sua condiçãoreal no navio e faz-se um breve estudo sobre o impacto da alteração <strong>de</strong>stascondições na resistência <strong>de</strong> placas à compressão longitudinal.Para as placas restringidas, consi<strong>de</strong>radas as mais representativas, é feito umestudo mais aprofundado da influência das imperfeições iniciais na resistência daplaca em que se consi<strong>de</strong>ra tanto a variação da amplitu<strong>de</strong> das imperfeições como aforma geométrica das mesmas. É ainda dada atenção ao impacto da razão <strong>de</strong>dimensões na resistência e à sua <strong>de</strong>pendência da geometria das imperfeiçõesiniciais.As tensões residuais são também tratadas no que se refere à sua influênciana resistência da placa. São <strong>de</strong>duzidas expressões que permitem estimar asconsequências da sua existência no comportamento <strong>de</strong> placas restringidas querpara carregamentos <strong>de</strong> tracção quer <strong>de</strong> compressão, isto é, em toda a gama <strong>de</strong>alongamentos <strong>de</strong> interesse prático. Complementarmente aborda-se ainda oproblema do alívio <strong>de</strong> tensões residuais.Por fim é apresentado o método para obter as curvas tensão médiaalongamentonominal <strong>de</strong> placas restringidas, o qual é comparado com as curvasobtidas por elementos finitos.2.1 Resenha históricaOs primeiros estudos sobre compressão <strong>de</strong> placas apareceram no séculoXIX com os trabalhos <strong>de</strong> Saint Venant que <strong>de</strong>rivou em 1883 a equação diferencialelástica <strong>de</strong> placas rectangulares sujeitas a pressão lateral e tensão uniforme noplano da placa. A partir daí <strong>de</strong>senvolveram-se diversos métodos analíticos quepermitiram aumentar o conhecimento sobre o comportamento elástico <strong>de</strong>ste tipo<strong>de</strong> placas quando sujeitas a forças <strong>de</strong> compressão sendo os mais conhecidos o <strong>de</strong>19


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasNavier e o <strong>de</strong> Lévy com um domínio <strong>de</strong> aplicação limitado à teoria das pequenas<strong>de</strong>formações. Simultaneamente, <strong>de</strong>senvolveram-se os métodos energéticos quepermitiam obter resultados credíveis <strong>de</strong> uma forma elegante e bem mais simples.A partir <strong>de</strong>stes primeiros passos começaram a surgir uma quantida<strong>de</strong>apreciável <strong>de</strong> trabalhos relacionados com a previsão da resistência máxima <strong>de</strong>placas à compressão. As primeiras fórmulas resumiam a resistência crítica elásticada placa em função dos parâmetros geométricos da mesma.Posteriormente, principalmente a partir dos anos cinquenta, compreen<strong>de</strong>usea necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prever a resistência tomando explicitamente em conta aexistência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações resultantes do carregamento compressivo dasplacas. Von Karman <strong>de</strong>duziu as equações para placas com gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações asquais foram alteradas por Marguerre <strong>de</strong> forma a consi<strong>de</strong>rarem as imperfeiçõesiniciais. Também as características plásticas do material assumiram particularimportância, a qual é realçada na comparação entre as previsões analíticas e osresultados experimentais <strong>de</strong> ensaios em placas, especialmente em <strong>de</strong>terminadasgamas da razão entre a largura e a espessura, a qual é uma medida da esbelteza daplaca.Moxham [43] e Little [44] aplicaram métodos energéticos no estudo docomportamento <strong>de</strong> placas e obtiveram curvas tensão extensão médias baseadas nocomportamento elastoplastico do material. Simultaneamente começou a aplicar-seexaustivamente o método dos elementos finitos [45] assim como o método dasdiferenças finitas ao estudo <strong>de</strong> placas em compressão [46,47].Um marco importante no estudo da resistência <strong>de</strong> placas não reforçadas<strong>de</strong>ve-se ao trabalho <strong>de</strong> levantamento do estado da arte e análise <strong>de</strong> resultadosexperimentais levados a cabo por Faulkner [48], o qual para além <strong>de</strong> estabeleceruma previsão <strong>de</strong> resistência bastante credível em média e nas gamas mais usuaisdas placas utilizadas em estruturas navais, realçou <strong>de</strong> forma inequívoca anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aperfeiçoamento do conhecimento sobre a importância dasimperfeições iniciais na <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga máxima da placa.Durante o final dos anos setenta e anos oitenta vários autores <strong>de</strong>dicaramparte dos seus esforços à analise da influência das imperfeições iniciais20


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasgeométricas e das tensões residuais [49-54]. Simultaneamente foram<strong>de</strong>senvolvidos esforços importantes na construção <strong>de</strong> base <strong>de</strong> dados sobre asimperfeições geométricas típicas em navios [55-57] e os níveis <strong>de</strong> tensões residuaisexistentes nas estruturas na fase inicial <strong>de</strong> operação [58], porque as tensõesresiduais ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>saparecer com a operacionalida<strong>de</strong> dos navios, consequênciado alívio <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong>vido ao carácter cíclico das tensões a que está sujeito ocasco.A comparação entre as curvas tensão alongamento obtidas através dosdiversos métodos energéticos, diferenças finitas e elementos finitos, apresentamalguma concordância na fase crescente da curva, até à carga máxima, tendo, noentanto, diferenças significativas na zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregamento <strong>de</strong> pós-colapso. Estefacto, associado à necessida<strong>de</strong> da previsão do comportamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sestruturas constituídas basicamente por elementos <strong>de</strong> placa, veio mostrar anecessida<strong>de</strong> da adopção <strong>de</strong> métodos aproximados simplificados <strong>de</strong> previsão dascurvas quer na região <strong>de</strong> pré colapso quer na <strong>de</strong> pós colapso estando jádisponíveis um número relativamente elevado <strong>de</strong> métodos com graus <strong>de</strong>complexida<strong>de</strong> variável <strong>de</strong> que são exemplos os trabalhos <strong>de</strong> Gordo e Gue<strong>de</strong>sSoares [17], Paik e Pe<strong>de</strong>rsen [59], Rho<strong>de</strong>s [60] e Billingsley [61].2.1.1 Trabalhos experimentaisOs ensaios em placas simples quer encastradas quer apoiadas sujeitas acarregamento no plano apresentam o problema <strong>de</strong> assegurar condições fronteirarealísticas. Esta dificulda<strong>de</strong> contrapõe-se em larga medida à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>efectuar testes laboratoriais <strong>de</strong> forma a validar os estudos teóricos, cálculosnuméricos, métodos aproximados, etc.Apesar do esforço <strong>de</strong> variados investigadores em gerar condições fronteiraapropriadas, muitos dos testes efectuados não obtiveram total sucesso, o quecondiciona <strong>de</strong> alguma forma a utilização <strong>de</strong>sses resultados. Esta questãorelacionada com a validação <strong>de</strong> alguns resultados experimentais já tinha sidolevantada por Davidson [62] e Belkaid [63].Dwigth et al. [64] <strong>de</strong>senvolveram um sistema <strong>de</strong> garfos que permitia o21


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasensaio <strong>de</strong> placas não reforçadas, encastradas ou simplesmente apoiadas. Àsbainhas eram permitidos <strong>de</strong>slocamentos no plano, evitando-se assim parcialmenteas tensões <strong>de</strong> membrana. Contudo as bainhas requeriam uma preparação especial.Os ensaios conduzidos por Moxham [50,65] evitavam a preparação das bainhas eBradfield [66] utilizou o mesmo equipamento para testar placas <strong>de</strong> espessuravariável.Um sistema diferente foi utilizado por Becker [67] e por Dwight e Little[68,69], sendo ensaiadas várias placas simultaneamente, as quais serviam <strong>de</strong> apoioumas às outras. No entanto, este sistema não garante boas condições fronteiraespecialmente a partir do momento em que se <strong>de</strong>senvolvem gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formaçõesfora do plano das chapas, o que acontece normalmente no início da fase <strong>de</strong> colapsoe pós colapso.A compilação dos resultados <strong>de</strong>stes testes está disponível na referência [48]servindo <strong>de</strong> base à fórmula <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência proposta no mesmo artigo.2.2 Resistência limite e esbeltez da placaA resistência <strong>de</strong> placas à compressão longitudinal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> especialmenteda esbeltez da placa pelo que é necessário <strong>de</strong>finir com clareza o que é a esbeltezada placa e como ela se relaciona com a resistência.A resistência <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> placa à compressão longitudinal constitui umassunto muito estudado e <strong>de</strong>senvolvido por diversos autores, havendo um gran<strong>de</strong>consenso sobre as principais variáveis envolvidas e a sua influência na resistêncialimite.É vulgarmente aceite que o principal parâmetro condicionante daresistência longitudinal da placa é a sua esbelteza nominal β <strong>de</strong>finida por:btβ = ε o(1)para uma placa <strong>de</strong> comprimento a, largura b e espessura t, fabricada em material<strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> cedênciaσ o, módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> E e coeficiente <strong>de</strong> Poisson υ. Aextensão <strong>de</strong> cedência, εo, é por <strong>de</strong>finição igual a σ o /E.22


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasEste parâmetro <strong>de</strong> esbelteza assim <strong>de</strong>finido surge naturalmente daresolução da equação diferencial elástica <strong>de</strong> equilíbrio da placa simplesmenteapoiada sujeita a carregamento longitudinal <strong>de</strong> compressão e está intimamenterelacionado com o modo <strong>de</strong> colapso. De facto, a sua tensão crítica ou <strong>de</strong> Euler,normalizada, é dada por [70]:2σ πφ ≡eke =(2)σ 12 βo2 2( 1 − ν ) ⋅em que k é uma função que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da razão geométrica ou <strong>de</strong> dimensões daplaca, α = a b , e da distribuição do carregamento no topo da placa:2⎛ m α ⎞k = +(3)⎜⎝ α⎟m ⎠sendo m o número <strong>de</strong> semi-sinusói<strong>de</strong>s em que a placa se <strong>de</strong>forma ao se dar ainstabilida<strong>de</strong> elástica. Esta função tem vários mínimos locais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da razão<strong>de</strong> dimensões, sendo, no entanto, todos eles iguais a 4 para carregamentosuniformes e α inteiro.A utilização <strong>de</strong>sta tensão crítica elástica como tensão limite mostrou-sebastante <strong>de</strong>sajustada na sua aplicação a materiais dúcteis como o aço e o alumínio,pelo que foi necessário incluir correcções <strong>de</strong>vido ao comportamento plástico domaterial. De facto, em materiais com comportamento dúctil, a plasticida<strong>de</strong><strong>de</strong>sempenha um papel importante não só na resistência limite, como também,eventualmente, no modo <strong>de</strong> colapso. Para melhor retractar a resistência limite emplacas pouco esbeltas, Jonhson e Ostenfeld propuseram uma curva parabólica noscasos em que φ e >0,5 a qual permite estimar a transição gradual <strong>de</strong> uma placaesbelta com colapso bem marcado por instabilida<strong>de</strong> elástica para uma placa muitoespessa em que o colapso se dá por escoamento plástico à tensão <strong>de</strong> cedência.φc1= 1 −(4)4 ⋅ φeUm levantamento histórico do estudo da resistência limite <strong>de</strong> placas foiefectuado por Faulkner [48] que propôs uma fórmula <strong>de</strong> previsão da resistêncialimite <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, com imperfeições iniciais médias e sem23


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placastensões residuais e levou, consequentemente, à revisão do conceito <strong>de</strong> larguraefectiva nominal, φ :w⎧21⎪ − para β ≥ 12φw = ⎨ββ(5)⎪⎩ 1 para β ≤ 1Esta fórmula tem origem na análise <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> resultadosexperimentais em placas e é ainda hoje extensivamente utilizada em diversoscódigos ou como base <strong>de</strong> trabalho nos mais diversos tipos <strong>de</strong> estudos.Gue<strong>de</strong>s Soares [51] atestou a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta expressão com resultadosexperimentais mais recentes, generalizando-a por forma a incorporarexplicitamente a influência das imperfeições iniciais. Este estudo permitiu concluirque a resistência limite das placas 'perfeitas' apresenta uma <strong>de</strong>pendênciasemelhante da esbelteza, sendo no entanto <strong>de</strong> notar uma maior resistência:⎧2.161.08⎪ − para β ≥ 1φ = ⎨ β 2ows β(6)⎪⎩ 1.08 para βo≤ 1Esta expressão toma valores superiores à unida<strong>de</strong>, quantificando <strong>de</strong>staforma a elevada resistência observada em testes <strong>de</strong> placas espessas, a qual resultado estado <strong>de</strong> tensões plano na placa nos casos em que os bordos são obrigados apermanecer direitos.A redução da resistência da placa <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais é quantificável, segundo o mesmo autor, por:φ δ= 1 − ( 0.626 − 0. 121β)δ(7)Esta expressão <strong>de</strong>verá ser utilizada em conjunto com a equação (6), para prever aresistência da placa com imperfeições iniciais.De notar, na Figura 4, a semelhança e coincidência entre a expressão (6) <strong>de</strong>Gue<strong>de</strong>s Soares e a fórmula <strong>de</strong> Frankland para a previsão da resistêncialongitudinal <strong>de</strong> placas. Este facto parece querer significar que a fórmula <strong>de</strong>Frankland po<strong>de</strong> ser encarada como prevendo a resistência <strong>de</strong> placas semdistorções, pelo que o seu emprego <strong>de</strong>ve ser acompanhado <strong>de</strong> factores correctivostal como a equação <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares. Esta fórmula é bastante utilizada pelos24


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascódigos <strong>de</strong> origem norte americana, nomeadamente pela Socieda<strong>de</strong> Classificadora‘American Bureau of Shipping’ (ABS) e é dada por:⎧2,251,25⎪ − para β ≥ 1φ = ⎨ β 2wf β(8)⎪⎩ 1 para β ≤ 1Tensão normalizada1.00.80.60.40.2FaulknerEulerFranklandG. Soares0.00 1 2 3 4 5EsbeltezFigura 4Comparação entre diversos tipos <strong>de</strong> formulações da previsão da resistência limite <strong>de</strong>placas simplesmente apoiadas sujeitas a carregamento uniaxial <strong>de</strong> compressão nadirecção longitudinal.A (quase total) insensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas estas formulações relativamente àrazão <strong>de</strong> dimensões <strong>de</strong>riva directamente do modo <strong>de</strong> colapso característico dasplacas simplesmente apoiadas carregadas nos topos; <strong>de</strong> facto o colapso resulta do<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes com o aspecto aproximado <strong>de</strong>semi sinusói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda da or<strong>de</strong>m do dobro da largura da placa.Assim, uma placa <strong>de</strong> α=3 tem um comportamento semelhante ao <strong>de</strong> três placasquadradas com a mesma largura e, consequentemente, a resistência limite será amesma nos dois casos.Contudo, actualmente, existem alguns autores [53,71-73] que colocamreservas à aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste raciocínio no caso <strong>de</strong> placas extremamente longas(α>5) sustentando que, com o aumento da razão <strong>de</strong> dimensões, o comprimento <strong>de</strong>25


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasonda do modo <strong>de</strong> colapso vai-se reduzindo, conduzindo a placas cada vez maisfracas.Estas reservas têm também algum suporte no facto <strong>de</strong> que, em placasbastante longas, o colapso é cada vez mais um colapso local, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo aresistência em gran<strong>de</strong> parte do início do processo <strong>de</strong> colapso. Ora quanto maislonga for a placa mais provável se torna encontrar uma região on<strong>de</strong> asimperfeições iniciais propiciem o início 'prematuro' do colapso e, portanto, atensões mais baixas.Naturalmente que em placas muito espessas o colapso épredominantemente plástico pelo que este raciocínio não é aplicável, esten<strong>de</strong>ndoseo escoamento plástico a toda a placa praticamente em simultâneo <strong>de</strong>vido aoancoramento das <strong>de</strong>slocações metalúrgicas.2.3 Condições fronteira e constrangimento dos bordos da placaUm dos aspectos <strong>de</strong>terminantes da resistência das placas consiste nascondições fronteira a que estão sujeitos os seus bordos. É vulgar <strong>de</strong>finir o estado<strong>de</strong> apoio nos bordos em duas gran<strong>de</strong>s categorias: placas encastradas e simplesmenteapoiadas. Esta classificação diz unicamente respeito à rotação dos bordos, sendoevi<strong>de</strong>nte a escolha da condição simplesmente apoiado para mo<strong>de</strong>lar as placas dospainéis dos navios, <strong>de</strong>vido ao modo <strong>de</strong> colapso em placas sucessivas se apresentaralternadamente abaixo e acima do plano do painel. Na realida<strong>de</strong> existe algumefeito <strong>de</strong> mola rotacional resultante da reacção dos reforços longitudinais e balizasà rotação, o qual não é tido em conta.Relativamente aos movimentos lineares dos bordos no plano da chapa,cada uma é dividida em três subcategorias, a saber: restringidas, constrangidas enão constrangidas. As placas <strong>de</strong>nominam-se restringidas sempre que o movimentolinear dos bordos no plano da placa e na direcção perpendicular ao bordo é nulo.Chamam-se constrangidas quando este movimento linear do bordo é permitidomas este permanece direito, isto é, a força total aplicada ao bordo é nula. Nãoconstrangida <strong>de</strong>signa a placa em que qualquer ponto do bordo não está sujeito aqualquer reacção naquela direcção, isto é, não existe qualquer restrição ao26


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasmovimento no plano.Do ponto <strong>de</strong> vista das estruturas navais parece correcto consi<strong>de</strong>rar as placasrestringidas como as mais representativas dos elementos <strong>de</strong> placa existentes nospainéis, quer <strong>de</strong>vido às dimensões dos painéis quer <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> balizasnormalmente pouco esbeltas e com uma área transversal razoávelcomparativamente à área da placa. De resto, este <strong>de</strong>verá ser o principal parâmetro<strong>de</strong>cisório na <strong>de</strong>finição do grau <strong>de</strong> constrangimento a que estão sujeitos os bordos.Nas secções seguintes estuda-se em <strong>de</strong>talhe a influência das balizas na<strong>de</strong>finição das condições fronteira e grau <strong>de</strong> constrangimento, completando-se oestudo com a comparação da resistência para os diversos casos <strong>de</strong>constrangimento.2.3.1 Acção das balizas nas condições fronteiraEsta i<strong>de</strong>ia merece uma análise mais <strong>de</strong>talhada por forma a permitirquantificar o erro eventualmente envolvido quando se utiliza um código <strong>de</strong>dimensionamento. Consi<strong>de</strong>re-se a zona central <strong>de</strong> um painel sujeito a esforçoslongitudinais <strong>de</strong> compressão. Os elementos <strong>de</strong> placa ficam sujeitos aencurtamentos nos topos <strong>de</strong> que resulta uma tendência para a expansão lateral<strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong> Poisson. Estão, no entanto, praticamente impedidos <strong>de</strong> sealongarem lateralmente, entre bordos, pela reacção das balizas a este movimentoglobal e são, além disso, obrigadas a manterem-se direitos pela acção das placasadjacentes e dos reforços longitudinais.O estado <strong>de</strong> tensão médio a que fica sujeito o bordo, nestas condições econsi<strong>de</strong>rando que o material se comporta <strong>de</strong> uma forma linear e elástica, é dadopor:Abσ t = σtr⋅(9)A + Apte a tensão aplicada na baliza estimada por:ptbAptσ b = −σtr⋅(10)A + Ab27


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placaso que permite concluir que a tensão efectiva no bordo da placa real (σ t ) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>não só da tensão no bordo da placa equivalente e restringida (σ tr ) mas também darazão entre as áreas do bordo (A pt ) e da baliza (A b ). Desta forma o carregamentoda placa é <strong>de</strong> facto biaxial em vez <strong>de</strong> uniaxial.As placas localizadas em zonas periféricas do painel ten<strong>de</strong>rão acomportarem-se como não restringidas <strong>de</strong>vido à baixa acção constrangedora daestrutura envolvente, pelo menos do lado mais exterior da placa. É o caso daschapas do trincaniz e da respectiva cinta em que as forças contrárias a eventuaisalongamentos transversais são diminutas. No entanto, convém realçar que nestaszonas a esbelteza das placas utilizadas é baixa pelo que alguns autores tratamestas zonas como cantos rígidos, os quais são caracterizados por apenas lhes serpermitida <strong>de</strong>formação elástica perfeitamente plástica.2.3.2 Grau <strong>de</strong> constrangimentoResta, pois, investigar a importância do grau <strong>de</strong> constrangimento dosbordos na resistência última <strong>de</strong> placas, o que permitirá aferir da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>correcções à previsão <strong>de</strong> resistência normalmente utilizada e a qual reporta aplacas simplesmente apoiadas e restringidas.Para tal foi <strong>de</strong>senvolvido um estudo sistemático baseado num programa <strong>de</strong>elementos finitos, PANFEM [74], envolvendo placas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões igual a3 e cobrindo a gama <strong>de</strong> esbelteza mais usual em navios, Gue<strong>de</strong>s Soares [52] eKmiecik [54]. Este programa permite mo<strong>de</strong>lar as <strong>de</strong>formações iniciais e tensõesresiduais e efectuar uma análise baseada no comportamento elastoplastico domaterial do elemento placa. As imperfeições geométricas impostas envolvem cincotermos da série <strong>de</strong> Fourier, m <strong>de</strong> 1 a 5, sendo o modo 3 o <strong>de</strong> maior amplitu<strong>de</strong>promovendo, <strong>de</strong>sta forma, o colapso da placa no modo crítico elástico.A Tabela 1 resume os resultados obtidos para a resistência última,explicitando a variação <strong>de</strong>sta quando as condições fronteira nos bordos não'carregados' passam <strong>de</strong> restringidas a constrangidas. Como é observável, adiferença nunca exce<strong>de</strong> os ±10%, sendo os valores maiores obtidos nos extremosdo domínio da esbelteza, isto é, β4.28


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasα=3 U C R R/C-1β φ ux φ ux φ ux φ uy φ my ε xx ε xy%0,845 0,987 0,992 1,054 0,296 0,297 1,06 1,12 +6,251,352 0,898 0,903 0,883 0,180 0,189 1,00 0,85 -2,211,690 0,793 0,812 0,790 0,087 0,119 0,99 0,70 -2,712,535 0,593 0,646 0,650 -,019 0,062 0,91 0,35 +0,623,381 0,486 0,556 0,571 -,079 0,030 0,87 0,18 +2,704,226 0,406 0,487 0,451 -,042 -,071 0,98 0,68 -7,39Tabela 1Resistência última <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3) com diferentes graus <strong>de</strong>constrangimento: U - não restringidas, C - constrangidas, R - restringidas.As placas restringidas com β


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasGrau <strong>de</strong> Constrangimento1.21.0Resistência, Razão0.80.60.40.2UCU/CRegressão0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5EsbeltezFigura 5Variação na resistência <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas <strong>de</strong>vido ao constrangimentodos bordos e comparação com a respectiva regressão linear.Uma expressão semelhante foi apresentada por Valsgard [75], também paraplacas com razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3, tomando como referência a resistênciada placa não constrangida:σσmCmU= 0,94+ 0,058β,com mínimo <strong>de</strong> 1,0(12)As duas expressões são bastante semelhantes, apresentando diferençasinferiores a 1% na gama normal <strong>de</strong> esbelteza, apesar <strong>de</strong> terem sido obtidas comprogramas <strong>de</strong> elementos finitos diferentes (NSHELL e PANFEM), imperfeiçõesiniciais, proprieda<strong>de</strong>s do material e mo<strong>de</strong>los diferentes. Relativamente a estesúltimos, Valsgard utilizou mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> um quarto <strong>de</strong> placa e imperfeições iniciaissimétricas enquanto que neste trabalho se utilizou, como já referido, mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>meia placa com diversas componentes das imperfeições geométricas. Quanto aomaterial, Valsgard simulou as características mecânicas típicas <strong>de</strong> um aço <strong>de</strong> altaresistência com encruamento (HTS32) enquanto os resultados apresentados nestadissertação baseiam-se nas proprieda<strong>de</strong>s do aço macio (NS) sem encruamento.A redução <strong>de</strong> resistência é significativa em placas não restringidas e muitoesbeltas, po<strong>de</strong>ndo atingir os 15%. Esta variação da redução <strong>de</strong> resistência é30


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasconsequência directa do tipo <strong>de</strong> colapso e da relação <strong>de</strong>ste com a amplitu<strong>de</strong> das<strong>de</strong>formações. Quando a esbelteza aumenta, o colapso dá-se cada vez mais porinstabilida<strong>de</strong> elástica provocando gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações nessa fase. O nível <strong>de</strong>stas<strong>de</strong>formações está directamente relacionado com a amplitu<strong>de</strong> dos movimentos noplano <strong>de</strong> cada ponto dos bordos, <strong>de</strong> forma a diminuir as tensões transversais emcada secção da placa, como se po<strong>de</strong> ver na Figura 6 em que se representam astensões <strong>de</strong> membrana que se <strong>de</strong>senvolvem em cada uma das placas.Figura 6Estado <strong>de</strong> tensão transversal a meia espessura <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas nãorestringidas (em cima) e constrangidas (em baixo) com b/t=125.Nas placas constrangidas este movimento é limitado <strong>de</strong>vido àobrigatorieda<strong>de</strong> dos bordos se manterem direitos, contribuindo, assim, para aredução da <strong>de</strong>formada máxima e das tensões <strong>de</strong> flexão na parte central da placa.Desta redução da <strong>de</strong>formada resulta uma resistência longitudinal acrescida, o queé perfeitamente visível através da existência do patamar central na placaconstrangida.A evolução da <strong>de</strong>formada das placas constrangidas é muito mais suave doque a das não restringidas. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectado nestas últimas um gran<strong>de</strong> aumentoda <strong>de</strong>formada imediatamente a seguir ao colapso, o qual se dá a uma extensão31


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasnormalizada próxima <strong>de</strong> 1 para ambas as placas, Figura 7.12Factor <strong>de</strong> ampliação108642UC00.0 0.5 1.0 1.5 2.0Extensão normalizadaFigura 7Comparação da <strong>de</strong>formada no nó com maior <strong>de</strong>formação pós colapso para uma placa<strong>de</strong> esbeltez 4,25.É <strong>de</strong> realçar que o colapso em todas as placas estudadas se apresentaperfeitamente localizado e acontece na região on<strong>de</strong> as imperfeições iniciais sãomaiores, na maioria dos casos. Casos especiais em que o colapso se dá em zonason<strong>de</strong> as distorções não são inicialmente máximas, surgem sempre que estas estãolocalizadas em regiões do meio da placa, as distorções em locais próximos dostopos não são negligenciáveis e as tensões transversais <strong>de</strong> tracção a meio da placasão relevantes. Estas condições são satisfeitas por algumas placas esbeltas para asquais o efeito do aumento da <strong>de</strong>formação com o carregamento, induzindotransversalmente tracção, se sobrepõe ao efeito <strong>de</strong> Poisson, o qual induzcompressão.De resto, o equilíbrio ou <strong>de</strong>sequilíbrio entre estas duas acções antagónicasestá bem ilustrado na Figura 7 através da mudança <strong>de</strong> curvatura da curva dofactor <strong>de</strong> ampliação da <strong>de</strong>formada vs. extensão <strong>de</strong> compressão normalizada. Atécerca <strong>de</strong> 20% da extensão <strong>de</strong> cedência, a curvatura é positiva porque nesta fase as<strong>de</strong>formações são baixas não se <strong>de</strong>senvolvendo as forças <strong>de</strong> tracção capazes <strong>de</strong>contrariar a sua ampliação. A partir daí e até à extensão <strong>de</strong> cedência, as forças <strong>de</strong>32


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placastracção transversais que se <strong>de</strong>senvolvem são suficientes para retardar a taxa <strong>de</strong>variação das <strong>de</strong>formações. Quando os bordos entram em escoamento plástico dáseuma estacionarida<strong>de</strong> das forças <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong>vido ao aumento do coeficiente <strong>de</strong>Poisson o que permite momentaneamente ter aumentos das <strong>de</strong>formaçõesextremamente elevados. Este fenómeno acontece num intervalo muito curto dasextensões (0,9 a 1,1 da extensão <strong>de</strong> cedência) sendo seguido <strong>de</strong> uma região on<strong>de</strong> acurvatura se torna novamente negativa pelas razões já apontadas.Na Figura 8 mostra-se a comparação entre as tensões máximas obtidas paraas placas com α=3 e a equação <strong>de</strong> Faulkner (5). No entanto, esta comparação émeramente indicativa já que não foi seguido nenhum critério especial para variaras distorções com a esbeltez, pois este assunto será o tema da secção 2.4.Parece evi<strong>de</strong>nte que a fórmula <strong>de</strong> Faulkner segue a resistência máxima dasplacas constrangidas na zona das placas espessas aproximando-se da resistênciadas placas não restringidas para esbeltez elevada, o que não é <strong>de</strong> estranharsabendo que na origem da fórmula estão um conjunto <strong>de</strong> resultados experimentaise a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicar verda<strong>de</strong>iras condições fronteiras nesses testes.Grau <strong>de</strong> Constrangimento1.2Resistência1.00.80.60.4UCRR-TyuR-TymFaulkner0.20.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5-0.2EsbeltezFigura 8Resumo gráfico do efeito do grau <strong>de</strong> constrangimento em placas simplesmenteapoiadas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 3.Estão ainda representados o primeiro extremo relativo da tensão33


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placastransversal, aqui <strong>de</strong>signado por tensão transversal máxima, T ym , e a tensãotransversal no momento do colapso ou última, T yu , para placas restringidas.Torna-se evi<strong>de</strong>nte a existência <strong>de</strong> duas zonas distintas: em placas espessas, o efeito<strong>de</strong> Poisson suplanta o efeito do aumento da <strong>de</strong>formada, sendo o estado global <strong>de</strong>compressão biaxial; em placas esbeltas a importância relativa dos efeitos é inversa,sendo o estado <strong>de</strong> tensões resultante <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong>vida ao carregamento e <strong>de</strong>tracção na direcção perpendicular ao carregamento.2.3.3 Análise <strong>de</strong>talhada dos resultados2.3.3.1 Placas espessas – b/t=25 e 40A Figura 9 mostra o comportamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas <strong>de</strong>razão <strong>de</strong> dimensões 3 e b/t=25. Não são i<strong>de</strong>ntificáveis diferenças substanciaisentre as placas não restringidas e constrangidas. As placas restringidasapresentam uma rigi<strong>de</strong>z e resistência superior às restantes <strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong>Poisson o qual gera um estado <strong>de</strong> compressão biaxial.1.201.00Tensão normalizada0.800.600.40L30085AUL30085ACL30085AR-XL30085AR-Y0.200.000.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60Extensão normalizadaFigura 9Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas muito espessas com α=3, β=0,85 e imperfeiçõesiniciais indicadas na Tabela 38 no Anexo A.34


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasO mesmo tipo <strong>de</strong> comportamento é observável nas placas espessas, b/t=40,Figura 10. No entanto, nestas placas não existe gran<strong>de</strong> diferença na resistênciapara as diferentes condições fronteira. Na fase elástica é i<strong>de</strong>ntificável uma maiorrigi<strong>de</strong>z da placa restringida até uma compressão <strong>de</strong> 80% da extensão <strong>de</strong> cedência,extensão para a qual ocorre uma estacionarida<strong>de</strong> das tensões transversais. O níveldas tensões transversais é bastante inferior ao das placas muito espessas, cerca <strong>de</strong>meta<strong>de</strong>.1.00.9Tensão normalizada0.80.70.60.50.40.30.20.1L30145AUL30145ACL30145AR-XL30145AR-Y0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Extensão normalizadaFigura 10Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas espessas com α=3, β=1,35 e imperfeições iniciaisindicadas na Tabela 38 no Anexo A.2.3.3.2 Placas semi-esbeltas – b/t=60 e 80Para b/t=60, valor representativo das placas ditas intermédias muitoutilizadas em estruturas navais, o comportamento está no limite do domínioplástico sendo as interacções resultantes do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações bastante importantes na redução da resistência longitudinal e nonível <strong>de</strong> tensões transversais que apesar <strong>de</strong> tudo se mantêm positivas, Figura 11.Nas placas esbeltas com b/t=80 cujos resultados se apresentam na Figura12, a perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z inicia-se muito mais cedo, sendo evi<strong>de</strong>nte uma redução domódulo tangente da placa a uma extensão normalizada <strong>de</strong> 0,25 para a qualcorrespon<strong>de</strong> o máximo da tensão <strong>de</strong> compressão transversal da placa restringida.35


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasTensão normalizada0.90.80.70.60.50.40.30.20.1L30175AUL30175ACL30175AR-XL30175AR-Y0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Extensão normalizadaFigura 11Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas espessas com α=3, β=1,69 e imperfeições iniciaisindicadas na Tabela 38 no Anexo A.Tensão normalizada0.70.60.50.40.30.20.1L30253AUL30253ACL30253AR-XL30253AR-Y0.00.0-0.10.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Extensão normalizadaFigura 12Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas espessas com α=3, β=2,54 e imperfeições iniciaisdadas pela Tabela 38 no Anexo A.As curvas <strong>de</strong> carga longitudinal apresentam um comportamento bastantesemelhante até cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> da extensão média <strong>de</strong> cedência, mas a partir <strong>de</strong>steponto a placa não restringida mostra-se muito mais fraca, quer no colapso quer nopós colapso. Repare-se que para esta esbelteza já se notam tensões transversais <strong>de</strong>tracção não neglicenciáveis antes e <strong>de</strong>pois do colapso, existindo uma certa36


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasestacionarida<strong>de</strong> nesta última fase.2.3.3.3 Placas esbeltas - b/t=100As placas esbeltas com b/t=100 (Figura 13), não apresentam diferençassignificativas entre placas constrangidas e restringidas, sendo, no entanto, aresistência máxima <strong>de</strong>stas últimas ligeiramente superior.As placas não restringidas são significativamente menos resistentes do queas restantes e o seu comportamento pós colapso é completamente diferente. Notaseum retardo acentuado na extensão <strong>de</strong> colapso, sendo esta inferior a ε o nos casosconstrangidos e restringidos, e bem superior a ε o , cerca <strong>de</strong> 20% mais no caso daplaca não restringida.Na fase inicial <strong>de</strong> carregamento as três placas apresentam o mesmocomportamento o qual se torna diferenciado a partir do ponto <strong>de</strong> início <strong>de</strong> perda<strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong>. Esta perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> é resultante do <strong>de</strong>senvolvimento da<strong>de</strong>formada, significando pois que as placas não restringidas com b/t=100 são maisafectadas por esta ampliação da <strong>de</strong>formada <strong>de</strong>vido à inexistência das tensõestransversais estabilizadoras.0.600.50Tensão normalizada0.400.300.200.10L30345ACL30345AUL30345AR-XL30345AR-Y0.000.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60-0.10Extensão normalizadaFigura 13Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas com α=3, β=3,45 e imperfeições iniciais indicadas naTabela 38 no Anexo A.37


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas2.3.3.4 Placas muito esbeltas - b/t=125As placas muito esbeltas e restringidas com b/t=125, têm umcomportamento muito interessante já que mudam <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação a cerca<strong>de</strong> 70% do carregamento <strong>de</strong> cedência, como se po<strong>de</strong> ver na Figura 14.0.60.5Tensão normalizada0.40.3L30425AUL30425AC0.2L30425AR-XL30425AR-Y0.1L30424AR-XL30424AR-Y0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6-0.1-0.2Extensão normalizadaFigura 14Curvas tensão extensão <strong>de</strong> placas com α=3, β=4,23 e imperfeições iniciais dadas pelaTabela 38 no Anexo A.Esta mudança <strong>de</strong> modo é resultado da acção das tensões transversais <strong>de</strong>tracção que se <strong>de</strong>senvolvem pelo aumento das <strong>de</strong>formações da placa, dandoorigem a um modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação superior com tensões transversaisten<strong>de</strong>ncialmente nulas imediatamente a seguir à mudança <strong>de</strong> modo.Posteriormente, a placa apresenta uma rigi<strong>de</strong>z e resistência menores mas ocomportamento pós colapso é semelhante ao da placa constrangida.O resultado global <strong>de</strong>sta mudança <strong>de</strong> modo consiste na obtenção <strong>de</strong> umaresistência máxima para a placa restringida 8% inferior à da placa constrangida, oque não seria <strong>de</strong> esperar à partida em placas muito esbeltas. Esta mudança <strong>de</strong>modo <strong>de</strong> colapso é facilitada pelo valor bastante reduzido das imperfeições iniciaisda placa estudada, w/t=0,3866 com amplitu<strong>de</strong>s parciais nos 5 primeiros modos <strong>de</strong>0,1, 0,1, 0,5, 0,1 e 0,1. A evolução da <strong>de</strong>formada po<strong>de</strong> ser observada na Figura 1538


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasdo lado esquerdo e no gráfico auxiliar no fundo à esquerda po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar acorrelação entre o modo da <strong>de</strong>formada e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> tracçãotransversal na placa.Figura 15Carregamento e colapso <strong>de</strong> placas muito esbeltas (b/t=125) com diferentes amplitu<strong>de</strong>sno modo crítico resultando em modos <strong>de</strong> colapso diferentes. Na coluna da esquerdamostra-se a evolução da <strong>de</strong>formada da placa com menor imperfeição no modo crítico.Em cada uma das gravuras existe um gráfico auxiliar que permite localizar o ponto <strong>de</strong>carregamento.A existência <strong>de</strong> uma componente com amplitu<strong>de</strong> maior no 3º modo inibe amudança <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> colapso, forçando o colapso a dar-se no 3º modo, Figura 1539


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas(lado direito) e Figura 14, placa L30424AR com amplitu<strong>de</strong>s das imperfeições <strong>de</strong>0,1, 0,1, 1,0 e 0,1 nos quatro primeiros modos.Quando se comparam os modos <strong>de</strong> colapso correspon<strong>de</strong>ntes às diversascondições fronteiras em placas com iguais imperfeições iniciais verifica-se umagran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modos em resultado do maior ou menor <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> forças <strong>de</strong> tracção transversal a meio da placa, a qual é a zona mais <strong>de</strong>sapoiada,Figura 16.Assim, para as placas não restringidas, a quase total ausência <strong>de</strong> forças <strong>de</strong>tracção transversal faz com que o modo <strong>de</strong> colapso seja muito semelhante aomodo das imperfeições iniciais. À medida que o constrangimento aumenta, osmodos <strong>de</strong> colapso vão sendo cada vez mais complexos, assistindo-se nas placasconstrangidas ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um patamar central com tensõestransversais <strong>de</strong> tracção que contrabalançam as tensões <strong>de</strong> compressão transversaljunto aos topos, e, nas placas restringidas, ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> modos <strong>de</strong>colapso que reduzam substancialmente estas forças <strong>de</strong> tracção.Figura 16Modos <strong>de</strong> colapso em placas muito esbeltas com iguais imperfeições iniciais ediferentes condições fronteira: não restringidas (AU), constrangidas (AC) erestringidas (AR).40


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasFinalmente chama-se a atenção para a variabilida<strong>de</strong> da resistência com ascondições fronteira nestas placas tendo-se para placas não restringidas umaresistência normalizada <strong>de</strong> 0,406 e para a placa restringida, mais resistente, o valor<strong>de</strong> 0,529 a que correspon<strong>de</strong> uma diferença <strong>de</strong> 30%.Naturalmente que esta análise, particularizada para placas <strong>de</strong> α=3, nãoesgota o assunto, já que são esperadas variações da resistência com a razão <strong>de</strong>dimensões, isto é, o estado biaxial <strong>de</strong> tensões que se <strong>de</strong>senvolvem em placasrestringidas po<strong>de</strong>rá ser influenciado pela razão <strong>de</strong> dimensões, pelo menos <strong>de</strong>vidoà <strong>de</strong>pendência das tensões <strong>de</strong> membrana com a razão <strong>de</strong> dimensões e a amplitu<strong>de</strong>das imperfeições iniciais nos primeiros modos.2.4 Efeito das imperfeições geométricas iniciaisOs elementos <strong>de</strong> placa presentes nas construções navais e maispropriamente nos navios apresentam imperfeições iniciais resultantes do processo<strong>de</strong> fabrico nas si<strong>de</strong>rurgias, do processamento nas cal<strong>de</strong>irarias e dos esforços a quesão sujeitos nas operações <strong>de</strong> montagem. Estudos levados a cabo tanto em navioscomo em estruturas <strong>de</strong> engenharia civil, quantificaram o nível das distorções emchapas tentando correlacioná-lo com as características geométricas da placa.A presença <strong>de</strong> distorções nos elementos placa faz com que estes secomportem <strong>de</strong> forma diferente tanto em tracção como em compressão.Em tracção, a característica dominante consiste na variação do módulotangente inicial. Devido à presença das distorções o módulo tangente inicialapresentar-se-á com um valor ligeiramente inferior ao módulo tangente da placaperfeita em igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> circunstâncias das condições fronteira. Comoconsequência, as placas em tracção na secção dum navio terão uma rigi<strong>de</strong>zdiminuída pelo que inevitavelmente a rigi<strong>de</strong>z do casco também virá diminuída.No entanto, para níveis usuais <strong>de</strong> distorções, esta característica é irrelevante peloque se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezar.No caso particular das placas restringidas, o módulo secante é inicialmenteinferior ao módulo <strong>de</strong> Young, mas à medida que a taxa <strong>de</strong> redução dasimperfeições diminui com o aumento da extensão o efeito <strong>de</strong> Poisson sobrepõe-se41


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasao primeiro efeito e o módulo secante torna-se maior que o módulo <strong>de</strong> Young nodomínio elástico, Figura 17.Em compressão, as consequências das distorções são muito mais acentuadas.De facto, a sua presença nos elementos placa faz com as curvas <strong>de</strong> carregamentoalongamento sejam melhor comportadas próximo do colapso, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> fazertanto sentido falar <strong>de</strong> uma carga crítica. Por outras palavras, o colapso súbito quecaracteriza as placas quase perfeitas, <strong>de</strong>saparece, apresentando as curvas <strong>de</strong> cargaalongamento um comportamento tanto mais suave quanto maior a amplitu<strong>de</strong> dasimperfeições geométricas iniciais.Tal facto po<strong>de</strong> ser constatado através dos exemplos das placas restringidasem compressão da Figura 17 em que se fez variar a forma e amplitu<strong>de</strong> dasimperfeições iniciais tal como é <strong>de</strong>scrito na Tabela 2.1.00.9Tensão normalizada0.80.70.60.50.40.30.20.1ACDD-TracçãoLinear0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Extensão normalizadaFigura 17Efeito das distorções em placas simplesmente apoiadas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2 eesbeltez 1,7.Por outro lado, a forma e amplitu<strong>de</strong> das distorções ao longo duma placainfluenciam o modo <strong>de</strong> colapso, provocando variações na resistência última daplaca, as quais são normalmente negativas. Daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quantificação daforma e amplitu<strong>de</strong> das distorções características da placa.42


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasβ o = 1.69 a 11 a 12 a 21 a 22 a 11 /a 21 Máximoα=2 (mm) (mm) (mm) (mm)(mm)A 0,5 0,2 0,2 0,1 2,5 0,682C 0,1 0,2 1,2 0,1 0,083 1,271D 0,1 0,2 2,0 0,1 0,050 2,071Tabela 2 Amplitu<strong>de</strong> dos componentes das imperfeições iniciais das placas da Figura 17.2.4.1 Amplitu<strong>de</strong> das distorçõesFaulkner [48] concluiu que a amplitu<strong>de</strong> das distorções normalizada pelaespessura,2od = d t , é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> β , sendo vulgar encontrar valores <strong>de</strong>d entre20,05β e 0,15 β 2 . Propôs inclusivamente que fosse adoptada a fórmula:dF=dt2 ⎛ ta⎞= 0 ,12β⎜ ⎟ (13)⎝ t ⎠em que a espessura da alma do reforço, t a , é sempre menor ou igual à espessura daplaca t. O coeficiente <strong>de</strong> variação varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 0,6 para placas espessas até 0,3 paraplacas esbeltas.Evi<strong>de</strong>ntemente que as tensões residuais estão intimamente ligadas ao nível<strong>de</strong> distorções, po<strong>de</strong>ndo-se encontrar valores próximos <strong>de</strong>fortemente soldadas.20,4β oem placasGue<strong>de</strong>s Soares [51] sugeriu um valor médio dos resultados <strong>de</strong> Faulkner [48]para navios <strong>de</strong> guerra e <strong>de</strong> Antoniou [76] em navios mercantes para efeitos <strong>de</strong>projecto,20,11β o . Este último tinha proposto uma <strong>de</strong>pendência linear da amplitu<strong>de</strong>máxima normalizada relativamente à esbeltez [77]:dd A = = 0,238β− 0,177(14)texpressão esta que po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>sdobrada em outras caso fossem consi<strong>de</strong>radosparâmetros <strong>de</strong> menor importância como sejam a razão entre as espessuras da almae da placa, a razão <strong>de</strong> dimensões ou a altura da soldadura.Como notou Latorre [78], esta fórmula baseada na estatística das placasanalisadas apresenta valores muito baixos em placas espessas comparativamenteaos dados obtidos por outros investigadores [58].43


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasKmiecik [56] também encontrou uma <strong>de</strong>pendência linear entre a <strong>de</strong>formadamáxima e a esbeltez, a qual é dada por:d0m b= 0,0083 − 0,1989(15)t tapesar <strong>de</strong> não ser possível estabelecer qualquer tipo <strong>de</strong> relação credível entre aamplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada modo e a esbeltez <strong>de</strong>vido ao número reduzido <strong>de</strong> pontosdisponíveis em cada placa. No entanto foi encontrada uma excelente correlaçãoentre a amplitu<strong>de</strong> no modo crítico e a razão <strong>de</strong> dimensões:d 0 c a= 0,1336 − 0,t0308(16)b3.53.02.5d/t (Faulkner)0.9*d/ts%d/t+sd/t-s2.0δ/t1.51.00.50.00.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0Esbeltez da placaFigura 18Comparação entre as previsões <strong>de</strong> imperfeições iniciais máximas entre diversosinvestigadores.Bonello et al. [79] propuseram um outro mo<strong>de</strong>lo baseado na naturezaprobabilística das distorções. Este mo<strong>de</strong>lo consi<strong>de</strong>ra que as amplitu<strong>de</strong>s dasdistorções adimensionalizadas pela espessura da placa são dadas pela soma <strong>de</strong>duas componentes: uma <strong>de</strong>terminística representando o valor médio e que éencontrada pela previsão <strong>de</strong> Faulkner consi<strong>de</strong>rando que a espessura do reforço é44


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasigual à espessura da placa, equação (13), e a segunda é uma função <strong>de</strong> distribuiçãonormal com <strong>de</strong>svio padrão dado por:s = d F ⋅ ( 0,675 − 0, 118β) (17)para aço macio <strong>de</strong> construção naval. Assim a distribuição <strong>de</strong> imperfeições é dadapor:d= d N(s)(18)B F +on<strong>de</strong> N(s) representa a distribuição normal <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio padrão s da variávelaleatória d B com valor médio d F .No extremo oriente, principalmente no Japão e durante os anos 70 e 80,foram efectuados alguns trabalhos relacionados com a quantificação da amplitu<strong>de</strong>das distorções e os modos associados [53,73].2.4.2 Quantificação das variações na resistênciaOs efeitos das distorções na resistência das placas foram estudados pordiversos autores. Carlsen e Czujko [80] mostraram que, apesar do efeito sernormalmente enfraquecedor, existem situações em se assiste a um aumento <strong>de</strong>resistência, nomeadamente quando a forma das distorções é bastante diferente domodo <strong>de</strong> colapso natural da placa. Esta situação é vulgarmente encontrada emnavios com alguns anos <strong>de</strong> serviço, especialmente nas chapas <strong>de</strong> fundo, nas quaisé induzido alguma <strong>de</strong>formação permanente com a forma <strong>de</strong> uma semi sinusói<strong>de</strong>entre reforços <strong>de</strong>vido à acção conjunta das tensões residuais e da pressão lateral.No entanto este aumento <strong>de</strong> resistência é muito sensível a qualquer <strong>de</strong>formaçãolocal da chapa não <strong>de</strong>vendo por isso ser incorporado no projecto [10].Murray [81], Dwight e Little [68] proposeram que não se consi<strong>de</strong>re o efeitoenfraquecedor das distorções para δ 0,3.Gue<strong>de</strong>s Soares [51] quantificou estatisticamente a perda <strong>de</strong> resistência daplaca imperfeita quer <strong>de</strong>vido ao efeito das tensões residuais quer das distorções ouambas simultaneamente. A equação (7) quantifica a perda resultante dasimperfeições iniciais. É interessante notar que o factor redutor da resistência45


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas<strong>de</strong>duzido nesta equação tem coeficientes qualitativamente iguais aos obtidos maistar<strong>de</strong> por Bonello [79] para o <strong>de</strong>svio padrão das distorções.2.4.2.1 Placas espessasNeste trabalho, o estudo da influência das distorções foi efectuado emplacas simplesmente apoiadas restringidas com diversas razões <strong>de</strong> dimensões. ATabela 3 mostra as componentes das imperfeições geométricas <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong>razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 nas diversas componentes <strong>de</strong> Fourier. Nesta primeirafase as placas analisadas têm uma esbeltez <strong>de</strong> 1,69.Os mo<strong>de</strong>los A e B privilegiam a componente fundamental a quecorrespon<strong>de</strong> uma tensão elástica crítica <strong>de</strong> grau superior, grupo primário, enquantoos mo<strong>de</strong>los C e D apresentam a máxima amplitu<strong>de</strong> na segunda componentelongitudinal sendo <strong>de</strong> prever um modo <strong>de</strong> colapso correspon<strong>de</strong>nte à tensão críticamínima, grupo crítico.= 1,69 β oα=2a 11(mm)a 12(mm)a 21(mm)a 22(mm)a 11 /a 21A.M. - - - - - 1,570A 0,5 0,2 0,2 0,1 2,5 0,682B 1,0 0,2 0,2 0,1 5,0 1,066C 0,1 0,2 1,2 0,1 0,083 1,271D 0,1 0,2 2,0 0,1 0,050 2,071E 1,0 0,4 0,4 0,2 2,5 1,364F 0,1 0,2 0,6 0,2 0,167 0,716Máximo(mm)Tabela 3Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 500 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura.= 1,69 β oα=2w/t φ ε u ε plModo <strong>de</strong>colapsoA.M. 0,3140 0,833 1,000 0,350* m=2A 0,1364 0,886 0,888 0,848 m=1→2B 0,2131 0,917 0,934 0,843 m=1→2C 0,2541 0,798 1,100 0,780 m=2D 0,4141 0,766 1,199 0,844 m=2E 0,2729 0,886 0,917 0,821 m=1→2F 0,1431 0,829 1,032 0,745 m=2Tabela 4Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais. * A extensão calculada representa o início <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> da placa enão o início <strong>de</strong> plastificação.46


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasPor outro lado, o valor máximo das imperfeições iniciais é crescente <strong>de</strong> A aD. Desta forma é possível analisar não só a influência da amplitu<strong>de</strong> como tambémda forma das imperfeições geométricas. O método aproximado (A.M.) consi<strong>de</strong>radistorções médias <strong>de</strong> 0,112β oseguindo a recomendação <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares [51].Na Tabela 4 resume-se os resultados obtidos para a resistência máxima,extensão última e <strong>de</strong> início <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong>, e, ainda, do modo <strong>de</strong> colapsoobservado.As placas do grupo primário (A e B) apresentam uma resistência máximasuperior às do grupo crítico (C e D), tal como seria <strong>de</strong> esperar das amplitu<strong>de</strong>srelativas das diversas componentes <strong>de</strong> Fourier. A <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cadagrupo é, também, diversa.No grupo primário, o aumento das imperfeições conduz a um aumento <strong>de</strong>resistência <strong>de</strong>vido ao aumento relativo da prepon<strong>de</strong>rância do 1º modo (m=1). Naplaca A, a razão a 11 /a 21 é <strong>de</strong> 2,5 enquanto na B esta razão é <strong>de</strong> 5. Repare-se quemantendo a razão entre as amplitu<strong>de</strong>s das componentes e aumentando aamplitu<strong>de</strong> máxima não se verifica variação <strong>de</strong> resistência assinalável, placas A e E.No grupo crítico passa-se o contrário. O aumento das imperfeições fazdiminuir a rigi<strong>de</strong>z e resistência da placa por a sua forma coincidir com a do modo<strong>de</strong> colapso correspon<strong>de</strong>nte à tensão crítica mínima, como se po<strong>de</strong> ver na Figura 19.Esta conclusão está <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>scrição normal do efeito das distorções naresistência. Para esta esbeltez, β=1,69, um aumento <strong>de</strong> 63% nas distorçõescorrespon<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> 4%, placas C e D. Repare-se que afórmula <strong>de</strong> Faulkner prevê um valor <strong>de</strong> 0,833 para esta placa e a regressão lineardos resultados do grupo crítico apresenta a seguinte expressão,( 1,69) = 0,860 − 0, tφ u 230 w, o que transformado em termos da previsão <strong>de</strong>Faulkner e evi<strong>de</strong>nciando a <strong>de</strong>gradação por efeito das imperfeições iniciais resultaem:⎛ w ⎞φu = 1 ,032φF⎜1− 0, 267 ⎟(19)⎝ t ⎠Nota-se que a resistência da placa ‘perfeita’ é 3,2% superior à resistênciaprevista pela equação <strong>de</strong> Faulkner, equação (5), e inferior em 4,6% à resistência da47


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasplaca ‘perfeita’ <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares, equação (6). Este último resultado não ésurpreen<strong>de</strong>nte já que Gue<strong>de</strong>s Soares utilizou uma base <strong>de</strong> dados em que seincluíam todos os tipos <strong>de</strong> placas e a inclusão <strong>de</strong> placas do grupo primárioaumenta a previsão <strong>de</strong> resistência.0.950.90Grupo PrimárioGrupo CriticoGrupo Ternário0.85φ0.800.750.700 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5w/tFigura 19Resistência versus imperfeições em placas semi espessas, β=1,69 e α=2, e por grupos<strong>de</strong> formas das imperfeições.Na Figura 20 representam-se as curvas tensão extensão médiasnormalizadas das placas em estudo e comparam-se com o método aproximado. Éevi<strong>de</strong>nte a maior rigi<strong>de</strong>z, maior módulo estrutural, das placas com um modoprimário dominante tanto na fase <strong>de</strong> pré colapso como <strong>de</strong> colapso. Só no regime<strong>de</strong> pós colapso estas placas apresentam uma resistência menor e o módulotangente mais acentuadamente negativo do que as placas com imperfeiçõesiniciais na forma do modo <strong>de</strong> colapso mínimo, neste caso m=2.No entanto, convém ressalvar que este maior <strong>de</strong>clive do módulo estruturaltangente é apenas aparente, já que o colapso nestas placas é fundamentalmentelocal. Assim a extensão nos bordos é bastante variável ao longo dos mesmos nasplacas com modo fundamental das imperfeições iniciais, enquanto que no grupocrítico existe muito maior uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong>za. Desta forma oencurtamento médio na região em colapso é certamente maior do que o indicadono gráfico, pelo que é <strong>de</strong> supor que com esta correcção se encontre um48


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascomportamento coinci<strong>de</strong>nte para os dois grupos na fase pós colapso.1.00.90.8Tensão normalizada0.70.60.50.40.30.20.1ABCDA.M.0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Extensão normalizadaFigura 20Consequências da forma das distorções da placa nas curvas tensão extensão médiaspara uma placa <strong>de</strong> α=2 e β=1,69 e comparação com o método aproximado (AM).O método aproximado representa fielmente o comportamento das placascom imperfeições iniciais médias e m=α, nas zonas <strong>de</strong> pré e pós colapso. Na zona<strong>de</strong> colapso, as discrepâncias são ligeiramente maiores apesar <strong>de</strong> não ultrapassaremerros superiores a 5%. O valor encontrado para a extensão última pelo métodoaproximado (ε o ) é, curiosamente, um valor intermédio entre as extensões últimasdas placas dos dois grupos, inferior a 0,95ε o para as placas do grupo primário esuperiores a 1,1ε o para as placas do grupo crítico. Este facto confirma a a<strong>de</strong>quaçãodo método se tiver em conta que as curvas do grupo crítico são virtualmentehorizontais nesta zona, isto é, têm um módulo estrutural tangente praticamentenulo. Po<strong>de</strong>-se, assim, concluir que a hipótese inicial do método é válida ao assumirque o conceito <strong>de</strong> largura efectiva (equação (5)) é aplicável na fase <strong>de</strong> pós colapso,bastando usar a esbeltez efectiva associada à extensão média real em vez daesbeltez nominal da placa. Este assunto será, no entanto, <strong>de</strong>batido em pormenormais à frente, na secção 2.7.As diferenças acentuadas <strong>de</strong> comportamento e resistência face à amplitu<strong>de</strong>e forma das distorções <strong>de</strong>stes dois grupos vem levantar a questão se existem doisgrupos distintos <strong>de</strong> resistência a eles associados, ou, se pelo contrário, existe uma49


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascontinuida<strong>de</strong> da resistência máxima ao passar <strong>de</strong> um para o outro.Nesse sentido estudou-se uma placa com igual amplitu<strong>de</strong> da primeira esegunda componentes longitudinais, placa G, e com amplitu<strong>de</strong> das imperfeiçõesda mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za das placas E e C. A resistência da placa ésemelhante à da placa crítica C, +2,3%, e claramente inferior à da placa com omodo primário dominante, -8,1%.O colapso <strong>de</strong>senvolve-se localmente na zona on<strong>de</strong> as imperfeições sãoinicialmente menores. Este fenómeno é comum a todas as placas em que o colapsoestá associado à mudança da forma da <strong>de</strong>formada e é <strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong> difícilexplicação, já que as zonas on<strong>de</strong> as imperfeições iniciais são maiores estão sujeitasa maiores tensões nos bordos <strong>de</strong>vido a uma pior distribuição transversal <strong>de</strong> cargana fase <strong>de</strong> pré colapso. Além disso, na parte central da zona com maioresamplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distorções o momento flector aplicado é aparentemente maior<strong>de</strong>vido ao maior braço; no entanto a força por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento aplicada éconcerteza menor do que na parte central da zona com menores distorções. A<strong>de</strong>formada final da placa parece apontar, pois, para uma maior importância dauniformida<strong>de</strong> das tensões em <strong>de</strong>trimento da maior amplitu<strong>de</strong> local dasimperfeições. Esta uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensões faz com que a tensão ‘crítica’ sejaatingida a encurtamentos médios menores e consequentemente os fenómenos <strong>de</strong>instabilida<strong>de</strong> local se façam sentir mais intensamente nestas zonas, enquanto nazona <strong>de</strong> imperfeições iniciais maiores a plastificação dos bordos é o fenómenodominante mesmo no caso das placas intermédias.O último aspecto analisado neste grupo <strong>de</strong> placas refere-se à resistência <strong>de</strong>placas com modo inicial ternário, isto é, com um modo superior ao modo críticoda placa, m=α+1. Assim, foram analisadas três placas, Q, R e S, com mododominante igual a três e diferentes amplitu<strong>de</strong>s das imperfeições, tendo-seconcluído que o modo <strong>de</strong> colapso coinci<strong>de</strong> com o modo inicial e que a resistência<strong>de</strong>stas placas é inferior à das placas com modo <strong>de</strong> colapso crítico. Foi aindapossível i<strong>de</strong>ntificar uma redução da resistência com o aumento da amplitu<strong>de</strong> dasimperfeições. A quebra <strong>de</strong> simetria foi assegurada pela introdução <strong>de</strong> umapequena componente no modo crítico.50


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasUtilizando a técnica já usada para estabelecer a equação (19), a resistênciamáxima para este modo <strong>de</strong> colapso (m=3 com α=2) po<strong>de</strong> ser aproximada por:⎛ w ⎞φu = 1 ,015φF⎜1− 0, 435 ⎟(20)⎝ t ⎠expressão esta que mostra uma menor resistência da placa ‘perfeita’ associada aeste modo <strong>de</strong> colapso como se po<strong>de</strong> constatar na Figura 19 e uma maior redução<strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>vida às distorções quando comparada com as placas com modo<strong>de</strong> colapso crítico cuja resistência é dada pela equação (19).2.4.2.2 Placas esbeltasA resistência das placas esbeltas com razão entre a largura e a espessura(b/t) <strong>de</strong> 100 apresenta características interessantes relativamente à <strong>de</strong>pendência domodo <strong>de</strong> colapso e das imperfeições iniciais.Assim, as placas A, C e E pertencentes ao grupo crítico, com imperfeiçõesiniciais da mesma forma do modo <strong>de</strong> colapso preferencial, reduzem a resistênciacom o aumento das imperfeições iniciais, como se conclui dos resultadosapresentados no Anexo A, Tabela 37. Esta redução é no entanto muito baixa, 1,5%,entre os extremos das distorções consi<strong>de</strong>radas.Pelo contrário, as placas do grupo primário, B, D e F, apresentam umaumento <strong>de</strong> resistência com o aumento das distorções; as variações <strong>de</strong> resistênciasão muito acentuadas neste grupo <strong>de</strong>vido à alteração do modo <strong>de</strong> colapso com oaumento das distorções, Figura 21.A placa com distorções mais pequenas, D, tem um máximo relativo nomodo 1 mas imediatamente <strong>de</strong>genera no 3º modo atingindo a resistência máxima(0,518) neste modo. Nota-se perfeitamente na sequência apresentada na Figura 22que o primeiro máximo ocorre com o início do <strong>de</strong>senvolvimento do 3º modo erestabelece-se a fase ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> carga quando a <strong>de</strong>formada a meio transpõe oplano base da placa, adquirindo um modo ternário quase perfeito no colapso final.A placa com distorções médias (B) atinge o colapso no 1º modo (0,590, istoé, mais 13% do que a anterior) assumindo uma configuração pós colapso que éuma combinação do segundo e quarto modos, 2º+2*4º, ou dito <strong>de</strong> outra forma,51


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas<strong>de</strong>genera num modo ternário imperfeito em que uma das semi-ondas é maior doque as outras duas como se po<strong>de</strong> ver na Figura 23.0.75φ0.700.650.60FGrupo críticoGrupo primárioBGrupo TernárioC A E0.550.50L DNI0.450.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0w/tFigura 21Resistência versus imperfeições em placas esbeltas, β=3,38 e α=2, e por grupos <strong>de</strong>forma das imperfeições.Na placa com gran<strong>de</strong>s imperfeições, F, domina o modo primário ao longo<strong>de</strong> toda a gama <strong>de</strong> extensões apesar do aparecimento <strong>de</strong> uma componente ternáriaque no entanto não se <strong>de</strong>senvolve suficientemente para se tornar dominante. Emconsequência a resistência da placa F é 20% superior à da placa B, ou seja umavariação <strong>de</strong> 37% entre os dois extremos <strong>de</strong> distorções analisadas.A previsão <strong>de</strong> Faulkner para esta esbeltez é <strong>de</strong> 0,504 o que leva à conclusãoque ela representa o grupo <strong>de</strong> placas com resistência mais baixa, ou seja o grupoternário. A variação <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>ste grupo com a amplitu<strong>de</strong> das imperfeiçõespo<strong>de</strong> ser expressa por φ ( 3,38) = 0,517 − 0, tu 024 w, a qual po<strong>de</strong> ser transformadaem:⎛ w ⎞φu = 1 ,025φF⎜1− 0, 046 ⎟(21)⎝ t ⎠Esta redução <strong>de</strong> resistência representada pelo 3º factor do segundo termo éa maior <strong>de</strong> entre os três grupos consi<strong>de</strong>rados mas apesar disso é bastante pequenaem valor absoluto o que confirma a fraca contribuição da amplitu<strong>de</strong> das distorçõespara a variação da resistência das placas esbeltas e restringidas. O coeficienteredutor é cerca <strong>de</strong> seis vezes superior nas placas semi espessas, equação (19).52


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasFigura 22Deformada da placa D antes e no colapso. Os gráficos à direita indicam o ponto <strong>de</strong>carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento.53


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasFigura 23Deformada da placa B antes e após colapso. Os gráficos à direita indicam o ponto <strong>de</strong>carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento.Figura 24Deformada da placa F antes e no colapso. Os gráficos à direita indicam o ponto <strong>de</strong>carga da curva força-<strong>de</strong>slocamento.A equação (7) <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares prevê uma maior importância dasdistorções em ambos os casos sendo a redução prevista do dobro e do quadruplodas estimadas nesta secção para placas semi espessas e esbeltas respectivamente.A análise das placas quase perfeitas foi efectuada utilizando umaimperfeição inicial <strong>de</strong> 1% da espessura nos modos primário, placa H, e no crítico,placa G. Esta última apresenta o mesmo modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação durante todo o54


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascarregamento observando-se, no entanto, uma variação importante no móduloestrutural tangente a meio do carregamento, como se po<strong>de</strong> ver no gráfico do ladodireito da Figura 25 representando a curva força-<strong>de</strong>slocamento axial.Figura 25Deformada da placa G antes do colapso. O gráfico à direita indica o ponto <strong>de</strong> carga dacurva força-<strong>de</strong>slocamento.A placa H apresenta um modo ternário <strong>de</strong> colapso dando-se a passagem domodo primário ao ternário no regime elástico auxiliada pela existência das forças<strong>de</strong> tracção que se <strong>de</strong>senvolvem transversalmente <strong>de</strong>vidas ao aumento da<strong>de</strong>formada. A passagem ao modo crítico (m=2) está impossibilitada <strong>de</strong>vido à totalsimetria do mo<strong>de</strong>lo.Para testar esta última afirmação gerou-se uma placa semelhante à H mascom uma pequena perturbação que quebre a simetria, placa M. O aspecto da placadurante o carregamento evoluiu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o modo primário dominante na fase inicial,passando por um modo ternário prematuro a que correspon<strong>de</strong>u um máximorelativo da curva tensão extensão com o valor <strong>de</strong> 0,365 o qual é muito próximo datensão crítica elástica para m=3 (φ c3 =0,370), tendo <strong>de</strong>generado no modo críticomínimo, m=2, para o qual foi atingida a resistência máxima, φ=0,600. Este valor ébastante superior ao valor obtido para a placa H, φ=0,527, po<strong>de</strong>ndo-se concluirque este baixo valor não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado já que a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar,na realida<strong>de</strong>, placas com imperfeições iniciais reduzidas e no modo ternário55


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasperfeito é praticamente nula e qualquer perturbação na geometria conduz a ummodo <strong>de</strong> colapso diferente. De resto, isso mesmo foi comprovado na placa K,unicamente com imperfeições iniciais ternárias muito reduzidas, em que aassimetria gerada pela truncagem numérica foi suficiente para fazer evoluir omodo <strong>de</strong> colapso da placa para o modo crítico mínimo.A <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência resultante <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> colapso ternárioocorrido nas placas D e H, levanta a questão acerca das condições em que esta<strong>de</strong>gradação ocorre. Ela é, concerteza, resultante da amplitu<strong>de</strong> da componenteternária inicial ou gerada durante a <strong>de</strong>formação sob carregamento. A resistênciada placa I comprova esta previsão porque a existência <strong>de</strong> uma importantecomponente ternária conduz a um colapso em m=3 com resistência muito baixaapesar da existência <strong>de</strong> uma componente em m=2. Na placa J mantiveram-se osvalores das amplitu<strong>de</strong>s das distorções mas inverteu-se a importância das suascomponentes e assistiu-se a um modo <strong>de</strong> colapso diferente com resistência muitosuperior, +16%. No entanto, a resistência <strong>de</strong>sta placa é inferior em 4,5% à da placacom as mesmas amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distorções mas on<strong>de</strong> a terceira componente nãoestá presente, placa A.Po<strong>de</strong>-se, então, concluir que a presença <strong>de</strong> uma componente ternária nãonegligenciável <strong>de</strong>grada a resistência das placas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2.Eventualmente, semelhante conclusão po<strong>de</strong> ser aplicada a outras razões <strong>de</strong>dimensões <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior ao crítico induzirem umcolapso local mais pronunciado.Uma vez clarificada a extrema importância do modo <strong>de</strong> colapso nos níveis<strong>de</strong> resistência máxima atingidos, foi analisado um conjunto <strong>de</strong> placas que,completando os resultados já disponíveis, permitisse <strong>de</strong>finir a razão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>sdas distorções que fomentam o salto <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> colapso para o crítico. Paratal foram escolhidas placas com amplitu<strong>de</strong>s máximas médias, <strong>de</strong> acordo com aexpressão <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares [51], e variou-se a razão entre a primeira e segundacomponentes. A escolha recaiu sobre estas duas componentes por serem as maisimportantes para esta razão <strong>de</strong> dimensões nas placas reais.Na Figura 26 apresenta-se o comportamento <strong>de</strong>ssas placas sendo evi<strong>de</strong>nte a56


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasexistência <strong>de</strong> um comportamento diferenciado à medida que a razão a 11 /a 21aumenta. Quando esta razão é superior a 3 a placa não <strong>de</strong>senvolve o modo <strong>de</strong>colapso crítico tendo-se níveis <strong>de</strong> resistência elevados, como se po<strong>de</strong> ver na Figura27, e um modo <strong>de</strong> colapso algo complexo.0.70.60.5φ0.40.30.20.1OPRQB0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6ExtensãoFigura 26Curvas tensão extensão para placas simplesmente apoiadas, restringidas com α=2,β=3,38, distorções médias e diversas razões entre a primeira e segunda componentedas distorções, respectivamente, 1(O), 2(P), 3(R), 4(Q) e 6(B).φu0.641.000.62Resistência0.60Extensão0.950.580.900.560.540.850.520.800.500.480.751 2 3 4 6a 11 /a 12εu/εoFigura 27Resistência máxima para placas simplesmente apoiadas, restringidas com α=2, β=3,38,com distorções médias.Para a placa R, <strong>de</strong> razão igual a 3, a situação é intermédia notando-se umnítido colapso em m=2 mas, no entanto, uma das semi-ondas tem um57


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascomprimento bastante inferior à outra <strong>de</strong>senvolvendo-se as <strong>de</strong>formações máximasna zona <strong>de</strong> semi-onda menor.O módulo tangente <strong>de</strong>sta placa é semelhante aos das placas Q e B atévalores da tensão próximos da tensão elástica crítica mínima. Nesse ponto omódulo tangente sofre uma redução drástica <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento do modocrítico, aproximando-se a curva tensão extensão das representativas das placas O eP com um nítido modo crítico <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.Relativamente ao comportamento no regime pós colapso é <strong>de</strong> salientar asemelhança <strong>de</strong> comportamento entre todas as placas. A perda <strong>de</strong> resistência com oaumento da extensão plástica é reduzida, especialmente para as placas com modo<strong>de</strong> colapso crítico. As restantes, Q e B, têm uma redução maior por terem maiorresistência última, mas a partir <strong>de</strong> um alongamento <strong>de</strong> 1,2 seguem a curva comum.Por fim, convém analisar a variação da extensão última com a razão entrecomponentes, disponível na Tabela 37 do Anexo A:a) nas placas esbeltas em que o modo primário é dominante e asimperfeições iniciais tem valores médios ou altos, a extensão últimanormalizada é inferior à unida<strong>de</strong> e ten<strong>de</strong> a diminuir à medida que arazão entre a componente primária e secundária aumenta para valoresconstantes da amplitu<strong>de</strong> máxima;b) os valores mínimos da extensão última correspon<strong>de</strong>m a placas commodo <strong>de</strong> colapso primário (m=1), apresentando estas placas umarigi<strong>de</strong>z muito próxima da rigi<strong>de</strong>z do material, vulgarmente <strong>de</strong>signadopor módulo <strong>de</strong> Young, até ao colapso e o seu módulo secante nocolapso é nitidamente superior ao das placas com modo <strong>de</strong> colapsocrítico, ver Figura 28;c) quanto maiores for a amplitu<strong>de</strong> dos modos iniciais dominantes e arazão entre a componente <strong>de</strong>sse modo e a do modo anterior, maior é aextensão última correspon<strong>de</strong>nte, ver Figura 29, tendo-se obtido ocolapso mais retardado para uma placa com modo inicial ternário euma razão entre componentes <strong>de</strong> 6 com amplitu<strong>de</strong> das imperfeiçõesmédias. A esta placa (I) correspon<strong>de</strong>u também o menor valor <strong>de</strong>resistência encontrado, 0,485;d) em regra, quanto maior forem as imperfeições iniciais maiores serão asextensões últimas em condições <strong>de</strong> semelhança geométrica.58


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas0.900.80BF0.700.600.50DCAGrupo críticoGrupo primárioGrupo TernárioEs/E0.40LNE0.30I0.200.100.000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0w/tFigura 28Módulo secante no colapso em função da amplitu<strong>de</strong> e modo das imperfeições iniciais.Razão entre componentes <strong>de</strong> 6.1.61.5I1.41.3NEεu1.21.11.00.90.8GHMKLDCAOPRB QGrupo críticoGrupo primárioGrupo TernárioRazão diferente <strong>de</strong> 6F0.70.60.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0w/tFigura 29Extensão última em função da amplitu<strong>de</strong> e modo das imperfeições iniciais. Razãoentre componentes <strong>de</strong> 6.e) da comparação entre a Figura 21 e a Figura 28 é evi<strong>de</strong>nte a existência <strong>de</strong>uma relação directa entre o módulo secante e a resistência da placa,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo a relação principalmente do modo <strong>de</strong> colapso, Figura 30.Repare-se que a placa D, apesar <strong>de</strong> pertencer ao grupo primário no querespeita às imperfeições iniciais, tem um modo <strong>de</strong> colapso ternáriotransitando, por isso, para a zona das placas ternárias e obe<strong>de</strong>cendo à59


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasmesma variação. As placas do grupo crítico não apresentampraticamente variação da resistência com a variação do módulo secanteo que traduz na prática uma acentuada variação da extensão última.0.900.80BF0.700.60CGrupo críticoGrupo primárioGrupo TernárioEs/E0.50DA0.40NLE0.30I0.200.45 0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75φFigura 30Relação entre o módulo secante e a resistência última em placas rectangulares esbeltase <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2.Finalmente, po<strong>de</strong>m-se resumir as conclusões dizendo que o modo <strong>de</strong>colapso é o principal factor que condiciona o nível <strong>de</strong> resistência das placasesbeltas. O modo <strong>de</strong> colapso é função <strong>de</strong> duas condições iniciais, a saber, aamplitu<strong>de</strong> máxima e a amplitu<strong>de</strong> relativa dos diversos modos das imperfeiçõesiniciais sendo a segunda condição mais importante do que a primeira. Ageometria inicial anteriormente referida afecta bastante o comportamento dasplacas durante a fase <strong>de</strong> pré colapso mas o regime pós colapso é pouco sensível àscondições iniciais, o que po<strong>de</strong> ser justificado pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações em todos os casos que tornam irrelevantes os efeitos das condiçõesiniciais. Por outro lado, o colapso é quase sempre muito localizado pelo que ascondições gerais iniciais da placa pouco vão afectar a resistência pós colapso.As variações <strong>de</strong> resistência encontradas são elevadas, entre 0,711 e 0,485com um valor médio <strong>de</strong> 0,572 e um COV <strong>de</strong> 9,9%, pelo que se po<strong>de</strong> afirmar que énecessário fazer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a previsão <strong>de</strong> resistência das imperfeições iniciais. Paratal torna-se imperioso <strong>de</strong>terminar, com precisão, os modos e amplitu<strong>de</strong>s das60


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasimperfeições presentes em placas reais e consi<strong>de</strong>rar o modo inicial mais provável.A utilização <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados com as características geométricas das placasreais permitirá obter valores realísticos para os valores esperados da resistência edos coeficientes <strong>de</strong> variação. No entanto, convém realçar a constância daresistência relativamente à amplitu<strong>de</strong> das imperfeições quando a razão entrecomponentes se mantêm fixa e o modo predominante é o crítico, como é mostradona Figura 21.2.5 Razão <strong>de</strong> dimensões.Muito poucos investigadores <strong>de</strong>dicaram algum tempo ao estudo dainfluência da razão <strong>de</strong> dimensões <strong>de</strong>vido à quase insensibilida<strong>de</strong> da tensão críticaelástica relativamente a este parâmetro po<strong>de</strong>ndo esta tensão ser bastante bem<strong>de</strong>scrita pela tensão crítica elástica da placa quadrada equivalente.Um dos primeiros estudos a aflorar o problema indirectamente <strong>de</strong>ve-se aLittle [69] o qual realizou um estudo sistemático em placas rectangulares comrazões <strong>de</strong> dimensões entre 1,4 e 0,4, imperfeições iniciais no modo fundamental etensões residuais. Apesar do subdomínio α


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasdo nível das tensões residuais. Propuseram um factor <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> resistênciaque faz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a resistência da placa quase perfeita (ou equivalente aten<strong>de</strong>ndoao modo das imperfeições iniciais) da resistência da placa quadrada.φα= φ1⋅ Rα(22)Através <strong>de</strong> uma regressão linear obteve a expressão <strong>de</strong> R α :R = 1+( 0,55 − 0,16β )( − α)(23)α1que se aplica a placas com esbeltez entre 1 e 3,5 e razão <strong>de</strong> dimensões entre 0,5 e 1e tem um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 0,05. A resistência da placa quadrada é dadapelas equações (6) e (7), no entanto com qualquer outra fórmula a relação mantêmseverda<strong>de</strong>ira já que é a razão entre a resistência <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> placas.2.5.1 Dependência do modo das imperfeições iniciaisNa secção anterior analisou-se a importância das distorções na resistência<strong>de</strong> placas com razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2. Importa, agora, verificar a veracida<strong>de</strong>da hipótese da in<strong>de</strong>pendência da resistência relativamente à razão <strong>de</strong> dimensões eas condições em que ela é verda<strong>de</strong>ira.Além das razões <strong>de</strong> dimensões já analisadas (α=2 e 3) foram calculados osvalores máximos da resistência para placas com razão <strong>de</strong> dimensões 4 e 5. Ocritério utilizado consistiu em analisar para cada esbeltez três modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais, Tabela 43 e Tabela 44 do Anexo A, mas com a mesmaamplitu<strong>de</strong> máxima aproximadamente: placas A com uma amplitu<strong>de</strong> do modocrítico (m=α) <strong>de</strong>z vezes superior às restantes amplitu<strong>de</strong>s; placas B com aamplitu<strong>de</strong> maior no modo fundamental (m=1); e placas C com o modo m=α+1mais ampliado.Os resultados obtidos para a resistência máxima foram compilados paracada razão <strong>de</strong> dimensões nas Figura 31 a Figura 34 e para cada modo <strong>de</strong>imperfeições iniciais nas Figura 35 a Figura 37. Das primeiras ressaltaimediatamente que os quatro gráficos são bastante semelhantes e que a resistênciamínima para cada esbeltez é obtida quando o modo das imperfeições iniciais ésuperior ao modo <strong>de</strong> colapso crítico elástico, isto é, quando m=α+1. As únicas62


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasexcepções ocorrem quando a esbeltez e a razão <strong>de</strong> dimensões são simultaneamentealtas. Nestas circunstâncias, a resistência das placas com imperfeições iniciaisfundamentais (B) é inferior à das placas C.Resistência Longitudinal1,21,11,0ABCResistência0,90,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 31Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com razão <strong>de</strong> aspecto 2 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componentecrítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C, m=α+1).Resistência Longitudinal1,21,11,0ABCResistência0,90,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 32Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com razão <strong>de</strong> aspecto 3 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componentecrítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C, m=α+1).63


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasResistência Longitudinal1,21,11,0ABCResistência0,90,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 33Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com razão <strong>de</strong> aspecto 4 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componentecrítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C, m=α+1).Resistência Longitudinal1,21,11,0ABCResistência0,90,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 34Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com razão <strong>de</strong> aspecto 5 e imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componentecrítica (A), fundamental (B) e superior à crítica (C, m=α+1).64


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasResistência Longitudinal1,11,00,92345Resistência0,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 35Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componente crítica (A) ediferentes razões <strong>de</strong> aspecto.Resistência Longitudinal1,21,11,02345Resistência0,90,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 36Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componente fundamental (B) ediferentes razões <strong>de</strong> aspecto.65


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasResistência Longitudinal1,11,00,92345Resistência0,80,70,60,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 37Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componente superior à crítica (C,m=α+1) e diferentes razões <strong>de</strong> aspecto.Para as placas com α=4 a igualda<strong>de</strong> dá-se a partir <strong>de</strong> β>2,5 sendo o modo<strong>de</strong> colapso igual, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do modo das imperfeições iniciais ser B ouC. Para as placas com α=5 a variação da resistência com a esbeltez é diferente: paraβ>2,5 o modo <strong>de</strong> colapso das placas B é igual a 5 aumentando para 7 quando β>4;a este último modo correspon<strong>de</strong> uma resistência mínima para esta esbeltez, Figura34.Nas placas espessas, a resistência máxima no modo fundamental é superiorà resistência no modo crítico mas esta relação inverte-se a partir <strong>de</strong> β=2,4 à qualcorrespon<strong>de</strong> uma tensão crítica elástica <strong>de</strong> 0,63 dada pela equação (2).Esta inversão resulta das placas com modo fundamental instabilizarem apartir <strong>de</strong>sta esbeltez gerando <strong>de</strong>formadas no modo crítico ou superior e <strong>de</strong> ocolapso ser muito localizado <strong>de</strong>pois da mudança <strong>de</strong> modo, correspon<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>facto a um colapso num modo superior ao crítico. Desta forma, as placas commodo crítico inicial, imperfeições normais e esbeltez elevada acabam por ter aresistência mais elevada entre as consi<strong>de</strong>radas, contrariamente ao que évulgarmente aceite quando se consi<strong>de</strong>ra a tensão <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elástica <strong>de</strong>placas finas.66


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasO fenómeno <strong>de</strong>ve ser entendido com base nas acções contrárias<strong>de</strong>senvolvidas pelo efeito <strong>de</strong> Poisson e o aumento das <strong>de</strong>formações em placasrestringidas carregadas uniaxialmente, assunto este já <strong>de</strong>senvolvido na secção 2.3.Aí foi possível i<strong>de</strong>ntificar que para β=2,4 se dá um equilíbrio entre as tensõestransversais <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong>vidas ao efeito <strong>de</strong> Poisson e as <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong>vidas aoaumento das <strong>de</strong>formações, como se indica na Figura 8, curva T yu (tensãotransversal no colapso nula).Para ilustrar melhor este aspecto construíram-se figuras que representamrespectivamente a variação da tensão média transversal para diversos β em placascom modo inicial fundamental, Figura 38, e a variação da mesma tensão para osdiversos modos analisados, Figura 39.Tensão transversal0.350.300.250.200.150.100.050,851,351,692,543,384,230.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6-0.05-0.10Extensão normalizadaFigura 38Tensão transversal normalizada presente no carregamento longitudinal <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas e restringidas com α=3 e modo fundamental das imperfeiçõespara vários β.Na primeira i<strong>de</strong>ntificam-se as três primeiras placas em que o efeito <strong>de</strong>Poisson se sobrepõe às consequências do aumento das imperfeições em toda agama das extensões o que evita a mudança <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>vido à existência dastensões transversais <strong>de</strong> compressão. Nas placas esbeltas o aumento das<strong>de</strong>formações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito cedo contraria o aumento das tensões transversais <strong>de</strong>compressão criando, ainda no regime elástico, um patamar em que estas tensões se67


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasmantém estacionárias, estando assim criadas as condições para a mudança <strong>de</strong>modo <strong>de</strong> colapso. A esbeltez <strong>de</strong> transição encontra-se próxima <strong>de</strong> β=2,5, po<strong>de</strong>ndoaumentar ou diminuir em função da amplitu<strong>de</strong> das <strong>de</strong>formações.Tensão transversal0.080.060.040.020.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6-0.02-0.04-0.06ABC-0.08Extensão normalizadaFigura 39Tensão transversal normalizada presente no carregamento longitudinal <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas e restringidas com β=2,54 e α=3.Repare-se ainda na complexida<strong>de</strong> do percurso da <strong>de</strong>formada da placaβ=4,23, b/t=125, com sucessivas mudanças <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação parafinalmente entrar em colapso no quarto modo apesar da placa ter α=3 com tensõestransversais <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8,5% da tensão <strong>de</strong> cedência e <strong>de</strong> (-)17% datensão máxima, Figura 40. É <strong>de</strong> facto um estado biaxial <strong>de</strong> tensões.A Figura 39 mostra que o estado <strong>de</strong> tensões na fase <strong>de</strong> colapso épraticamente uniaxial puro para as placas com modos fundamental, placa B, e <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m superior ao crítico, placa C, enquanto este estado é biaxial na placa commodo crítico, placa A.De facto, apesar do modo <strong>de</strong> colapso e da própria tensão longitudinalmáxima serem semelhantes nas placas A e B, respectivamente 0,661 e 0,654, atensão transversal associada é bastante diferente o que permite concluir que ohistorial da placa condiciona o estado final <strong>de</strong> tensões.68


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasFigura 40Mudança <strong>de</strong> modo durante o carregamento longitudinal da placa α=3 e β=4,23 comimperfeições iniciais dominantes no modo fundamental2.5.2 Resistência última <strong>de</strong> placas restringidasA Figura 35 mostra que a resistência máxima é completamentein<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da razão <strong>de</strong> dimensões no modo crítico. Para o modo fundamental,apresentado na Figura 36, e o superior ao crítico, Figura 37, o comportamento coma esbeltez também é bastante consistente, havendo, no entanto, um aumento daresistência com a razão <strong>de</strong> dimensões em placas esbeltas.A comparação entre as diversas previsões <strong>de</strong> resistência e os valorescalculados por elementos finitos estão compilados na Figura 41.Constata-se que a fórmula <strong>de</strong> Faulkner é, para placas espessas eintermédias, optimista nos modos crítico e superiores, sendo pessimista no modofundamental. Este modo é melhor representado pelas fórmulas <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soarese Frankland quando β é menor que 2. A resistência <strong>de</strong> placas esbeltas é melhor69


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasrepresentado por estas duas últimas fórmulas do que pela fórmula <strong>de</strong> Faulknerque se mostra sempre bastante pessimista.Convém ressalvar, nesta fase, que as fórmulas mencionadas apesar <strong>de</strong>serem utilizadas vulgarmente em aplicações <strong>de</strong> engenharia naval não sãoexplicitamente representativas <strong>de</strong> placas restringidas, po<strong>de</strong>ndo resultar daí asdiferenças encontradas. No entanto, é convicção do autor que estas condiçõesfronteira são as que melhor representam as placas dos painéis resistentes <strong>de</strong>navios pelas razões apontadas na secção 2.3. Por outro lado, as imperfeiçõesiniciais utilizadas tornam-se cada vez mais pequenas à medida que se aumenta aesbeltez o que po<strong>de</strong> justificar o excesso <strong>de</strong> resistência encontrado.1.2Tensão normalizada1.11.00.90.80.70.60.5ABCFaulknerFranklandG. SoaresC - a/b=20.40.30.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5EsbeltezFigura 41Comparação entre as previsões <strong>de</strong> resistência e resistência máxima <strong>de</strong> placas com α=4,diversos modos <strong>de</strong> imperfeições iniciais e amplitu<strong>de</strong> máxima do modo maior igual a1mm.A resistência mínima é obtida para α=2 e modo das imperfeições <strong>de</strong> or<strong>de</strong>msuperior ao crítico. A resistência po<strong>de</strong> ser prevista, para este modo, por:0,02⋅α−0,59= βφ u (24)tendo como limite máximo 1,05 e apresenta uma resistência unitária para β=1. Porsua vez, a resistência <strong>de</strong> placas com modo crítico po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita por:−0,44φ u = β(25)70


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascom o valor máximo <strong>de</strong> 1,07. Esta expressão é naturalmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte darazão <strong>de</strong> dimensões, vi<strong>de</strong> Figura 35.As fórmulas apresentadas são estritamente aplicáveis a placassimplesmente apoiadas, restringidas e foram estimadas com imperfeiçõesw i /b=0,004.2.5.3 Comparação com as placas quadradasFinalmente analisou-se a resistência <strong>de</strong> placas quadradas com as mesmascaracterísticas das anteriores, cujas principais características geométricas estãoresumidas na Tabela 45 (Anexo A) para m=1 nas quais se utilizou uma malha 6x6,e na Tabela 46 (Anexo A) para m=2 em que a malha passou a ser <strong>de</strong> 10x6 paramelhor representar a <strong>de</strong>formada.A comparação dos resultados obtidos para a resistência longitudinal com a<strong>de</strong> placas rectangulares <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2 está compilada na Figura 42. Aresistência mínima das placas quadradas é obtida para m=2 e apresenta muito boacorrelação com a equação (24) especialmente para β altos, que <strong>de</strong> resto é a região<strong>de</strong> maior variação com a razão <strong>de</strong> dimensões.Resistência LongitudinalResistência1,11,00,90,80,70,6a/b=1;m=2a/b=2;m=3a/b=1;m=1a/b=2;m=20,50,40 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5EsbeltezFigura 42Resistência longitudinal normalizada <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas, restringidas,com imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> na componente crítica (m=α) ousuperior à crítica (C, m=α+1) e diferentes razões <strong>de</strong> dimensões.71


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasA resistência das placas quadradas esbeltas com imperfeições iniciais nomodo crítico é bastante superior à das placas rectangulares nas mesmas condições.A razão para este comportamento anormal das placas quadradas esbeltas é <strong>de</strong>difícil interpretação, porque elas são formalmente equivalentes às placasrectangulares com imperfeições iniciais no modo crítico; a única razão plausívelresi<strong>de</strong> na existência <strong>de</strong> imperfeições com amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior nosmodos não críticos para as placas rectangulares (w i =0,1w α ). Para testar estahipótese analisaram-se placas quadradas com amplitu<strong>de</strong> inicial máxima para m=1e uma componente perturbadora em m=2 <strong>de</strong> 0,1mm, cujos resultados seencontram compilados na Tabela 47 (Anexo A).No caso da placa muito esbelta, β=4,23, a componente perturbadora, apesar<strong>de</strong> ter um décimo da amplitu<strong>de</strong> da componente maior, mostrou-se capaz <strong>de</strong>mudar o modo <strong>de</strong> colapso para m=2 já posteriormente a alguma <strong>de</strong>formaçãoplástica. A resistência da placa, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esta ter estabilizado no segundo modo, émuito próxima da resistência obtida para a série B com modo inicial igual a 2. Aresistência máxima absoluta para a placa C é, <strong>de</strong> qualquer forma, inferior à daplaca A aproximando-se o seu valor da curva da placa α=2, respectivamente 0,567e 0,571 para α=1 e 2, apesar <strong>de</strong> não existir uma total similitu<strong>de</strong> das imperfeições.Torna-se, pois, evi<strong>de</strong>nte que a equação (25) representa fielmente a resistência <strong>de</strong>placas com modo crítico dominante e imperfeito.Na Figura 43 comparam-se as três curvas tensão extensão médiasnormalizadas para β=4,23 e nos três modos <strong>de</strong> imperfeições iniciais assumidos.Repare-se que a placa C segue a curva da placa com modo crítico puro (A)até um ponto em que a componente no 2º modo foi amplificada o suficiente parapermitir a mudança <strong>de</strong> modo. Depois <strong>de</strong>sta fase instável a placa comporta-se comose pertencesse ao grupo com imperfeições iniciais no modo superior ao crítico.Para as placas esbeltas com β=3,38, a passagem <strong>de</strong> modo não é tão marcadacomo nas placas muito esbeltas. As curvas tensão extensão com o segundo modonão nulo, série C, transitam suavemente da resistência pós colapso correspon<strong>de</strong>nteao 1º modo para a resistência correspon<strong>de</strong>nte ao 2º modo, ver Figura 44.Repare-se que se obtém uma sobreposição da curva com imperfeição inicial72


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasno 1º modo nula e a da curva com w 11 =w 21 (série C-100%) o que significa que apartir <strong>de</strong>sta razão o comportamento é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da componente crítica.0.70.6Tensão normalizada0.50.40.30.2Serie ASerie BSerie C0.10.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5Extensão normalizadaFigura 43Comportamento <strong>de</strong> placas quadradas, restringidas, <strong>de</strong> esbeltez 4,23, para váriosmodos <strong>de</strong> imperfeições iniciais mas mesma amplitu<strong>de</strong> máxima.0.70.6Tensão normalizada0.50.40.30.20.1Serie ASerie BSerie C - 10%Serie C - 30%Serie C - 50%Serie C - 100%0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5Extensão normalizadaFigura 44Comportamento <strong>de</strong> placas quadradas, restringidas, <strong>de</strong> esbeltez 3,38, para váriosmodos <strong>de</strong> imperfeições iniciais mas mesma amplitu<strong>de</strong> máxima. A percentagemrepresenta o peso do 2º modo das imperfeições iniciais relativamente ao 1º modo.Por outro lado, estas conclusões vêm mostrar a ina<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> dautilização <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> elementos finitos que representem um quarto da placa,73


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasporque estes mo<strong>de</strong>los apresentam simetria total o que conduz necessariamente àobtenção <strong>de</strong> resistências majoradas. A utilização <strong>de</strong> um quarto da placa conduznecessariamente à anulação dos modos pares pelas suas características antisimétricas.Ao observar as diferenças entre as funções que relacionam a resistência coma esbeltez para diferentes modos <strong>de</strong> imperfeições mantendo constante a amplitu<strong>de</strong>máxima, é i<strong>de</strong>ntificável que a diferença se esbate à medida que a esbeltez diminui,ou seja, à medida que a resistência média da placa aumenta. Assim, po<strong>de</strong>-seimediatamente concluir que a variabilida<strong>de</strong> da resistência <strong>de</strong> uma dada placaaumenta com a esbeltez, e po<strong>de</strong> ser expressa pela fórmula seguinte através damanipulação das equações (24) e (25):φu+φ− φucuc= β0,02⋅α−0,15− 1(26)em que φ u+ é a resistência da placa com modo superior ao crítico e φ uc a da placacom modo crítico. Esta expressão mostra que a variabilida<strong>de</strong> diminui com oaumento da razão <strong>de</strong> dimensões, o que seria <strong>de</strong> esperar já que à medida que αaumenta a razão entre o modo crítico e o imediatamente superior tente para aunida<strong>de</strong>, ou seja, as placas ten<strong>de</strong>m a ser mais semelhantes. Para se obtersemelhança total ter-se-ia <strong>de</strong> comparar placas com imperfeições iniciais críticas(m=α) e placas com imperfeições duplas da crítica (m=2α). Para estas últimas aexpectativa é <strong>de</strong> que a resistência seja dada pela curva das placas quadradas e m=2apresentadas na Figura 42.Convém ressalvar que os estudos sobre distorções indiciam uma baixaprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar placas com altas amplitu<strong>de</strong>s relativas <strong>de</strong> modoselevados. No entanto, a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações locais po<strong>de</strong>m apresentarcomponentes significativas nestes modos elevados e aos quais correspon<strong>de</strong> aresistência mais baixa, provocando o colapso prematuro da placa.2.5.4 Razão <strong>de</strong> dimensões e a teoria elástica <strong>de</strong> placasPara terminar esta secção sobre a razão <strong>de</strong> dimensões, resta justificar estesresultados na medida em que é vulgarmente aceite que o modo crítico conduz à74


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasmenor resistência da placa. Esta i<strong>de</strong>ia resulta directamente da análise linearelástica <strong>de</strong> placas perfeitas à encurvadura cuja equação diferencial é [84]:4 4 4 ⎡ 222∂ w ∂ w ∂ w 1 ∂ w ∂ w ∂ w ⎤+ 2 + = ⎢Nx + N y + 2Nxy ⎥ (27)4 2 2 4∂x∂x∂y∂yD 22⎢⎣∂x∂x∂x∂y⎥⎦A solução da equação diferencial no caso mais simples, N x ≠0, N y =N xy =0,correspon<strong>de</strong>nte à placa constrangida, conduz à equação (2) <strong>de</strong> que resulta ummínimo quando m=α. Contudo, o que se está a analisar é a resistência máxima <strong>de</strong>placas simplesmente apoiadas e restringidas, porque estas são as maisrepresentativas das condições fronteiras a que estão sujeitos os elementos <strong>de</strong>placas dos longos e largos painéis dos navios. A consi<strong>de</strong>ração da resistênciamáxima implica que os fenómenos <strong>de</strong> natureza plástica sejam tidos em conta.No caso particular em análise, isto é, placas reais restringidas, existem trêsgran<strong>de</strong>s parâmetros condicionantes do estado final da placa: o estado biaxial <strong>de</strong>tensões <strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong> Poisson e das gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações, as imperfeiçõesiniciais tanto no que respeita à sua forma como às amplitu<strong>de</strong>s dos diversos modos,e as consequências da plasticida<strong>de</strong> directamente relacionada com a esbeltez daplaca.Uma primeira aproximação ao estado biaxial <strong>de</strong> tensões presente em placascom imperfeições iniciais baixas consiste em consi<strong>de</strong>rar que a tensão transversal,σ y , é igual a νσ x . De facto, a utilização da equação diferencial (27) conjuntamentecom as equações N x =σ x t e N y =νσ x t permite calcular a tensão crítica das placasrestringidas e perfeitas, a qual é dada por [70]:22⎞ ⎞⎟ ⎟⎠ ⎟⎠2a ⎞⎟⎛⎜ 2 2 ⎛ am + n2 ⎜⎜π D ⎝ ⎝ bσx =(28)2a t 2 2 ⎛m + νn⎜⎝ b ⎠Manipulando a expressão e normalizando pela tensão <strong>de</strong> cedência obtém-se:75


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas⎛ 2⎜⎛m ⎞+⎜⎜ ⎟⎝⎝α ⎠2⎞2 ⎟⎟⎠n22πk ⋅ πφx ==(29)2 2 22 212( 1 − ν ) ⋅β ⎛ m ⎞ 2 12( 1 − ν ) ⋅β⎜ ⎟ + νn⎝ α ⎠expressão que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> explicitamente da esbeltez e com k dado por:2⎛ 2m ⎞⎜⎛⎞ 2n ⎟⎜⎜ ⎟ +⎟⎝⎝α ⎠ ⎠2⎛ m ⎞ 2⎜ ⎟ + νn⎝ α ⎠k = (30)Esta função é mínima para n=1 e m dado por:m = 1 − 2ν ⋅ α(31)<strong>de</strong> que resulta m=0,633α para o aço, o que mostra que o efeito <strong>de</strong> Poisson ten<strong>de</strong> abaixar a or<strong>de</strong>m do modo <strong>de</strong> colapso em placas restringidas. O valor mínimo <strong>de</strong> k é4(1-ν) quando m obe<strong>de</strong>ce à equação (31). Mesmo nos casos em que m=α a tensão<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elástica normalizada da placa restringida é inferior à da placaconstrangida em 23%, já que nestas condições k é igual a 3,077 (k=4/(1+ν)).Na presença <strong>de</strong> imperfeições iniciais, a equação (27) <strong>de</strong>ve incorporar umacarga lateral fictícia, variável com o carregamento, resultante das distorções:44 4 ⎡ 222∂ w ⎤1 ∂ w ∂∂ ∂∂+1 w+1 1 w ww2 = ⎢N1x + N1y + 2N1xy + q f ⎥ (32)4 2 2 4∂x∂x∂y∂yD 22⎢⎣∂x∂x∂x∂y⎥⎦em que w 1 é componente da <strong>de</strong>formada exclusivamente <strong>de</strong>vida ao carregamento eq f é a carga lateral fictícia resultante das imperfeições iniciais dada por:q f= N x2∂ wo2∂x+ N y2∂ wo2∂x2∂ wo+ 2 N xy(33)∂x∂yEstas expressões não tem gran<strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> ao estudo analítico dasplacas restringidas com imperfeições iniciais e gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações já que aampliação das <strong>de</strong>formações com o carregamento modifica a relação entre astensões longitudinais e transversais, fazendo com que a razão entre a tensãotransversal e a longitudinal seja inferior a ν e diminuindo com o carregamento. Noentanto, é possível extrair informação qualitativa da equação geral, porque o76


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasmínimo ocorre para uma relação semelhante à equação (31) em que o coeficiente<strong>de</strong> Poisson é substituído pela razão entre a tensão transversal e longitudinalefectivas, γ, para um dado nível <strong>de</strong> carregamento da placa com imperfeiçõesiniciais. Esta razão é monotonamente <strong>de</strong>crescente com o carregamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quenão exista mudança do modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e po<strong>de</strong> atingir valores negativos para<strong>de</strong>formações gran<strong>de</strong>s comparativamente à espessura. Quando se atingem valoresnegativos <strong>de</strong> γ, isto é, quando as tensões transversais passam a ser <strong>de</strong> tracção, omodo crítico <strong>de</strong> colapso acontece para m>α, isto é, em modos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior.Este raciocínio justifica qualitativamente o aparecimento <strong>de</strong> modos <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m superior com resistência inferior à crítica, o que aparentava inicialmente terpouca credibilida<strong>de</strong>, ficando <strong>de</strong>monstrado que através da teoria linear elástica <strong>de</strong>placas é possível prever o aparecimento <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior ao críticocom resistência inferior à crítica bastando para tal consi<strong>de</strong>rar as restrições dosbordos.Desenvolvimentos futuros requerem a estimativa da função γ(N x ) o que sópor si exige um estudo bastante <strong>de</strong>talhado e exaustivo, abrangendo uma gamaalargada <strong>de</strong> todas as variáveis envolvidas, estudo esse que está para além dosobjectivos <strong>de</strong>sta dissertação.2.5.5 Gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formaçõesPara consi<strong>de</strong>rar a influência das gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações em placasrestringidas, w>0,4t [70], po<strong>de</strong>-se continuar a usar a equação (32) mas é necessárioconsi<strong>de</strong>rar as condições <strong>de</strong> equilíbrio resultantes dos esforços aplicados àsuperfície média da placa quer pelas forças externas quer pelas tensões <strong>de</strong>vidas àflexão. Estas equações <strong>de</strong> equilíbrio são expressas por:⎧∂N⎪∂x⎨⎪∂N⎪⎩ ∂yxy∂N+∂yxy∂N+∂xxy= 0(34)= 0A terceira equação obtém-se pelo compatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações dasuperfície média, cujas componentes são dadas por:77


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas⎧⎪ε⎪⎪⎨ε⎪⎪⎪γ⎪⎩xyxy∂u1 ⎛= + ⎜∂x2 ⎝∂w⎞⎟∂x⎠∂v1 ⎛ ∂w⎞= + ⎜ ⎟∂y2 ⎝ ∂y⎠∂u∂v∂w∂w= + +∂y∂x∂x∂yresultando por diferenciação e arranjo:22(35)∂ ε∂y2x2∂ ε+∂x2y222∂ γxy ⎛ ∂ w ⎞− =x y⎜x y⎟∂ ∂ ⎝ ∂ ∂ ⎠22 2∂ w ∂ w−(36)2 2∂x∂yA solução das três equações po<strong>de</strong> ser facilitada pela introdução <strong>de</strong> umafunção estado <strong>de</strong> tensão, normalmente conhecida por função <strong>de</strong> Airy F que serelaciona com os esforços por:Ntx2∂ F=2∂yNty2∂ F=2∂xNtx2∂ F= −∂x∂y(37)e com as extensões por:εεγxyxyσ=σ=xyτxy=G− νσE− νσEyx2 ⋅= −221 ⎛ ∂ F ∂ F ⎞=E⎜ − νy x⎟22⎝ ∂ ∂ ⎠221 ⎛ ∂ F ∂ F ⎞=E⎜ − νx y⎟22⎝ ∂ ∂ ⎠( 1+ ν)E2∂ F∂x∂y(38)que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicadas na equação (36) resulta em:4∂ F4∂x4∂ F+ 22∂x∂y24∂ F+4∂y⎡ 2⎛ ∂ w ⎞= E⎢⎜⎟⎢⎣⎝ ∂x∂y⎠22 2∂ w ∂ w⎤− ⎥(39)2 2∂x∂y⎥⎦Por seu lado a equação (27), <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> introduzida a função estado <strong>de</strong>tensão, é dada por:4442 2 2 22 2∂ w ∂ w ∂ w t ⎡∂F ∂ w ∂ F ∂ w ∂ F ∂ w ⎤+ 2 + = ⎢ + − 2 ⎥ (40)42 2 42 2 2 2∂x∂x∂y∂yD ⎣ ∂y∂x∂x∂x∂x∂y∂x∂y⎦Estas duas equações em conjunto com as condições fronteira permitem<strong>de</strong>terminar as funções F e w, a partir das quais se <strong>de</strong>termina completamente oestado <strong>de</strong> tensões e extensões. Infelizmente a resolução das equações diferenciais é78


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasmuito complicada estando somente disponíveis soluções para o caso <strong>de</strong> placasrectangulares e circulares com pressão lateral uniforme.Soluções aproximadas são, no entanto, facilmente obtidas utilizandométodos energéticos que minimizam a energia <strong>de</strong> distorção total, isto é, a soma daenergia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação média e da energia associada à flexão. Uma solução paraeste problema é apresentado em Timoshenko [70] no caso <strong>de</strong> uma placa quadradae restringida sujeita a carregamento uniaxial assumindo que o colapso se dá nomodo fundamental, m=n=1. A tensão crítica obtida confirma o valor k=3,077 jáestimado através da equação (31) da qual resulta uma tensão crítica <strong>de</strong>:2,781φ cr=(41)2βe um alongamento crítico <strong>de</strong>:2,528βεcr = ε2 oassumindo em ambas as equações que ν=0,3, valor este correspon<strong>de</strong>nte àgeneralida<strong>de</strong> dos aços.(42)a/2b/2yxFigura 45Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> placaA partir <strong>de</strong>sta extensão, as tensões afastam-se bastante da uniformida<strong>de</strong>po<strong>de</strong>ndo, no entanto, ser estimadas. As tensões longitudinais normalizadas notopo carregado são dadas por:2⎛ a ⎞ 3,14πy⎛⎞ 2,78( 1) cos ⎜π πycos 0,142 ⎟nφx ⎜x= ⎟ = n − ⋅− π −(43)⎝ 2 ⎠282βb ⎝ b ⎠ βem que o referencial se encontra a meio da placa como se indica na Figura 45. O79


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasfactor n representa o número <strong>de</strong> vezes que o alongamento no topo é superior aocrítico. Esta expressão é válida quer para placas quadradas quer para placasrectangulares <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o modo <strong>de</strong> colapso assumido seja m=α, com m e αinteiros, não sendo portanto válida quando a geometria da placa não é múltipla doquadrado.A distribuição <strong>de</strong> tensões dadas pela equação 37 po<strong>de</strong> ser representadagraficamente, Figura 46, notando-se a perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> na zona central daplaca quando n aumenta. Esta perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> é bastante mais notória nostopos do que a meio da placa: enquanto que a razão entre a tensão máxima emínima é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5 nos topos para n=10, a mesma razão é inferior a 2 a meioda placa.Figura 46Distribuição <strong>de</strong> tensões longitudinais nos topos (esquerda) e a meio (direita) <strong>de</strong> umaplaca quadrada perfeita (b/t=100) <strong>de</strong>pois da tensão <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elástica paravários valores <strong>de</strong> n.Por outro lado, a localização dos máximos da tensão, apesar <strong>de</strong>apresentarem aproximadamente o mesmo valor, também varia com a posiçãolongitudinal da secção em análise: dão-se junto aos bordos na secção central daplaca e no interior para os topos.Para materiais com comportamento elástico perfeitamente plástico astensões não po<strong>de</strong>m exce<strong>de</strong>r valores muito superiores à tensão <strong>de</strong> cedência, peloque estas curvas só seriam representativas do estado <strong>de</strong> tensão até n=4 para o casodo aço macio. Para uma placa com esbeltez inferior a esta, o valor máximorepresentativo <strong>de</strong> n é ainda menor resultando perdas <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> menores coma diminuição da esbeltez.De uma forma mais geral po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar uma placa <strong>de</strong> razão <strong>de</strong>80


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasdimensões a/b com <strong>de</strong>slocamentos u, v e w dados por:2mπxπyu = Am sin cos − ex(44)a b2πymπxv = Bmsin cos(45)b amπxπyw = fmcos cos(46)a bA energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação associada à flexão quantifica-se por:2 22⎛ 12 28 ⎟ ⎞mD m⎜ +⎝ a b ⎠4F π abfUm=(47)A energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação associada às tensões <strong>de</strong> membrana da placa éobtida como m vezes a energia <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões (a/m)/b sujeitaa uma compressão uniforme e:UEmGt ⎡abe= m⎢31− ν ⎣ m− Am+ A2m+ A Bm2 24 4 2π f π ⎛mbem fm9a− +⎜2 24a256ab⎝ m b2 2 22 2π f ⎛⎞m4mb 1−3νπ ⎛ − ν ⎞− fm4a1 3⎜ + ⎟ B ⎜ + m ⎟ +2m26 ⎝ a b ⎠ 6 ⎝ mb a ⎠2⎛mb 1−ν a ⎞ 2 2⎛a 1−ν mb ⎞π ⎜ + ⎟ + Bmπ⎜ + ⎟ +⎝ a 8 mb ⎠ ⎝ mb 8 a ⎠m16922 2π f ⎤mae( 1+ ν) − ν ⎥ ⎦24mb29mb+2a2⎞+ 2⎟ −⎠(48)A energia total é simplesmente dada por:U = U + U(49)mFmEmem que as constantes A m , B m e f m são encontradas para cada caso particularminimizando a energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação através <strong>de</strong>:∂U∂Amm∂Um∂Um= 0 = 0 = 0∂B∂fmmA resolução <strong>de</strong>ste sistema <strong>de</strong> equações po<strong>de</strong> ser posta na forma matricialresultando:(50)81


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas2⎡2C⎧ ⎫3− C4− C5⎤ fm ⎧C9− C2− C10⎫⎢⎥⎪⎪ ⎪⎪⎢C4− 2C6− C8⎥⎨Am⎬ = ⎨ 0 ⎬⎢⎥⎪⎪ ⎪⎪⎣ C5− C8− 2C7⎦⎩Bm⎭ ⎩ 0 ⎭em que os coeficientes são dados por:(51)C32abeC1=3m42 2 2mπ⎛ 9a9mb ⎞=22 2 20,256⎜ + +⎟ab ⎝ m b a ⎠2π ⎛ 4a1−3ν⎞C5= ⎜ + m2⎟6 ⎝ mb a ⎠2⎛a mb 1−ν ⎞C7= π ⎜ + ⎟⎝ mb a 8 ⎠2π aeC9= ν24mbCCC46102π beC2=4a2 2π ⎛ 4mb 1−3ν⎞=26⎜ +⎟⎝ a b ⎠2⎛mb a 1−ν ⎞= π ⎜ + ⎟⎝ a mb 8 ⎠16C8= ( 1+ ν)94π abt=4m2⎛ m⎜⎝ a221 ⎞+2⎟b ⎠22.6 Tensões residuais.As consequências das tensões residuais em placas simplesmente apoiadas ecarregadas em compressão têm sido largamente discutido por diversos autores. Amaior parte <strong>de</strong>stes estudos tentam <strong>de</strong>terminar a variação da resistência última como nível <strong>de</strong> tensões residuais, esquecendo no entanto a sua influência nocomportamento ante e pós colapso. Neste estudo consi<strong>de</strong>ra-se em ambas assituações, pois é <strong>de</strong> real interesse <strong>de</strong>finir claramente a influência das tensõesresiduais a toda a gama <strong>de</strong> extensões.2.6.1 Resistência máximaNuma placa rectangular sujeita aos processos <strong>de</strong> fabrico usuais emestaleiro, a soldadura dos reforços e balizas à chapa provoca o aparecimento <strong>de</strong>tensões residuais tanto longitudinais como transversais. Estas tensões po<strong>de</strong>m-seconsi<strong>de</strong>rar auto equilibradas em cada secção da chapa. Esta hipótese assumida namaioria das teorias sobre a influência das tensões residuais em chapas não étotalmente correcta já que o equilíbrio resulta também da inclusão do reforço,<strong>de</strong>vendo ser consi<strong>de</strong>rado o conjunto. No entanto, consi<strong>de</strong>rando a existência <strong>de</strong>tensões <strong>de</strong> tracção e compressão que se anulam no reforço, então a placa isolada82


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placastambém <strong>de</strong>verá estar equilibrada. Tome-se, então, como razoável a hipóteseinicial.É usual consi<strong>de</strong>rar a distribuição transversal <strong>de</strong> tensões longitudinais comoconstituída por dois blocos: duas faixas à tracção junto aos bordos sujeitas à tensão<strong>de</strong> cedência e uma faixa central à compressão que equilibre aquelas duas[48,75,85]. Cada faixa à tracção tem uma largura ηt e está sujeita à tensão σ o . Afaixa central uma largura b-2ηt e encontra-se comprimida à tensão - σ r .Do equilíbrio da placa, as tensões residuais relacionam-se com a largura dasfaixas à tracção por:σσro2ηt=(52)b − 2ηtou, evi<strong>de</strong>nciando o parâmetro que <strong>de</strong>fine a largura da faixa à tracção:b σrη =(53)2 t σ + σorA tendência para o encurtamento dos bordos pela existência das tensões <strong>de</strong>tracção e para o alongamento da zona central <strong>de</strong>vido às tensões <strong>de</strong> compressão aíexistentes ampliam as imperfeições iniciais, originando placas com níveis <strong>de</strong>imperfeições geométricas superiores em placas com tensões residuais elevadas eafectando indirectamente a resistência <strong>de</strong>ssas placas. Note-se que o modo dasimperfeições iniciais mais afectado pelas tensões residuais é o modo fundamentalpois é o que melhor promove uma diminuição das tensões residuais por aumentoda amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> onda.Mas as tensões residuais têm uma influência directa na resistência <strong>de</strong> placasquer à tracção quer à compressão.2.6.1.1 Tracção com tensões residuaisEm tracção, os bordos ce<strong>de</strong>m imediatamente no início do carregamento porjá se encontrarem à tensão <strong>de</strong> cedência, <strong>de</strong>senvolvendo-se unicamente<strong>de</strong>formações plásticas a tensão constante, se se ignorar o encruamento que é<strong>de</strong>sprezável em aço macio, pelo menos até alongamentos superiores a oito vezes oalongamento <strong>de</strong> cedência. O facto dos bordos se <strong>de</strong>formarem a tensão constante83


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasfaz com que o módulo estrutural tangente da placa à tracçãomódulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do material, po<strong>de</strong>ndo ser expresso por:E tpseja inferior aoE tpb − 2ηt= E(54)bEste módulo estrutural baseia-se unicamente na influência das tensõesresiduais <strong>de</strong>sprezando a perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z resultante da existência <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais. Esta última correcção é muito pequena e diminui com o aumento docarregamento por a placa ir ficando cada vez mais plana.A resistência máxima da placa não é afectada dando-se, no entanto, a umalongamento maior do que o alongamento <strong>de</strong> cedência do material. Como omódulo estrutural é constante até à cedência total da placa em tracção, oalongamento correspon<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> ser calculado imediatamente por:εtpob= εb − 2ηtoA partir <strong>de</strong>ste alongamento a placa <strong>de</strong>forma-se plasticamente a tensãoconstante. Este comportamento é aplicável a placas não restringidas à tracção. Napresença <strong>de</strong> restrições importantes ao <strong>de</strong>slocamento dos bordos gera-se um estadobiaxial <strong>de</strong> tensões sendo necessário corrigir o módulo estrutural <strong>de</strong>vido aoaumento <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z com o aumento da tensão transversal associada aocarregamento longitudinal.Pelo critério <strong>de</strong> von Mises a cedência dá-se a uma tensão longitudinal que é12,5% superior à tensão <strong>de</strong> cedência sendo dada pela expressão:σoσx =(56)21 − ν + νEsta é a tensão máxima que a placa po<strong>de</strong> suportar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>haver cedências locais, nomeadamente junto aos bordos pré traccionados. Quandose analisa localmente a cedência nos bordos, a situação complica-se. Em dadomomento do carregamento da placa a uma tensão média σ x o estado <strong>de</strong> tensão nobordo terá <strong>de</strong> ser σ 1 , υσ x e 0 nas três direcções principais para obe<strong>de</strong>cer ao critério<strong>de</strong> cedência, em que σ 1 é expresso em cada momento pela expressão:(55)84


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas222νσx+ 4σo− 3νσxσ 1 =(57)2Exemplificando, quando a tensão média aplicada é igual à tensão <strong>de</strong>cedência, a tensão longitudinal na bainha é 1,116 σ o , obtendo-se um acréscimo <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga global resultante <strong>de</strong>stes 12% <strong>de</strong> aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>carga dos bordos relativamente à placa não restringida. Dito <strong>de</strong> outra forma, atensão existente no meio da placa restringida é inferior à da placa não restringidapara o mesmo nível <strong>de</strong> tensão média <strong>de</strong>vido à maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga nosbordos da placa restringida.A estas correcções há ainda que juntar o aumento do módulo estruturaltangente <strong>de</strong>vido ao constrangimento, sem tensões residuais que é dado por:EE ' =(58)21 − νo qual correspon<strong>de</strong> a um acréscimo imediato <strong>de</strong> 10% no módulo estrutural daplaca restringida relativamente à placa não restringida. A equação (54) <strong>de</strong>ve serpois actualizada substituindo E por E’ e aplicadas posteriormente as correcções ao‘encruamento’ dos bordos.A tensão no centro da placa, σ c , po<strong>de</strong> ser calculada por equilíbrio <strong>de</strong> forçasem função da tensão média através da expressão:σc=( b − ηtν)σx+ ηt4σ2 2o − 3νσ2xb − 2ηtO alongamento da placa coinci<strong>de</strong> com o alongamento do meio da placa quese mantém no regime elástico até à plastificação total, sendo facilmente avaliadopor:σcE=1 − ν2εx− σrem que as tensões residuais são positivas <strong>de</strong> acordo com a equação (52).Eliminando σ c <strong>de</strong>stas duas equações e <strong>de</strong>rivando em or<strong>de</strong>m ao alongamentoobtém-se a expressão que permite calcular o módulo estrutural tangente da placarestringida em tracção:(59)(60)85


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasdσxdεxEb − 2ηt=221 − ν3νσxb − ηtν − ηt2 24σ32o − ν σxO primeiro factor do segundo membro é a correcção pela restrição dosbordos e o segundo factor engloba o efeito das tensões residuais e o ‘encruamento’dos bordos. No limite, quando a tensão média ten<strong>de</strong> para 0 o módulo tangente édado por:dσdεE=1 − νb − ηtb − ηtνx 22xem que o segundo factor é sempre inferior à unida<strong>de</strong> e diminui com o aumentodas tensões residuais, o que está <strong>de</strong> acordo com a interpretação física dada.(61)(62)1,21,1Módulo estrutural (xE)1,00,90,80,7PNRsTRPNRcTRPRsTRPRcTR0,60,50,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4Tensão média normalizadaFigura 47Módulo estrutural tangente em placas restringidas (PR) e não restringidas (PNR), com( c) e sem (s) tensões residuais (TR) e ηt/b=0,1.O valor do módulo tangente na eminência da cedência total da placa éobtido para σ x =σ 1 =σ c o qual é coinci<strong>de</strong>nte com a tensão equivalente <strong>de</strong> von Mises,equação (56). A Figura 47 compara o módulo estrutural <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> placascom ηt/b=0,1, permitindo i<strong>de</strong>ntificar a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> cada contribuição. É evi<strong>de</strong>ntea pequena correcção que resulta do ‘encruamento’ das bainhas (curva PRcTR), o86


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasque significa em termos práticos que a equação (62) po<strong>de</strong>rá substituir a equação(61) em toda a gama <strong>de</strong> carga sem gran<strong>de</strong> perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> dos resultados.A expressão po<strong>de</strong> ainda ser apresentada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo explicitamente dastensões residuais através da relação normalizada:dφdεxxd=d( σ σ )x=( ε ε ) 2( )⎛ ν ⎞⎟ ⎠xoo1 − ν1⋅⎜1+ φ⎝rPara placas restringidas com tensões residuais fabricadas em aços, omódulo estrutural tangente po<strong>de</strong> ser dado simplesmente por:− φr2(63)dφdεxx1,1=1 + 0,85φr(64)2.6.1.2 Compressão com tensões residuaisA compressão <strong>de</strong> placas com tensões residuais não apresenta no início docarregamento qualquer tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica relativamente ao estadoinicial, ao contrário do que acontece em tracção. A zona central pré comprimidaaumenta o seu nível <strong>de</strong> compressão e os bordos laterais em tracção reduzem o seunível <strong>de</strong> tensões, <strong>de</strong> tal forma que toda a área transversal da placa contribui para oacréscimo <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, sendo a placa totalmente efectiva.Nestas condições, consi<strong>de</strong>rando só as tensões residuais e <strong>de</strong>sprezando asimperfeições, a placa tem um módulo estrutural tangente igual ao módulo <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong> E no caso da placa não restringida e dado pela equação (58) para asplacas restringidas. A sua valida<strong>de</strong> finda quando a zona central atinge a tensão <strong>de</strong>cedência em compressão na ausência <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elástica, o que é verda<strong>de</strong> emplacas espessas. Esta primeira fase cessa a uma extensão normalizada <strong>de</strong>( o − σr) σoσ em placas não restringidas, complicando-se a situação em placasrestringidas por consequência do ‘encruamento’ anteriormente mencionado e quetambém se faz sentir em compressão.Na segunda fase, dá-se um <strong>de</strong>créscimo acentuado do módulo estrutural daplaca em consequência da perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a carga na zonacentral, pelo que as únicas zonas que contribuem para os acréscimos <strong>de</strong> resistênciada placa são as faixas junto aos bordos. Em placas não restringidas po<strong>de</strong>-se obter87


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasuma relação simples entre a tensão e a extensão [17] :σxb − 4ηt= σbo2ηt+ ⋅ EεbxA terceira fase inicia-se com a <strong>de</strong>formação plástica em compressão dasfaixas laterais <strong>de</strong>formando-se toda a secção plasticamente com módulo estruturalnulo, se se consi<strong>de</strong>rar a ausência <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações iniciais e a instabilida<strong>de</strong> elástica.A extensão a que se inicia esta fase é duas vezes a extensão <strong>de</strong> cedência emconsequência do bordo da placa estar inicialmente traccionada à tensão <strong>de</strong>cedência e terminar a segunda fase em cedência à compressão.A restrição ao movimento dos bordos introduz uma muito maiorcomplexida<strong>de</strong> às fórmulas anteriores que não foram avaliadas dado a existência <strong>de</strong>imperfeições iniciais nas placas reais contrariar este efeito, anulando-o quasecompletamente, especialmente em placas não muito espessas.Para placas muito espessas e restringidas, uma primeira aproximação po<strong>de</strong>ser dada substituindo E por E’ nas diversas fórmulas.(65)2.6.1.3 Métodos existentes para <strong>de</strong>terminar a resistência à compressãoOs primeiros trabalhos sobre a influência das tensões residuais naresistência longitudinal <strong>de</strong> placas <strong>de</strong>vem-se a Faulkner [48], que consi<strong>de</strong>ra o efeitodas tensões residuais na resistência das placas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da esbelteza nominal ea Crisfield [49], o qual consi<strong>de</strong>ra o efeito resultante das faixas à tracção junto aosbordos.2.6.1.3.1 Formulação <strong>de</strong> FaulknerSegundo Faulkner [48], as tensões residuais influenciam a resistência últimada placa em função da sua esbeltez nominal. A redução <strong>de</strong> resistência éaproximada por:∆σrEtσr∆ σr≡ = ⋅(66)σ E σooem que o módulo tangente se relaciona com a esbeltez através <strong>de</strong>:88


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas2⎧ 3,62βE t ⎪para β ≤ 2,7= ⎨413,1 + 0,25β(67)E ⎪⎩ 1 para β ≥ 2,7consi<strong>de</strong>rando a existência <strong>de</strong> duas zonas distintas: uma faixa central <strong>de</strong> largurab − 2ηtsujeita a uma tensão <strong>de</strong> compressãoσ r , la<strong>de</strong>ada por duas faixas junto àsbainhas <strong>de</strong> largura η t cada, sujeitas à tensão <strong>de</strong> cedência à tracção, Figura 48.Mais tar<strong>de</strong>, Gue<strong>de</strong>s Soares e Faulkner [72] indicaram uma expressão maissimples para o módulo tangente e com igual qualida<strong>de</strong>:⎧β − 1E t ⎪ para β ≤ 2,5= ⎨ 1,5(68)E ⎪⎩ 1 para β ≥ 2,52.6.1.3.2 Formulação <strong>de</strong> CrisfieldCrisfield [49] consi<strong>de</strong>rou separadamente as zonas da placa à compressão e àtracção. Para esta última consi<strong>de</strong>rou um comportamento linear elástico até ε = 2 ,extensão para a qual o bordo atinge a cedência à compressão.Na zona central, sujeita a tensões residuais <strong>de</strong> compressão, consi<strong>de</strong>rou queo comportamento é semelhante ao da placa sem tensões residuais e com uma préextensãoε r . Ter-se-á então que esta zona atingirá a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargamáxima aproximadamente a uma extensão <strong>de</strong>carga da placa sem tensões residuais em questão.1 − εr, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da curva <strong>de</strong>σoσob-2ht−σhtrFigura 48Distribuição <strong>de</strong> tensões residuais numa placa e correspon<strong>de</strong>nte mo<strong>de</strong>lo.Convêm salientar que o método <strong>de</strong> Crisfield permite estimar toda a curvatensão alongamento da placa enquanto a formulação <strong>de</strong> Faulkner só permite89


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasavaliar a resistência máxima da placa. Requer, no entanto, a existência <strong>de</strong> umabase <strong>de</strong> dados com a resposta <strong>de</strong> placas sem tensões residuais para cada esbeltez eeventualmente imperfeições padrão.2.6.1.3.3 Aproximação <strong>de</strong> Gordo-93No seu trabalho sobre resistência última do navio em flexão longitudinal,Gordo [86] sentiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> um método expedito <strong>de</strong> previsão daresistência dos elementos <strong>de</strong> placa com tensões residuais para toda a gama <strong>de</strong>alongamentos.A formulação adoptada baseou-se no método <strong>de</strong> Crisfield com algumasalterações e consi<strong>de</strong>ra que a placa com tensões residuais tem uma resistência dadapor:φ = φ ⋅ φ(69)rpwrem que φ w representa a efectivida<strong>de</strong> da placa sem tensões residuais a uma dadaextensão eφ rnão é mais do que a representação do comportamento elastoplásticoda placa não restringida corrigido da existência <strong>de</strong> tensões residuais massem imperfeições iniciais.Esta correcção baseia-se no pressuposto <strong>de</strong> que a uma extensão1 − εracurva sofre uma variação <strong>de</strong> módulo tangente <strong>de</strong>vido a se atingir a cedência naparte central da placa. A partir daquela extensão a única contribuição para oaumento da resistência da placa advém unicamente das faixas junto aos bordos atéε = 2 . Para valores superiores da extensão a placa tem um comportamentoperfeitamente plástico, Figura 49.Analiticamente a recta entre os pontos A e B é dada por:σr⋅ ε + 1 − σrφr=1 + σrrepresentada na Figura 50, pelo se po<strong>de</strong> escrever a função φ r , para toda a gama <strong>de</strong>extensões por:(70)φr⎡ ⎛ σr⋅ ε + 1 − σr⎞⎤= max ⎢−1,min⎜1,ε,⎟⎥(71)⎣ ⎝ 1 + σr⎠⎦90


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasconsi<strong>de</strong>rando como negativas as extensões <strong>de</strong> tracção e como positivos osencurtamentos.1.21.0Tensão média normalizada0.80.60.40.2Efectivida<strong>de</strong>MaterialTensões residuaisResposta da placa0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0AlongamentoFigura 49Construção da curva aproximada do comportamento do elemento placa com tensõesresiduais e esbelteza igual a 2.1.21.0Tensão média normalizada0.80.60.40.2TR=0TR=0,05TR=0,1TR=0,2TR=0,3TR=0,40.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0AlongamentoFigura 50Correcção à curva <strong>de</strong> resposta do material em compressão <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong>tensões residuais na placa não restringida, Gordo-93 [86], para vários níveis <strong>de</strong> tensõesresiduais.91


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasEsta expressão representa uma grosseira aproximação para chapas àtracção, ε « 0 , pois para esta gama <strong>de</strong> extensões não existe uma i<strong>de</strong>ntificação entre omo<strong>de</strong>lo e o valor <strong>de</strong> φ r relativamente ao módulo tangente.De facto analisando o mo<strong>de</strong>lo é fácil concluir que o módulo tangente para− 1 < ε < 0 é dado porE tEb − 2ηt= , tal como foi apresentada na equação (54),benquanto que segundo φ r , tem-se E t E = 1 . Além disso, a adopção da função φ rassegura a continuida<strong>de</strong> do módulo tangente em ε = 0 , parecendo representarmelhor a realida<strong>de</strong>.As consequências da utilização <strong>de</strong> uma ou outra interpretaçãocorrespon<strong>de</strong>m na prática a obter um módulo resistente efectivo menor ou maiorrespectivamente, para a secção em estudo. Convém ainda realçar três aspectosimportantes sobre o mo<strong>de</strong>lo aproximado apresentado por Gordo em 1993 [86]:1. não é afectada pelo valor das tensões residuais, assumindo-seφ wimplicitamente que a eventual perda <strong>de</strong> eficiência da placa <strong>de</strong>vida aσ r se <strong>de</strong>ve unicamente ao comportamento plástico do material.2. a imposição do módulo tangente contínuo para ε = 0 tentareproduzir melhor o que se passa na realida<strong>de</strong>, apesar do mo<strong>de</strong>lopo<strong>de</strong>r ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>masiado rígido para extensões próximasda cedência à tracção.Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> representação do comportamento das placas <strong>de</strong>ve sermelhorada à luz das consi<strong>de</strong>rações e fórmulas apresentadas nas secções anteriores,incorporando as consequências da restrição dos bordos.2.6.1.4 Alterações ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tensões residuaisAlém das alterações já mencionadas relativas à restrição dos bordos éimportante analisar as eventuais consequências da utilização <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lomodificado da distribuição <strong>de</strong> tensões residuais no elemento <strong>de</strong> placa.Se para as tensões residuais <strong>de</strong> compressão não parece existir necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> alterações substanciais o mesmo não se po<strong>de</strong> dizer quanto à distribuição <strong>de</strong>tensões nas faixas à tracção. Parece pouco credível que a distribuição das tensões<strong>de</strong> tracção possa ser constante ao longo <strong>de</strong> toda a faixa junto às bainhas porque a92


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placashistória dos diferentes pontos ao longo da sua largura é completamente diferente.Como a temperatura a que cada ponto está sujeito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> principalmenteda distância à soldadura, coinci<strong>de</strong>nte com o bordo para efeitos práticos, e essatemperatura condiciona as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas do material, o efeitosimultâneo da <strong>de</strong>gradação das proprieda<strong>de</strong>s do material associado à própriadistribuição <strong>de</strong> temperaturas em redor do ponto em questão afectarão <strong>de</strong> formadiversa a tensão residual final após o arrefecimento <strong>de</strong> toda a peça. É tambémpouco credível que se passe numa tão curta distância da tensão <strong>de</strong> cedência àtracção para uma tensão <strong>de</strong> compressão.Um mo<strong>de</strong>lo mais genérico consiste em representar a distribuição <strong>de</strong>tensões na faixa à tracção junto aos bordos por:nσ = a − bxon<strong>de</strong> x é a distância ao bordo, a qual po<strong>de</strong> ser normalizada introduzindo asvariáveis φ = σ / e x = x / ηt, obtendo-se a expressão válida para 0 ≤ x ≤ 1:σ onφ = 1 − x(72)Esta função impõe que a tensão residual seja igual à tensão <strong>de</strong> cedência nobordo e seja nula a uma distância ηt, como se po<strong>de</strong> ver na Figura 51.Para esta distribuição a tensão residual compressiva na zona central daplaca relaciona-se com a largura da faixa em tracção por:σσro2ηtn=(73)b − 2ηtn + 1Para n=1 a distribuição <strong>de</strong> tensões é linear e quando n ten<strong>de</strong> para infinitocai-se na situação tratada pelo mo<strong>de</strong>lo tradicional. É evi<strong>de</strong>nte que o mo<strong>de</strong>lotradicional prevê tensões residuais compressivas <strong>de</strong> maior valor em igualda<strong>de</strong> dalargura da faixa à tracção pelo que a sua utilização na previsão da curva <strong>de</strong>comportamento da placa agrava as consequências das tensões residuais. A tensãoresidual <strong>de</strong> compressão no mo<strong>de</strong>lo linear é meta<strong>de</strong> da do mo<strong>de</strong>lo tradicional e nomo<strong>de</strong>lo quadrático a tensão residual é dois terços da tradicional, dada pelaequação (52).A principal vantagem <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> representação das tensões residuais93


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasé a diminuição gradual do módulo estrutural tangente da placa na origem por azona afectada pela <strong>de</strong>formação plástica no início dos carregamentos <strong>de</strong> tracção sermenor do que no mo<strong>de</strong>lo tradicional.1,21φ0,80,60,4n=1n=2n=10n=100n=10000,2Figura 5100 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2ηtDistribuição das tensões residuais normalizadas na faixa à tracção para váriosmo<strong>de</strong>los.De resto com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> n finito a plastificação da placa dá-se <strong>de</strong> umaforma progressiva em tracção até se esten<strong>de</strong>r a toda a faixa afectada pelasoldadura.As tensões residuais compressivas com n finito são menores do que asprevistas pelo mo<strong>de</strong>lo tradicional, sendo por exemplo cerca <strong>de</strong> 10% inferiores nocaso <strong>de</strong> n=10, valor que conduz a uma curva <strong>de</strong> variação das tensões residuaisbastante aceitável com base nos consi<strong>de</strong>randos iniciais.Em perfis laminados a quente a distribuição <strong>de</strong> tensões residuais noselementos <strong>de</strong> placa é diferente [87] sendo n muito próximo <strong>de</strong> 1 e a tensão máximaà tracção muito inferior à tensão <strong>de</strong> cedência.2.6.2 Alívio <strong>de</strong> tensões residuaisOs níveis elevados <strong>de</strong> tensões residuais que se po<strong>de</strong>m verificar durante o94


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasprocesso <strong>de</strong> fabrico não se mantêm após o início do serviço do navio <strong>de</strong>vido ànatureza alternada do carregamento a que o casco do navio está sujeito [85].O alívio <strong>de</strong> tensões está principalmente associado à cedência em tracção dasfaixas junto aos bordos. Mesmo para níveis muito pequenos da tensão média <strong>de</strong>tracção aplicada à placa dá-se plastificação junto aos bordos por os mesmos seencontrarem inicialmente à tensão <strong>de</strong> cedência. Ao ser retirada a carga tanto astensões nas faixas laterais como na zona central diminuem em resultado doalongamento residual dos bordos.Nas placas predominantemente carregadas em compressão, o alívio <strong>de</strong>tensões é mais difícil <strong>de</strong> obter pois toda a placa se mantém no regime elástico atécargas elevadas, porque as tensões residuais <strong>de</strong> compressão normalmente nãoexce<strong>de</strong>m 20% da tensão <strong>de</strong> cedência e não existindo <strong>de</strong>formações plásticas nãoexiste alívio <strong>de</strong> tensões.Consi<strong>de</strong>re-se uma placa com tensões residuais <strong>de</strong> tracção σ nas faixaslaterais e − σ r na zona central, a qual é carregada a uma tensão média <strong>de</strong> tracçãoσ m. A tensão nas faixas <strong>de</strong> tracção mantém-se inalterada e a tensão na zonacentral vale:ob⎛ σr⎞σc= σm− σr= σm− σrb t⎜1+⎟− 2η⎝ σo⎠A energia dissipada por plasticida<strong>de</strong> nos bordos é:(74)Ep2 σc+ σr2 σm= 2 ηt⋅ σo= 2ηt⋅ ( σ o + σr)(75)EEpara placas não restringidas e por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento. Em placasrestringidas <strong>de</strong>ver-se-á utilizar E’ em vez <strong>de</strong> E. A energia elástica acumulada porunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento é dada por:2 2= rσc− σrσm⎛ σ ⎞⎛⎛ σ ⎞( ) ( )⎜⎜r⎟σ⎜rEeb − 2ηtt ⋅ = b − 2ηtt ⋅ 1 + m 1 +⎟ − 2σ2E2E⎝ σo⎠⎝⎝ σo⎠⎞⎟(76)⎠Se em seguida for retirada a carga a distribuição <strong>de</strong> tensões residuais naplaca passa a serσ t nas bainhas e 1− σ na zona central tendo-se:95


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas⎧σ⎪⎨⎪σ⎩t1= σ= σor− σm⎛ σ⎜1−⎝ σmo⎞(77)⎟⎠Concretizando, se a tensão média <strong>de</strong> tracção aplicada for 50% da tensão <strong>de</strong>cedência, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> retirada a carga fica-se com meta<strong>de</strong> das tensões residuaisiniciais quer nos bordos quer no centro.O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tensões residuais utilizado na <strong>de</strong>dução <strong>de</strong>stas expressões foi otradicional, mas os valores que se obtêm representam uma boa aproximação paraos restantes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que n seja maior do que 5, ver Figura 51 on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>verificar que para n elevado os erros são marginais.No processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga a energia plástica dissipada é nula porque oprocesso se <strong>de</strong>senvolve no domínio elástico e a energia potencial elástica libertadapor unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento é quantificada por:( 2ηt( σ2− σ2) + ( b − 2ηt)( σ2− σ2)tE e = ⋅ o tc 1(78)2EPara aliviar completamente as tensões residuais com tracção da placa terá<strong>de</strong> se carregar a placa a uma tensão média igual à tensão <strong>de</strong> cedência do material,σ = 0 1na equação (77). O alívio <strong>de</strong> tensões parcial provoca o <strong>de</strong>saparecimento da<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> do módulo tangente na origem, originando o seu <strong>de</strong>slocamentoem tracção para extensões cada vez mais próximas da extensão <strong>de</strong> cedência.2.7Curvas tensão extensãoNesta secção a esbelteza, β, é <strong>de</strong>finida para cada extensão, por:β =btεa qual se relaciona com a esbelteza nominal, βo, através <strong>de</strong>:(79)β = βo ε(80)on<strong>de</strong> ε = ε εoé a extensão média normalizada pela extensão <strong>de</strong> cedência.Em 1993, Gordo e Gue<strong>de</strong>s Soares [17] propuseram um método aproximado<strong>de</strong> previsão do comportamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas sujeitas a96


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascarregamento no plano. Apresenta-se agora uma proposta <strong>de</strong> alteração com basenos comentários <strong>de</strong>senvolvidos nas secções anteriores e nos resultados das curvastensão extensão médias obtidas para placas restringidas.Na presença <strong>de</strong> solicitações longitudinais <strong>de</strong> compressão a largura efectivada placa restringida e sem tensões residuais, φ w , é, para cada extensão egeneralizando a aplicabilida<strong>de</strong> da equação (25), dada por:-0,44⎪⎧β para β ≥ 1φw = ⎨(81)⎪⎩ 1,07 para β ≤ 1Po<strong>de</strong>-se concluir que neste mo<strong>de</strong>lo a largura efectiva é inicialmente totalpara baixas solicitações (be=b) diminuindo à medida que a esbeltez (e ocarregamento) aumenta.φ10,80,60,40,20-0,2-0,4A-0,6B-0,8C-1-2 -1 0 1 2 3εFigura 52Construção das curvas médias tensão-extensão (C) para um elemento <strong>de</strong> placarestringido, sem tensões residuais, com uma esbelteza nominal <strong>de</strong> 2 e representaçãodas curvas auxiliares do comportamento do material (A) e da largura efectiva (B).A tensão média normalizada da placa é dada pelo produto da tensão nobordo e da largura efectiva correspon<strong>de</strong>nte a esta última tensão, Figura 52:φ a = φe⋅ φw(82)em que:97


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasσeφ e =(83)σoComo po<strong>de</strong> ser verificado na Figura 52, por construção as curvas tensãoextensãomédias têm o seu máximo à extensão <strong>de</strong> cedência, se não foremconsi<strong>de</strong>radas as tensões residuais.A Figura 53 apresenta as curvas tensão-extensão média para os diferentesníveis <strong>de</strong> esbelteza nominal.1,2Tensão normalizada1,00,80,60,40,2beta=1-1993beta=2-1993beta=3-1993beta=4-1993beta=1-Actualbeta=2-Actualbeta=3-Actualbeta=4-ActualFigura 530,00,0 0,5 1,0 1,5Extensão normalizadaRepresentação das curvas tensão-extensão normalizadas <strong>de</strong> placas simplesmenteapoiadas, não restringidas (1993) e restringidas (Actual) para diversos níveis <strong>de</strong>esbelteza nominal (β o =1, 2, 3 e 4) e com distorções médias.É <strong>de</strong> alguma importância realçar que com este tipo <strong>de</strong> formulação é possívelcriar dois tipos <strong>de</strong> curvas quanto ao comportamento pós encurvadura:- capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga da placa constante após encurvadura, o quecorrespon<strong>de</strong> a não consi<strong>de</strong>rar nenhuma redução na largura efectiva<strong>de</strong>pois se ter atingido a tensão <strong>de</strong> cedência [61];- capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>crescente após encurvadura, consi<strong>de</strong>rando umacontinuada redução da largura efectiva após a plastificação dos bordos.Obviamente que os resultados utilizando uma ou outra interpretação sãobastante diferentes <strong>de</strong>monstrando-se que a realida<strong>de</strong> se apresenta muito mais98


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placaspróxima da segunda.Estas curvas representam um comportamento das placas diferente domo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gordo-93 <strong>de</strong>vido principalmente ao conceito <strong>de</strong> largura efectivautilizado. Em resultado da restrição do movimento dos bordos, a relação entre alargura efectiva e esbeltez altera-se comparativamente às fórmulas tradicionais,ver Figura 54, prevendo menor largura efectiva em placas pouco espessas emedianamente esbeltas, 1


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas<strong>de</strong> tracção evitam o crescimento <strong>de</strong>smesurado das <strong>de</strong>formações, estabilizando aplaca. Assim o comportamento pós colapso da placa terá uma menor taxa <strong>de</strong><strong>de</strong>scarga, apresentando-se as curvas tensão extensão médias mais planas do queem placas simplesmente apoiadas mas não restringidas.Relembra-se que a hipótese inicial <strong>de</strong> construção das curva tensão extensãomédias consi<strong>de</strong>ra que a largura efectiva da placa com uma <strong>de</strong>terminada esbeltezaefectiva é a mesma <strong>de</strong> uma outra placa com esbelteza nominal igual à esbeltezaefectiva da primeira, pelo que a Figura 54 tanto po<strong>de</strong> ser usada para prever aresistência máxima <strong>de</strong> uma placa como para estimar a resistência actual <strong>de</strong> umaplaca no regime pós colapso. Desta forma, as placas restringidas em comparaçãocom as placas constrangidas apresentam um módulo secante menor na fase inicial<strong>de</strong> carregamento e um módulo secante maior na fase <strong>de</strong> pós colapso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que aesbeltez não seja muito baixa. Note-se que a equação (25) cruza as restantes a umaesbeltez entre 2,4 e 3, Figura 54, mantendo uma <strong>de</strong>rivada diferente das restantesem resultado da restrição dos bordos e efeitos associados à restrição.2.7.1 Largura efectiva e tensão médiaA distribuição <strong>de</strong> tensões reais numa placa e no mo<strong>de</strong>lo adoptadoobe<strong>de</strong>cem à relação:σe⋅ beb= σ∫0( x)⋅ dxem que se consi<strong>de</strong>ra que toda a carga distribuída ao longo da placa é suportadapor duas faixas junto às bainhas <strong>de</strong> largura b e 2 sujeitas à tensão da bainha, σ e .Graficamente a situação po<strong>de</strong> ser representada simplificadamente pela Figura 55on<strong>de</strong> se representa ainda a tensão média aplicada à placa.Evi<strong>de</strong>ntemente que o conceito <strong>de</strong> largura efectiva é equivalente ao conceito<strong>de</strong> tensão média já que se verifica a igualda<strong>de</strong>:σe⋅ be= σm⋅ b , don<strong>de</strong>:σσm =eb ebA diferença entre a tensão nos bordos e ao meio da placa aumenta com a(84)100


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasextensão, a esbelteza nominal e as imperfeições iniciais, sendo a sua taxa <strong>de</strong>crescimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ainda da proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elasto-plásticapelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações nessa fase do carregamento.σ eσ eσ mbebeFigura 55Distribuição <strong>de</strong> tensões numa placa em compressão (interrompido largo), no mo<strong>de</strong>loconceptual <strong>de</strong> largura efectiva (interrompido curto) e tensão média correspon<strong>de</strong>nte.2.7.2 Comparação entre as curvas aproximadas e os elementos finitosA validação do mo<strong>de</strong>lo agora apresentado requer a sua comparação com osresultados obtidos por elementos finitos.Se por um lado está garantida a coincidência entre a resistência máxima nosdois casos dada a convergência entre a fórmula utilizada e a resistência máximaobtida por elementos finitos, o mesmo não se po<strong>de</strong> dizer relativamente à extensãoa que se dá esse máximo e ao comportamento pós colapso. Enquanto a extensãocorrespon<strong>de</strong>nte à resistência máxima condiciona a curva tensão extensão na faseelástica e <strong>de</strong> pré-colapso, o comportamento pós colapso dos elementos <strong>de</strong> placaafecta a resistência máxima <strong>de</strong> estruturas tridimensionais complexas como é o casodo casco <strong>de</strong> navios em flexão. Para melhor comparação entre os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placasrestringidas e não restringidas inclui-se ainda os mo<strong>de</strong>los anteriores [17] aquii<strong>de</strong>ntificados como Gordo-93.2.7.2.1 Placas espessasApresenta-se <strong>de</strong> seguida a comparação entre as curvas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>101


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasresistência à compressão <strong>de</strong> placas espessas (β=0,85 e 1,35), restringidas (Actual),não restringidas (Gordo-93) e as curvas obtidas por elementos finitos para placasrestringidas para vários níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais (A, B, C) <strong>de</strong> acordo com osdados da Tabela 42 do Anexo A.1,21,0Tensão normalizada0,80,60,40,20,00,0 0,5 1,0 1,5Extensão normalizada0,85-Actual0,85-Gordo930,85-AR0,85-BR0,85-CR1,35-Actual1,35-Gordo931,35-ARFigura 56Curvas tensão alongamento espessas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3 carregadaslongitudinalmente e restringidas.É evi<strong>de</strong>nte uma melhoria substancial na qualida<strong>de</strong> da previsão <strong>de</strong>resistência <strong>de</strong> placas espessas, quer no respeitante à resistência máxima àcompressão quer no domínio <strong>de</strong> pós colapso. Nota-se ainda que a previsão <strong>de</strong>resistência após o colapso da placa, na zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, é um pouco optimista,isto é, a <strong>de</strong>scarga real é ligeiramente mais pronunciada que a prevista.2.7.2.2 Placas intermédiasA Figura 57 compara as curvas <strong>de</strong> placas intermédias com esbeltez nominal1,69 e 2,54 e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3, sendo a geometria das imperfeiçõesiniciais dadas pela Tabela 42 do Anexo A para as curvas geradas por elementosfinitos.As curvas anteriores, Gordo-93, são ligeiramente optimistas102


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placascomparativamente às actuais para as placas com β=1,69 e pessimistas para asplacas com β=2,54. Relativamente à comparação com os elementos finitos,consi<strong>de</strong>rando as curvas correspon<strong>de</strong>ntes ao comportamento crítico, nota-se uma<strong>de</strong>slocação do colapso e das curvas em geral para as extensões maiores, o quemecanicamente correspon<strong>de</strong> a ter-se uma menor rigi<strong>de</strong>z no regime elasto-plásticoaté ao colapso e previsões optimistas para o regime pós colapso.1,0Tensão normalizada0,80,60,40,21,69-Actual1,69-Gordo931,69-A2,54-Actual2,54-Gordo932,54-A2,54-B0,00,0 0,5 1,0 1,5Extensão normalizadaFigura 57 Curvas tensão alongamento <strong>de</strong> placas intermédias <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3carregadas longitudinalmente e restringidas.Este <strong>de</strong>svio da previsão relativamente às curvas obtidas em elementosfinitos envolve dois aspectos: em primeiro lugar, a escala <strong>de</strong> alongamentos médiosnormalizados é afectada pela natureza eminentemente local do colapso em placasfinas don<strong>de</strong> resulta que diferentes razões <strong>de</strong> dimensões originam curvas tensãoalongamento ligeiramente diferentes em compressão longitudinal; em segundolugar, a hipótese inicial da aplicabilida<strong>de</strong> do conceito <strong>de</strong> largura efectiva associadaà esbeltez efectiva é pessimista em regime <strong>de</strong> pré colapso e optimista em póscolapso.No primeiro caso, pré colapso, o pessimismo associado resulta <strong>de</strong> se estar autilizar uma fórmula <strong>de</strong>rivada para a resistência máxima com <strong>de</strong>formações bem103


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas<strong>de</strong>senvolvidas e alguma plastificação o que não acontece tão nitidamente noregime <strong>de</strong> pré colapso. No pós colapso parece haver um optimismo na previsão <strong>de</strong>resistência associado à <strong>de</strong>gradação acelerada da largura efectiva por efeito das<strong>de</strong>formações plásticas que se <strong>de</strong>senvolvem nesta fase.2.7.2.3 Placas esbeltasAs curvas tensão normalizada alongamento normalizado <strong>de</strong> placas esbeltase muito esbeltas são apresentadas na Figura 58.0,8Tensão normalizada0,60,40,23,38-Actual3,38-Gordo933,38-A4,23-Actual4,23-Gordo934,23-A0,00,0 0,5 1,0 1,5Extensão normalizadaFigura 58 Curvas tensão alongamento <strong>de</strong> placas esbeltas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3carregadas longitudinalmente e restringidas.É evi<strong>de</strong>nte a melhoria da previsão <strong>de</strong> resistência comparativamente àscurvas anteriores apesar <strong>de</strong> se continuarem a aplicar os comentários relativos ao<strong>de</strong>svio da previsão <strong>de</strong> resistência para a direita. Devido à natureza das condiçõesfronteira impostas, condição <strong>de</strong> placa restringida, as tensões <strong>de</strong> membranagarantem um acréscimo <strong>de</strong> resistência, o qual não é contemplado na anteriorformulação por dizer respeito a placas simplesmente apoiadas tipicamenteconstrangidas.104


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placas2.7.2.4 Correcções empíricasDas três secções anteriores foi possível concluir que as curvas <strong>de</strong> previsãoapresentam dois tipos <strong>de</strong> problemas: uma baixa taxa <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> resistência noregime <strong>de</strong> pós colapso e alguma incerteza na extensão média normalizadacorrespon<strong>de</strong>nte à resistência última.O primeiro está associado ao regime plástico que predomina naquela gama<strong>de</strong> alongamentos. Tudo se passa como se houvesse uma maior <strong>de</strong>gradação dalargura efectiva com o aumento do alongamento ou, visto <strong>de</strong> outra forma, aesbeltez aumentasse a uma taxa superior ao aumento do alongamento, quandocomparado com o método proposto. Matematicamente esta situação po<strong>de</strong>-semo<strong>de</strong>lar afectando o alongamento por um exponente superior ao inicial no regimepós colapso. Obteve-se uma boa correlação usando a seguinte correcção para aequação (80):β = βo ε ⇐ ε ≤ 1(85)β = βo⋅ ε ⇐ ε ≥ 1O segundo problema que está associado à redução do alongamento últimocom o aumento da esbeltez <strong>de</strong> placa po<strong>de</strong> ser parcialmente resolvido com aintrodução <strong>de</strong> um factor <strong>de</strong> escala que afecta o alongamento e é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte daesbeltez nominal da placa. Tal factor <strong>de</strong>verá aumentar ligeiramente o alongamentoúltimo nas placas espessas e reduzi-lo nas placas esbeltas. Este factor afectaunicamente a escala do eixo das abcissas e po<strong>de</strong> ser aproximadamente dado por:kε = 1 ,05 − 0, 04β o(86)Com estas duas alterações as curvas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placasrestringidas sujeitas a carregamento longitudinal mostram muito melhor<strong>de</strong>sempenho quando comparadas com as curvas obtidas por elementos finitospara as mesmas placas com modo predominante das imperfeições iniciais igual aomodo crítico.Apresentam-se os resultados comparativos na Figura 59 on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> verque os maiores <strong>de</strong>svios se dão na região <strong>de</strong> pré colapso para placas intermédias.De resto estas placas são as mais sensíveis às imperfeições iniciais po<strong>de</strong>ndo-se pois105


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasconsi<strong>de</strong>rar os resultados bastante aceitáveis.Tensão normalizada1,21,00,80,60,40,85-Actual0,85-AR1,35-Actual1,35-AR1,69-Actual1,69-A2,54-Actual2,54-A3,38-Actual3,38-A4,23-Actual4,23-A0,20,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4Extensão normalizadaFigura 59Curvas corrigidas para várias esbeltez2.8 Consi<strong>de</strong>rações FinaisNeste capítulo abordou-se os aspectos <strong>de</strong> maior interesse que condicionamo comportamento <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> placa presentes em navios quando sujeitos acompressão perpendicular aos topos e no plano da placa.Foram estabelecidas as condições fronteira reais a que estão sujeitas estasplacas através da <strong>de</strong>dução <strong>de</strong> equações representativas da acção das balizas.Concluiu-se que a total restrição dos bordos da placa é mais representativa darealida<strong>de</strong> do que as condições fronteira usualmente utilizadas como ponto <strong>de</strong>partida. A restrição do movimento à translação dos bordos gera um estado biaxial<strong>de</strong> tensões que enfraquece as placas espessas e aumenta a resistência limite dasplacas esbeltas quando comparadas com as placas constrangidas.O estudo paramétrico das placas restringidas que foi efectuado abordouprincipalmente dois aspectos relacionados com as consequências da existência <strong>de</strong>imperfeições iniciais: a sua amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>composta pelas várias componentes <strong>de</strong>Fourier e a sua geometria através da consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> diferentes modos das106


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> Placasimperfeições dominantes. Ficou <strong>de</strong>monstrado que a geometria das imperfeições émuito mais importante do que a amplitu<strong>de</strong> absoluta das imperfeições porcondicionar o modo <strong>de</strong> colapso final da placa. Cada modo <strong>de</strong> colapso tem umagama <strong>de</strong> resistência associada na qual se po<strong>de</strong> então quantificar a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong>resistência com o aumento da amplitu<strong>de</strong> das imperfeições.Na secção <strong>de</strong>dicada à influência da razão <strong>de</strong> dimensões foi quantificada arelação entre este parâmetro e a resistência longitudinal da placa. Se a resistênciacorrespon<strong>de</strong>nte ao modo crítico da placa é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da razão <strong>de</strong> dimensõestal como nas placas não restringidas já o mesmo não se po<strong>de</strong> dizer das placasrestringidas com modo superior ao crítico. Para este modo a resistência é inferior àcrítica e é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da razão <strong>de</strong> dimensões tendo-se quantificado também esta<strong>de</strong>pendência.A resistência mínima é obtida para modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação comcomprimento <strong>de</strong> onda aproximadamente iguais à largura da placa, isto é, m=2α.Este resultado não po<strong>de</strong> ser justificado à luz da teoria elástica <strong>de</strong> placas compequenas <strong>de</strong>formações mas a introdução <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> membrana resultantes darestrição dos bordos nas equações <strong>de</strong> equílibrio da placa permite obter mínimos <strong>de</strong>resistência da placa para modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação superiores ao modo crítico daplaca não restringida. Julga-se que ficaram pois justificados os resultados da teserelativamente ao modo colapso correspon<strong>de</strong>nte à resistência mínima em placasrestringidas, apesar <strong>de</strong> esta justificação ser manifestamente qualitativa por sebasear na hipótese <strong>de</strong> que a razão entre a tensão transversal induzida e a tensãolongitudinal aplicada é igual ao coeficiente <strong>de</strong> Poisson. Esta hipótese é válida nafase inicial <strong>de</strong> carregamento mas <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> o ser à medida que as <strong>de</strong>formaçõesresultantes do carregamento vão aumentando, ou dito <strong>de</strong> outra forma, só é válidaem placas perfeitas restringidas.No que se refere à influência das tensões residuais foram estudadas assituações <strong>de</strong> tracção e compressão em placas restringidas. Concluiu-se que existeum ‘encruamento’ das faixas em tracção da placa restringida relativamente à daplaca não restringida e são propostas expressões representativas docomportamento real da placa na gama <strong>de</strong> carga com interesse prático.107


Resistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasO alívio <strong>de</strong> tensões residuais é também discutido sendo apresentadasexpressões que permitem monitorizar o estado <strong>de</strong> tensão na placa em função datensão média aplicada e estimar a energia dissipada e acumulada. Esta análise temuma aplicação directa na estimativa dos níveis <strong>de</strong> tensões residuais presentes nosmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> viga caixão ensaiados e cujos resultados são <strong>de</strong>scritos e discutidos noCapítulo 7.As curvas <strong>de</strong> previsão e os resultados dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placa em elementosfinitos apresentam uma boa correlação pelo que se pensa que o métodoapresentado para a previsão do comportamento <strong>de</strong> placas restringidas é bastantecredível especialmente se forem utilizadas as correcções empíricas ao alongamentoúltimo e redução <strong>de</strong> resistência em pós colapso.108


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasCapítulo 3 Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasPara navios com estrutura transversal torna-se mais relevante conhecer ocomportamento <strong>de</strong> placas sujeitas a carregamento nos bordos mantendo os toposda placa restringidos. Esta situação <strong>de</strong> carregamento transversal <strong>de</strong> placasapresenta um grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> maior, no plano da <strong>de</strong>pendência paramétrica,<strong>de</strong>vido especialmente ao papel <strong>de</strong>sempenhado pela razão <strong>de</strong> dimensões α, naresistência transversal.Assim, enquanto a resistência longitudinal é praticamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte darazão <strong>de</strong> dimensões, α, na resistência transversal a razão geométrica da placa<strong>de</strong>sempenha um lugar primordial, diminuindo drasticamente a resistência com oseu aumento. A justificação para este facto torna-se evi<strong>de</strong>nte ao notar que, numaplaca com α muito maior do que 1, gran<strong>de</strong> parte do material se encontra<strong>de</strong>sapoiado comportando-se como uma placa <strong>de</strong> comprimento infinito, enquantosó duas pequenas faixas juntos aos topos apresentam uma rigi<strong>de</strong>z acrescida<strong>de</strong>vido ao apoio dado pelos reforços.Este tipo <strong>de</strong> raciocínio esteve na origem das diferentes formulações <strong>de</strong>resistência última <strong>de</strong> placas à compressão transversal existentes [88-92].Neste capítulo começa-se por fazer um levantamento do estado da arteon<strong>de</strong> se mostra a escassez <strong>de</strong> trabalhos nesta área. Os resultados do estudo levadoa cabo na fase inicial <strong>de</strong>ste trabalho [93] são apresentados, mas foi sentida anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efectuar um estudo paramétrico mais exaustivo e que tomasse emconta a restrição dos topos. Este estudo conduziu à apresentação <strong>de</strong> uma equaçãorepresentativa da resistência transversal <strong>de</strong> placas restringidas. Esta equação foiaplicada na geração das curvas <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> placas restringidas ecarregadas sob o lado mais longo.3.1 Resenha históricaA resistência transversal <strong>de</strong> placas sujeitas a carregamento compressivo foiinicialmente <strong>de</strong>finida através da resolução da equação diferencial linear elástica <strong>de</strong>109


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasplacas simplesmente apoiadas.Uma primeira aproximação, normalmente bastante conservadora, consisteem consi<strong>de</strong>rar a resistência crítica à encurvadura <strong>de</strong> uma placa infinitamentelonga, a qual é dada por [84]:22⎜ ⎟ ≡2( 1 − ν ) ⋅ σ ⎝ b ⎠2π E ⎛ t ⎞ 0,903φi =(87)12 ⋅βoquando o coeficiente <strong>de</strong> Poisson é 0,3 e em que naturalmente a razão <strong>de</strong> dimensõesnão está presente.Consi<strong>de</strong>rando a acção restritiva dos apoios laterais numa placa <strong>de</strong> razão <strong>de</strong>dimensões α, a tensão crítica elástica passa a ser dada pela equação <strong>de</strong> Bryan:com:φey2π k=12 βy2 2( 1 − ν )(88)2⎛ 1 ⎞k y = ⎜1 + ⎟ (89)2⎝ α ⎠a qual correspon<strong>de</strong> a um modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elástica <strong>de</strong> umasemi sinusói<strong>de</strong> dupla a todo o comprimento e largura da placa.Esta expressão toma valores elevados sempre que a esbeltez da placadiminui pelo que se torna necessário consi<strong>de</strong>rar os efeitos plásticos que passam aser <strong>de</strong>terminantes nestas condições. As aproximações mais vulgarizadasconsi<strong>de</strong>ram uma interacção parabólica sempre que a tensão crítica elástica, φ ey,exce<strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado valor, sendo a mais utilizada em estruturas navais, a <strong>de</strong>Jonhson-Ostenfeld dada por:φcy0,25= 1 −(90)φeyEsta tensão normalizada é <strong>de</strong>signada normalmente por tensão crítica elastoplásticae, no caso particular da equação (90) assume que o limite <strong>de</strong>proporcionalida<strong>de</strong> do material é <strong>de</strong> 50% da tensão <strong>de</strong> cedência. Assim, paravalores inferiores a esta tensão, a resistência é dada pela equação (88) e a partir daíé controlada pela equação (90) cujo valor máximo é naturalmente a tensão <strong>de</strong>110


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placascedência.No entanto, a encurvadura da placa não esgota a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistira carregamentos compressivos. Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estar plasticamente <strong>de</strong>formadaexistem zonas na placa capazes <strong>de</strong> suportar mais carga, apesar <strong>de</strong> haverem regiõeson<strong>de</strong> se inicia um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga. No cômputo geral é normal obter-se umacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga acrescida até <strong>de</strong>terminado limite a partir do qual se observauma redução na resistência da placa. O limite mencionado é <strong>de</strong>signado por tensãoúltima da placa, neste caso sujeita a carregamento transversal. As zonas on<strong>de</strong> severifica um acréscimo <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga são os topos e as zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga,mesmo antes da resistência última, encontram-se na região central on<strong>de</strong> as<strong>de</strong>formações tomam valores bastante elevados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ultrapassada a tensãocrítica elástica.Apesar <strong>de</strong> não existirem muitos estudos publicados sobre resistênciatransversal <strong>de</strong> placas, o que à primeira vista po<strong>de</strong>ria querer significar que oassunto está esgotado, <strong>de</strong>monstra-se [93] que as fórmulas <strong>de</strong> previsão existentesapresentam lacunas na correcta previsão da resistência última sob carregamentotransversal.Uma das primeiras previsões <strong>de</strong> resistência transversal máxima <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas <strong>de</strong>ve-se a Schultz [89] com base nos resultados obtidospelo método <strong>de</strong> Galerkin aplicado às equações <strong>de</strong> von Karman da placa sujeita agran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações. Blanc [90] assumiu que a resistência da placa resulta daexistência <strong>de</strong> duas faixas laterais que suportam toda a carga, caindo-se <strong>de</strong>sta formano conceito <strong>de</strong> largura efectiva. Faulkner et al. [91] previram a resistência máximada placa, a qual correspon<strong>de</strong> ao caso em que as faixas laterais se encontram sujeitaà tensão <strong>de</strong> cedência, tendo obtido a expressão:0,9 1,9 ⎛ ⎞⎜0,9φ⎟y = + 1 −(91)2β βα2⎝ β ⎠Esta expressão, baseada na solução elástica da placa infinita a quecorrespon<strong>de</strong> a primeira parcela do segundo membro, equação (87), apresenta anovida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o acréscimo <strong>de</strong> resistência resultante do suporte dadopelos topos apoiados, segunda parcela.111


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasA expressão (91) foi aperfeiçoada por Valsgard [92] mantendo o mesmotipo <strong>de</strong> interpretação. Consi<strong>de</strong>rou explicitamente a existência das duascomponentes principais, uma resultando da resistência das faixas laterais que étipicamente uma placa quadrada e outra <strong>de</strong>vida à resistência da zona central.Segundo o mesmo autor, a resistência da placa quadrada <strong>de</strong>ve ser estimada pelafórmula <strong>de</strong> Faulkner, equação (5), e a contribuição da zona central foi extrapoladados resultados obtidos num estudo paramétrico em placas 3:1, utilizando osmétodos das diferenças finitas e dos elementos finitos. A expressão final resultouem:φx⎛ ⎞⎜1⎟ ⎛ 1 ⎞φy = + 0,08 1 + ⋅⎜1−⎟(92)α2⎝ β ⎠ ⎝ α ⎠A outra gran<strong>de</strong> vantagem da equação <strong>de</strong> Valsgard, além da qualida<strong>de</strong> domo<strong>de</strong>lo utilizado, resulta da continuida<strong>de</strong> da resistência transversal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a placainfinitamente longa até à placa quadrada, condição importante pois não existemudança significativa do modo <strong>de</strong> colapso neste domínio. Como gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>svantagens apontam-se a <strong>de</strong>pendência do termo que rege a resistência da partecentral da placa da fórmula <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência da placa quadradaescolhida, a fiabilida<strong>de</strong> da hipótese <strong>de</strong> que a soma das duas contribuições lateraisrepresentam efectivamente uma placa quadrada, além dos comentários levantadospor Gue<strong>de</strong>s Soares [93] quanto aos valores numéricos encontrados para aresistência das placas quadradas os quais são <strong>de</strong>masiado optimistas.Esta interpretação da resistência transversal é especialmente a<strong>de</strong>quada àanálise <strong>de</strong> placas com razão <strong>de</strong> dimensões superiores a 2. Para placas com α entre1 e 2, Gue<strong>de</strong>s Soares e Faulkner [72] estimaram a resistência através da introdução<strong>de</strong> um factor redutor R α a aplicar à resistência da placa quadrada,φ xdada pelaequação (5):Rφαxα= 1 += φx( 0,55 − 0,16βα)( 1 − 1 α)⋅ RαDa análise dos resultados numéricos e <strong>de</strong> testes disponíveis [67,92,94-96],num total <strong>de</strong> trinta e dois ensaios, Gue<strong>de</strong>s Soares e Gordo [93] concluíram que omo<strong>de</strong>lo apresentado por Valsgard necessitava <strong>de</strong> algumas correcções o que(93)112


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasconcretizaram através da introdução <strong>de</strong> um factor <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação que incluía comoparâmetros principais a esbelteza e a razão <strong>de</strong> dimensões e que vale:B = 0,589 + 0,130α + 0,252β − 0, 069αβ(94)ytendo o <strong>de</strong>svio padrão dos erros na previsão <strong>de</strong> resistência baixado <strong>de</strong> 16% para7% aplicável a placas com razão <strong>de</strong> dimensões entre 2 e 5.3.2 Estudos preliminar sobre a resistência transversal últimaA equação (94), que representa o factor <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação que afecta a equação<strong>de</strong> Valsgard, foi obtida através da compilação e tratamento dos resultadosexistentes, quer numéricos quer experimentais, à data <strong>de</strong> execução, 1992 e 1993.Os resultados experimentais disponíveis são originários dos trabalhos <strong>de</strong>Becker e colaboradores [67,94] e Bradfield e Porter [96] num total <strong>de</strong> 20 ensaios.Os primeiros são ensaios em pequenos caixões <strong>de</strong> secção quadrada em queas bainhas não carregadas <strong>de</strong> cada uma das quatro placas constituintes do caixãoestava livre, sofrendo unicamente a influência da placa adjacente. Esta condiçãofronteira não é claramente <strong>de</strong>finida e os resultados repercutem esse facto <strong>de</strong>alguma forma; po<strong>de</strong>-se classificar para todos os efeitos esta condição fronteira <strong>de</strong>não restringida, permitindo <strong>de</strong>slocamentos relativos no plano dos pontos domesmo bordo. O que é talvez mais grave nas condições fronteira <strong>de</strong> cada uma dasplacas é a falta <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento fora <strong>de</strong> plano dasbainhas. A resistência medida é por outro lado a resistência <strong>de</strong> quatro placasfuncionando em conjunto e induzindo momentos e rotações mutuamente através<strong>de</strong> um ângulo <strong>de</strong> 90º. A vantagem <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ensaios resi<strong>de</strong> na sua simplicida<strong>de</strong><strong>de</strong> execução e é concerteza mais representativo <strong>de</strong> painéis contínuos do que osensaios em placas simples, apesar dos problemas com os <strong>de</strong>slocamentos fora doplano da placa nos bordos.Os ensaios em placas simples <strong>de</strong> que são exemplos os segundosmencionados [96] apresentam dificulda<strong>de</strong>s não menos importantes na garantiadas condições fronteira correctas dada a distribuição discreta dos apoios. Dos oitoensaios disponíveis <strong>de</strong> Bradfield em placas simples somente quatro correspon<strong>de</strong>m113


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasa placas carregadas transversalmente sendo os restantes relativos a placasquadradas.O total <strong>de</strong> ensaios disponíveis é <strong>de</strong> 20 o que mostra a escassez <strong>de</strong>informação para este tipo <strong>de</strong> carregamento e para a cobertura <strong>de</strong> uma vasta gama<strong>de</strong> esbelteza e razões <strong>de</strong> dimensões.Os resultados numéricos disponíveis <strong>de</strong>vem-se a Dowling et al. [95] e aValsgard [92]. O trabalho <strong>de</strong> Dowling diz respeito a placas com carregamentobiaxial po<strong>de</strong>ndo-se obter alguns resultados no caso particular <strong>de</strong> placas carregadasunicamente em compressão transversal. O estudo <strong>de</strong> Valsgard é orientadoexclusivamente para placas carregadas transversalmente e surgiu da necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a resistência transversal <strong>de</strong> placas como factor importante naperspectiva mais vasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a resistência <strong>de</strong> placas sob carregamentocomplexo [75].3.3 Estimativa da Resistência ÚltimaO estudo da resistência transversal última <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadascom os lados adjacentes restringidos utilizou o mesmo programa <strong>de</strong> elementosfinitos que foi usado no estudo da resistência longitudinal <strong>de</strong> placas, isto é, oPANFEM. Tentou-se cobrir a maior gama possível da esbelteza e razão <strong>de</strong>dimensões consi<strong>de</strong>rando imperfeições iniciais razoáveis.A gama <strong>de</strong> esbelteza coberta vai <strong>de</strong> 0,85 a 4,25 e a razão <strong>de</strong> dimensões variaentre 2 e 5. As imperfeições iniciais foram escolhidas <strong>de</strong> maneira que o modo <strong>de</strong>colapso da placa seja coinci<strong>de</strong>nte com o modo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elásticacorrespon<strong>de</strong> à tensão crítica mínima (meia onda nas direcções transversal elongitudinal). A amplitu<strong>de</strong> adimensionalizada pela espessura é sensivelmente <strong>de</strong>0,1β 2 com um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 0,23, mas todas as placas têmcomponentes em mais do que uma sinusói<strong>de</strong>, Anexo B. Os valores maiores <strong>de</strong>steparâmetro foram escolhidos em cada grupo <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões para aesbelteza menor e os mínimos para a esbelteza maior. A variabilida<strong>de</strong> é menor emcada grupo <strong>de</strong> placas com a mesma esbelteza. Não foram consi<strong>de</strong>radas tensõesresiduais.114


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasA Tabela 5 resume as características geométricas principais, imperfeiçõesiniciais e a resistência transversal correspon<strong>de</strong>nte. A última coluna da Tabela dáindicação do nível <strong>de</strong> tensão na direcção perpendicular ao carregamento <strong>de</strong>vido àrestrição dos topos.A Tabela 5 está organizada por grupos <strong>de</strong> placas com a mesma razão <strong>de</strong>dimensões e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada grupo por esbelteza crescente <strong>de</strong> forma a evi<strong>de</strong>nciar agran<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> resistência com a esbelteza e a redução mais suave com a razão<strong>de</strong> dimensões.Nome α β w m2( tβ ) u ε φouy φ uxφ ux φ uyT200820B 2 0,85 0,154 0,971 0,861 0,241 +0,280T201740B 2 1,69 0,075 1,067 0,509 0,036 +0,071T202820B 2 2,82 0,092 >1,519 0,356 -0,103 -0,289T203420B 2 3,38 0,077 >1,568 0,329 -0,127 -0,386T204220B 2 4,23 0,062 >1,601 0,304 -0,148 -0,488T250820C 2,5 0,85 0,134 0,938 0,804 0,230 +0,286T251720C 2,5 1,69 0,101 1,119 0,439 0,030 +0,068T252820C 2,5 2,82 0,080 >1,610 0,301 -0,083 -0,276T253420C 2,5 3,38 0,084 >1,553 0,271 -0,107 -0,395T254220C 2,5 4,23 0,081 >1,588 0,246 -0,126 -0,512T300830C 3 0,85 0,114 0,915 0,767 0,224 +0,292T301730C 3 1,69 0,129 1,026 0,416 0,050 -0,120T302830C 3 2,82 0,103 >2,428 0,262 -0,095 -0,364T303430C 3 3,38 0,086 >2,540 0,241 -0,129 -0,536T304230C 3 4,23 0,098 >2,730 0,217 -0,143 -0,660T400820A 4 0,85 0,113 0,876 0,738 0,222 +0,301T401720A 4 1,69 0,098 1,064 0,358 0,051 +0,142T402820A 4 2,82 0,078 >1,557 0,219 -0,048 -0,220T403420A 4 3,38 0,081 >1,618 0,191 -0,080 -0,420T404220A 4 4,23 0,078 >1,545 0,165 -0,077 -0,467T500820A 5 0,85 0,122 0,818 0,718 0,217 +0,302T501720A 5 1,69 0,105 1,027 0,330 0,056 +0,170T502820A 5 2,82 0,084 >1,500 0,194 -0,027 -0,139T503420A 5 3,38 0,088 >1,570 0,166 -0,044 -0,266T504220A 5 4,23 0,084 >1,515 0,142 -0,054 -0,382Média 3,30 2,59 0,096 1,449 0,382 - -COV 0,33 0,47 0,226 0,351 0,580 - -Tabela 5Resistência transversal <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas e tensão longitudinalcorrespon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>vido à restrição do movimento nos topos. Detalhes disponíveis noAnexo B.115


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasUm dos aspectos que sobressai da análise da quinta coluna é o facto daextensão a que se dá o colapso aumentar com a esbelteza e diminuir com a razão<strong>de</strong> dimensões para β2,82 a função σ ( ε)é monótona crescente nodomínio analisado, o qual é 0 ≤ ε ≤ 2, 5 para α=3 e 0 ≤ ε ≤ 1, 5 para as restantesrazões <strong>de</strong> dimensões. Os valores indicados na tabela correspon<strong>de</strong>m, neste últimocaso, ao último ponto <strong>de</strong> cada curva. Convém, no entanto, realçar que o <strong>de</strong>clivedas curvas nesta zona é virtualmente nula, po<strong>de</strong>ndo, portanto, cada um <strong>de</strong>stespontos ser consi<strong>de</strong>rado como o máximo.É ainda evi<strong>de</strong>nte que o estado <strong>de</strong> tensão na direcção perpendicular aocarregamento po<strong>de</strong> atingir valores relativos bastante elevados, contrariamente aoque se constatava na resistência longitudinal on<strong>de</strong> estas tensões eramnormalmente baixas relativamente à componente principal. A tensão na direcçãolongitudinal po<strong>de</strong> atingir valores superiores a 50% em tracção da tensãotransversal <strong>de</strong> compressão aplicada para esbelteza superior a 2,8 ou níveis daor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za do coeficiente <strong>de</strong> Poisson para placas muito espessas.Para efeito da <strong>de</strong>terminação da resistência transversal <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas e restringidas foi consi<strong>de</strong>rado unicamente a tensão nadirecção do <strong>de</strong>slocamento imposto, coluna 6, tendo-se tratado estes dados paraestabelecer a sua <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> α e β. A fórmula encontrada foi:0,463 0,248 0,241φ y = + +(95)α β2βa qual apresenta um coeficiente <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> 0,997 e um COV <strong>de</strong> 0,06. Apesar<strong>de</strong> este nível <strong>de</strong> correlação po<strong>de</strong>r ser consi<strong>de</strong>rado muito bom é ainda possívelmelhorá-lo, reduzindo inclusivamente o número <strong>de</strong> termos da equação. Basta paratal consi<strong>de</strong>rar que a resistência das placas muito espessas é dado por β=1, isto é, acontribuição da esbelteza para a resistência transversal é constante para β


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas0,561 0,593= +α 2βφ y (96)com R=0,999 e um COV <strong>de</strong> 2,1%.A correlação entre a fórmula (96) e os valores obtidos numericamente paraa resistência transversal estão representados graficamente na Figura 60 sendoevi<strong>de</strong>nte a excelente correlação já salientada através do factor <strong>de</strong> correlação atrásindicado.φ0.90561 . 0593 .0.8φy = +α2β0.70.60.50.40.30.20.10.00.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0βα=2α=2α=2.5α=2.5α=3α=3α=4α=4α=5α=5Figura 60Representação gráfica da resistência transversal <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas erestringidas segundo a equação (96) e sua comparação com os pontos obtidosnumericamente por elementos finitos.O facto mais surpreen<strong>de</strong>nte nestas fórmulas é, no entanto, a in<strong>de</strong>pendênciaentre as contribuições <strong>de</strong> α e β. Da análise da equação (88) não é possíveli<strong>de</strong>ntificar um <strong>de</strong>sacoplamento perfeito entre a esbelteza e a razão <strong>de</strong> aspecto, omesmo se po<strong>de</strong>ndo dizer relativamente às fórmulas <strong>de</strong> Valsgard, eq. (92), ouFaulkner, eq. (91).A resistência máxima possível é obtida para placas quadradas e espessas,α=1 e β


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placastransversal no plano, já que foi estimada utilizando imperfeições iniciaiscorrespon<strong>de</strong>ntes ao modo <strong>de</strong> colapso crítico. Numa das secções seguintes serãoanalisadas as consequências da predominância <strong>de</strong> outros modos das imperfeiçõesgeométricas iniciais na resistência.3.3.1 Sobre <strong>de</strong>sacoplamento entre a esbelteza e a razão <strong>de</strong> dimensõesComo foi referido anteriormente as fórmulas tradicionais <strong>de</strong> resistênciatransversal limite apresentam um acoplamento entre a esbelteza e a razão <strong>de</strong>dimensões, o qual não é evi<strong>de</strong>nciado pela fórmula aqui proposta, equação (96).No caso da equação (92) <strong>de</strong> Valsgard o acoplamento resulta da construçãodo mo<strong>de</strong>lo que consi<strong>de</strong>ra linhas <strong>de</strong> colapso perfeitamente estabilizadas,constituídas por cinco linhas <strong>de</strong> cedência, quatro das quais se <strong>de</strong>senvolvem apartir <strong>de</strong> cada um dos cantos da placa fazendo um angulo <strong>de</strong> 45º relativamente aosbordos e a quinta unindo as intersecções entre cada duas linhas <strong>de</strong> cedência juntoaos topos, Figura 61.baFigura 61Linhas <strong>de</strong> cedência no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Valsgard.Desta forma a contribuição da zona central da placa para a resistênciaaumenta com a razão <strong>de</strong> dimensões já que as dimensões das zonas laterais semantém inalteradas com o aumento daquele parâmetro tendo sempre uma larguraigual a b/2. Como a resistência da zona central <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também da esbelteza, oresultado final é um acoplamento entre a razão <strong>de</strong> dimensões e a esbelteza naprevisão da resistência transversal <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas erestringidas.Com a fórmula actualmente proposta, equação (96), o <strong>de</strong>sacoplamento118


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasobriga que as zonas mais resistentes junto aos topos tenham uma largura variávelcom a razão <strong>de</strong> dimensões da placa em resultado da variação do suporte dadopela parte central da placa. Dito <strong>de</strong> outra forma, em placas com razão <strong>de</strong>dimensões próximas da unida<strong>de</strong> o apoio oferecido pelo centro às zonas laterais ébastante gran<strong>de</strong> até pela dificulda<strong>de</strong> em se <strong>de</strong>senvolverem gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações;em placas longas este apoio é reduzido e <strong>de</strong>senvolvem-se maiores <strong>de</strong>formaçõespermanentes. O resultado final ten<strong>de</strong> para um <strong>de</strong>sacoplamento entre acontribuição dos dois parâmetros; o primeiro termo parece apontar para acontribuição das zonas laterais agora com largura variável enquanto o segundotermo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da esbelteza aponta para a resistência associada ao momentoplástico <strong>de</strong>senvolvido em colapso.3.4 Tensão longitudinal induzida pela compressão transversalComo foi mostrado na Tabela 5, a tensão na direcção perpendicular àtensão aplicada <strong>de</strong> compressão transversal não é nula <strong>de</strong>vido à restrição aomovimento dos topos da placa e varia bastante em função da esbelteza e da razão<strong>de</strong> dimensões.A variação da tensão perpendicular ao carregamento com a esbelteza é domesmo tipo da i<strong>de</strong>ntificada para a resistência longitudinal e é justificada damesma forma através do equilíbrio entre as acções contrárias resultantes do efeito<strong>de</strong> Poisson e do aumento das <strong>de</strong>formações com o carregamento. É evi<strong>de</strong>nte daFigura 62 que o equilíbrio entre estas duas acções opostas se atingem para valoresda esbelteza entre 2 e 2,5 quando os alongamentos médios são uma vez e meia oalongamento compressivo <strong>de</strong> cedência, valor máximo utilizado na análise <strong>de</strong> todasas razões <strong>de</strong> dimensões exceptuando α=3.Para esta última razão <strong>de</strong> dimensões o alongamento foi <strong>de</strong> duas vezes emeia o alongamento <strong>de</strong> cedência, entrando-se bem na zona <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações plásticas o que conduz a privilegiar as forças <strong>de</strong> tracção resultantesdas gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações em <strong>de</strong>trimento das <strong>de</strong> compressão resultantes do efeito<strong>de</strong> Poisson. Globalmente obtêm-se tensões algebricamente mais baixas, apesar daestacionarida<strong>de</strong> da tensão transversal, o que justifica as anomalias aparentes <strong>de</strong>119


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placascomportamento das placas α=3, nas Figuras seguintes.Tensão <strong>de</strong>vida à restrição0.30Tensão em X0.250.200.150.100.05Razão <strong>de</strong> Dimensões0.000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5-0.0522.5345-0.10-0.15-0.20EsbeltezFigura 62Tensão perpendicular (longitudinal) resultante do carregamento transversal em placassimplesmente apoiadas e restringidas em função da esbelteza.Tensão <strong>de</strong>vida à restrição0.300.250.20Tensão em X0.15Esbeltez0.100.851.690.052.823.380.004.230 1 2 3 4 5 6-0.05-0.10-0.15-0.20Razão <strong>de</strong> dimensõesFigura 63Tensão perpendicular (longitudinal) resultante do carregamento transversal em placassimplesmente apoiadas e restringidas em função da razão <strong>de</strong> dimensões.As variações da tensão perpendicular correspon<strong>de</strong>nte à tensão máxima120


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placastransversal com a razão <strong>de</strong> dimensões, Figura 63, são muito menos importantes doque com a esbelteza, assistindo-se a uma estacionarida<strong>de</strong> nas placas espessas emque esta tensão é <strong>de</strong> compressão e para as quais as <strong>de</strong>formações fora do planonunca atingem valores elevados.Para as placas esbeltas e a β constante existe uma ligeira diminuição dastensões perpendiculares <strong>de</strong> tracção com a razão <strong>de</strong> dimensões. Esta diminuição éjustificada pelo aumento percentual do corpo <strong>de</strong>formado paralelo com a razão <strong>de</strong>dimensões, não contribuindo esta zona para o <strong>de</strong>senvolvimento suplementar <strong>de</strong>tensões <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong>vido à manutenção do comprimento das fibras longitudinaisem que a curvatura é virtualmente nula.Tensão <strong>de</strong>vida à restriçãoTensão X/Tensão Y0.400.300.200.100.000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5-0.10-0.20-0.30Razão <strong>de</strong> Dimensões22.5345Regressão-0.40-0.50-0.60EsbeltezFigura 64Tensão perpendicular (longitudinal) normalizada pela tensão máxima aplicadatransversal em placas simplesmente apoiadas e restringidas em função da razão <strong>de</strong>dimensões.Proce<strong>de</strong>ndo ao cálculo da gran<strong>de</strong>za relativa da tensão perpendicularlongitudinal induzida relativamente à tensão <strong>de</strong> compressão aplicada, Figura 64,conclui-se que existe uma <strong>de</strong>pendência linear predominante. Além disso a tensãoinduzida po<strong>de</strong> ser bastante elevada comparativamente à tensão aplicada na fase<strong>de</strong> colapso. A <strong>de</strong>pendência po<strong>de</strong> ser expressa por:121


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasσσxy= 0,6 − 0,3 ⋅β(97)Esta expressão é válida para β


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placascurva tensão alongamento através <strong>de</strong> fórmulas empíricas simples e eficazes:a) comparar as curvas geradas por elementos finitos e as resultantes dométodo aproximado e verificar se os <strong>de</strong>svios nas gamas <strong>de</strong> pré e póscolapso são aceitáveis com base na explicitação anterior e tomandocomo bom o mo<strong>de</strong>lo;b) na eventualida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>svios no regime posterior à resistência máximaestarem <strong>de</strong>sajustados e toda a curva até ao alongamento unitário seraceitável, consi<strong>de</strong>rar uma resistência constante a partir do alongamentounitário imposto;c) se o comportamento em regime <strong>de</strong> pré colapso se encontrar <strong>de</strong>sajustado<strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações em placas esbeltas,resta in<strong>de</strong>xar o alongamento imposto <strong>de</strong> colapso à esbelteza,aumentando-o relativamente ao alongamento <strong>de</strong> cedência do material efazendo coincidir o módulo estrutural tangente da placa na fase inicial<strong>de</strong> compressão, isto é, na região <strong>de</strong> pré cedência.A Figura 65 compara as curvas tensão alongamento compressivo <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas restringidas lateralmente <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,obtidas por elementos finitos e aplicando o método <strong>de</strong>scrito, a) e b). Consi<strong>de</strong>ramsequatro valores da esbelteza da placa, 0,85, 1,69, 2,82 e 4,23, correspon<strong>de</strong>ntes aplacas espessas, semi-espessas, esbeltas e muito esbeltas.Relativamente à opção a) do método <strong>de</strong>scrito, isto é, aplicandodirectamente as fórmulas sem alterações nota-se as seguintes discrepâncias:1) no regime <strong>de</strong> pré colapso existem diferenças que se ten<strong>de</strong>m a atenuarpara alongamentos progressivamente maiores até anular aoalongamento <strong>de</strong> cedência; a previsão é pessimista para placasespessas e optimista para placas esbeltas; <strong>de</strong> resto, o móduloestrutural inicial é igual na previsão para as diferentes esbeltezasenquanto nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> elementos finitos diminui com o mesmoparâmetro;2) junto ao ponto <strong>de</strong> tensão máxima as curvas são praticamentecoinci<strong>de</strong>ntes;124


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas3) a previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga após o alongamento <strong>de</strong> cedência previsto pelométodo é excessiva em placas espessas e sem gran<strong>de</strong> efeito paraplacas muito esbeltas pelo que as curvas resultantes da opção b) seapresentam como mais credíveis, pelo que se adopta o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>tensão constante a partir <strong>de</strong> atingida a carga máxima.Resistência Transversal1,00,9Tensão0,80,70,60,50,40,30,20,1Beta=0,8 -a)T200840ByBeta=1,7-a)Beta=1,7-b)T201740ByBeta=2,8 -a)Beta=2,8 -b)T202820ByBeta=4,2T204220By0,00,0 0,5 1,0 1,5 2,0AlongamentoFigura 65Comparação entre as curvas tensão alongamento prevista pelo método proposto e asobtidas por elementos finitos para placas restringidas, comprimidas transversalmentee <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2.A opção c) mostrou-se praticamente inviável por afectar a parte <strong>de</strong> colapsodas curvas que é a zona mais importante. O <strong>de</strong>sajustamento inicial é consequência<strong>de</strong> se estar a utilizar a fórmula <strong>de</strong> resistência última como aplicável a toda a gama<strong>de</strong> extensões e esta fórmula ser constituída por duas parcelas em que uma <strong>de</strong>las, aprimeira, não vai estar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do estado <strong>de</strong> carga.A importância <strong>de</strong>sta primeira parcela não é sempre a mesma ao longo doprocesso <strong>de</strong> carga, <strong>de</strong>vendo estar bastante ligada ao <strong>de</strong>senvolvimento e valor das<strong>de</strong>formações da chapa a qual obviamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também da esbelteza. Daíresultam os <strong>de</strong>svios no início do carregamento entre a previsão e a ‘realida<strong>de</strong>’.125


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasOs <strong>de</strong>svios encontrados nas curvas <strong>de</strong> previsão encontram-se totalmente<strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> das curvas <strong>de</strong> resistência transversal obtidasatravés <strong>de</strong> elementos finitos em que gran<strong>de</strong>s diferenças <strong>de</strong> resistência e móduloestrutural estão presentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do modo das imperfeições iniciais, talcomo é mostrado na Figura 66 para uma placa semi-espessa <strong>de</strong> razão <strong>de</strong>dimensões 2.Resistência Transversal0,90,80,7Tensão0,60,50,40,30,2T201720AyT201740AyT201740ByT201740CyT201740DyMétodo da Largura EfectivaSinusóidal0,10,00,0 0,5 1,0 1,5 2,0AlongamentoFigura 66 Curvas <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 2 e esbelteza 1,69.Uma aproximação melhor no regime <strong>de</strong> pré colapso é obtida através dautilização <strong>de</strong> uma função sinusóidal com amplitu<strong>de</strong> igual ao valor da resistênciamáxima e comprimento <strong>de</strong> onda quadruplo do alongamento compressivo <strong>de</strong>cedência e consi<strong>de</strong>rando a resistência constante a partir da extensão <strong>de</strong> cedência,Figura 67.Matematicamente essa aproximação é dada por:φφtt() ε= φut⎛ π ⎞⋅ sin⎜ε⎟⎝ 2 ⎠() ε = φ para ε > 1utpara ε < 1(101)Esta aproximação sinusóidal apresenta-se ligeiramente optimista do ponto126


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas<strong>de</strong> vista da resistência em pré colapso nas placas espessas e pessimista em placasesbeltas. No entanto as diferenças não são apreciáveis pelo que as curvas assimobtidas po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>radas uma alternativa credível ao método <strong>de</strong>scrito.Resistência Transversal1,00,90,8Tensão0,70,60,50,40,30,20,1Beta=0,8T200840ByBeta=1,7T201740ByBeta=2,8T202820ByBeta=4,2T204220By0,00,0 0,5 1,0 1,5 2,0AlongamentoFigura 67Comparação entre as curvas tensão alongamento e a aproximação sinusóidal paraplacas simplesmente apoiadas, restringidas e carregadas transversalmente <strong>de</strong> razão <strong>de</strong>dimensões 2.Convém realçar que estas curvas terão aplicabilida<strong>de</strong> reduzida nos estudosa <strong>de</strong>senvolver relacionados com a resistência longitudinal do navio, já que a maiorparte dos navios mo<strong>de</strong>rnos possui uma estrutura longitudinal, pelo que oselementos placa também estarão carregados longitudinalmente, se consi<strong>de</strong>rarmosunicamente o momento flector. Aparecem sempre, no entanto, alguns elementosnomeadamente em escoas, cuja alma é tão larga que a placa que a constitui étipicamente uma placa carregada transversalmente, mas a contribuição <strong>de</strong>stes parao momento resistente é sempre reduzida porque a área envolvida é pequena e aposição pouco relevante para o momento resistente.3.6 Influência das imperfeições geométricas iniciaisNas secções anteriores tratou-se a resistência transversal <strong>de</strong> placas127


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasconsi<strong>de</strong>rando a influência dos dois principais parâmetros, esbelteza e razão <strong>de</strong>dimensões. Conhecendo estes dois parâmetros po<strong>de</strong>-se prever toda a curva <strong>de</strong>comportamento <strong>de</strong> placas comprimidas transversalmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a forma dasimperfeições iniciais tenha um modo fundamental dominante, isto é, m=1 e n=1, oqual conduz à resistência última mínima da placa. Nestas condições a amplitu<strong>de</strong>das imperfeições não é importante.Nos casos em que o modo dominante das imperfeições iniciais é diferentedo fundamental o comportamento da placa po<strong>de</strong> mudar radicalmente apesar <strong>de</strong> aresistência última po<strong>de</strong>r ser a mesma em alguns casos. Por tal razão investigou-sea influência do modo dominante das imperfeições iniciais no comportamento <strong>de</strong>placas carregadas transversalmente para cada grupo <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões.3.6.1 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2A variação das imperfeições geométricas iniciais e do modo dominanteassociado (Tabela 6) para cada esbelteza provoca variações <strong>de</strong> resistência quepo<strong>de</strong>m ser muito acentuadas (Tabela 7).I<strong>de</strong>ntif. β d m /t d m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 12 a 22T200820B 0,85 0,1101 0,1541 1,0 0,25 - -T201740B 1,69 0,2131 0,0746 1,0 0,2 0,2 0,1T202820B 2,82 0,7338 0,0923 2,0 0,5 - -T203420B 3,38 0,8805 0,0771 2,0 0,5 - -T204220B 4,23 1,1007 0,0615 2,0 0,5 - -T201720A 1,69 0,4141 0,1450 0,1 2,0 - -T202820A 2,82 0,6902 0,0868 0,1 2,0 - -T203420A 3,38 0,8283 0,0725 0,1 2,0 - -T204220A 4,23 1,0354 0,0579 0,1 2,0 - -T201740A 1,69 0,1364 0,0478 0,5 0,2 0,2 0,1T201740C 1,69 0,2541 0,0890 0,1 1,2 0,2 0,1T201740D 1,69 0,4141 0,1450 0,1 2,0 0,2 0,1T204220C 4,23 1,2774 0,0714 2,0 1,0 - -T204240B 4,23 1,1007 0,0615 2,0 0,5 0,2 0,1Tabela 6Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 500 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura.128


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasI<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T200820B 0,85 0,9713 0,8605 0,241 +0,280 m=1T201740B 1,69 1,0668 0,5086 0,036 +0,071 m=1T202820B 2,82 1,5189 0,3563 -0,103 -0,289 m=1T203420B 3,38 1,5684 0,3293 -0,127 -0,386 m=1T204220B 4,23 1,6011 0,3035 -0,148 -0,488 m=1T201720A 1,69 1,1987 0,7631 0,001 +0,001 m=2 φ F =0,833T202820A 2,82 1,3916 0,6385 -0,145 -0,227 m=2 φ F =0,583T203420A 3,38 0,9869 0,5615 -0,115 -0,205 m=2 φ F =0,5041,2966 0,3329 -0,061 -0,183 m=1T204220A 4,23 0,8578 0,4804 -0,120 -0,250 m=2 φ F =0,4171,2092 0,3008 -0,077 -0,256 m=1T201740A 1,69 1,0326 0,5214 0,050 +0,096 m=1T201740C 1,69 0,6742 0,6033 0,109 +0,181 m=2 φ F =0,8331,5221 0,4948 0,025 +0,051 m=1T201740D 1,69 1,1751 0,7557 0,009 +0,012 m=2 φ F =0,833T204220C 4,23 1,4704 0,3030 -0,135 -0,446 m=1T204240B 4,23 1,4710 0,3000 -0,139 -0,463 m=1Tabela 7Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicular associada àsrestrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.Para a razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 estudou-se o impacto do modo dasimperfeições para diversos níveis <strong>de</strong> esbelteza: 0,85 , 1,7 , 2,8 , 3,4 e 4,2 cobrindoassim uma larga gama <strong>de</strong>ste parâmetro.3.6.1.1 Placas espessasA placa com esbelteza igual a 0,85 sendo muito espessa apresenta-se como ocaso limite da resistência <strong>de</strong> placas sujeitas à compressão transversal. A acção dasimperfeições iniciais não é <strong>de</strong>terminante para esta gama <strong>de</strong> esbelteza pelo que secorreu unicamente um mo<strong>de</strong>lo com imperfeições dominantes no modofundamental.A curva <strong>de</strong> comportamento típico está representada na Figura 68 emconjunto com a curva da tensão média induzida nos topos restringidos. A razãoentre as duas tensões, a imposta e a induzida, é igual ao coeficiente <strong>de</strong> Poisson epo<strong>de</strong>-se utilizar a lei <strong>de</strong> Hooke para estabelecer a relação entre elas.Como factos salientes, note-se que o máximo da tensão transversal aplicadaé atingido a um alongamento médio normalizado <strong>de</strong> 1 e a <strong>de</strong>scarga após este129


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasmáximo é pouco acentuada.Resistência Transversal1.00.90.80.70.6Tensão0.50.4T200820ByT200820Bx0.30.20.10.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8AlongamentoFigura 68Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais nacomponente fundamental, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 0,85.3.6.1.2 Placas semi espessasA Figura 69 apresenta as curvas <strong>de</strong> comportamento das placas <strong>de</strong> esbeltezaigual a 1,7 relacionando as duas tensões principais normalizadas com oalongamento normalizado. Analisaram placas com cinco tipos diferentes <strong>de</strong>imperfeições quer por variação da amplitu<strong>de</strong> quer do modo dominante.As placas 20A e 40D apresentam praticamente o mesmo comportamentoapesar da maior complexida<strong>de</strong> das imperfeições iniciais da placa 40D. Tal <strong>de</strong>ve-seao facto da amplitu<strong>de</strong> do modo dominante das imperfeições ser igual em ambas asplacas. O modo dominante não coinci<strong>de</strong> com o modo crítico, sendo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>msuperior, o que tem como consequência num acréscimo substancial na capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> carga comparativamente às placas em que o modo dominante é o crítico, comoacontece nas placas 40A e 40B. A diferença entre estas últimas duas está naamplitu<strong>de</strong> da imperfeição inicial crítica que é o dobro na placa 40B a quecorrespon<strong>de</strong> um muito ligeiro <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> resistência, isto é, 0,51 versus 0,52 na130


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasplaca 40A.Resistência Transversal0.90.80.7Tensão0.60.50.40.30.2T201720AyT201720AxT201740AyT201740AxT201740ByT201740BxT201740CyT201740CxT201740DyT201740Dx0.10.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1AlongamentoFigura 69Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 1,69.A placa 40C é uma placa com modo dominante igual a 2 semelhante àsplacas 20A e 40D mas em que a razão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s entre o modo fundamental eo modo 2 baixa <strong>de</strong> 20 para 12. A redução <strong>de</strong>sta razão é suficiente para gerar umcomportamento intermédio <strong>de</strong>sta placa relativamente ao do comportamento típicodos dois grupos anteriores, dando-se uma mudança do modo dominante <strong>de</strong><strong>de</strong>formação a meio do carregamento e ten<strong>de</strong>ndo posteriormente para ocomportamento da placa com modo inicial crítico ou fundamental que écoinci<strong>de</strong>nte em placas carregadas transversalmente.A tensão máxima é atingida a alongamentos ligeiramente superiores aoalongamento <strong>de</strong> cedência (adimensionalizador) e a tensão média mantêm-sepraticamente inalterada para alongamentos maiores, ou seja, não existepraticamente perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga.As placas com menores amplitu<strong>de</strong>s absolutas das imperfeições apresentamna fase inicial <strong>de</strong> carregamento um <strong>de</strong>clive maior <strong>de</strong>vido ao aumento daimportância do efeito <strong>de</strong> Poisson com a diminuição da amplitu<strong>de</strong> das131


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasimperfeições.À semelhança da resistência longitudinal <strong>de</strong> placas também aqui aparecemdois grupos bastantes distintos em termos <strong>de</strong> resistência transversal em resultadodo modo dominante das imperfeições iniciais. A dispersão <strong>de</strong> resultados nointerior <strong>de</strong> cada grupo é no entanto muito menor na resistência transversal,po<strong>de</strong>ndo-se afirmar que é praticamente nula. A razão entre a resistência última <strong>de</strong>cada um dos grupos <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> colapso é <strong>de</strong> 1,5 para esta esbelteza, isto é, asplacas com modo dominante duplo do fundamental tem uma resistência 50%superior à das placas com modo dominante fundamental.3.6.1.3 Placas esbeltasA Figura 70 mostra o comportamento <strong>de</strong> placas com esbelteza 2,8 para doismodos dominantes diferentes mas <strong>de</strong> igual amplitu<strong>de</strong>.Resistência Transversal0.70.60.50.40.3Tensão0.20.1T202820AyT202820AxT202820ByT202820Bx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0-0.1-0.2-0.3AlongamentoFigura 70Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 2,82.As conclusões que se tiraram anteriormente continuam válidas, tendo aplaca com colapso no modo m=2 uma resistência 79% superior à da placa comimperfeições no modo fundamental (m=1).132


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasPara esta esbelteza a tensão longitudinal induzida é inicialmente nulatornando-se progressivamente mais negativa (tracção) à medida que a amplitu<strong>de</strong>da <strong>de</strong>formada aumenta com o carregamento. Tem-se pois para esta esbelteza umequilíbrio entre as forças <strong>de</strong> compressão induzidas pelo efeito <strong>de</strong> Poisson e asforças <strong>de</strong> tracção resultantes do aumento da <strong>de</strong>formada da placa. Para esbeltezamenores as primeiras dominam e para maiores ter-se-á tracção longitudinal emtoda a gama <strong>de</strong> carregamento compressivo.Constata-se também que não existe <strong>de</strong>scarga da curva correspon<strong>de</strong>nte aomodo fundamental.3.6.1.4 Placas muito esbeltasNas placas com β=3,4, Figura 71, o comportamento é qualitativamente igualao anterior na fase inicial <strong>de</strong> carregamento.Resistência Transversal0.60.50.40.3Tensão0.20.1T203420AyT203420AxT203420ByT203420Bx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1-0.2AlongamentoFigura 71Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 3,28.Nota-se, no entanto, que a alongamentos próximos dos <strong>de</strong> cedência a placacom m=2 muda <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, adquirindo uma <strong>de</strong>formada no modofundamental e comportando-se a partir daí como uma placa com imperfeições133


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasiniciais predominantes no modo 1.As placas extremamente esbeltas <strong>de</strong> que são exemplo as apresentadas naFigura 72, têm um comportamento em tudo semelhante às anteriores mas comuma resistência inferior. A sobreposição das curvas das placas com diferentesamplitu<strong>de</strong>s das imperfeições permite concluir que estas placas só são sensíveis aomodo dominante das imperfeições e não à amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse modo. A diferença naresistência máxima para diferentes modos da <strong>de</strong>formada é <strong>de</strong> 60%.Resistência Transversal0.60.50.4Tensão0.30.20.1T204220AyT204220AxT204220ByT204220BxT204220CyT204220CxT204240ByT204240Bx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1-0.2AlongamentoFigura 72Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, e razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2 e esbelteza 4,23.3.6.2 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2,5Nas placas com razão <strong>de</strong> dimensões 2,5 analisaram-se três tipos <strong>de</strong>imperfeições iniciais (m=1, 2 e 3) e diversos tipos <strong>de</strong> combinações entre eles. Ainformação sobre as componentes das imperfeições iniciais são apresentadas naTabela 8 e os resultados obtidos na Tabela 9, on<strong>de</strong> se indicam o alongamento a queocorre o colapso, a tensão <strong>de</strong> colapso transversal, a tensão longitudinal induzida, arazão entre estas duas e o modo <strong>de</strong> colapso.As Figuras seguintes mostram o comportamento das placas para diferentes134


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasníveis <strong>de</strong> esbelteza. As placas com esbelteza 0,85 (Figura 73), 1,7 (Figura 74) e 2,8(Figura 75) tem o mesmo comportamento das placas correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> razão <strong>de</strong>dimensões 2 pelo que as conclusões se aplicam na íntegra.I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31T250820C 0,85 0,0956 0,1338 1,0 0,1 0,1T251720C 1,69 0,2869 0,1005 1,5 0,15 0,15T252820C 2,82 0,6375 0,0802 2,0 0,2 0,2T253420C 3,38 0,9563 0,0837 2,5 0,25 0,25T254220C 4,23 1,4345 0,0812 3,0 0,3 0,3T251720A 1,69 0,3212 0,1125 0,15 1,5 -T252820A 2,82 0,7138 0,0898 0,2 2,0 -T253420A 3,38 1,0707 0,0937 0,25 2,5 -T254220A 4,23 1,6061 0,0898 0,3 3,0 -T251720B 1,69 0,3099 0,1085 0,15 0,15 1,5T252820B 2,82 0,6886 0,0866 0,2 0,2 2,0T253420B 3,38 1,0329 0,0904 0,25 0,25 2,5T254220B 4,23 1,5493 0,0866 0,3 0,3 3,0Tabela 8Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 625 mm <strong>de</strong> comprimento e250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T250820C 0,85 0,938 0,8036 0,230 0,286 m=1T251720C 1,69 1,110 0,4390 0,030 0,068 m=1T252820C 2,82 1,500 0,3005 -0,083 -0,276 m=1T253420C 3,38 1,553 0,2710 -0,107 -0,395 m=1T254220C 4,23 1,588 0,2462 -0,126 -0,512 m=1T251720A 1,69 1,128 0,6638 0,002 0,001 m=2T252820A 2,82 1,541 0,5233 -0,157 -0,300 m=2T253420A 3,38 1,3141,5360,46890,2809-0,153-0,004-0,326-0,014m=2m=1T254220A 4,23 1,2331,5030,41610,2502-0,157-0,028-0,377-0,112m=2m=1T251720B 1,69 1,036 0,4487 0,042 0,105 m=1T252820B 2,82 1,465 0,3116 -0,060 -0,193 m=1T253420B 3,38 0,3801,5230,28780,2837-0,014-0,061-0,049-0,215m=3m=1T254220B 4,23 0,6171,5330,43010,2600-0,065-0,055-0,151-0,212m=3m=11/2 placaTabela 9Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=2,5) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicularassociada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.135


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.90.80.70.6Tensão0.50.40.3T250820CyT250820Cx0.20.10.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8AlongamentoFigura 73Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais, razão <strong>de</strong>dimensões igual a 2,5 e esbelteza 0,85.Resistência Transversal0.70.60.5Tensão0.40.30.20.1T251720AyT251720AxT251720ByT251720BxT251720CyT251720Cx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6-0.1Figura 74AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza 1,69.136


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.60.50.4Tensão0.30.20.1T252820AyT252820AxT252820ByT252820BxT252820CyT252820Cx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1-0.2Figura 75AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza 2,82.A razão entre a resistência correspon<strong>de</strong>nte ao modo superior <strong>de</strong> colapso(série A) e a resistência correspon<strong>de</strong>nte ao modo crítico (série C) é <strong>de</strong> 1,51 e 1,74respectivamente para a esbelteza 1,7 e 2,8. As placas com modo dominante m=3(série B) mudam para o modo fundamental a meio do carregamento,comportando-se como as da série C.As Figura 76 e Figura 77 apresentam as curvas correspon<strong>de</strong>ntes àsesbeltezas 3,4 e 4,2.Como facto saliente, note-se que as placas com modo 3 da série B mudam<strong>de</strong> modo <strong>de</strong> colapso a alongamentos muito elevados, superiores ao alongamento<strong>de</strong> cedência. A esta mudança correspon<strong>de</strong> um <strong>de</strong>créscimo muito acentuado <strong>de</strong>resistência passando para níveis iguais àqueles que se têm com placas <strong>de</strong>imperfeições iniciais com modo fundamental dominante.As mudanças do modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação são também acompanhadas porvariações muito significativas da tensão longitudinal induzida, observando-seuma redução substancial ou total.137


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.60.50.4Tensão0.30.20.1T253420AyT253420AxT253420ByT253420BxT253420CyT253420Cx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1-0.2Figura 76AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza 3,38.Resistência Transversal0.50.40.3Tensão0.2T254220AyT254220AxT254220By0.1T254220BxT254220CyT254220Cx0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1-0.2Figura 77AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 2,5 e esbelteza 4,23.138


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas3.6.3 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=3Nas placas com razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3 consi<strong>de</strong>raram-se três modosdiferentes para as imperfeições iniciais, Tabela 10. O modo ternário é dominantena série A, o secundário na série B (unicamente para β=1,7) e o fundamental nasérie C. Na Tabela seguinte apresentam-se os resultados.I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31T300830A 0,85 0,0928 0,1299 0,2 0,1 1,0T301730A 1,69 0,2707 0,0948 0,2 0,1 1,0T301730B 1,69 0,2373 0,0831 0,1 2,0 -T302830A 2,82 0,9276 0,1166 0,6 0,3 3,0T303430A 3,38 1,1131 0,0974 0,6 0,3 3,0T304230A 4,23 1,6500 0,0922 0,6 0,0 3,0T300830C 0,85 0,0821 0,1136 1,0 0,1 0,2T301730C 1,69 0,3681 0,1289 2,0 0,1 0,2T302830C 2,82 0,8214 0,1033 3,0 0,3 0,6T303430C 3,38 0,9857 0,0863 3,0 0,3 0,6T304230C 4,23 1,5926 0,0890 4,0 0,3 0,6Tabela 10Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 750 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T300830A 0,85 0,894 0,9426 0,271 0,288 m=3T301730A 1,69 0,995 0,4219 0,084 0,128 m=1T301730B 1,69 1,094 0,6018 0,018 0,030 m=2T302830A 2,82 0,5331,5380,35250,2744-0,027-0,026-0,077-0,095m=3m=1T303430A 3,38 0,5111,6060,32220,2487-0,039-0,037-0,121-0,149m=3m=1T304230A 4,23 0,693 0,4069 -0,091 -0,224 m=3 1/4 placa1,519 0,2185 -0,049 -0,224 m=1T300830C 0,85 0,915 0,7669 0,224 0,292 m=1T301730C 1,69 1,026 0,4163 -0,050 -0,120 m=1T302830C 2,82 2,053 0,2611 -0,095 -0,364 m=1T303430C 3,38 2,540 0,2407 -0,129 -0,536 m=1T304230C 4,23 2,505 0,2168 -0,143 -0,660 m=1Tabela 11Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=3) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicularassociada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.No grupo das placas espessas com β=0,85 analisou-se o comportamentopara dois modos <strong>de</strong> imperfeições dominantes, m=α e m=1, e que se apresenta naFigura 78. A curva das duas placas é muito semelhante com excepção na região <strong>de</strong>139


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placascolapso, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido ao modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação imposto, uma das placa tem umaresistência ligeiramente superior (20%) mas com <strong>de</strong>scarga abrupta.Para a esbelteza <strong>de</strong> 1,7 usou-se um mo<strong>de</strong>lo suplementar com mododominante igual a dois. A placa com imperfeições iniciais neste modo tem umaresistência superior à das restantes placas sendo a razão entre resistênciasmáximas <strong>de</strong> 1,42.A placa da série A (m=3) <strong>de</strong>genera <strong>de</strong>ste modo para o fundamental sendo apartir daí as curvas coinci<strong>de</strong>ntes, Figura 79. Para as restantes esbeltezas aconteceexactamente o mesmo com as placas da série A mas a mudança <strong>de</strong> modo <strong>de</strong><strong>de</strong>formação é muito mais violenta do que na placa <strong>de</strong> esbelteza 1,7. Esta <strong>de</strong>scargapo<strong>de</strong> ser observada da Figura 80 à Figura 82, respectivamente para β= 2,8 , 3,4 e4,2. Note-se que a placa <strong>de</strong>generada apresenta uma resistência ligeiramentesuperior à da placa com imperfeições iniciais no modo fundamental, ao contráriodo que acontecia para razões <strong>de</strong> dimensões menores.Resistência Transversal1.00.90.80.7Tensão0.60.50.4T300830AyT300830AxT300830CyT300830Cx0.30.20.10.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5AlongamentoFigura 78Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza 0,85.140


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.70.60.5Tensão0.40.30.20.1T301730AyT301730AxT301730ByT301730BxT301730CyT301730Cx0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5-0.1Figura 79AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza 1,69.Resistência Transversal0.400.350.300.25Tensão0.200.150.100.05T302830AyT302830AxT302830CyT302830Cx0.000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5-0.05-0.10-0.15Figura 80AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza 2,82.141


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.350.300.25Tensão0.200.150.100.05T303430AyT303430AxT303430CyT303430Cx0.000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0-0.05-0.10-0.15-0.20Figura 81AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza 3,38.Resistência Transversal0.50.40.3T304230AyT304230AxT304230CyT304230CxT304231CyT304231CxTensão0.20.10.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0-0.1-0.2Figura 82AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 3,0 e esbelteza 4,23.142


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas3.6.4 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=4A Tabela 12 dá informação sobre a amplitu<strong>de</strong> dos componentes dasimperfeições iniciais para cada mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> placa. A série A tem um modofundamental dominante e os mo<strong>de</strong>los da série B tem no quarto modo a suacomponente <strong>de</strong> maior amplitu<strong>de</strong>. Lembra-se que este é o modo crítico emresistência longitudinal <strong>de</strong> placas sendo essa a razão da escolha, tal e qual comopara as restantes razões <strong>de</strong> dimensões.Na Tabela 13 resume-se os resultados obtidos para esta razão <strong>de</strong> dimensões.As placas com componente dominante igual a 1 comportam-se <strong>de</strong> umaforma regular em toda a gama <strong>de</strong> esbelteza analisada.Pelo contrário, as mudanças <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação das placas com modoinicial dominante igual a 4 vão sendo cada vez mais complexas, aparecendomodos intermédios <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação aos quais correspon<strong>de</strong>m variações importantesno modo estrutural tangente da placa. A <strong>de</strong>formada final das placas da série Braramente apresenta um modo fundamental evi<strong>de</strong>nte, havendo uma combinaçãointrincada <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> que resulta uma resistência final acrescidacomparativamente à resistência das placas da série A.I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31 a 41T400820A 0,85 0,0807 0,1130 1,0 0,1 0,1 0,1T401720A 1,69 0,2795 0,0979 1,5 0,15 0,15 0,15T402820A 2,82 0,6212 0,0781 2,0 0,2 0,2 0,2T403420A 3,38 0,9286 0,0813 2,5 0,25 0,25 0,25T404220A 4,23 1,3977 0,0781 3,0 0,3 0,3 0,3T401720B 1,69 0,3308 0,1158 0,15 0,15 0,15 1,5T402820B 2,82 0,7351 0,0924 0,2 0,2 0,2 2,0T403420B 3,38 1,1026 0,0965 0,25 0,25 0,25 2,5T404220B 4,23 1,6539 0,0924 0,3 0,3 0,3 3,0Tabela 12Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 1000 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura.143


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasI<strong>de</strong>ntif. β ε uφ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T400820A 0,85 0,8762 0,7376 0,222 0,301 m=1T401720A 1,69 1,064 0,3583 0,051 0,142 m=1T402820A 2,82 1,557 0,2186 -0,048 -0,220 m=1T403420A 3,38 1,618 0,1907 -0,080 -0,420 m=1T404220A 4,23 1,545 0,1648 -0,077 -0,467 m=1T401720B 1,69 0,8430,47610,0940,197m=4+11,5600,35630,0610,171m=1T402820B 2,82 1,2670,3568-0,046-0,129m=4+11,5100,24480,0370,151m=1T403420B 3,38 1,361 0,3232 0,064 0,198 m=4T404220B 4,23 0,63260,3632-0,073-0,201m=41,29940,2859-0,078-0,273m=4+1Tabela 13Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=4) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicularassociada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.Resistência Transversal0.80.70.6Tensão0.50.40.3T400820AyT400820Ax0.20.10.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8AlongamentoFigura 83Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais, razão <strong>de</strong>dimensões igual a 4,0 e esbelteza 0,85.144


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.500.450.400.35Tensão0.300.250.20T401720AyT401720AxT401720ByT401720Bx0.150.100.050.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8AlongamentoFigura 84Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza 1,69.Resistência Transversal0.400.350.30Tensão0.250.200.150.10T302830AyT302830AxT402820ByT402820Cx0.050.000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5-0.05-0.10Figura 85AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza 2,82.145


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.350.300.25Tensão0.200.150.100.05T403420AyT403420AxT403420ByT403420Bx0.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.05-0.10-0.15Figura 86AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza 3,38.Resistência TransversalTensão0.400.350.300.250.200.150.100.05T404220AyT404220AxT404220ByT404220Bx0.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.05-0.10-0.15Figura 87AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 4,0 e esbelteza 4,23.146


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placas3.6.5 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=5Para a razão <strong>de</strong> dimensões igual a 5 fez-se exactamente o mesmo tipo <strong>de</strong>estudo que para α=4.Os dados e resultados dos mo<strong>de</strong>los estão indicados nas duas tabelasseguintes. A análise gráfica apresentam-se nas figuras <strong>de</strong>sta secção, sendo aqualida<strong>de</strong> dos resultados em tudo semelhante à da secção anterior.I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31 a 41 a 51T500820A 0,85 0,0871 0,1219 1,0 0,1 0,1 0,1 0,1T501720A 1,69 0,3000 0,1050 1,5 0,15 0,15 0,15 0,15T502820A 2,82 0,6667 0,0838 2,0 0,2 0,2 0,2 0,2T503420A 3,38 1,0000 0,0875 2,5 0,25 0,25 0,25 0,25T504220A 4,23 1,5000 0,0838 3,0 0,3 0,3 0,3 0,3T501720B 1,69 0,3676 0,1287 0,15 0,15 0,15 0,15 1,5T502820B 2,82 0,8168 0,1027 0,2 0,2 0,2 0,2 2,0T503420B 3,38 1,2252 0,1072 0,25 0,25 0,25 0,25 2,5T504220B 4,23 1,8985 0,1061 0,3 0,3 0,3 0,3 3,0Tabela 14Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 1250 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T500820A 0,85 0,818 0,7184 0,217 0,302 m=1T501720A 1,69 1,027 0,3298 0,056 0,170 m=1T502820A 2,82 1,502 0,1942 -0,027 -0,139 m=1T503420A 3,38 1,570 0,1655 -0,044 -0,266 m=1T504220A 4,23 1,515 0,1415 -0,054 -0,382 m=1T501720B 1,69 0,466 0,3933 0,080 0,203 m=5 1/2 placa0,892 0,3480 0,075 0,216 m=1T502820B 2,82 0,394 0,2862 -0,092 -0,321 m=5 1/2 placa1,374 0,4171 -0,005 -0,012 m=1+2*5T503420B 3,38 0,5961,3101,7610,38640,37800,1781-0,055-0,105+0,034-0,142-0,278+0,191m=5m=1+2*5m=11/2 placaT504220B 4,23 0,7371,1391,5390,43740,31620,1561-0,100-0,093+0,016-0,229-0,294+0,102m=5m=1+2*5m=11/2 placaTabela 15Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares (α=5) com vários níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicularassociada às restrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.Convêm referir que o grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>formada final das placasda série B é ainda superior à das placas com α=4. Desta forma é <strong>de</strong> esperar uma147


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasmaior dispersão da resistência máxima com a variação das amplitu<strong>de</strong>s nos váriosmodos ao contrário do que sucedia em placas com α igual a 2 ou 3.Resistência Transversal0.800.700.600.50Tensão0.400.30T500820AyT500820Ax0.200.100.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6AlongamentoFigura 88Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com imperfeições iniciais, razão <strong>de</strong>dimensões igual a 5,0 e esbelteza 0,85.Resistência Transversal0.450.400.35Tensão0.300.250.200.150.10T501720AyT501720AxT501720ByT501720BxT502820AyT502820Ax0.050.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.05AlongamentoFigura 89Curvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 5,0 e esbelteza 1,69 e 2,82.148


Resistência Transversal <strong>de</strong> PlacasResistência Transversal0.500.40Tensão0.300.200.10T503420AyT503420AxT503420ByT503420BxT504220AyT504220Ax0.000.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.10-0.20Figura 90AlongamentoCurvas tensão normalizada alongamento <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas,restringidas, sujeitas a carregamento transversal com diferentes imperfeições iniciaisem modo e amplitu<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> dimensões igual a 5,0 e esbelteza 3,38 e 4,23.3.7 Consi<strong>de</strong>rações FinaisNo estudo preliminar da resistência transversal em que se analisou osresultados experimentais e numéricos disponíveis na literatura, parte <strong>de</strong> umtrabalho mais vasto já publicado em vários artigos [93,97,98], concluiu-se que asfórmulas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência disponíveis necessitavam <strong>de</strong> algumacorrecção.Nesta dissertação tentou-se colmatar a quase total ausência <strong>de</strong> resultadosem placas restringidas e carregadas transversalmente e indicar uma fórmula quepermita calcular a sua resistência para o modo crítico <strong>de</strong> colapso o que foiconcretizado através da equação (96), que cobre a gama <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões <strong>de</strong>2 a 5 e a esbelteza <strong>de</strong> placa <strong>de</strong> 0,85 a 4,23. A fórmula apresenta um <strong>de</strong>sacoplamentoentre a contribuição da razão <strong>de</strong> dimensões e da esbelteza que não é comum nasfórmulas <strong>de</strong> resistência transversal <strong>de</strong> placas.Caracteriza-se o estado biaxial <strong>de</strong> tensões na fase <strong>de</strong> colapso, concluindo-seque a tensão perpendicular induzida média é pouco <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da razão <strong>de</strong>149


Resistência Transversal <strong>de</strong> Placasdimensões e muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da esbelteza da placa. Po<strong>de</strong>-se inclusivamenteestabelecer uma relação linear entre a razão das duas tensões principais no colapsoe a esbelteza.Os níveis <strong>de</strong> resistência obtidos para cada classe <strong>de</strong> placas, com o mesmo αe β, mostrou-se muito sensível ao modo das imperfeições iniciais. Em duas placascom a mesma geometria mas dois modos diferentes <strong>de</strong> imperfeições iniciais, umadas placas po<strong>de</strong> ter uma resistência 50% superior à da outra.Finalmente apresentam-se dois métodos para prever o comportamento <strong>de</strong>placas restringidas nos topos e sujeitas a carregamento nos bordos para posteriorutilização no método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal do navio. O primeirométodo baseia-se exclusivamente no conceito <strong>de</strong> largura efectiva e usa os critériose as hipóteses já usadas na resistência longitudinal <strong>de</strong> placas. Mostra-se, noentanto para este tipo <strong>de</strong> carregamento, <strong>de</strong>masiado optimista a extensões baixas.Por tal razão recomenda-se o uso da aproximação sinusóidal do segundo método.Em ambos os casos não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada a perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> após se teratingido a tensão máxima.150


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasCapítulo 4 Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasNeste capítulo faz-se primeiramente um estudo comparativo dos diferentesmétodos <strong>de</strong> projecto <strong>de</strong> placas reforçadas existentes a partir dos resultadosexperimentais e numéricos disponíveis na literatura [98]. São consi<strong>de</strong>rados doistipos <strong>de</strong> carregamento: compressão e compressão com pressão lateral.Segue-se um estudo sobre a influência <strong>de</strong> diversos parâmetros naresistência à compressão <strong>de</strong> placas reforçadas. Dada a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parâmetrosque afectam a resistência à compressão <strong>de</strong> placas reforçadas, houve necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> limitar o seu número. Assim consi<strong>de</strong>ram-se três tipos <strong>de</strong> esbelteza da placaassociada (b/t = 40, 50 e 80), três tipos <strong>de</strong> perfis (barra, ângulo e ‘T’), dois modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais e diversas combinações das características mecânicas do aço.Preten<strong>de</strong>-se analisar as implicações resultantes da variação <strong>de</strong>stes parâmetros naresistência máxima e no comportamento pré e pós colapso.Finalmente e integrado num estudo comparativo <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> projecto[5], utilizou-se o método <strong>de</strong>senvolvido anteriormente [17] num estudoparamétrico em que para além da influência da geometria da chapa e do reforço seanalisavam as consequências da existência <strong>de</strong> tensões residuais.4.1 Estado da ArteO estudo das placas reforçadas sujeitas à compressão axial é vulgarmenteorientado para a <strong>de</strong>terminação da carga máxima suportada pela viga coluna, poisé esta carga que é referida nos códigos <strong>de</strong> projecto e construção das indústriasnaval e civil. No entanto, no estudo <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> maiores dimensões, commaior grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> e alguma redundância, em que coexistam elementosem diferentes estágios <strong>de</strong> carregamento, torna-se importante conhecer ocomportamento dos elementos constitutivos a qualquer nível <strong>de</strong> carregamentocom um certo grau <strong>de</strong> precisão.Assim acontece no estudo da resistência do casco <strong>de</strong> navios à flexão em queos diversos elementos reforçados do casco estão a diferentes níveis da sua151


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadascapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga para uma <strong>de</strong>terminada curvatura do casco naquela secção.Po<strong>de</strong> inclusivamente acontecer que o momento máximo a aplicar seja atingidoquando alguns dos elementos já ce<strong>de</strong>ram encontrando-se pois em regime póscolapso. Devido à redundância da estrutura, a perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>alguns elementos é transferida para elementos menos carregados, po<strong>de</strong>ndo, nestascircunstâncias, o conjunto apresentar alguma reserva <strong>de</strong> resistência a esforçosmaiores.O estudo do comportamento <strong>de</strong> placas finas reforçadas sujeitas acarregamentos compressivos no plano da placa assume mais actualida<strong>de</strong> emresultado da utilização cada vez maior <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta resistência em navios eoutras estruturas oceânicas a qual conduz a espessuras progressivamente maisfinas. Concomitantemente, os coeficientes <strong>de</strong> segurança utilizados no projecto dasestruturas são ten<strong>de</strong>ncialmente cada vez menores em resultado <strong>de</strong> um melhorconhecimento do comportamento dos materiais. A conjugação <strong>de</strong>stes dois factosorigina estruturas muito sensíveis à instabilida<strong>de</strong> em compressão, conduzindomuitas vezes a um colapso ‘prematuro’, ou dito <strong>de</strong> outra forma, a um colapso soba acção <strong>de</strong> tensões muito inferiores à tensão <strong>de</strong> cedência do material emcompressão.Intimamente associada a esta <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência, está a existência <strong>de</strong>imperfeições geométricas iniciais e as tensões residuais resultantes dos processos<strong>de</strong> fabrico em estaleiro, nomeadamente da soldadura.Assim, as Socieda<strong>de</strong>s Classificadoras mais importantes têm feito um gran<strong>de</strong>esforço <strong>de</strong> actualização das regras para dimensionamento <strong>de</strong> estruturas, tendovindo a ser progressivamente consi<strong>de</strong>rado o comportamento das estruturasquando sujeitas a carregamentos <strong>de</strong> compressão potencializadores <strong>de</strong>instabilida<strong>de</strong> quer nos elementos <strong>de</strong> placa entre reforços, quer nos reforçospropriamente ditos ou ainda na interacção entre os dois. Além <strong>de</strong>sta instabilida<strong>de</strong>manifestamente local po<strong>de</strong>-se ainda assistir a uma instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> natureza maisglobal afectando gran<strong>de</strong>s painéis do navio. No entanto este último tipo é menosfrequente <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> balizas bastante resistentes em projectos normais.152


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas4.1.1 Métodos analíticosA análise das placas reforçadas em compressão axial iniciou-se no séculopassado com a <strong>de</strong>terminação analítica da tensão crítica <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> elástica <strong>de</strong>colunas [99] a qual constitui a base <strong>de</strong> todos os métodos aproximados que seutilizam actualmente.A utilização directa <strong>de</strong>sta tensão na <strong>de</strong>finição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dasplacas reforçadas apresenta algumas imprecisões e insuficiências resultantesprincipalmente da perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> da placa associada, das imperfeiçõesiniciais, dos efeitos da plastificação local, tanto na placa como no reforço, efinalmente da instabilida<strong>de</strong> à torção do reforço.Um dos primeiros trabalhos a tratar e sintetizar estes aspectos <strong>de</strong>ve-se aFaulkner [100] que incluiu a perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> da placa através da redução dasecção enquanto que o efeito da plasticida<strong>de</strong> era consi<strong>de</strong>rada através do métodoparabólico <strong>de</strong> Ostenfeld. O mesmo autor e outros [91] aplicaram métodosenergéticos na <strong>de</strong>terminação da carga crítica <strong>de</strong> compressão suportada porreforços em ‘T’. Foi ainda ensaiado um método que permitisse consi<strong>de</strong>rar ainteracção entre o reforço e a placa [101] e fossem também consi<strong>de</strong>rados osfenómenos <strong>de</strong> origem plástica através do método do módulo tangente.Baseado nestes estudos, Adamchak [102] <strong>de</strong>senvolveu um métodoaproximado <strong>de</strong> previsão da curva tensão média alongamento, que consi<strong>de</strong>rava ocolapso por flexão do painel e instabilida<strong>de</strong> do reforço, associados a esforços <strong>de</strong>compressão axial e pressão lateral. O comportamento pós colapso era, no entanto,ignorado nos painéis que falhavam por instabilida<strong>de</strong> à torção.No intuito <strong>de</strong> explorar a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência dos painéis reforçados<strong>de</strong>vido às imperfeições do reforço, Carlsen [103] adaptou o método <strong>de</strong> Ayrton-Perry [104], também conhecido por método da coluna [105-107] e que se baseia nocritério da primeira cedência, ao estudo <strong>de</strong> estruturas navais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finasatravés da introdução do conceito <strong>de</strong> largura efectiva na <strong>de</strong>finição geométrica dopainel. Por seu turno, Gue<strong>de</strong>s Soares [51] modificou o método <strong>de</strong> Faulkner <strong>de</strong>forma a contabilizar a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>vida às imperfeições da placa.A partir <strong>de</strong>stes dois métodos básicos <strong>de</strong> previsão da resistência máxima é153


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadaspossível criar métodos aproximados <strong>de</strong> estimativa do comportamento dos painéispara qualquer alongamento [17,108]. Gordo [86] <strong>de</strong>monstrou que a técnica éaplicável tanto ao método do módulo tangente como ao método da coluna atravésda utilização do conceito <strong>de</strong> extensão virtual e que os resultados obtidos com osdois métodos são equivalentes se for utilizada a mesma largura efectiva para aplaca associada.Baseado nos trabalhos <strong>de</strong> Little [107] e Moolani [109], Bonello [110]<strong>de</strong>senvolveu um programa usando o método da coluna em que se consi<strong>de</strong>rava atransferência <strong>de</strong> momentos em vigas contínuas, além <strong>de</strong> permitir a inclusãoexplicita da pressão lateral. Este estudo apresentava como gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>svantagens aausência <strong>de</strong> avaliação da contribuição das rotações do reforço e da interacção entreo reforço e a placa com todas as suas implicações directas na largura efectiva daplaca associada ou no <strong>de</strong>sempenho do reforço.Murray [111] estudou a instabilida<strong>de</strong> dos reforços em barra e propôs ummecanismo <strong>de</strong> colapso baseado na teoria rígido-plástica em que se previa <strong>de</strong>alguma forma o comportamento pós colapso, previsão esta que se mostrou eficazpara perfis esbeltos e também em perfis espessos associados a placas finas [112].No Japão, Yao e Nikolov [18] <strong>de</strong>senvolveram um método analítico <strong>de</strong>previsão da curva tensão extensão <strong>de</strong> placas reforçadas, no qual o comportamentoda placa isolada é avaliada através da sobreposição <strong>de</strong> dois critérios: o primeirobaseado na análise <strong>de</strong> placas sujeitas a gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações e o segundo naanálise dos mecanismos <strong>de</strong> colapso rígido plástico. A presença do reforço éconsi<strong>de</strong>rada através <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> duplo vão em que a curvatura se consi<strong>de</strong>raresultante da soma <strong>de</strong> duas componentes: a elástica e a plástica. As <strong>de</strong>formaçõesassociadas aos modos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> torcional foram incluídas no mo<strong>de</strong>lo numasegunda fase [19].Bonello, Chryssanthopoulos e Dowling [110] compararam as previsões <strong>de</strong>resistência <strong>de</strong> diversos métodos <strong>de</strong> projecto com resultados numéricos <strong>de</strong> painéissob a acção <strong>de</strong> forças compressivas. Em alguns <strong>de</strong>les foi incluído também apressão lateral. Propuseram simultaneamente um método baseado na equação <strong>de</strong>Perry que consi<strong>de</strong>ra tanto a compressão da placa reforçada como a pressão lateral154


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasa que possa eventualmente estar sujeita. As fórmulas relativas à largura efectivada placa associada utilizadas pelos diversos métodos analisados foramsubstituídas por uma única, a qual foi proposta por Davidson [113]:1,16 0,48 0,09= 0,23 + − +β 2 3β βφ p (102)<strong>de</strong> forma a se po<strong>de</strong>r explorar as diferenças entre métodos relativamente àresistência <strong>de</strong> coluna.Pu, Das e Faulkner [114] utilizaram o método proposto por Gue<strong>de</strong>s Soares[51] para a avaliação da resistência <strong>de</strong> placas, comparando-o com resultadosexperimentais e numéricos e concluíram que esse método é superior ao métodooriginal proposto por Faulkner. Com base nisto, modificaram o método <strong>de</strong>Faulkner para o projecto <strong>de</strong> placas reforçadas, secção 4.2.1, substituindo a equaçãoda largura efectiva da placa associada e verificaram que existia uma melhoria <strong>de</strong>5%, apesar do método original já ser suficientemente fiável.Na área das Socieda<strong>de</strong>s Classificadoras também algumas modificaçõesaconteceram: a DnV [115] introduziu pequenas alterações nas suas regras aocálculo da resistência à encurvadura <strong>de</strong> painéis que se baseia no método <strong>de</strong>Carlsen; A ABS em 1995 publicou novas regras para o projecto <strong>de</strong> navios em queatribuía uma nova importância à instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> placas, incorporando o conceito<strong>de</strong> largura efectiva da placa associada no cálculo do raio <strong>de</strong> giração da placareforçada e introduzindo os conceitos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> flexotorcional <strong>de</strong> umaforma similar à apresentada na secção 4.2.4.4.1.2 Métodos computacionaisO advento dos computadores levou ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>simulação numérica <strong>de</strong> estruturas, <strong>de</strong> entre as quais se <strong>de</strong>staca pelo seu usoextensivo o método dos elementos finitos. No campo naval, o método doselementos finitos ganhou gran<strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> com os trabalhos <strong>de</strong>senvolvidosna Escócia por Smith [116] através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> métodos híbridos quereduzissem <strong>de</strong> alguma forma o tempo médio <strong>de</strong> cálculo para o estudo <strong>de</strong> placasreforçadas ou <strong>de</strong> estruturas compostas por aquelas. A técnica consiste155


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasessencialmente em utilizar curvas carga alongamento previamente estabelecidaspara reproduzir o comportamento da placa associada, em conjunto com ummo<strong>de</strong>lo em elementos finitos representativo do reforço. Não estandoexplicitamente presente a <strong>de</strong>formada da placa, a interacção <strong>de</strong>sta com o reforçoper<strong>de</strong>-se, o que constitui um óbice do mo<strong>de</strong>lo.Mais recentemente, no Japão, <strong>de</strong>senvolveu-se um outro método baseado emsuper elementos, ISUM [27,117], no qual se consi<strong>de</strong>ra que um painel reforçadolimitado por longarinas e balizas constitui uma unida<strong>de</strong> estrutural, sendo a matriz<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z calculada para este super elemento. Esta matriz <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z inclui ainfluência da perda <strong>de</strong> eficiência por instabilida<strong>de</strong> elástica ou por plasticida<strong>de</strong>.Panagiotopoulos [118] e Vayas [119] estudaram a resistência limite <strong>de</strong>reforços à torção com placa associada sob compressão axial. Panagiotopulos [118]usou nos seus trabalhos em elementos finitos, placas com razão <strong>de</strong> dimensõesigual a três e esbelteza <strong>de</strong> placa a variar entre 40 e 90 (b/t), enquanto que esbeltezado reforços barra variava <strong>de</strong> 5 a 30. Consi<strong>de</strong>rou ainda diferentes condiçõesfronteira para os reforços tendo concluído que a falta <strong>de</strong> encastramento diminuía aresistência.Um estudo conjunto sobre a resistência máxima <strong>de</strong> painéis reforçados <strong>de</strong>múltiplos vãos envolvendo várias instituições foi <strong>de</strong>senvolvido sob o auspício doComité V.I. da ISSC [120]. Foram convidadas diversas Socieda<strong>de</strong>s Classificadorase outros organismos para calcular a resistência máxima <strong>de</strong> <strong>de</strong>z painéis reforçadose a comparação entre os diversos métodos utilizados foi resumida em [121]. Foibastante interessante notar que o mesmo método aplicado por diferentesprojectistas originava diferentes previsões <strong>de</strong> resistência para os mesmosexemplos. A principal conclusão <strong>de</strong>ste estudo foi que a maioria dos métodos épessimista e a incerteza do mo<strong>de</strong>lo é sempre superior a 10%.4.1.3 Resultados experimentaisExistem actualmente um número relativamente elevado <strong>de</strong> resultadosexperimentais em placas reforçadas sujeitas a carregamento predominantementeuniaxial <strong>de</strong> compressão que cobrem uma vasta gama dos parâmetros <strong>de</strong> maior156


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasinteresse para o estudo das placas reforçadas, nomeadamente a esbelteza da placae a esbelteza <strong>de</strong> coluna [108,116,122-125]. Estes dois parâmetros só por si permitemcaracterizar dois tipos <strong>de</strong> colapso, o colapso da placa e o do reforço sob flexão. Noentanto são insuficientes para caracterizar a perda <strong>de</strong> resistência flexotorcional doreforço e a interacção placa-reforço tendo ultimamente sido <strong>de</strong>senvolvido algumesforço no sentido <strong>de</strong> caracterizar melhor este tipo <strong>de</strong> falha, especialmente através<strong>de</strong> estudos em elementos finitos [91,126-128].Faulkner [123] testou mo<strong>de</strong>los simples <strong>de</strong> vão único representativos <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong> placa reforçada típicos <strong>de</strong> painéis <strong>de</strong> navios entre balizas. A escalautilizada foi <strong>de</strong> um quarto aproximadamente. Foram utilizados dois tipos <strong>de</strong>reforços: ‘T’ e barra. O problema associado às condições fronteira nos lados nãocarregados não assumia especial importância dado que cada painel ensaiado eraconstituído por mais <strong>de</strong> uma placa reforçada; todos tinham cinco elementos <strong>de</strong>reforço longitudinal com excepção <strong>de</strong> três ensaios. De facto os lados carregadosestavam simplesmente apoiados e os bordos laterais não carregados estavamlivres o que, pela ausência <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> da placa nos extremos, origina algumaperda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> nos extremos mas que assumia pouca importância dada alargura total dos painéis. Dada a falta <strong>de</strong> constrangimento transversal, não se<strong>de</strong>senvolviam tensões transversais <strong>de</strong> membrana o que <strong>de</strong> alguma forma se afastadas condições típicas encontradas em navios. No total foram ensaiados 42 mo<strong>de</strong>losdivididos em duas séries.Horne [124,125] ensaiou 44 placas reforçadas <strong>de</strong> vão simples sujeitas àcompressão enquadradas num estudo paramétrico que envolvia a <strong>de</strong>pendência daresistência relativamente à esbelteza da placa e da placa reforçada, das tensõesresiduais e imperfeições geométricas iniciais. Os lados carregados estavam sujeitosa diferentes condições fronteira mas os bordos laterais podiam-se <strong>de</strong>slocarlivremente, pelo que os comentários feitos anteriormente também aqui temaplicabilida<strong>de</strong>. A maioria dos painéis foram projectados para falharem por colapsoda placa associada com excepção <strong>de</strong> cinco <strong>de</strong>les em que se esperava a falha doreforço. Foram ainda ensaiadas diferentes geometrias <strong>de</strong> soldadura e duasqualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aço com tensões <strong>de</strong> cedência diferentes.157


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasNo Imperial College [108] testaram-se cinco painéis com quatro e novereforços longitudinais apoiados lateralmente em todas as bainhas e topos externos,por se consi<strong>de</strong>rar que era mais representativo das condições reais em navios. Asoldadura contínua foi utilizada na ligação da chapa aos reforços apesar doscódigos <strong>de</strong> construção permitirem à algum tempo a soldadura intermitente muitomais utilizada na construção mo<strong>de</strong>rna.Esta soldadura intermitente já tinha sido utilizada em Glengarnock [122]nos anos 60 em ensaios <strong>de</strong> placas reforçadas com duplo vão mas livres nos ladosnão carregados. A esbelteza das placas rondava 3,5 tendo-se variado a esbelteza <strong>de</strong>coluna entre 1 e 4,6. Os testes com duplo vão [129] são mais realistas do que ostestes em vão simples por permitirem interacção entre as placas reforçadas <strong>de</strong> cadalado da baliza transmitindo forças e momentos e reduzindo a introdução <strong>de</strong>momentos adicionais, normalmente variáveis com o carregamento porexcentricida<strong>de</strong> do ponto <strong>de</strong> aplicação das forças. A utilização <strong>de</strong> condiçõesfronteira fixas nos topos <strong>de</strong> carga afecta no entanto os resultados por reduzir ocomprimento equivalente <strong>de</strong> coluna.Para evitar ou reduzir todos os problemas relacionados com as condiçõesfronteira, dimensões, excentricida<strong>de</strong>s, etc. testaram-se, na Escócia [116], setemo<strong>de</strong>los à escala real <strong>de</strong> painéis <strong>de</strong> navios <strong>de</strong> guerra em que houve um especialcuidado no levantamento das imperfeições iniciais e <strong>de</strong>formações dos painéis.Tentou-se ainda, e tanto quanto possível, reproduzir as condições reais <strong>de</strong>soldadura e avaliar as tensões residuais inerentes ao processo.A ‘Canadian Forces’ e o ‘Ship Structure Committee’ implementaram umprograma <strong>de</strong> comparação entre os resultados obtidos por elementos finitos e emensaios com painéis reforçados <strong>de</strong> um único vão sujeitos a carregamento uniaxiale pressão lateral [130]. Três tipos <strong>de</strong> testes foram efectuados nos quais seconsi<strong>de</strong>rava não só painéis ‘perfeitos’, como também se simulavam danos <strong>de</strong>vidosao impacto e à corrosão. Já anteriormente, e também no Canadá, se levou a caboum programa semelhante em que foi investigado simultaneamente o efeito donível <strong>de</strong> restrição nos bordos da placa [131].158


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas4.2 Desempenho dos métodos <strong>de</strong> projectoO projecto <strong>de</strong> placas reforçadas sujeitas predominantemente à compressãotoma em consi<strong>de</strong>ração as possíveis causas <strong>de</strong> ruína e que são basicamente três,colapso da placa, do reforço com chapa associada por flexão ou por instabilida<strong>de</strong>flexotorcional do reforço, havendo situações em que algumas <strong>de</strong>las ocorremsimultaneamente ou aparecem em conjunto autoinduzindo o colapso.Na maioria das situações práticas a ruína dos elementos <strong>de</strong> placa reforçadaé uma combinação da instabilida<strong>de</strong> da placa, reduzindo a largura efectiva da placaassociada e do colapso do reforço por flexão [132]. Por isso os métodos e códigos<strong>de</strong> dimensionamento <strong>de</strong>dicam uma gran<strong>de</strong> importância a estes dois critériosesquecendo por vezes a verificação da robustez do conjunto relativamente aocolapso por instabilida<strong>de</strong> flexotorcional do reforço [133].Este último tipo <strong>de</strong> ruína envolve a rotação do reforço em torno <strong>de</strong> umarótula que se consi<strong>de</strong>ra normalmente localizada na ligação soldada entre o reforçoe a placa associada. O colapso é acompanhado por um <strong>de</strong>scarregamento súbito e<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações fora do plano do painel, sendo, porisso, consi<strong>de</strong>rado bastante perigoso pelo que, a partir dos anos oitenta, os códigos<strong>de</strong> dimensionamento ten<strong>de</strong>m a especificar limites mínimos à geometria do perfil<strong>de</strong> forma a evitar a ocorrência da ruína prematura do reforço por instabilida<strong>de</strong>flexotorcional.Na realida<strong>de</strong>, um painel está sujeito a todos os tipos <strong>de</strong> ruína acabando porfalhar no modo que apresentar uma resistência mínima, pelo que todos os modos<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados em igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> circunstâncias no dimensionamento.Os métodos propostos por Faulkner et al. [91] e por Carlsen [103] estãoorientados para a análise <strong>de</strong> estruturas navais, e são resultado <strong>de</strong> diferentesformas <strong>de</strong> estudar o problema. Enquanto o método <strong>de</strong> Faulkner se baseia naformulação <strong>de</strong> Johnson-Ostenfeld adaptada ao comportamento <strong>de</strong> estruturasmetálicas reforçadas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas, o <strong>de</strong> Carlsen foi construído a partir daaproximação <strong>de</strong> Perry-Robertson. Ambos os métodos utilizam o conceito <strong>de</strong>largura efectiva da chapa associada, mas enquanto o método <strong>de</strong> Carlsen fazdistinção entre o colapso da placa e o colapso do reforço tal não acontece com o159


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasmétodo <strong>de</strong> Faulkner, pelo que não é possível por este método prever a natureza daorigem do colapso.Alguns dos códigos <strong>de</strong> dimensionamento mais utilizados utilizam aindauma análise essencialmente elástica baseada na carga crítica <strong>de</strong> colunas àcompressão uniaxial. Por essa razão consi<strong>de</strong>rou-se importante avaliar o<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> tal formulação na previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas,usando-se como exemplo o código da American Bureau of Shipping (ABS).Assim, nesta secção, vai-se comparar o <strong>de</strong>sempenho dos diferentes métodos<strong>de</strong> dimensionamento entre si utilizando como referência o resultado <strong>de</strong> testesdisponíveis. Existem ainda outros métodos, tais como o <strong>de</strong> Dwight e Little [68],Horne e Narayanan [125] , Chatterjee e Dowling [105] e Murray [111], os quaisforam <strong>de</strong>senvolvidos para aplicação em vigas caixão <strong>de</strong> pontes, tendo alguns <strong>de</strong>lesjá sido comparados [85] com os resultados experimentais disponíveis.4.2.1 Método <strong>de</strong> FaulknerO método proposto por Faulkner et al. [91] é baseado no tipo <strong>de</strong> formulaçãoproposto por Jonhson-Ostenfeld para estruturas com comportamentoelastoplástico, associado à utilização do conceito <strong>de</strong> largura efectiva da chapaassociada.Quando uma placa ou uma coluna tem uma tensão crítica elástica muitoalta, a ruína em compressão dá-se sempre posteriormente ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>um certo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica. Este fenómeno obviamente modifica atensão crítica e um método empírico <strong>de</strong> avaliar esta nova tensão <strong>de</strong>ve-se a Jonhsone Ostenfeld. Segundo os mesmos autores, quando a tensão crítica elástica, maisconhecida por tensão <strong>de</strong> Euler ( σ e ), é superior a meta<strong>de</strong> da tensão <strong>de</strong> cedência( σo ) , a tensão crítica <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> passa a ser dada porjo[ 1 − ( σo/ 4σe)] ⋅ σoσ =, assumindo que o limite proporcional é 0,5 σ .O conceito <strong>de</strong> largura efectiva é uma maneira <strong>de</strong> exprimir a diminuição daresistência duma placa após o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações. Esteenfraquecimento da placa é expresso através da redução da largura da placa queefectivamente resiste às cargas compressivas [48].o160


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasDe acordo com o método <strong>de</strong> Faulkner et al. [91] a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargamáxima da placa reforçada, mo<strong>de</strong>lada como um reforço associado a uma placa <strong>de</strong>largura igual à largura efectiva, é dada por:σuσφ = =σ σocro⎡ Abt s e⎤⎢ ⎥⎣ A + bt⎦sem que a tensão crítica é dada por uma das duas expressões:(103)σσcro⎧a σo− ⎛ σeσ⎝ ⎜ ⎞⎪1 1 2⎟ , ≥ 05 .4 π rce⎠ E= ⎨σeπ rceE= ⎛ 2⎪σeσσ ⎝ ⎜ ⎞⎟


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadason<strong>de</strong>Rτ⎧⎪τ= − ⎛ ⎝ ⎜ ⎞⎨1⎟⎩⎪ τo⎠2⎫⎪⎬⎭⎪12(109)E tE⎧ 23,62β⎪para 0 ≤ β ≤ 2,7= ⎨413,1+0,25β⎪⎩ 1 para β > 2,7A largura η da faixa à tracção das tensões residuais resultantes do processo<strong>de</strong> soldadura é consi<strong>de</strong>rada normalmente como tendo valores entre 3 e 4,5.O método requer a utilização <strong>de</strong> um procedimento iterativo para calcularcorrectamente o valorsuficientes.σ cr / σ omas normalmente duas ou três iterações sãoEmbora a equação do módulo tangente elástico tenha sido inicialmenteproposta por Faulkner et al. [91], Gue<strong>de</strong>s Soares e Faulkner [72] fizeram notar quea expressão mais simples:⎧β −1E t ⎪ para 0 ≤ β ≤ 2,5= ⎨ 1,5(110)E ⎪⎩ 1 para β > 2,5era suficientemente precisa.A equação (5) consi<strong>de</strong>ra implicitamente as imperfeições iniciais médiasenquanto que a equação (107) corrige-a relativamente à existência <strong>de</strong> tensõesresiduais. O problema maior com a utilização corrente daquela fórmula é arepresentativida<strong>de</strong> das imperfeições das placas que lhe serviram <strong>de</strong> base não sernecessariamente aplicável ao tipo <strong>de</strong> estruturas que se pretenda projectar ouestudar.Este problema foi i<strong>de</strong>ntificado por Gue<strong>de</strong>s Soares [51] que apresentou umaexpressão alternativa para expressar a resistência da placa perfeita, a qual po<strong>de</strong>riaser corrigida explicitamente tanto da influência das imperfeições iniciais como dastensões residuais. Gue<strong>de</strong>s Soares [51] <strong>de</strong>monstrou também como se po<strong>de</strong>ria<strong>de</strong>rivar equações do tipo da equação (5), que só <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da esbelteza da placa,incluindo implicitamente a influência das imperfeições iniciais e da tensõesresiduais características <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> estrutura ou navio.162


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasEm algumas aplicações é preferível dispor <strong>de</strong> expressões simples queincorporem implicitamente o efeito das imperfeições iniciais e tensões residuais.Contudo, quando essas expressões são <strong>de</strong>senvolvidas ficam inevitavelmentelimitadas a um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> estrutura para a qual as imperfeições usadassão típicas. O conceito base [134,135] é <strong>de</strong> que a resistência <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>das imperfeições que realmente tem. Como tal informação é <strong>de</strong>sconhecida maspo<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita em termos probabilísticos, torna-se possível prever o valoresperado da resistência da placa com base na distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ocorrência.Se ( β , η,δ)φ for a resistência prevista, função explicita da esbelteza, tensõespresiduais e imperfeições, e φ a ( β)a resistência prevista por uma função <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteunicamente <strong>de</strong> β , então po<strong>de</strong>-se relacionar as duas através <strong>de</strong> um factor <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>lação, ( β , η,δ)B :( β, η,δ) = φ ( β) ⋅B( β,η δ)φ p a ,(111)O valor esperado para este factor po<strong>de</strong> ser usado para obter uma expressãosimples <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo somente <strong>de</strong> β:on<strong>de</strong>( β) = φ a ( β)Bφ (112)e∫∫∫( β η,δ) f ( β,η δ)B = B , β, η,δ , dβdηdδ(113)f ( β,η δ)β , η,δ ,é função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> conjunta dos trêsparâmetros que <strong>de</strong>finem a resistência da placa.É argumentado também que a distribuição po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita pelo produtodas três distribuições marginais porque elas se po<strong>de</strong>m consi<strong>de</strong>rar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.Os histogramas <strong>de</strong> dados recolhidos em diferentes navios mostra que asdiferenças não são gran<strong>de</strong>s entre os navios mercantes [135], mas o mesmo não sepo<strong>de</strong> dizer na comparação entre placas <strong>de</strong> navios tanques e <strong>de</strong> guerra [134]. Aforma genérica das equações obtidas com esse procedimento sãob eb=a1βa−22βon<strong>de</strong> a1e a2são coeficientes que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> navio e do nível <strong>de</strong>163


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadassegurança pretendido na equação <strong>de</strong> projecto.4.2.2 Formulação <strong>de</strong> Perry -RobertsonDwight e Little [136] basearam-se nas curvas europeias múltiplas <strong>de</strong>colunas as quais são apresentadas em função das imperfeições iniciais. Aresistência das placas reforçadas é suportada pelo método <strong>de</strong> Perry-Robertson[104,137]. Não concordando com o conceito genericamente aceite <strong>de</strong> larguraefectiva, adoptaram o conceito da tensão <strong>de</strong> cedência efectiva. Em consequênciadisso, as curvas <strong>de</strong> previsão da resistência dão uma tensão <strong>de</strong> cedência reduzidaem função <strong>de</strong> b/t. A tensão <strong>de</strong> cedência reduzida é então usada conjuntamente coma esbelteza <strong>de</strong> coluna λ como dados <strong>de</strong> entrada nas curvas da resistência <strong>de</strong>coluna. A acção da presença simultânea <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> corte é tambémconsi<strong>de</strong>rada. Outro aspecto interessante da formulação <strong>de</strong> Dwight e Little é aproposta <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> duas classes <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> placas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do níveldas tensões residuais.Carlsen [138] baseou-se na formulação <strong>de</strong> Perry-Robertson mas utilizando oconceito <strong>de</strong> largura efectiva para a placa associada. A tensão média no conjuntoplaca/reforço é dada por:σuφ = =σoAAet( 1 ) ( 1 )+ γ+ ε − + γ+ ε −4γ2γ2(114)on<strong>de</strong>γσ= o σe(115)δε = z c oie 2 (116)e z c é a distância do eixo neutro da placa reforçada efectiva até à fibra emcompressão mais afastada. Em consequência, no caso do colapso da placa essadistância é z p e no caso do colapso do reforço é z s . Carlsen ainda aconselha que atensão <strong>de</strong> Euler, σ , e o raio <strong>de</strong> giração da placa reforçada, i , sejam calculadoseconsi<strong>de</strong>rando a placa associada como totalmente efectiva, já que as correcções pelae164


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasutilização da largura efectiva produzem poucas alterações nos seus valores.δo = 0, 0015aA amplitu<strong>de</strong> da imperfeição inicial do reforço é assumida ser igual a. No caso da ruína à compressão da placa, é consi<strong>de</strong>rado tambémuma correcção para o <strong>de</strong>slocamento do eixo neutro <strong>de</strong>vido à perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong>da placa associada, resultando uma amplitu<strong>de</strong> corrigida dada por:⎛ A ⎞⎜tδ0= 0,0015a + zp− 1⎟(117)⎝ Ae⎠A largura efectiva da placa usada no cálculo da área seccional efectivadada por:⎧1,80,8b e ⎪ − ⇐ β > 1,0= ⎨ β 2β(118)b ⎪⎩1,0⇐ β < 1,0A eéb e ⎧1,1− 0,1β⇐ β > 1,0= ⎨(119)b ⎩1,0⇐ β < 1,0respectivamente para o caso da ruína induzida pela placa e da ruína induzida peloreforço.Esta formulação toma como referência imperfeições iniciais iguais a 0,01b etensões residuais <strong>de</strong> 0,2 σ o . É aconselhada a redução <strong>de</strong> 5% no valor da resistênciamáxima caso existam tensões residuais no reforço.Este método é a base da nota técnica da classificadora DNV [115] para aprevisão <strong>de</strong> resistência à encurvadura <strong>de</strong> placas reforçadas com reforçoscontínuos, introduzindo pequenas alterações, isto é, para a ruína do reforço atensão <strong>de</strong> cedência é substituída pela tensão crítica em placas com reforços muitoesbeltos e o parâmetro ε é aumentado se γ for alto; para a ruína da placa o<strong>de</strong>slocamento do eixo neutro <strong>de</strong>vido à perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> da placa associada éreduzido <strong>de</strong> 30% e consequentemente a resistência prevista vem aumentadacomparativamente à formulação original; adicionalmente é requerido um teste àresistência flexo-torcional do reforço, vulgarmente conhecido na literatura inglesapor ‘tripping’.165


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas4.2.3 Método da ABS4.2.3.1 Formulação geralO método proposto na Nota Técnica da Classificadora ‘American Bureau ofShipping’ (ABS) [139] recomenda que a resistência à encurvadura doslongitudinais e <strong>de</strong>mais reforços com chapa associada sejam tratados como vigascolunasentre os dois pontos <strong>de</strong> apoio, isto é, balizas, cavernas, vaus, etc., sujeitos acompressão axial e carga lateral.A carga <strong>de</strong> estado limite <strong>de</strong> projecto é <strong>de</strong>terminada pela expressão:σaAσeua ⋅Aσ+ mb≤ S m(120)σubon<strong>de</strong> os índices das tensões a, b and u referem respectivamente à compressão axial,flexão e máxima.Em compressão uniaxial dos painéis somente o primeiro termo é relevante,e então, a resistência máxima prevista segundo o procedimento proposto pela ABSvirá:φuσuaAeA= ⋅ = φeua(121)σ A Aoon<strong>de</strong> os índices das tensões tem o significado habitual.4.2.3.2 Resistência da placa associadaA resistência máxima da placa associada é <strong>de</strong>terminada pela equação (8) <strong>de</strong>Frankland para placas longas e que se relembra serσup≡ φuFr=2,25 1,25−β 2β( β > 1) a qual foi também adoptada pela U.S. Navy.Para placas largas, a ABS recomenda a formulação <strong>de</strong> Valsgaard com umamodificação que consiste na substituição, no primeiro termo, da equação <strong>de</strong>Faulkner para placas longas pela equação <strong>de</strong> Frankland:1 ⎛ 1 ⎞⎛1 ⎞σ0,08 1 ⎜1⎟up ≡ φuFr+ ⎜ − ⎟ + ≤ 1,0(122)α ⎝ α ⎠2⎝ β ⎠A resistência máxima dos elementos <strong>de</strong> placa, equações (8) e (122), <strong>de</strong>ve ser166


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasutilizada sempre que a tensão aplicada exce<strong>de</strong> a tensão crítica à encurvadura.A tensão crítica à encurvadura é <strong>de</strong>finida elasticamente pela tensão <strong>de</strong>Euler normalizada, φ e , conjuntamente com a parábola <strong>de</strong> Ostenfeld-Bleich, <strong>de</strong>forma a consi<strong>de</strong>rar o comportamento elastoplástico.Definindo a tensão normalizada <strong>de</strong> Euler por:2σ π 1φ ≡ee = k i(123)σ 12 βo2 2( 1 − ν )a tensão crítica à encurvadura é:⎧⎪⎨φ⎪ c⎩φc= φe= 1 − pr( 1 − p )r1φe⇐⇐φeφe≤ pr≥ prO limite proporcional recomendado é p r = 0, 6(124). O coeficiente varia comk ias condições <strong>de</strong> carga e o tipo <strong>de</strong> reforços. Em placas longask i<strong>de</strong>ve ser tomadoigual a 4 ou 4,4 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da rigi<strong>de</strong>z torcional dos reforços. Perfis barra e bolbosconsi<strong>de</strong>ram-se perfis torcionalmente fracos ( ki = 4,0) , enquanto ‘T’ e perfis emangulo são consi<strong>de</strong>rados resistentes à instabilida<strong>de</strong> flexo-torcional.Para placas largas<strong>de</strong>finida por:k ié também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da razão <strong>de</strong> dimensões e éon<strong>de</strong>:k i2⎛ 1 ⎞= ⎜1 + ⎟ . c2 2(125)⎝ α ⎠c 2 = 1,1 para perfis barra e bolbosc 2 = 1,2 para perfis em ‘T’ e ‘L’Contudo, nos testes <strong>de</strong> placas reforçadas em compressão uniforme que aquise apresentam, a tensão crítica dos elementos <strong>de</strong> placa é sempre excedida pelo quesomente as equações (8) e (122) <strong>de</strong>vem ser utilizadas.A Figura 91 compara a previsão <strong>de</strong> resistência da placa pelas formulaçõesmencionadas, mostrando que a fórmula <strong>de</strong> Faulkner é aproximadamente o valormédio das propostas <strong>de</strong> resistência máxima da ABS (equação <strong>de</strong> Frankland) e dométodo <strong>de</strong> Carlsen para falha da placa (PIF). A tensão crítica está bem abaixo das167


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasrestantes na região <strong>de</strong> comportamento elástico como seria <strong>de</strong> esperar.φFigura 911.00.90.80.70.60.50.40.30.20.10.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5βFaulknerFranklandPIFSIFCriticalComparação entre as previsões <strong>de</strong> resistência à compressão da placa associadautilizada no método <strong>de</strong> Faulkner, método <strong>de</strong> Carlsen para a ruína da placa associada(P.I.F.) e ruína do reforço (S.I.F.) e os critérios propostos pela ABS (Frankland ecrítica).A fórmula para a ruína do reforço (SIF) não é uma fórmula para a previsão<strong>de</strong> resistência da placa mas antes uma previsão da efectivida<strong>de</strong> da placa quandoda ruína do reforço.As gran<strong>de</strong>s diferenças entre estas diversas previsões <strong>de</strong> resistência tem umaimportância <strong>de</strong>cisiva na avaliação da resistência dos painéis reforçados e <strong>de</strong>ve sercomparada com as conclusões da análise dos painéis reforçados.4.2.3.3 Compressão axial dos reforçosA resistência máxima da viga coluna constituida por reforço e placaassociada, sob a acção <strong>de</strong> compressão axial, po<strong>de</strong> ser obtida a partir da equação(124) consi<strong>de</strong>rando que a tensão normalizada <strong>de</strong> Euler da viga coluna é dada por:σ2e πφ e ≡ =σ 2o λeσuaσoon<strong>de</strong> a esbelteza <strong>de</strong> coluna é:= φc(126)168


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadaslλ =rσ oE(127)A resistência do painel não po<strong>de</strong>rá exce<strong>de</strong>r a tensão limite flexotorcional doreforço. A <strong>de</strong>terminação da tensão limite flexotorcional do reforço segue oprocedimento <strong>de</strong> Ostenfeld-Beich para consi<strong>de</strong>rar os efeitos elastoplasticos sempreque a tensão limite flexotorcional do reforço exce<strong>de</strong> o limite proporcional.4.2.4 Instabilida<strong>de</strong> dos reforçosA maioria dos métodos <strong>de</strong> projecto não consi<strong>de</strong>ra explicitamente a ruína doflexotorcional do reforço como critério <strong>de</strong> falha. O critério normalmente adoptadoconsiste em projectar os reforços <strong>de</strong> tal forma que a ruína flexotorcional do reforçoseja sempre evitada; tal consegue-se através da imposição <strong>de</strong> geometria eespessuras mínimas para a alma e banzo. O colapso <strong>de</strong> natureza flexotorcional doreforço é normalmente súbito, conduzindo a uma perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargamuito rápida, com uma acentuada redistribuição <strong>de</strong> forças em toda a estrutura oque origina a ruína dos componentes adjacentes, pondo em perigo toda aestrutura, pelo que <strong>de</strong>ve ser evitada. Para perfis barra o problema é contornadoassegurando que a razão entre a altura e a espessura do reforço satisfaz a relação:ht≤cEσoon<strong>de</strong> c = 0,35≈ 0,37 .(128)Um outro aspecto importante dos critérios <strong>de</strong> projecto que em princípiopreten<strong>de</strong> garantir alguma segurança em relação à ruína do reforço, é a falta <strong>de</strong>formulações teóricas que tratem a<strong>de</strong>quadamente este tipo <strong>de</strong> colapsoespecialmente no domínio elastoplastico, tendo em conta todos os tipos <strong>de</strong>interacção principais.4.2.4.1 Tensão flexotorcional elástica do reforçoNão existem ainda muitos estudos relativos ao comportamentoflexotorcional do reforço. Este estudo socorreu-se dos trabalhos <strong>de</strong> Faulkner[100,101] e Adamchak [140] para <strong>de</strong>finir a resistência a este tipo <strong>de</strong> ruína, usando-169


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasos para <strong>de</strong>terminar a tensão flexotorcional crítica do reforço e para a estimar omodo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aquela tensão ter sido atingida o que permitecaracterizar o comportamento após o colapso. Esses autores basearam-se noprincípio <strong>de</strong> Rayleigh para obterem a tensão crítica elástica relativa a este tipo <strong>de</strong>ruína. Além disso introduziram algumas correcções com a intenções <strong>de</strong> abrangeros fenómenos <strong>de</strong> natureza elastoplastica e a ausência <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> da interacçãoentre a placa e o reforço.A expressão final inclui as contribuições da torção do reforço, da flexão doreforço perpendicularmente ao plano da placa associada, do empeno do reforço eda energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação elástica igualando-a à energia flexotorcional críticaelástica:222sa2 2m π ETpCI p σT= GJ + +(129)2a m πon<strong>de</strong> J é a constante à torção <strong>de</strong> St. Venant, T é um parâmetro <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>flexotorcional que inclui a flexão no plano do reforço<strong>de</strong>vidas ao empeno longitudinal Γ <strong>de</strong>finido da seguinte forma:ep2Izz e as contribuições2Tp= Izz+ Γ (130)C s é a rigi<strong>de</strong>z elástica <strong>de</strong> mola à rotação por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento da ligaçãoplaca reforço, a qual po<strong>de</strong> ser estimada como:3EtC s = (131)2, 73bA equação (129) consi<strong>de</strong>ra um constrangimento constante em toda a ligaçãodo perfil à chapa, mas po<strong>de</strong>-se obter uma aproximação mais precisa se tomar emconta a acção <strong>de</strong>stabilizadora das <strong>de</strong>formações na chapa resultantes docarregamento. Faulkner [101] propôs que o constrangimento rotacional fosseaproximado através <strong>de</strong> uma interacção linear baseada na análise docomportamento dinâmico <strong>de</strong> painéis <strong>de</strong> navios [141].CC s+σσcrσ= 1 ⇐ ≤ 2σcr(132)170


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadason<strong>de</strong> aσ cré a tensão crítica elástica para uma placa simplesmente apoiada:σcr=1222π ⎛ t ⎞ ⎡m0ba ⎤E⎜⎟ ⎢ +2⎥( 1 − ν ) ⎝ b ⎠ ⎣ a m0b⎦(133)Introduzindo as equações (132) e (133) na equação (129), a tensãoflexotorcional crítica vem dada por:2 2m π ET 2p Ca sGJ + +2 2 2a m πσT=(134)2Ca sI p + k2 2m π σcrO coeficiente k é uma tentativa para incluir a interacção entre a placa e oreforço tendo sido recomendado pelo proponentes os valores 1, 0, 0,5 e 0respectivamente para mo / m = 123 , , e superior a 3. Em teoria duas ressalvas<strong>de</strong>vem ser feitas a esta aproximação: primeiro, o terceiro valor <strong>de</strong>ve ser 0,33porque somente um terço da placa está a <strong>de</strong>stabilizar o reforço; segundo, se aplaca está a <strong>de</strong>stabilizar o reforço então o reforço ten<strong>de</strong> a estabilizar a placa pelo aplaca está sujeita a algum constrangimento rotacional, resultando que as condiçõesfronteira <strong>de</strong> simplesmente apoiada assumidas para a placa sejam <strong>de</strong> alguma formaconservadoras, prevendo-se uma resistência da placa inferior à real. Finalmenteformulação não consi<strong>de</strong>ra qualquer plastificação que ocorra na ligação placareforço; a existência <strong>de</strong> plastificação local reduz gran<strong>de</strong>mente a constante <strong>de</strong> molacom implicações directas na previsão da tensão crítica flexotorcional.4.2.4.2 Comportamento elasto-plásticoPara consi<strong>de</strong>rar o comportamento inelástico, Faulkner [101] recomendou ouso do módulo estruturalEE t em vez <strong>de</strong> E t a utilizar nas fórmulas <strong>de</strong>resistência à encurvadura, <strong>de</strong>vido à acção da flexão local, e um módulo tangente<strong>de</strong>finido pela parábola <strong>de</strong> Ostenfeld-Bleich:é dada por:Etφ=E pr( 1 − φ)( 1 − p )r(135)A tensão crítica flexotorcional elastoplástica do reforço com placa associada171


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasφφTiTi=φ= φTT2φ+ pon<strong>de</strong> se recomenda queTr2( 1 − p )p rr⇐ φ⇐ φTT> p< prr(136)seja tomado igual a 0,8 <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> uma faixarelativamente larga <strong>de</strong> tensões residuais <strong>de</strong> tracção. Contudo para navios emserviço, é mais realista tomar p r = 0,5 porque o nível <strong>de</strong> tensões residuais diminuisignificativamente no início da vida operacional do navio.É <strong>de</strong>finido ainda a tensão flexotorcional máxima suportada pelo painelatravés <strong>de</strong>:As+ betφ Tu = φTi(137)A + btson<strong>de</strong> a largura efectiva da placa associada b <strong>de</strong>ve ser calculada para a esbeltezaecorrespon<strong>de</strong>nte ao carregamento instantâneo, isto éβ = β o . ε Ti, usando aequação <strong>de</strong> Faulkner, eventualmente corrigida da forma como foi indicadoanteriormente; a aproximação utilizada para calcularb econsi<strong>de</strong>ra implicitamenteque o reforço tem um comportamento linear elástico até ser atingida a tensão σe portanto a extensão correspon<strong>de</strong>nte seráextensão média da placa.ε Ti = σ Ti /E que é simultaneamente aTi4.2.5 Calibração com os testesOs resultados experimentais disponíveis na literatura da especialida<strong>de</strong> jáforam referidos na secção 4.1.3.4.2.5.1 Análise dos resultados experimentaisA análise e comparação dos testes com os critérios <strong>de</strong> projecto é feitoatravés da razão entre a resistência prevista e a resistência dos testes. Assim acoluna i<strong>de</strong>ntificada como Faulkner na Tabela 16 representa a média das razõesentre a resistência prevista pela formulação <strong>de</strong> Jonhson-Ostenfeld, equação (103), ea resistência do teste correspon<strong>de</strong>nte. Para a coluna i<strong>de</strong>ntificada por Carlsen, foiusada a equação (114), suportada pela equação (118) para a falha induzida pelaplaca e pela equação (119) para a falha induzida pela reforço. No caso da ABS, a172


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasprevisão baseia-se na equação (121) usando a equação (8) <strong>de</strong> Frankland paraavaliar a resistência da placa e as equações auxiliares (123), (124) e (126).Os resultados estão apresentados por origens <strong>de</strong> forma a permitir ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sta possível fonte <strong>de</strong> erro, por estar relacionado com a maneiracomo os ensaios são conduzidos; a compilação dos resultados por tipo <strong>de</strong>soldadura e condições fronteira utilizadas são também apresentadasseparadamente na Tabela 16.MédiasMÉTODO FAULKNER CARLSEN ABS-UPS ABS-CPS n.ºORIGEM P.I.F. S.I.F. s/ trip. c/ trip. s/ trip. c/ trip ObsFAULKNER [123]aFAULKNER [123]bMATHEWSON [122]RUTHERFORD [108]HORNE [125,142]SMITH [116]1.2221.0031.0280.9901.0301.0221.0390.8170.7310.9530.9440.8740.9240.8290.8150.9260.8970.8711.1400.9570.9610.8510.9351.0430.9820.9490.9720.9720.9780.9481.4571.2941.4161.0271.1481.1381.2651.2741.2501.2741.2751.2421.4131.1941.2921.0271.0371.1121.1831.1251.0651.2041.1701.1251.1310.8820.8470.9330.9870.8890.9710.9210.9010.9780.9590.9271.0930.8240.7530.9330.8870.7600.9150.7980.7480.9310.8810.841182417544779363382115101Soldadura continuaSoldadura intermitente1.0611.020TODOS-Encastrados 1.003TODOS-Simples. Ap. 1.066TODOS1.052TODOS*1.020COEFICIENTE DE VARIAÇÂOMETODO FAULKNER CARLSEN ABS-UPS ABS-CPSORIGEM P.I.F. S.I.F. s/ trip c/ tripp s/ trip c/ trippFAULKNER [123]aFAULKNER [123]bMATHEWSON [122]RUTHERFORD [108]HORNE [125,142]SMITH [116]Soldadura continuaSoldadura intermitenteTODOS-EncastradosTODOS-Simples. Ap.TODOSTODOS*Tabela 160.1160.0620.1190.0800.1070.1610.1310.0950.0990.1260.1260.1030.1620.1810.1810.0470.1450.2710.1930.1830.1650.1950.1960.1900.1280.1830.1880.1510.1200.0620.1540.1690.1490.1630.1630.1510.1980.2240.1890.1970.1500.1640.2160.1710.2450.1970.2130.1640.1080.1120.1340.1080.1000.2700.1250.1870.2060.1080.1740.4700.2170.1810.2220.2490.1580.1230.2190.1830.216 0.305 0.118 0.1600.203 0.194 0.154 0.2050.211 0.238 0.153 0.2220.204 0.222 0.138 0.213* Dados analisados sem a ref. FAULKNER [123]aComparação dos diversos métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência organizados por origemdos testes, tipo <strong>de</strong> soldadura (continua e intermitente) e condições fronteira nos toposcarregados (encastrado e simplesmente apoiado). A previsão <strong>de</strong>nominada ABS-UPSusa a resistência máxima da placa dada pela equação (8) e previsão ABS-CPS utiliza aequação (123).O método <strong>de</strong> Faulkner parece ser o mais fiável para todas as origens <strong>de</strong>dados disponíveis com excepção <strong>de</strong> uma origem, Faulkner a) como indicado naTabela 16. A média geral das previsões normalizadas pelos resultadosexperimentais respectivos é 1,05 com um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 13%. Estadispersão relativamente alta <strong>de</strong>ve-se principalmente ao valor médio muito alto epouco usual <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> teste orientados por Faulkner, os quais apresentam173


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasem média cerca <strong>de</strong> 20% menos resistência do que a prevista, qualquer que seja ométodo <strong>de</strong> previsão consi<strong>de</strong>rado.Para esta série <strong>de</strong> testes a resistência é muito baixa o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido aum procedimento incorrecto e sistemático durante a execução dos ensaios ou<strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong> diferença existente entre a tensão <strong>de</strong> cedência da placa e a doreforço; por esta última razão tornou-se claro a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finirobjectivamente a tensão <strong>de</strong> cedência a utilizar nos métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência sempre que estes dois valores sejam díspares.A escolha mais lógica e mais utilizada é consi<strong>de</strong>rar a tensão <strong>de</strong> cedênciacomo resultado da pon<strong>de</strong>ração das áreas seccionais pelas respectivas tensões <strong>de</strong>cedência da placa σ e do reforçoopσ os :σo=AsσosAs+ Ap+ A. σpop(138)Quando esta origem, Faulkner a) da Tabela 16, é removida da base <strong>de</strong>dados, todos os métodos apresentam melhores valores do coeficiente <strong>de</strong> variação.Mas, também nestas condições, o método <strong>de</strong> Faulkner continua a ser o mais fiáveltendo um valor médio <strong>de</strong> 1,02 e um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 10% igual aoatribuído por Faulkner aos erros sistemáticos avaliados através <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong>ensaios executados especificamente para o efeito. É também muito importantenotar a concordância entre todas as fontes <strong>de</strong> dados quando este método éaplicado.Além disso, o método <strong>de</strong> Faulkner não mostra qualquer tendênciaassinalável quando os resultados são postos em função <strong>de</strong> β e λ, tal como se po<strong>de</strong>constatar na Figura 92 e seguinte.O método <strong>de</strong> Carlsen tem uma dispersão <strong>de</strong> resultados maiores, maispropriamente um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 16% quando se consi<strong>de</strong>ra comoprevisão o valor mínimo entre a ruína induzida pela placa e a ruína induzida peloreforço, referida como PIF e SIF nas tabelas. Este método mostra-se conservadorcom uma média <strong>de</strong> 0,842 quando o mínimo <strong>de</strong> PIF e SIF é utilizado, o que po<strong>de</strong>significar que o método implicitamente inclui um factor <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 1,15.Contudo a incerteza associada à gran<strong>de</strong> dispersão dos resultados anula <strong>de</strong> alguma174


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasforma a margem <strong>de</strong> segurança incluída na média. A análise em separado dos doiscritérios <strong>de</strong> ruína mostra que o método baseado na ruína do reforço tem um valormédio muito perto <strong>de</strong> 1 e um <strong>de</strong>svio padrão mais pequeno do que a dispersão dométodo baseado na ruína da placa, mas ainda assim o coeficiente <strong>de</strong> variaçãomantém-se em níveis muito elevados (COV=16%).Por outro lado, o método da ABS é bastante optimista, resultando em média27% mais elevado do que os resultados experimentais sem consi<strong>de</strong>rar o colapsoflexotorcional (tripping) e 17% se este for tomado em linha <strong>de</strong> conta na forma<strong>de</strong>scrita na secção 4.2.4. O coeficiente <strong>de</strong> variação é 21% e 24% respectivamente.Estes resultados po<strong>de</strong>m ser interpretados como se a formulação <strong>de</strong> ruínaflexotorcional quando aplicada conjuntamente com o método da ABS previssevalores muito baixos <strong>de</strong> resistência comparativamente aos avaliados através daruína por flexão da coluna. Como se po<strong>de</strong> constatar pela Figura 95 e paraesbeltezas <strong>de</strong> coluna baixas, a resistência à encurvadura da coluna ésubstancialmente maior do que a resistência por ruína do reforço. Este aspecto émais notório sempre que a esbelteza da placa associada é elevada, Figura 94, isto é,para perfis pouco equilibrados com reforços pouco esbeltos associados a chapasmuito esbeltas.φprevista/φteste2.01.8FAULKNER CARLSEN1.61.41.21.00.80.60.40.20.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5βFigura 92Normalização da previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas pelos resultados dosensaios em função da esbelteza da placa associada, β.175


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas2.01.81.6FAULKNERCARLSEN1.4φprevista/φteste1.21.00.80.60.40.20.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0λFigura 93Normalização da previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas pelos resultados dosensaios em função da esbelteza <strong>de</strong> coluna, λ.2.01.81.61.4φprev./φteste1.21.00.80.60.40.2sem trippingcom tripping0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5βFigura 94Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dos testes emfunção da esbelteza da placa β, utilizando a resistência máxima da placa.176


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasφprev./φteste2.01.81.61.41.21.00.80.60.40.2sem trippingcom tripping0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0λFigura 95Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dos testes emfunção da esbelteza <strong>de</strong> coluna λ, utilizando a resistência máxima da placa.Como este método é em tudo semelhante ao <strong>de</strong> Faulkner com excepção naprevisão da resistência da chapa associada, para a qual é utilizada a equação <strong>de</strong>Frankland em vez da expressão <strong>de</strong> Faulkner, po<strong>de</strong>-se concluir que a diferença <strong>de</strong>22% no valor médio é resultado da ampliação dos 10% <strong>de</strong> diferença entre estasduas formulações da largura efectiva da placa, Figura 91.Se a largura efectiva for <strong>de</strong>finida nas condições <strong>de</strong> serviço, isto é, através datensão crítica (124), e for utilizada no cálculo da área e do momento <strong>de</strong> inércia doperfil então o método da ABS torna-se muito ligeiramente conservativo, valormédio <strong>de</strong> 0,96, apresentando um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 15%. A utilizaçãosimultânea do critério <strong>de</strong> ruína por instabilida<strong>de</strong> do reforço torna este métodomuito conservador, passando <strong>de</strong> 4,1% para 11,0%, e a dispersão aumentasubstancialmente (o COV aumenta para 22%), o que confirma <strong>de</strong> alguma formaque a formulação da ruína flexotorcional do reforço necessita <strong>de</strong> melhoramentos,especialmente no que concerne aos efeitos <strong>de</strong> natureza elasto-plástica e nainteracção do reforço com a placa associada. Da Figura 96 e seguinte, é evi<strong>de</strong>nteque a formulação <strong>de</strong> ruína do reforço só afecta as placas reforçadas com baixaesbelteza <strong>de</strong> coluna e é mais ou menos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da esbelteza da placaassociada. No entanto, teoricamente para esta gama <strong>de</strong> esbelteza <strong>de</strong> coluna, o177


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadascolapso é dominado por fenómenos elasto-plásticos <strong>de</strong>vidos à flexão da colunasem interacção aparente com a ruína flexotorcional do reforço.φprev/φteste2.01.81.61.41.21.00.80.60.40.2sem trippingcom tripping0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5βFigura 96Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dos testes emfunção da esbelteza <strong>de</strong> coluna β, utilizando a resistência crítica da placa.φprev./φteste2.01.81.61.41.21.00.80.60.40.2sem trippingcom tripping0.00.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0λFigura 97Previsão da resistência segundo a ABS normalizada pelos resultados dos testes emfunção da esbelteza <strong>de</strong> coluna λ, utilizando a resistência crítica da placa.178


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasUma solução para este problema parece consistir em consi<strong>de</strong>rar unicamenteas tensões crítica flexotorcional elástica quando ela for inferior à tensão <strong>de</strong>encurvadura da coluna, ignorando eventuais fenómenos elasto-plásticos. Existemduas razões que tornam viáveis esta simplificação: a primeira está directamenterelacionada com o tipo <strong>de</strong> perfis, conjunto reforço e chapa, normalmenteutilizados em navios, os quais são projectados para que a ruína por flexão dacoluna ocorra primeiro do que a ruína por instabilida<strong>de</strong> lateral ou torsional doreforço; a outra está associada à natureza da ruína lateral ou torsional <strong>de</strong> reforços‘fracos’. Para este tipo <strong>de</strong> reforços, por exemplo perfis barra <strong>de</strong> espessura inferior àda chapa associada, a ocorrência prematura da falha do reforço dá-se no domínioelástico <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ter gran<strong>de</strong> relevância quaisquer fenómenos elasto-plásticos.Da Figura 98 à Figura 101 apresentam-se as distribuições <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência dos diversos métodos normalizados pelos resultados dos testes,confirmando-se a concentração <strong>de</strong> resultados na gama <strong>de</strong> 0,95 a 1,1 quando ométodo <strong>de</strong> Faulkner é utilizado. Também as previsões da ABS apresentam umadistribuição aproximadamente normal, Figura 101.302520Frequência1510500,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0φ prevista /φ testeFigura 98Distribuição dos resultados do método <strong>de</strong> Faulkner normalizados pelos testes.179


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasFrequência302520151050PIFSIF0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0φ prevista /φ testeFigura 99Distribuição dos resultados do método <strong>de</strong> Carlsen normalizados pelos testes.302520Frequência1510500,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0φ prevista /φ testeFigura 100 Distribuição dos resultados do método da ABS usando a equação <strong>de</strong> Franklandnormalizados pelos testes.302520Frequência1510500,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0φ prevista /φ testeFigura 101 Distribuição dos resultados do método da ABS usando a equação <strong>de</strong> resistência críticada placa normalizados pelos testes.180


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasDe forma a estudar a (in)<strong>de</strong>pendência dos diversos métodos relativamenteà resistência efectiva, as previsões normalizadas pelos resultados dos testes sãoapresentadas em função da resistência das placas reforçadas nos testes, porque aresistência apresentada pelos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placa ensaiados incorporam sempre esimultaneamente a influência dos dois principais parâmetros: a esbelteza da placae a esbelteza da coluna.Da Figura 102 à Figura 105 mostram-se esses gráficos para os diversosmétodos, constatando-se que o método <strong>de</strong> Faulkner não apresenta nenhumatendência marcada com a resistência do painel e a dispersão para placas comtensões máximas baixas não aumentada substancialmente.2,0Resistência Prevista/Resistência do Teste1,81,61,41,21,00,80,60,40,20,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4Resistência do testeFigura 102 Método <strong>de</strong> Faulkner. Comparação entre a resistência prevista normalizada peloresultado do ensaio respectivo em função da resistência obtida no ensaio.2,0Resistência Prevista/Resistência do Teste1,81,61,41,21,00,80,60,40,20,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4Resistência do testeFigura 103 Método <strong>de</strong> Carlsen. Comparação entre a resistência prevista normalizada peloresultado do ensaio respectivo em função da resistência obtida no ensaio.181


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas2,0Resistência Prevista/Resistência do Teste1,81,61,41,21,00,80,60,40,20,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4Resistência do testeFigura 104 Método da ABS usando a tensão máxima sem instabilida<strong>de</strong> do reforço, normalizadopelo teste e em função da resistência do teste2,0Resistência Prevista/Resistência do Teste1,81,61,41,21,00,80,60,40,20,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4Resistência do testeFigura 105 Método da ABS usando a tensão critica sem instabilida<strong>de</strong> do reforço, normalizadopelo teste e em função da resistência do testePor seu lado, o método da ABS, utilizando a fórmula da tensão máxima daplaca, tem uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da resistência dos testes aumentando muito adispersão <strong>de</strong> resultados para resistência baixas. Este facto, resultado dasubstituição <strong>de</strong> uma única fórmula vem <strong>de</strong>monstrar a importância da correctaprevisão da resistência da placa associada na <strong>de</strong>terminação da resistência àcompressão da coluna.A melhor concordância entre as teorias e os testes é obtida para placasreforçadas com tensões <strong>de</strong> colapso superiores a 80% da tensão <strong>de</strong> cedência. Estagama <strong>de</strong> resistências é característica <strong>de</strong> placas reforçadas com comportamentopredominantemente plástico, mas também aí os métodos baseados na formulação<strong>de</strong> Jonhson-Ostenfeld mostram-se superiores aos métodos baseados na formulação182


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas<strong>de</strong> Perry-Robertson, estando os primeiros muito próximos da unida<strong>de</strong> enquantoos segundos se afastam ligeiramente.4.2.6 Pressão lateral e compressãoA pressão lateral <strong>de</strong>vido à água do mar ou ao carregamento está semprepresente nos componentes estruturais, quer sejam estes placas ou placasreforçadas. Em consequência, é importante conhecer a sua influência na resistênciaà compressão axial dos elementos reforçados.Alguns dos métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência à compressão nãoconsi<strong>de</strong>ram explicitamente a pressão lateral por se tomar como irrelevante os seusefeitos sempre que a pressão não exce<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados valores relativamentebaixos, que é o caso dos níveis <strong>de</strong> pressão lateral presente em condições normais<strong>de</strong> operação para navios <strong>de</strong> formas vulgares. Além disso, em alguns casos, apresença <strong>de</strong> pressão lateral po<strong>de</strong> induzir um aumento <strong>de</strong> resistência, como porexemplo em algumas placas <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões elevadas, por <strong>de</strong>senvolver<strong>de</strong>formações no modo fundamental ao qual correspon<strong>de</strong> normalmente umaresistência acrescida relativamente à das placas com modos das imperfeiçõesiniciais críticos ou mistos, pressupondo uma razão <strong>de</strong> dimensões superior a um.Este aumento na resistência po<strong>de</strong> cancelar a contribuição negativa resultante daflexão inicial da viga coluna <strong>de</strong>vido à pressão lateral.Esta contribuição globalmente positiva para a resistência da placa reforçadapo<strong>de</strong> ser encontrada em vigas colunas em compressão cujo colapso seja originárioda placa associada, mas, para o caso da falha induzida pelo reforço a contribuiçãoé muito menos marcada.Em parte, <strong>de</strong>vido a esta dualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamento o método <strong>de</strong>Faulkner não inclui nenhuma correcção para o efeito da pressão lateral enquantoque o método <strong>de</strong> Carlsen po<strong>de</strong> suportar essa contribuição introduzindo umaimperfeição inicial fictícia no reforço igual à da <strong>de</strong>formada da viga sob a acçãoisolada da pressão lateral.O método da ABS utiliza uma condição limite, equação (120), a qualconsi<strong>de</strong>ra a influência da pressão lateral através do termo <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> viga183


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadaspresente no segundo termo do primeiro membro da equação (120), on<strong>de</strong> m é umfactor <strong>de</strong> ampliação eσ ubé a resistência máxima da placa à flexão. Como aequação limite é linear, a redução na resistência à compressão axial po<strong>de</strong> sercalculada mesmo para valores pequenos da pressão lateral o que parece ser umpouco conservador para placas reforçadas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas.4.2.6.1 Testes disponíveisSmith [116] executou quatro testes <strong>de</strong> placas reforçadas com pressão lateral<strong>de</strong> entre os onze que ensaiou no total. A geometria <strong>de</strong>sses painéis é semelhantesaos dos ensaiados sem pressão lateral, pelo que a comparação e análise do impactoda pressão lateral ficou bem visível. Os níveis <strong>de</strong> pressão lateral usados são damesma amplitu<strong>de</strong> daqueles a que estão sujeitos as placas do casco <strong>de</strong> navios.Kondo e Ostapenko [143] testaram dois pequenos painéis, simplesmenteapoiados, com a mesma pressão lateral mas diferentes esbelteza <strong>de</strong> coluna e daplaca associada. O material utilizado foi aço <strong>de</strong> alta resistência com uma tensão <strong>de</strong>cedência <strong>de</strong> 275MPa e os painéis foram fabricados por soldadura.Dean e Dowling [144] testaram três painéis simplesmente apoiados ereforçados por oito perfis. Os painéis foram fabricados em aço normal porsoldadura. Transversalmente existiam duas balizas espaçadas <strong>de</strong> 742mm e os vãosextremos estavam mais reforçados do que o vão mediano <strong>de</strong> forma a induzir ocolapso neste último. Foram usados dois níveis <strong>de</strong> pressão lateral.Dubois [145] orientou a execução <strong>de</strong> cinco testes, dois dos quais em painéisreforçados transversalmente. Cada série tinha a mesma geometria utilizando-seníveis diferentes <strong>de</strong> pressão lateral. A tensão <strong>de</strong> cedência do aço era <strong>de</strong> 295MPa eos painéis também eram soldados.4.2.6.2 Análise dos resultados experimentaisA análise dos resultados dos testes <strong>de</strong> placas reforçadas sujeitas à acção dapressão lateral e compressão simultânea é bastante complicada porque envolve acontribuição <strong>de</strong> três parâmetros muito importantes além <strong>de</strong> ser afectada por umgran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> parâmetros secundários. Dos parâmetros principais contam-sea esbelteza <strong>de</strong> placa, a esbelteza <strong>de</strong> coluna e a pressão lateral; os secundários, com184


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasmaior ou menor importância, apontam-se as imperfeições iniciais, as tensõesresiduais e a forma <strong>de</strong> carregamento, entre outros. Por essa razão, e dado onúmero reduzido <strong>de</strong> ensaios, só é possível obter uma informação qualitativa.Da Tabela 17 infere-se que todos os métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência dãobons resultados tanto em termos do valor médio como do coeficiente <strong>de</strong> variação.A média global da tensão média prevista normalizada pela tensão média dostestes varia entre 0,97 para o método <strong>de</strong> Carlsen (SIF) e 1,12 para o mesmo métodomas com falha da placa (PIF). O coeficiente <strong>de</strong> variação é semelhante em todos oscasos e situa-se próximo dos 11%. O <strong>de</strong>svio padrão parcial relativamente àsdiversas origens é irrelevante <strong>de</strong>vido ao baixo número <strong>de</strong> resultados disponíveisem cada <strong>de</strong>las.A <strong>de</strong>pendência dos resultados dos testes, normalizados pela resistênciaprevista à compressão pelo método <strong>de</strong> Faulkner relativamente aos três principaisparâmetros é apresentada na Figura 106 e seguintes, respectivamente, à pressãolateral, esbelteza da placa e da coluna.Tabela 17MédiaMétodo FAULKNER CARLSEN ABS N.ºOrigem P.I.F S.I.F Pr. Lateral ObsKONDO 1,119 1,023 1,091 1,038 2DUBOIS 1,149 0,943 1,255 1,169 3SMITH 1,055 0,961 1,005 0,933 4TODOS 1,101 0,968 1,115 1,035 9Coeficiente <strong>de</strong> VariaçãoMétodo FAULKNER CARLSEN ABS N.ºOrigem P.I.F S.I.F Pr. Lateral ObsKONDO 0,188 0,273DUBOISSMITHTODOS0,0920,0730,1020,0920,1540,1490,098 0,0560,092 0,0540,0780,1230,0730,119Comparação dos diferentes métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência organizados pororigem dos testes.Os teste <strong>de</strong> Dubois têm o mesmo β e λ por forma a tornar mais fácil oestudo da influência da pressão lateral. Nestas condições e dada a insensibilida<strong>de</strong>do método <strong>de</strong> Faulkner à pressão lateral, a previsão é a mesma, pelo que se concluido gráfico que a pressão lateral tem uma acção <strong>de</strong>gradante da resistência à2349185


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadascompressão da placa reforçada, Figura 106.1,5Tensão do teste/Tensão prevista1,41,31,21,11,00,90,80,70,6SmithKondoDubois0,50,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12Q LFigura 106 Testes <strong>de</strong> placas com pressão lateral (em MPa) e compressão uniaxial pelo método <strong>de</strong>Faulkner1,5Tensão do teste/Tensão prevista1,41,31,21,11,00,90,80,70,6SmithKondoDubois0,51,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0βFigura 107 Testes <strong>de</strong> placas com pressão lateral (em MPa) e compressão uniaxial pelo método <strong>de</strong>Faulkner. Dependência da esbelteza <strong>de</strong> placa.Ao contrário, os ensaios <strong>de</strong> Smith parecem, aparentemente, indicar umaumento da resistência com a pressão lateral. Contudo esta tendência não po<strong>de</strong> sertotalmente confirmada porque os outros dois parâmetros principais variam: na186


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasFigura 108 é bem evi<strong>de</strong>nte a tendência <strong>de</strong>crescente com a esbelteza <strong>de</strong> coluna, oque impe<strong>de</strong> a retirada <strong>de</strong> qualquer conclusão sobre a acção da pressão lateral.Os dois testes <strong>de</strong> Kondo têm λ and Q semelhantes e uma esbelteza daplaca associada β diferente: um dos mo<strong>de</strong>los tem uma placa associada espessaenquanto o outro tem uma placa esbelta. O método <strong>de</strong> Faulkner mostra-se<strong>de</strong>masiado pessimista no primeiro caso e bastante próximo do valor do teste nocaso da placa esbelta, como se po<strong>de</strong> ver na Figura 107.L1,5Tensão do teste/Tensão prevista1,41,31,21,11,00,90,80,70,6SmithKondoDubois0,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5λFigura 108 Testes <strong>de</strong> placas com pressão lateral (em MPa) e compressão uniaxial pelo método <strong>de</strong>Faulkner. Dependência da esbelteza <strong>de</strong> coluna.Mais interessante é a comparação entre os resultados dos testes em painéissemelhantes com e sem pressão lateral, cujos resultados se resumem na Figura 109e seguintes. Nesta série <strong>de</strong> testes a <strong>de</strong>pendência da formulação <strong>de</strong> Faulknerrelativamente à esbelteza <strong>de</strong> coluna λ é evi<strong>de</strong>nte tanto para os casos <strong>de</strong> painéiscom pressão lateral como sem ela. Contudo a <strong>de</strong>pendência é mais marcada naausência <strong>de</strong> pressão lateral, o que significa que a presença <strong>de</strong> pressão lateral ten<strong>de</strong>a diminui a dispersão dos resultados, o que po<strong>de</strong> ser justificado pelo efeitoestabilizador da pressão lateral no <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>de</strong>formada da placaassociada e do reforço, induzindo uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação semelhante.Em face do exposto, po<strong>de</strong>-se concluir que a análise dos resultados187


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasexperimentais não permite retirar conclusões <strong>de</strong>finitivas acerca da acção<strong>de</strong>gradante da pressão lateral na resistência à compressão <strong>de</strong> placas reforçadas.1,51,4Tensão do teste/Tensão prevista1,31,21,11,00,90,80,70,60,50,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12Q LFigura 109 Ensaios em painéis <strong>de</strong> Smith normalizados pela formulação <strong>de</strong> Faulkner: <strong>de</strong>pendênciado parâmetro <strong>de</strong> pressão lateral.1,51,4Tensão do teste/Tensão prevista1,31,21,11,00,90,80,7POP OPOOP0,60,51,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0βFigura 110 Ensaios em painéis <strong>de</strong> Smith normalizados pela formulação <strong>de</strong> Faulkner: <strong>de</strong>pendênciada esbelteza β para os testes com (P) e sem pressão lateral (0).188


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas1,51,4Tensão do teste/Tensão prevista1,31,21,11,00,90,80,7OPPOOPPO0,60,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5λFigura 111 Ensaios em painéis <strong>de</strong> Smith normalizados pela formulação <strong>de</strong> Faulkner: <strong>de</strong>pendênciada esbelteza λ para os testes com (P) e sem pressão lateral (0).Contudo a dispersão dos resultados normalizados parece diminuir napresença <strong>de</strong> pressão lateral quando comparada com a dispersão dos resultadosdos testes sem pressão lateral. Também o elevado número <strong>de</strong> origens dos testescomparativamente ao número total dos mesmos contribui para a dificulda<strong>de</strong> emretirar mais informação já que as técnicas utilizadas são diferentes e os resultadosdos testes são muito sensíveis às variações na preparação e execução dos mesmos.Para os casos <strong>de</strong> placas sujeitas a compressão biaxial com ou sem pressão lateralpo<strong>de</strong>m ser utilizadas as equações <strong>de</strong> projecto propostas recentemente [93,97].4.3 Estudo SistemáticoForam estudadas numericamente várias placas reforçadas características <strong>de</strong>navios, através <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> elementos finitos [146]. Os mo<strong>de</strong>los sãoconstituídos por uma placa suportada por um reforço em posição central elongitudinal.4.3.1 Condições <strong>de</strong> fronteira dos mo<strong>de</strong>losAs condições <strong>de</strong> fronteira genéricas impostas assumem simetria em ambos189


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasos bordos as quais são lateralmente inamovíveis, isto é, bordos restringidos, esimetria verticalmente móvel nos topos representando o meio do vão entrebalizas. No centro do mo<strong>de</strong>lo impuseram-se condições fronteira que simulam ainfluência da baliza: imobilida<strong>de</strong> vertical dos nós pertencentes à placa emanutenção da condição plana da secção correspon<strong>de</strong>nte à ligação à baliza. Aoperfil, nesta secção, é negada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento lateral <strong>de</strong>vido à suasoldadura à baliza.Na Tabela 18 resumem-se as condições fronteira utilizadas.Grau <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong> Topo Móvel Baliza Topo FixoElemento PL AR FR PL AR FR PL AR FRDeslocamento X DI DI DI L L L R R RDeslocamento Y L L L R R R L L LDeslocamento Z L L L R L L L L LRotação RX L L L R R R L L LRotação RY R R R R R R R R RRotação RZ R R R R R R R R RTabela 18Condições fronteira dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placas reforçadas. Chave: PL - Placa; AR - Almado reforço; FR - Banzo do reforço; DI - Deslocamento imposto; L - Livre; R -Restringido.4.3.2 Caracterização geométricaOs elementos <strong>de</strong> placas escolhidos apresentam uma razão b/t <strong>de</strong> 40, 50 e 80,sendo os dois primeiros representativos <strong>de</strong> construção tradicional e o terceirotípico <strong>de</strong> construções militares ou <strong>de</strong> navios em aço <strong>de</strong> alta resistência. A razão <strong>de</strong>dimensões da placa escolhida é <strong>de</strong> 3.As imperfeições iniciais dos elementos placas foram geradas <strong>de</strong> acordo comas condições fronteira, por forma a manter as simetrias, e formadas por trêscomponentes: uma configuração global <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação da placa que assume doismodos (m=n=1 e 3) e duas amplitu<strong>de</strong>s das sinusói<strong>de</strong>s, 2 e 5mm; uma configuraçãoque caracteriza basicamente o reforço e que assume duas amplitu<strong>de</strong>s, 2 e 5mm; euma distorção do topo do reforço <strong>de</strong> 1mm <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> a meio vão entre balizas,Tabela 19.190


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasImperfeições Barra Perfil ‘L’Placa Reforço w11 w31 w11 w315mm 2mm BF B TF T2mm 5mm CF C LF LTabela 19Classificação dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placas reforçadas e combinações utilizadas.Preten<strong>de</strong>-se, assim, promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõesassociados aos três modos <strong>de</strong> colapso fundamentais: ruína da placa, ruína doreforço por flexão e por instabilida<strong>de</strong> torcional. Qualquer <strong>de</strong>stes tipos <strong>de</strong> ruína,apesar <strong>de</strong> não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rem directamente da forma e amplitu<strong>de</strong> das imperfeiçõesiniciais, po<strong>de</strong>rão ser estimulados individualmente por estas duas característicasgeométricas <strong>de</strong> cada placa reforçada em particular.Com estas duas componentes geraram-se dois grupos <strong>de</strong> placas: o primeirocom amplitu<strong>de</strong> no modo fundamental, série *F, e a segunda com o modo críticopredominante. Estas diferentes imperfeições originarão modos <strong>de</strong> colapsodiferentes e, consequentemente, todo o comportamento do elemento reforçadoserá afectado. As séries C e L, por oposição às séries B e T, têm uma imperfeição nabase do reforço maior do que a amplitu<strong>de</strong> da imperfeição da placa.4.3.3 Descrição das proprieda<strong>de</strong>s do materialO material utilizado tem tensão <strong>de</strong> cedência <strong>de</strong> 240MPa e módulo <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 210GPa, excepto nas séries *M, *N e *H, em que se usou aço <strong>de</strong> altaresistência com tensão <strong>de</strong> cedência <strong>de</strong> 320MPa respectivamente no reforço, naplaca associada e simultaneamente nos dois. A utilização <strong>de</strong> diferentesproprieda<strong>de</strong>s do material acarreta, para a mesma geometria, diferentes esbeltezasda placa reforçada e da placa associada. A tensão equivalente é calculada pelapon<strong>de</strong>ração das tensões <strong>de</strong> cedência dos materiais pelas áreas respectivas através<strong>de</strong>:σ⋅ A+ σ⋅ Aop p or rσ eq =(139)Ap+ ArEste é o critério normalmente utilizado na literatura [39,147] apesar <strong>de</strong> a suajusteza ser facilmente criticável porque os alongamentos <strong>de</strong> cedência sãodiferentes nos dois materiais o que faz com que um dos componentes possa estar191


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasno domínio plástico enquanto o outro está no elástico, correspon<strong>de</strong>ndo a cada umcomportamentos muito diferenciados. Depen<strong>de</strong>ndo da conjugação <strong>de</strong> diversosfactores, a utilização da tensão mínima como tensão <strong>de</strong> referência po<strong>de</strong> apresentarmelhores resultados quando comparados com os resultados experimentaisdisponíveis [40].4.3.4 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> elementos finitos e resultados numéricosOs mo<strong>de</strong>los criados são constituídos por uma placa com reforço associado:as placas tem dimensões <strong>de</strong> 3000 por 1000mm e espessuras <strong>de</strong> 25, 20 e 12,5mm aque correspon<strong>de</strong>m a esbelteza <strong>de</strong> 40, 50 e 80, respectivamente; a malha temdimensões <strong>de</strong> 100 por 100mm resultando num total <strong>de</strong> 300 elementos na placa com8 nós cada do tipo TCS8. O número <strong>de</strong> elementos no reforço é 120 na alma comdimensões <strong>de</strong> 50 por 40mm cada e 60 no banzo, quando existente, do mesmo tipodos anteriores.Os resultados obtidos po<strong>de</strong>m-se agrupar por esbelteza para melhori<strong>de</strong>ntificar as diferenças resultantes das imperfeições iniciais.O código alfanumérico utilizado tem o seguinte significado:Primeiros dois algarismos – razão b/t da placa associadaB – perfil barraC – perfil barra com imperfeições iniciais da placa <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>elevadaT – perfil ‘L’ com imperfeições iniciais da placa <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> elevadaL – perfil ‘L’F – imperfeições iniciais da placa no modo fundamentalM – aço <strong>de</strong> alta resistência no reforçoN – aço <strong>de</strong> alta resistência na chapa associadaH – aço <strong>de</strong> alta resistência na chapa associada e no reforço4.3.4.1 Razão b/t=40Na Figura 112 mostra-se o comportamento <strong>de</strong> placas com b/t=40 comreforços em barra, com espessura igual à da placa (B) e 20% superior (B2), e em L192


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadaspara as diferentes formas das imperfeições iniciais. Os perfis em L tem umaespessura da alma igual à da placa e um acréscimo <strong>de</strong> 20% na espessura do banzoo que reproduz as situações mais vulgares <strong>de</strong> projecto.Todas as placas reforçadas <strong>de</strong>ste grupo têm uma resistência elevada,superior a 90% da tensão <strong>de</strong> cedência, associada a uma gran<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z estruturalaté ao colapso. A extensão <strong>de</strong> colapso encontra-se muito próxima da extensão <strong>de</strong>cedência.As placas reforçadas com imperfeições <strong>de</strong> placa no modo fundamental, TF eLF, têm a maior resistência máxima e apresentam também a maior rigi<strong>de</strong>zestrutural; existem pequenas diferenças <strong>de</strong> comportamento entre estas placasresultantes das imperfeições: a placa com menores distorções, LF, apresenta umarigi<strong>de</strong>z acrescida no regime <strong>de</strong> pré colapso <strong>de</strong>vido à placa ser mais ‘perfeita’, mas,em contrapartida, apresenta um <strong>de</strong>scarregamento superior após o colapso. Estecomportamento já é conhecido das placas não reforçadas simplesmente apoiadas ereforça a convicção da gran<strong>de</strong> importância do comportamento da placa nocomportamento global do elemento reforçado.1.2Tensão normalizada1.00.80.60.440B40B240C40T40TF40LF40L40LM40LN40LH0.20.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0Elongamento normalizado (-)Figura 112 Curvas tensão alongamento normalizados para placas reforçadas com espaçamentoentre balizas <strong>de</strong> 3000mm e b/t=40.É evi<strong>de</strong>nte a existência <strong>de</strong> três comportamentos distintos passíveis <strong>de</strong> seremagrupados: um primeiro grupo com imperfeições da placa crítica a que pertencem193


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasas placas B, B2 e T, que se apresentam menos rígidas no pré colapso, resistênciamáxima menor mas maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga no pós colapso, além <strong>de</strong> terem asextensões <strong>de</strong> colapso maiores; as placas C, L e LM com maior amplitu<strong>de</strong> dasimperfeições iniciais do reforço apresentam maiores rigi<strong>de</strong>z e resistência máxima,com um <strong>de</strong>scarregamento mais pronunciado; finalmente as placas LN e LH, com aplaca associada em aço <strong>de</strong> alta resistência, têm um <strong>de</strong>scarregamento abrupto.4.3.4.2 Razão b/t=50Este grupo <strong>de</strong> placas tem uma esbelteza superior tanto da placa como doreforço comparativamente ao grupo anterior <strong>de</strong>vido às menores espessuras (-20%)para igual geometria. Continua-se a assistir a comportamentos característicos <strong>de</strong>grupos <strong>de</strong> placas em função do grau <strong>de</strong> carregamento e do nível <strong>de</strong> imperfeições,Figura 113.No regime <strong>de</strong> pré colapso é evi<strong>de</strong>nte a existência <strong>de</strong> dois níveis <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z: oprimeiro, mais flexível, correspon<strong>de</strong>nte às placas <strong>de</strong>tentoras <strong>de</strong> maioresamplitu<strong>de</strong>s das imperfeições no modo crítico; o segundo agrupa todas as restantesaté cerca <strong>de</strong> 80% da carga nominal in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das características que asdistinguem, quer geométricas, do modo das imperfeições ou das proprieda<strong>de</strong>s domaterial.1.21.0Tensão normalizada0.80.60.40.250B50B250C50T50TF50LF50L50LM50LN50LH0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Alongamento normalizado (-)Figura 113 Curvas tensão alongamento normalizados para placas reforçadas com espaçamentoentre balizas <strong>de</strong> 3000mm e b/t=50.194


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasComo aspectos mais interessantes realça-se o aumento da rigi<strong>de</strong>z das placasreforçadas com maiores imperfeições na placa quando se modifica o modo dasmesmas, mo<strong>de</strong>los T e TF, e a perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z prematura dos painéis com reforçoem aço <strong>de</strong> alta resistência (LN e LH).A resistência máxima <strong>de</strong>stas placas é também muito condicionada pelomodo das imperfeições iniciais sendo evi<strong>de</strong>nte da Figura 113 que as placas comdistorções predominantes no modo fundamental apresentam uma resistênciamuito mais elevada do que as restantes. Nestas, a resistência máxima não diferesubstancialmente mas já o mesmo não se po<strong>de</strong> dizer relativamente à extensãoúltima, a qual aumenta bastante com a diminuição da esbelteza <strong>de</strong> coluna paraníveis e modos semelhantes das distorções.O regime <strong>de</strong> pós colapso é dominado pela esbelteza da coluna, <strong>de</strong>vido àgeometria dos perfis ou aos materiais utilizados, e pela amplitu<strong>de</strong> dasimperfeições iniciais da placa associada, não sendo significativo o modo inicialpredominante.4.3.4.3 Razão b/t=80As tendências já <strong>de</strong>tectadas anteriormente agravam-se para placasreforçadas esbeltas sendo estas muito sensíveis a pequenas variações dos diversosparâmetros. As placas com imperfeições no modo fundamental constituem umgrupo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte apresentando quer um comportamento inicialmente maisrígido quer uma resistência máxima maior, Figura 114.Para esta esbelteza da placa assiste-se a uma mudança <strong>de</strong> modo <strong>de</strong><strong>de</strong>formação durante o carregamento a qual se traduz no retrocesso da curva <strong>de</strong>carregamento do mo<strong>de</strong>lo LF <strong>de</strong>vido à passagem das <strong>de</strong>formações do modofundamental para o modo crítico. Em comparação com este mo<strong>de</strong>lo, o TFapresenta uma resistência máxima ligeiramente superior não sendo tão evi<strong>de</strong>nte amudança <strong>de</strong> modo apesar <strong>de</strong>sta mudança ocorrer na fase <strong>de</strong> colapso e no início <strong>de</strong><strong>de</strong>scarregamento da placa reforçada.As curvas dos dois mo<strong>de</strong>los na zona <strong>de</strong> pós colapso são, no entanto,bastante semelhantes apesar <strong>de</strong> existir uma certa translação horizontal entre elas.195


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasEsta diferença é consequência do colapso local ser mais pronunciado no mo<strong>de</strong>loTF do que no LF, o que origina uma plastificação acentuada nesta regiãodiminuindo o encurtamento médio <strong>de</strong> toda a placa para o mesmo nível <strong>de</strong> tensões.Convém relembrar que as imperfeições iniciais da placa são maiores no mo<strong>de</strong>lo Tdo que no L, enquanto as imperfeições do reforço são maiores no mo<strong>de</strong>lo L.0.90.80.7Tensão normalizada0.60.50.40.30.20.180B80B280C80TF80LF80T80L80LM80LN80LH0.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Alongamento normalizado (-)Figura 114 Curvas tensão alongamento normalizados para placas reforçadas com espaçamentoentre balizas <strong>de</strong> 3000mm e b/t=80.Na Figura 115 é possível i<strong>de</strong>ntificar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõesacentuadas no lado direito da placa à qual está associada um <strong>de</strong>créscimoacentuado na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga.O modo <strong>de</strong> colapso da placa <strong>de</strong>senvolve-se aproximadamente com uma<strong>de</strong>formada em m=5 enquanto a placa apresenta uma razão geométrica <strong>de</strong> 3 e omodo das imperfeições iniciais era o fundamental. O mo<strong>de</strong>lo utilizado nãopermite investigar o colapso no modo quaternário já que as condições fronteirasão <strong>de</strong> simetria, admitindo, portanto, unicamente modos impares. Repare-se aindana existência <strong>de</strong> plastificação por tracção nas faces exteriores das zonas commaiores <strong>de</strong>formações.Por seu turno o reforço que inicialmente apresentava uma <strong>de</strong>formaçãosimples em semi sinusói<strong>de</strong>, acompanha a <strong>de</strong>formação da placa nas zonas <strong>de</strong> maior<strong>de</strong>formação <strong>de</strong> que resultam <strong>de</strong>formações acentuadas ao longo da altura da alma196


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadascorrespon<strong>de</strong>nte a uma falha local do reforço por influência directa do colapso daplaca. Estes enrugamentos da alma são observados com regularida<strong>de</strong> nos ensaios<strong>de</strong> placas reforçadas com chapa associada muito esbelta. Repare-se ainda que olado direito do reforço se encontrava inicialmente para baixo, mas, <strong>de</strong>vido àampliação da <strong>de</strong>formada na zona <strong>de</strong> colapso, é obrigado a acompanhar esta<strong>de</strong>formação ficando com uma <strong>de</strong>formada global ternária e uma <strong>de</strong>formaçãoacentuada na alma enquanto que a placa nesta zona apresenta um modo m=5. Estadiferença entre os modos da <strong>de</strong>formada do reforço e da placa só po<strong>de</strong> serjustificada à luz do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> rótulas na união entre os dois.Figura 115 Evolução da <strong>de</strong>formada da placa reforçada 3080TF e respectiva distribuição <strong>de</strong> tensõeslongitudinais, vermelhos 240MPa, azuis -240MPa.A região da placa não afectada pelas gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações mantém níveis<strong>de</strong> tensão relativamente baixos a que correspon<strong>de</strong>m simultaneamente níveis197


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasbaixos <strong>de</strong> extensão apesar da extensão global média exce<strong>de</strong>r a <strong>de</strong> cedência. Nestazona a placa apresenta um modo 5 não muito acentuado enquanto o reforçomantém o modo fundamental.A Figura 116 apresenta a evolução da placa LF na fase <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong>modo da <strong>de</strong>formada observando-se que a mudança se opera predominantementeno domínio elástico. As três imagens correspon<strong>de</strong>m a fases consecutivas dasequência <strong>de</strong> carregamento, sendo a primeira respeitante ao início do processo <strong>de</strong>mudança <strong>de</strong> modo, a segunda reproduz um estado mais carregado e na terceira aforça <strong>de</strong> compressão total e o encurtamento aplicado voltam a diminuir parapermitir a concretização da mudança para um modo menos energético.Figura 116 Evolução da <strong>de</strong>formada da placa reforçada 3080LF e respectiva distribuição <strong>de</strong> tensõeslongitudinais, vermelho escuro - 240MPa, azul escuro -240MPa.No vão direito, a placa passa a ter uma <strong>de</strong>formada ternária enquanto novão esquerdo apresenta uma combinação do modo fundamental com o quintomodo o qual se mostra bem presente próximo da baliza, a meio do mo<strong>de</strong>lo. Esta198


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasdiferença na <strong>de</strong>formada da placa provoca a diferença <strong>de</strong> comportamento na<strong>de</strong>formada do reforço, a qual se consubstancia pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um modoternário no reforço direito por forma a acompanhar a evolução da <strong>de</strong>formada daplaca associada mantendo a perpendicularida<strong>de</strong> entre os dois elementos. Noreforço do vão esquerdo, a presença do modo 5 na placa não é <strong>de</strong>terminante na<strong>de</strong>formada do reforço apesar <strong>de</strong> estabilizar <strong>de</strong> alguma forma a amplitu<strong>de</strong> máximada <strong>de</strong>formada evitando que ela aumente.Gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações na alma do reforço estão também presentes na regiãodo reforço mais próxima da zona da placa on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolvem as maiores<strong>de</strong>formações <strong>de</strong>sta e na qual a <strong>de</strong>formada do reforço se opõe à <strong>de</strong>formada daplaca. Esta interacção é muito importante pois condiciona tanto o comportamentoda placa como do reforço [17], mas a quantificação é extremamente difícil emconsequência do elevado número <strong>de</strong> parâmetros envolvidos: esbelteza da placa,esbelteza da coluna, tipo <strong>de</strong> soldadura, rigi<strong>de</strong>z torcional do reforço, razão alturaespessura da alma do reforço, etc. Uma das primeiras tentativas para quantificaresta interacção <strong>de</strong>ve-se a Faulkner e outros [91,101] que introduziram um factorcorrectivo na fórmula <strong>de</strong> previsão da tensão critica <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> torcional,factor este que é função da tensão crítica elástica da placa e da razão entre modos<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação da placa e do reforço. Esta quantificação da interacção omite avariação <strong>de</strong> resistência da placa pela acção estabilizadora ou instabilizadora doreforço.4.3.4.4 Resistência máximaAs diversas teorias utilizadas na previsão da resistência <strong>de</strong> placasreforçadas apresentam como parâmetro predominante a esbelteza da coluna,<strong>de</strong>finida <strong>de</strong> um modo geral como o inverso da raiz quadrada da tensão críticaelástica normalizada em condições <strong>de</strong> apoio simples nos extremos.Estas teorias pouco dizem acerca da evolução do alongamento <strong>de</strong> colapsocorrespon<strong>de</strong>nte à resistência máxima e não é explícita a influência da esbelteza daplaca no comportamento do conjunto. De facto, este parâmetro é incluído nocálculo do raio <strong>de</strong> giração, nominal ou efectivo consoante as teorias, e199


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasimplicitamente no factor correctivo da tensão efectiva para a tensão média.A Tabela 20 tenta resumir <strong>de</strong> forma clara a <strong>de</strong>pendência da resistênciarelativamente a estes parâmetros.É necessário salientar que a utilização <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta resistência aumenta aesbelteza para a mesma geometria. Para além disso, a utilização <strong>de</strong> materiaisdiferentes no reforço e na placa levantam problemas na <strong>de</strong>finição da esbelteza <strong>de</strong>coluna por in<strong>de</strong>finição da tensão <strong>de</strong> cedência. Este problema foi contornadoatravés da utilização da tensão equivalente <strong>de</strong> cedência conforme <strong>de</strong>finidaanteriormente. Para se ter uma i<strong>de</strong>ia das variações <strong>de</strong>vidas à utilização <strong>de</strong>diferentes materiais assinala-se que a passagem <strong>de</strong> aço normal para aço AR320provoca um aumento <strong>de</strong> 15,5% na esbelteza <strong>de</strong> placa o que po<strong>de</strong> reduzirsubstancialmente a largura efectiva da chapa associada. O mesmo aumento <strong>de</strong>esbelteza <strong>de</strong> coluna é esperado para a placa reforçada <strong>de</strong>vido à baixa sensibilida<strong>de</strong>do raio <strong>de</strong> giração às variações na largura efectiva da placa.Esbelteza <strong>de</strong> coluna (nominal) Resistência máximab/t 40 50 80 40 50 80B 0,4597 0,4452 0,4244 0,919 0,824 0,643B2 0,4354 0,4220 0,4026 0,938 0,850 0,675C 0,4597 0,4452 0,4244 0,970 0,861 0,627L 0,4215 0,4066 0,3848 0,998 0,903 0,715T 0,4215 0,4066 0,3848 0,936 0,855 0,727LF 0,4215 0,4066 0,3848 1,031 1,009 0,738TF 0,4215 0,4066 0,3848 1,031 1,006 0,781LM 0,4717 0,4546 0,4297 0,963 0,871 0,689LN 0,4382 0,4232 0,4010 0,914 0,808 0,649LH 0,4867 0,4695 0,4443 0,944 0,830 0,672Média 0,4437 0,4286 0,4066 0,9644 0,8817 0,6916C. <strong>de</strong> V. 0,0542 0,0545 0,0552 0,0445 0,0809 0,0698Tabela 20Resistência máxima <strong>de</strong> placas reforçadas em função da esbelteza da placa, da coluna edas imperfeições iniciais.As duas últimas linhas apresentam a média e o coeficiente <strong>de</strong> variação paracada razão b/t. Realça-se o baixo coeficiente <strong>de</strong> variação associado a cada grupoapesar das variações na esbelteza <strong>de</strong> coluna em cada grupo, sendo o valor maior<strong>de</strong> 8,1% nas placas b/t=50 tal como já tinha sido observado para as placas nãoreforçadas.200


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasOs resultados <strong>de</strong>sta Tabela estão representados graficamente na Figura 117evi<strong>de</strong>nciando-se uma estratificação por esbelteza da placa, não sendo visível umagran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da resistência relativamente a λ apesar da sua variação serpequena. Os pontos <strong>de</strong> maior valor em cada grupo correspon<strong>de</strong>m às placas comimperfeições iniciais no modo fundamental.1.101.051.000.95Eficiência0.900.850.800.750.700.65b/t=40b/t=50b/t=800.600.35 0.37 0.39 0.41 0.43 0.45 0.47 0.49 0.51Esbeltez <strong>de</strong> Coluna ( λ )Figura 117 Eficiência <strong>de</strong> placas reforçadas em função da esbelteza <strong>de</strong> placa e coluna.Globalmente a variabilida<strong>de</strong> da esbelteza <strong>de</strong> coluna é <strong>de</strong> 6,4% enquanto ocoeficiente <strong>de</strong> variação da resistência é <strong>de</strong> 15,1%. Este resultado não é totalmente<strong>de</strong>scabido pois os métodos <strong>de</strong> projecto <strong>de</strong> painéis prevêem que a resistência écomposta por dois termos: um relativo à resistência da coluna efectiva dominadopela esbelteza <strong>de</strong> coluna e um outro relativo à eficiência da placa o qual édominado pela largura efectiva da placa simples aqui representada peloparâmetro b/t.O termo dominado pela esbelteza <strong>de</strong> coluna prevê um coeficiente <strong>de</strong>variação na resistência <strong>de</strong> 3,1% quando a variação da esbelteza é <strong>de</strong> 6,4% <strong>de</strong>acordo com a equação <strong>de</strong> Jonhson-Ostenfeld no domínio elasto-plástico:∆φ 2λ= −2φ 2 − λ∆λ(140)Isto quer dizer que os restantes 12% se <strong>de</strong>vem às diferenças nas201


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasimperfeições iniciais (4,4 a 8%) e à mudança da esbelteza da placa. Este aspecto étratado em <strong>de</strong>talhe na comparação com os métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência.A relação entre a tensão máxima e o alongamento <strong>de</strong> colapso, encurtamentoneste caso, está balizado num rectângulo <strong>de</strong>finido pelas tensões normalizadas 0,6 e1,1 enquanto os alongamentos <strong>de</strong> compressão variam entre 0,8 e 1,1 como se po<strong>de</strong>ver da Figura 118.1.10Tensão Máxima1.051.000.950.900.850.800.750.700.65LMTFCLHLNLFLB2LMBLHCLF TFLFLTFLH LM CLLNTB2LN B TB2BT4050800.600.80 0.85 0.90 0.95 1.00 1.05 1.10Alongamento <strong>de</strong> ColapsoFigura 118 Tensão máxima verso alongamento <strong>de</strong> colapso <strong>de</strong> placas reforçadas or<strong>de</strong>nadas poresbelteza da placa, 40, 50 e 80.Os valores mais altos das duas escalas correspon<strong>de</strong>m às placas commenores esbelteza <strong>de</strong> placa e vice versa. No entanto, a distribuição não é linear,havendo pelo contrário uma estratificação horizontal pelos diversos grupos <strong>de</strong>esbelteza <strong>de</strong> placa. Quer isto dizer que a esbelteza afecta mais a resistênciaenquanto o modo e amplitu<strong>de</strong> das imperfeições iniciais afectam gran<strong>de</strong>mente aextensão <strong>de</strong> colapso, <strong>de</strong>finida como a extensão à qual se dá o colapso.Os níveis mais altos <strong>de</strong> resistência em cada grupo são obtidos para placas<strong>de</strong> imperfeições no modo fundamental e os mais baixos para as placas do tipo B eC. A maiores imperfeições iniciais críticas da placa (B) correspon<strong>de</strong> menorresistência da placa quando a esbelteza é baixa e a maiores imperfeições do reforço(C) correspon<strong>de</strong> menor resistência para esbelteza da placa elevada. Em todos osgrupos a extensão <strong>de</strong> colapso é maior no tipo B do que no C o que parece significar202


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasque o aumento das imperfeições do reforço reduzem bastante esta característica, jáque estes dois tipos apresentam a mesma esbelteza <strong>de</strong> placa e coluna, β e λ. Oestudo não é totalmente conclusivo neste aspecto porque as imperfeições da placasimples variam nos dois mo<strong>de</strong>los.4.3.4.5 Placas reforçadas com diferentes materiaisSendo vulgar a utilização <strong>de</strong> materiais com características mecânicasdiferentes para as chapas e reforços por alguns projectistas e não existindo umaanálise aprofundada sobre as suas consequências na literatura [40], resolveu-seestudar com algum <strong>de</strong>talhe a influência da utilização <strong>de</strong> aço com característicasmecânicas diferentes na placa e no reforço. Foi escolhido o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> placareforçada do tipo L testando-se três casos: M com reforço em aço <strong>de</strong> altaresistência <strong>de</strong> 320MPa (HS32), N com a placa em HS32 e H com toda a placareforçada em aço <strong>de</strong> alta resistência. Estes casos foram utilizados nos três grupos<strong>de</strong> placas num total <strong>de</strong> nove mo<strong>de</strong>los.Na Figura 118 apresentou-se a compilação <strong>de</strong> resultados da eficiência totalda placa reforçada e do valor do alongamento <strong>de</strong> colapso, em que a eficiência é<strong>de</strong>finida como a razão entre a tensão máxima obtida e a tensão que levaria à totalcedência da secção transversal assumindo um comportamento dos materiais linearelástico perfeitamente plástico na ausência <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>formação.Conclui-se imediatamente que a utilização <strong>de</strong> dois materiais diferentesbaixa a eficiência da placa reforçada. Esta diminuição é mais drástica quando omaterial <strong>de</strong> alta resistência é aplicado na placa associada e menos prejudicialquando aplicado no reforço. A diminuição da eficiência pela introdução <strong>de</strong> aço <strong>de</strong>alta resistência era expectável <strong>de</strong>vido essencialmente ao aumento da esbelteza dacoluna. Com estes resultados é possível afirmar que o aumento da esbelteza daplaca por introdução <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta resistência é <strong>de</strong>terminante na redução daeficiência da placa reforçada.Convém chamar a atenção que a diminuição <strong>de</strong> eficiência não significa quea placa reforçada menos eficiente suporte uma tensão máxima inferior à suasemelhante mais eficiente, porque a tensão <strong>de</strong> normalização é diferente. Pelo203


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadascontrário e como seria <strong>de</strong> esperar, a tensão máxima aumenta com a introdução doaço <strong>de</strong> alta resistência, mas não tanto quanto seria <strong>de</strong>sejável.Sendo a geometria da placa reforçada a mesma em todos os mo<strong>de</strong>los daFigura 119 torna-se evi<strong>de</strong>nte o aumento da esbelteza <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong>vido ao aumentoda tensão <strong>de</strong> cedência ou da diminuição da esbelteza da placa. As repercussõesmaiores na resistência <strong>de</strong>vem-se às variações na razão b/t sendo a <strong>de</strong>pendênciaaproximadamente linear.1.051.0040Eficiência0.950.900.850.80505040505040400.750.700.6580808080L-240MPaLM-261,9MPaLN-298,1MPaLH-320MPa0.60Figura 119 Eficiência das placas reforçadas do tipo L em função da esbelteza nominal <strong>de</strong> colunapara várias combinações <strong>de</strong> diferentes materiais. O valor indicado na legendacorrespon<strong>de</strong> à tensão equivalente.A tensão equivalente é calculada pela pon<strong>de</strong>ração da tensão <strong>de</strong> cedênciados materiais pelas respectivas áreas através da equação (139), tendo-se obtidopara a geometria L os valores <strong>de</strong> 261,9 e 298,1MPa, respectivamente para osmo<strong>de</strong>los M e N.0.36 0.38 0.40 0.42 0.44 0.46 0.48 0.50λComo conclusão, po<strong>de</strong>r-se-á afirmar que a introdução <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> altaresistência no reforço não afecta gran<strong>de</strong>mente a eficiência à compressão do painel.Por outro lado, um painel com uma tensão <strong>de</strong> cedência da chapa associadasuperior à do reforço apresenta uma eficiência menor apesar da resistência total(em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tensão) ter aumentado, originando um sub-aproveitamento domaterial. Por isso <strong>de</strong>saconselha-se essa solução construtiva, <strong>de</strong>vendo-se optar,204


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasquando necessário, por aumentar a tensão <strong>de</strong> cedência do reforço ou <strong>de</strong> todo opainel.4.4 Representativida<strong>de</strong> do mo<strong>de</strong>lo e consequências do multivãoOs mo<strong>de</strong>los utilizados pressupõem que as <strong>de</strong>formações são simétricasrelativamente a meio vão. Esta hipótese po<strong>de</strong>rá eventualmente não ser válida, peloque se torna necessário criar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> maiores dimensões e melhor resoluçãona malha por forma a verificar quer o tipo e o modo <strong>de</strong> colapso quer aconcordância das curvas tensão alongamento médios.Primeiramente criou-se um mo<strong>de</strong>lo com bordos simétricos simulando umpainel infinitamente largo e topos com a chapa e reforços rotacionalmente livresmas com <strong>de</strong>slocamento imposto constante e igual, o que correspon<strong>de</strong> a um grauelevado <strong>de</strong> encastramento. Os resultados po<strong>de</strong>m ser observados na Figura 120para a situação <strong>de</strong> início <strong>de</strong> carregamento, colapso e pós colapso.Figura 120 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> painel com 4 vãos com simetria nas bainhas e apoio simples na chapa dostopos. Estados <strong>de</strong> tensão nas fases <strong>de</strong> pré colapso (em cima), colapso (a meio) e póscolapso (no fundo). Deformações ampliadas 10 vezes.205


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasI<strong>de</strong>ntifica-se imediatamente que o colapso se dá junto ao topo <strong>de</strong>carregamento <strong>de</strong>senvolvendo-se localmente, o que origina o <strong>de</strong>scarregamento doresto da placa no domínio elástico. O <strong>de</strong>scarregamento do resto da placa po<strong>de</strong> seri<strong>de</strong>ntificado pelos tons mais suaves <strong>de</strong> azul na terceira placa da figura fora daszonas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações, isto é, nos três vãos da direita.A zona em colapso está restringida a uma parte central do painel daesquerda na qual as <strong>de</strong>formações atingem valores muito elevadoscomparativamente ao resto da estrutura. Note-se ainda que nesta zona o reforçoapresenta também gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações laterais, plastificando-se localmente.O facto do colapso se ter dado junto a um dos topos po<strong>de</strong> levar a consi<strong>de</strong>rarque o mo<strong>de</strong>lo não é suficientemente representativo por falta <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z na placa.Assim construiu-se um outro mo<strong>de</strong>lo em que se restringiu as rotações nos bordos<strong>de</strong> carga, promovendo-se o colapso nos painéis a meio, Figura 121.Figura 121 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> painel com 4 vãos com simetria nas bainhas e encastramento nos topos.Estados <strong>de</strong> tensão nas fases <strong>de</strong> pré colapso (em cima), colapso (a meio) e pós colapso(no fundo). Deformações ampliadas 10 vezes.206


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasEste constrangimento suplementar não tem efeitos relevantes nos painéiscentrais po<strong>de</strong>ndo esta zona ser encarada como representativa <strong>de</strong> todo um painelbastante longo. Os resultados obtidos são, em tudo, semelhantes aos anteriorescom a diferença do colapso se dar agora num dos painéis centrais, tal como seprevira.Apesar do estado <strong>de</strong> tensão apresentar valores muito elevados <strong>de</strong>compressão, existem várias superfícies da placa em tracção, especialmente junto àzona <strong>de</strong> colapso, algumas das quais inclusivamente apresentam alongamentosplásticos <strong>de</strong> tracção, o que mostra que a curvatura nessas superfícies é extremaelevada.Estas zonas estão representadas pelos vermelhos carregados, tensões <strong>de</strong>tracção elevadas, porque os pontos <strong>de</strong> medição das tensões pertencem a uma dassuperfícies exteriores do painel. Assim, consoante a curvatura local os pontosrepresentados estarão à tracção ou compressão em painéis alternados lateralmente<strong>de</strong>vido à antissimetria lateral do painel. Na fase exterior oposta àquela on<strong>de</strong> seestá a medir as tensões tem sinal contrário, isto é, se um ponto do gráfico estiver avermelho (tracção) na fase oposta do mesmo ponto a tensão seria azul(compressão) e vice-versa.Para melhor exemplificar o que ficou dito apresenta-se a distribuição <strong>de</strong>extensões plásticas ao longo do painel, Figura 122.Relativamente à comparação entre as curvas tensão média alongamentonormalizados é possível constatar na Figura 123 que existe uma coincidênciaquase total entre o mo<strong>de</strong>lo simplificado e os painéis no domínio elástico epraticamente até ao colapso. A carga <strong>de</strong> colapso é também bastante semelhante:0,826 para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> placa reforçada e 0,816 para os dois painéis, enquanto queo alongamento normalizado é bastante diferente, 1,036 e 0,930 respectivamente.Antes <strong>de</strong> passar à interpretação das diferenças entre o comportamento dosdiversos mo<strong>de</strong>los convém clarificar alguns pontos relevantes: os painéis longos(50B 12SA e 50B 12SE) têm balizas enquanto as placas reforçadas 50B 3 e 50B2 3 e opainel 50B 12SB não têm, e a placa 50B2 3 tem uma espessura acrescida no reforçoem 20% como indicado anteriormente. Ora, a existência <strong>de</strong>ssas balizas provoca207


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasuma resistência adicional à rotação nos apoios a qual se faz sentir principalmentequanto se <strong>de</strong>senvolvem gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações, isto é, na fase <strong>de</strong> colapso e <strong>de</strong> póscolapso.Figura 122 Extensões plásticas segundo a direcção longitudinal (em cima) e extensões plásticasequivalentes (em baixo) do painel.208


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasFigura 123 Curvas tensão média alongamento normalizados <strong>de</strong> placas reforçadas com perfisbarra <strong>de</strong> 3m e correspon<strong>de</strong>ntes painéis <strong>de</strong> 12m <strong>de</strong> comprimento.Este comportamento é representado por um maior valor do módulotangente dos painéis imediatamente antes do colapso e que se traduz em tensõesmédias ligeiramente superiores às obtidas para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> placa reforçada nessazona <strong>de</strong> carregamento. Este comportamento <strong>de</strong>vido às balizas, por si só, mantémseem toda a região <strong>de</strong> pós colapso; no entanto, um outro fenómeno sobrepõe-selhenessa gama <strong>de</strong> alongamentos, anulando e invertendo o comportamento dascurvas tensão alongamento.De facto, estas curvas são muito sensíveis ao comprimento total do mo<strong>de</strong>lonos casos em que o colapso se apresenta essencialmente local e que é o caso dopainel consi<strong>de</strong>rado. Esta afirmação carece <strong>de</strong> justificação mais <strong>de</strong>talhada já quenão se encontra disponível na literatura consultada análises sobre o impacto donúmero <strong>de</strong> vãos no comportamento das curvas tensão alongamento, havendoapenas um estudo recente [129] que aponta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar ummaior número <strong>de</strong> vãos nos estudos <strong>de</strong> placas reforçadas por elementos finitos.Consi<strong>de</strong>re-se que um painel com n vãos é sujeito a compressão no plano eque o colapso se dá localmente num único vão como acontece na maioria doscasos. Depois <strong>de</strong> se iniciar a <strong>de</strong>scarga após o colapso, o material do vão em ruína209


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadascontinua a acumular extensões plásticas irreversíveis, diminuindo a suacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>vido ao aumento das <strong>de</strong>formações, o que conduz à reduçãoda tensão média suportada pelo painel. Nos n-1 vãos em que não foi atingida asituação <strong>de</strong> carga máxima, <strong>de</strong>vido à natureza estatística da tensão máximasuportada por painéis “iguais”, a diminuição da tensão média conduz a umarecuperação das <strong>de</strong>formações e uma diminuição dos alongamentos compressivosa que estavam sujeitos. Esta recuperação será tanto mais eficaz quanto maior aesbelteza das placas porque se <strong>de</strong>senvolvem menos pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plásticaa qual é irrecuperável como se sabe.4.5 Efeito da geometria e das tensões residuais na resistênciaNesta secção apresenta-se o resultado <strong>de</strong> um estudo paramétrico que<strong>de</strong>termina a resistência <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> placas reforçadas sujeitas acarregamento longitudinal <strong>de</strong> compressão. A resistência é estimada através <strong>de</strong> ummétodo aproximado e simples, que se baseia na aproximação <strong>de</strong> coluna propostapor Faulkner e contabiliza os efeitos das tensões residuais. As dimensões dosescantilhões abrangem diversas configurações dando uma i<strong>de</strong>ia bastante precisado comportamento das placas reforçadas em função dos parâmetros <strong>de</strong>cisóriosmais importantes.Ao nível da investigação, os aspectos relacionados com a resistência e aacção das imperfeições e tensões residuais têm sido bastante <strong>de</strong>batidos eestudados como já foi indicado, tendo recentemente uma das Comissões doInternational Ship and Structures Congress (ISSC) iniciado um trabalho que preten<strong>de</strong>comparar os diversos métodos disponíveis e utilizados por diferentes projectistaspara dimensionamento <strong>de</strong> placas reforçadas <strong>de</strong> chapa fina. A presente secçãoinsere-se nesse trabalho e vem no seguimento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um métodomais vasto que, além <strong>de</strong> permitir avaliar a resistência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> elementosestruturais, fornece ainda informação sobre a resistência do casco <strong>de</strong> navios sob aacção <strong>de</strong> momentos flectores globais [23].210


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas4.5.1 Breve <strong>de</strong>scrição do métodoO método utilizado neste trabalho é um método aproximado baseado naformulação <strong>de</strong> Faulkner [48] para a <strong>de</strong>terminação da resistência máxima <strong>de</strong> placasreforçadas sujeitas a carregamentos compressivos. Esta formulação foigeneralizada <strong>de</strong> forma a prever a curva tensão-alongamento tanto na fase elásticae elasto-plástica como no regime pós colapso, mais vulgarmente <strong>de</strong>signado porresistência residual [17].4.5.1.1 Resistência da Chapa AssociadaO método já <strong>de</strong>scrito em pormenor no Capítulo I consi<strong>de</strong>ra níveis <strong>de</strong>imperfeições iniciais médios para a chapa associada dados por d/t=0.1β , on<strong>de</strong> d éa amplitu<strong>de</strong> máxima das distorções, t é a espessura e β é a esbelteza nominal daplaca. O método po<strong>de</strong> ser generalizado para ter em conta <strong>de</strong> forma explícita asimperfeições iniciais da placa, utilizando a formulação <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares [51].O nível <strong>de</strong> tensões residuais po<strong>de</strong> ser controlado a partir da largura da faixaσ r 2ηem tensão <strong>de</strong> tracção, η, através da relação σ r = = on<strong>de</strong> b é a largura daσ b − 2ηplaca e σ é a tensão <strong>de</strong> cedência do material.oO material é consi<strong>de</strong>rado ter um comportamento linear perfeitamenteplástico, o qual, ao ser corrigido do efeito das tensões residuais, po<strong>de</strong> ser⎪⎧⎛ σ r ⋅ ε + 1 − σ r ⎞⎪⎫representado matematicamente por φ ⎨ ⎜⎟r= max −1,min1, ε,⎬ on<strong>de</strong> ε é⎪⎩ ⎝ 1 + σ r ⎠⎪⎭o alongamento normalizado pelo alongamento <strong>de</strong> cedência.A largura efectiva da chapa associada para cada alongamento do apoio, b ,oοο 2eé estimada através da fórmula <strong>de</strong> Faulkner generalizadabeb≡ φw2 1= −2β βem queβ é igual a β ⋅ ε .oCom estas expressões simples fica <strong>de</strong>finido o comportamento da placa paratoda a gama útil <strong>de</strong> alongamentos. Finalmente o estado <strong>de</strong> tensão médio a que estásujeita a placa é o produto das duas expressões anteriores, φ w e φ r.211


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas4.5.1.2 Resistência da Placa ReforçadaUma vez <strong>de</strong>finido o estado <strong>de</strong> tensões médio dos elementos <strong>de</strong> placa paracada alongamento, torna-se necessário incluir o comportamento do reforço o qualé condicionado pelo estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação da placa e vice-versa. A formulaçãoescolhida para prever a resistência da placa reforçada [48] só parcialmente incluiesta interacção através da variação da largura efectiva da chapa associada, peloque se tornou necessário complementar o método com a teoria <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>lateral ou torsional do reforço [91] a qual inclui a interacção placa reforço.Na sua forma inicial que consi<strong>de</strong>ra unicamente o colapso <strong>de</strong>vido à flexão doconjunto placa-reforço como coluna, a resistência é avaliada pela fórmula <strong>de</strong>Johnson-Ostenfeld pon<strong>de</strong>rada pela percentagem da área efectiva na área total, aqual po<strong>de</strong> ser expressa por:φc(141)em que φ é a tensão crítica normalizada <strong>de</strong> Euler para a coluna composta peloe= φeAs⋅As+ bet+ btreforço e a chapa efectiva associada, corrigida pelo comportamento elasto-plásticopara valores superiores a 0,5. A é a área seccional do reforço.sEsta formulação já foi validada com resultados experimentais e com outrosmétodos alternativos <strong>de</strong>monstrando-se o seu bom <strong>de</strong>sempenho [85].4.5.2 Caracterização dos mo<strong>de</strong>losOs mo<strong>de</strong>los utilizados divi<strong>de</strong>m-se em 18 grupos para os quais seconsi<strong>de</strong>raram várias espessuras da chapa associada, a saber, 10, 13, 15, 20 e 25mm,perfazendo um total <strong>de</strong> 90 mo<strong>de</strong>los. Com estas cinco espessuras fica coberta agama usual <strong>de</strong> esbelteza <strong>de</strong> placa da chaparia dos navios comerciais maisvulgares.A geometria das placas é dividida em dois gran<strong>de</strong>s grupos:a x b = 2400 x 800mma x b = 4000 x 800mmem que a é o comprimento da placa e representa tipicamente o espaçamento entrebalizas. Com estas dimensões a razão <strong>de</strong> dimensões, a/b, é 3 e 5, respectivamente.212


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasOs reforços consi<strong>de</strong>rados representam três dos quatro gran<strong>de</strong>s tipos <strong>de</strong>reforços utilizados em navios, barra, ‘L’ e ‘T’, <strong>de</strong>ixando por analisar os perfis bolbo<strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar a sua geometria algo complicada. No entantoeste tipo <strong>de</strong> perfis po<strong>de</strong> ser entendido como tendo proprieda<strong>de</strong>s intermédias entreo perfil barra e o ‘T’. Na Tabela 21 <strong>de</strong>screve-se a geometria da secção transversaldos perfis utilizados e associados aos diferentes grupos.As características mecânicas do material são as correspon<strong>de</strong>ntes às <strong>de</strong> umaço <strong>de</strong> construção naval H32 com tensão <strong>de</strong> cedência <strong>de</strong> 313,6 MPa e módulo <strong>de</strong>elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 205,8 GPa. Este tipo <strong>de</strong> aço é dos mais utilizados actualmente naconstrução <strong>de</strong> navios aliando boa resistência a um preço muito competitivo nasactuais condições <strong>de</strong> mercado.Tabela 21Perfil Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3Barra 150 x 17 250 x 19 350 x 35L 150x90x9/12 250x90x10/15 400x100x12/17T 138x9+90x12 235x10+90x15 383x12+100x17Geometria dos perfis4.5.2.1 Imperfeições geométricas iniciais dos mo<strong>de</strong>losAs imperfeições geométricas dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placa, a x b x t, são dadas pordois termos sendo <strong>de</strong>sprezados todos os restantes termos do <strong>de</strong>senvolvimento emsérie <strong>de</strong> Fourier da <strong>de</strong>formada da placa, w : opmπxπyw op = Aosin sin + wa bos(142)O primeiro termo do segundo membro representa a elevação da chaparelativamente à superfície <strong>de</strong>finida pela elevação dos reforços entre balizas, w ,no segundo termo da eq. (142). A constante A toma o valor médio 0,1β2ot.As imperfeições do reforço são <strong>de</strong>scrita por uma semi sinusói<strong>de</strong> dada por:wvososπx= Bosinaπx= Cosina(143)representando a elevação e a falta <strong>de</strong> perpendicularida<strong>de</strong> resultantes dosos213


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasprocessos tecnológicos <strong>de</strong> montagem e fabrico. As constantes B e C po<strong>de</strong>m serpo<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas iguais a 0,001a em média [53].ooFigura 124 Definição e representação das imperfeições geométricas iniciais. Caracterização dosperfis.4.5.2.2 Tensões residuais dos mo<strong>de</strong>losAs tensões residuais da chapa associada são <strong>de</strong>scritas pela eq. (52) em que alargura da faixa em tracção po<strong>de</strong> ser relacionada com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor<strong>de</strong>bitada pela soldadura na chapa através <strong>de</strong>:(144)on<strong>de</strong> t é a espessura da alma do reforço e ∆Q=78.8l 2 , sendo l igual a 70% daata0,26∆Qη = +2 t + 2taespessura da alma com máximo <strong>de</strong> 7mm.A amplitu<strong>de</strong> das tensões residuais <strong>de</strong> compressão no reforço po<strong>de</strong>m serexpressas por:σrr=( h − b )tsbtsttaa+ bftfσor(145)sendo σ a tensão <strong>de</strong> cedência do reforço, b e t são respectivamente a largura e aor f f214


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasespessura do banzo, h e t são a altura e a espessura da alma do reforço e b é aalargura da faixa em tracção no reforço a qual po<strong>de</strong> ser expressa por:btsta=t⎛ t a⎜η −⎝ 2(146)A Figura 125 apresenta esquematicamente a distribuição <strong>de</strong> tensõesresiduais assumida.⎞⎟⎠tsFigura 125 Distribuição assumida das tensões residuais na placa e no reforço4.5.3 Resistência <strong>de</strong> painéis pelo método aproximadoOs resultados da resistência dos painéis reforçados foram agrupados emdois tipos: com e sem tensões residuais. De entre estes fez-se a distinção entre asdiferentes razões <strong>de</strong> dimensões, 3 e 5 respectivamente.4.5.3.1 Placas reforçadas sem residuaisNa Tabela 22 apresenta-se os resultados para as placas reforçadas <strong>de</strong> a/b=3 ena Tabela 23 para a a/b=5. O índice B, L ou T significa que o reforço é uma barra,perfil ‘L’ ou ‘T’ respectivamente. O primeiro algarismo <strong>de</strong>signa a razão <strong>de</strong>dimensões, os dois seguintes i<strong>de</strong>ntificam a espessura da placa associada e os doisúltimos o tipo <strong>de</strong> reforço. O alfanumérico final classifica as tensões residuais. Asegunda coluna indica a tensão máxima suportada pela placa e a terceira coluna<strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> perfil dá o valor da tensão máxima normalizada pela tensão <strong>de</strong>cedência do material base.Uma leitura breve da Tabela 22 permite i<strong>de</strong>ntificar que a eficiência dos215


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadaspainéis reforçados aumenta substancialmente com o aumento da espessura daplaca associada qualquer que seja o tipo <strong>de</strong> perfil do reforço.No entanto o aumento da área da secção transversal nem sempre originapainéis mais resistentes, apesar <strong>de</strong> normalmente o aumento <strong>de</strong> resistênciaacontecer com o aumento das espessuras do reforço. Consi<strong>de</strong>re-se por exemplo ospainéis com perfil barra e espessura da chapa associada <strong>de</strong> 10mm. Do perfil 15para o perfil 25 assiste-se um aumento <strong>de</strong> resistência da placa reforçada como seria<strong>de</strong> esperar, <strong>de</strong> 0,472 para 0,568. Mas o perfil 35 associado à mesma chapa <strong>de</strong> 10mmapresenta uma resistência muito mais reduzida, 0,424, resultado esteaparentemente anormal.Nº. σ u φ u Nº, σ u φ u Nº, σ u φ uB31015n 148 0,472 L31015n 175 0,558 T31015n 172 0,548B31315n 186 0,593 L31315n 208 0,663 T31315n 207 0,660B31515n 204 0,651 L31515n 224 0,714 T31515n 220 0,702B32015n 222 0,708 L32015n 250 0,797 T32015n 245 0,781B32515n 229 0,730 L32515n 266 0,848 T32515n 259 0,826B31025n 175 0,568 L31025n 172 0,548 T31025n 175 0,558B31325n 219 0,698 L31325n 214 0,682 T31325n 216 0,688B31525n 235 0,749 L31525n 232 0,739 T31525n 231 0,737B32025n 263 0,839 L32025n 271 0,864 T32025n 270 0,861B32525n 288 0,918 L32525n 290 0,925 T32525n 289 0,922B31035n 133 0,424 L31040n 124 0,395 T31040n 128 0,408B31335n 205 0,654 L31340n 189 0,603 T31340n 199 0,635B31535n 234 0,746 L31540n 225 0,717 T31540n 228 0,727B32035n 266 0,848 L32040n 263 0,839 T32040n 266 0,848B32535n 291 0,928 L32540n 294 0,937 T32540n 294 0,937Tabela 22Resistência absoluta (σ u em MPa) e normalizada (φ u ) das placas reforçadas semtensões residuais <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 3.A única razão plausível resulta do painel apresentar um gran<strong>de</strong><strong>de</strong>sequilíbrio na resistência à instabilida<strong>de</strong> elástica entre o reforço e a placaassociada, originando-se fenómenos <strong>de</strong> interacção entre a placa e o reforço que,neste caso, sendo a placa menos resistente e instabilizando primeiro, induzem ainstabilida<strong>de</strong> prematura do reforço, diminuindo substancialmente a resistênciaglobal.Esta <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência é perfeitamente i<strong>de</strong>ntificável na Figura 126216


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadaspara a espessura <strong>de</strong> 10mm e para os reforços mais espessos <strong>de</strong> cada tipo, B35, L40ou T40.Resistência Máxima <strong>de</strong> Placas1,00,90,8Tensão última adimensional0,70,60,50,40,30,20,1B3**15B3**25B3**35L3**15L3**25L3**40T3**15T3**25T3**400,05 10 15 20 25Espessura (mm)30Figura 126 Representação gráfica da resistência dos painéis com a/b=3Este tipo <strong>de</strong> resultados não é tão marcado para as placas reforçadas com umcomprimento 5 vezes superiores à largura, Tabela 23.Os diversos perfis do tamanho 15 apresentam uma resistênciaridiculamente baixa o que mostra a ina<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong>ste perfilpara espaçamentos entre balizas tão elevado; o aumento da espessura da chapaassociada ao perfil 15 não resulta também num aumento da resistência, leia-seeficiência, por aumento da esbelteza da placa.Nos perfis com secções transversais maiores a tendência geral é a esperadae já <strong>de</strong>scrita para as placas a/b=3 continuando-se a não se notar uma diferençaqualitativa entre os perfis equivalentes dos vários tipos.A Figura 127 mostra claramente que a eficiência dos perfis 15 émanifestamente inferior aos restantes sendo <strong>de</strong> concluir que esta ineficiênciaresulta da existência <strong>de</strong> colapso induzido por instabilida<strong>de</strong> lateral-torcional doreforço.217


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasNº. σ u φ u Nº, σ u φ u Nº, σ u φ uB51015n 133 0,424 L51015n 167 0,533 T51015n 160 0,510B51315n 136 0,434 L51315n 181 0,577 T51315n 173 0,552B51515n 135 0,430 L51515n 189 0,603 T51515n 179 0,571B52015n 125 0,398 L52015n 199 0,635 T52015n 185 0,589B52515n 113 0,360 L52515n 199 0,635 T52515n 180 0,574B51025n 158 0,504 L51025n 184 0,587 T51025n 183 0,584B51325n 203 0,647 L51325n 210 0,669 T51325n 207 0,660B51525n 220 0,702 L51525n 222 0,708 T51525n 224 0,714B52025n 250 0,797 L52025n 256 0,816 T52025n 252 0,804B52525n 263 0,839 L52525n 271 0,864 T52525n 266 0,848B51035n 162 0,517 L51040n 153 0,488 T51040n 162 0,517B51335n 201 0,641 L51340n 207 0,660 T51340n 208 0,663B51535n 220 0,702 L51540n 224 0,714 T51540n 224 0,714B52035n 256 0,816 L52040n 258 0,823 T52040n 257 0,819B52535n 283 0,902 L52540n 288 0,918 T52540n 287 0,915Tabela 23 Resistência absoluta (σu em MPa) e normalizada (φ u ) das placas reforçadas semtensões residuais <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 5.Resistência Máxima <strong>de</strong> Placas1,00,90,8Tensão última adimensional0,70,60,50,40,30,20,1B5**15B5**25B5**35L5**15L5**25L5**40T5**15T5**25T5**400,05 10 15 20 25Espessura (mm)30Figura 127 Representação gráfica da resistência dos painéis com a/b=5Apesar das placas reforçadas 15 serem equivalentes quanto à resistência àflexão <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> apresentarem semelhante momento <strong>de</strong> inércia, os perfis15 dos diversos tipos apresentam diferentes resistências à instabilida<strong>de</strong> lateraltorcional,sendo esta resistência inferior para os perfis barra e maior para os perfis218


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasdo tipo ‘L’. Este tipo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> está associado <strong>de</strong> alguma forma ao momentopolar <strong>de</strong> inércia em torno do ponto <strong>de</strong> soldadura do perfil à placa e esta é a razãoda curva do perfil barra estar muito mais abaixo das duas outras.4.5.3.2 Placas reforçadas com tensões residuaisPara efeitos comparativos foram analisadas as mesmas placas reforçadascom tensões residuais apresentando-se aqui unicamente os resultados para osperfis barra. O método utilizado só permite a introdução <strong>de</strong> tensões residuais noselementos <strong>de</strong> placa, utilizando-se as correcções ao comportamento do material. Ocálculo das tensões residuais compressivas é efectuado através das equações 144 e145 e é apresentado na última coluna da Tabela 24. Nota-se que as tensõesresiduais compressivas da placa baixam com a espessura da mesma nãoapresentando gran<strong>de</strong>s diferenças para os diferentes perfis.Nº. σ u φ u b t φ CrB31015y 168 0,536 36,18 0,10B31315y 193 0,615 31,99 0,09B31515y 203 0,647 29,81 0,08B32015y 220 0,702 25,75 0,07B32515y 226 0,721 22,94 0,06B31025y 202 0,644 34,81 0,10B31325y 225 0,717 32,18 0,09B31525y 241 0,768 30,75 0,08B32025y 262 0,835 27,94 0,08B32525y 280 0,893 25,89 0,07B31035y 149 0,475 35,08 0,10B31335y 224 0,714 32,93 0,09B31535y 241 0,768 31,73 0,09B32035y 269 0,858 29,34 0,08B32535y 285 0,909 27,55 0,07Tabela 24Resistência absoluta (σ u em MPa) e normalizada (φ u ) das placas reforçadas Barra comtensões residuais <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> dimensões 3.A segunda coluna indica a tensão máxima suportada pelo painel e a terceiracoluna a eficiência do mesmo. As conclusões tiradas anteriormente para placassem tensões residuais aplicam-se também às placas com tensões residuaishavendo um aumento da tensão máxima suportada quando a espessura aumentae em igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> perfil.219


Resistência <strong>de</strong> Placas ReforçadasÉ também evi<strong>de</strong>nte a redução excessiva da tensão máxima quando o perfil é<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quado à placa, <strong>de</strong> que são exemplos a placa B31015y com uma eficiência <strong>de</strong>0,536 e a placa B31035y com eficiência <strong>de</strong> 0,475. Nos casos normais a tensãomáxima aumenta com o aumento das dimensões do perfil, ou seja, com o aumentodo momento <strong>de</strong> inércia do perfil.Na Figura 128 comparam-se graficamente os perfis barra com e sem tensõesresiduais i<strong>de</strong>ntificando-se imediatamente os comentários feitos anteriormente epermitindo i<strong>de</strong>ntificar alguma insensibilida<strong>de</strong> da tensão máxima ao efeito dastensões residuais.1,0Resistência Máxima <strong>de</strong> Placas Reforçadas por BarraTensões Residuais0,9Tensão última adimensional0,80,70,60,50,40,30,2B3**15NB3**25NB3**35NB3**15YB3**25YB3**35Y0,10,05 10 15 20 25 30Espessura (mm)Figura 128 Comparação entre a resistência normalizada (φ u ) das placas reforçadas Barra com esem tensões residuais, a/b=3.Convém no entanto realçar que os valores previstos para as tensõesresiduais são relativamente baixos, entre 7 e 10% da tensão <strong>de</strong> cedência, o quejustifica <strong>de</strong> alguma forma a sobreposição <strong>de</strong> resultados.As maiores diferenças voltam a acontecer para as baixas espessuras, comtensões residuais mais altas, e para os perfis maiores, série 35.220


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadas4.6 Consi<strong>de</strong>rações finaisO dimensionamento tradicional dos painéis <strong>de</strong> chapa fina reforçada àpressão lateral é insuficiente <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> compressão no planoda placa que po<strong>de</strong>m induzir um colapso prematuro.A instabilida<strong>de</strong> elástica <strong>de</strong>grada bastante a resistência à compressão sendoessencial atingir um bom equilíbrio entre o dimensionamento do reforço e o daplaca para obter um bom projecto e bons níveis <strong>de</strong> resistência.Por outro lado não existem gran<strong>de</strong>s diferenças no comportamentomecânico entre perfis equivalentes mas <strong>de</strong> diferente geometria; a esbelteza <strong>de</strong>coluna associada ao espaçamento entre balizas po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>gradar bastante aresistência dos perfis mais pequenos mas esta esbelteza <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmentedo momento <strong>de</strong> inércia do conjunto pelo que perfis equivalentes, em termos domomento <strong>de</strong> inércia, ten<strong>de</strong>m a ter a mesma resistência a não ser que existamfenómenos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> lateral-torsional.As tensões residuais po<strong>de</strong>rão não ter um impacto muito negativo. O seuimpacto é maior na forma da curva tensão-alongamento do que na resistênciaúltima da placa reforçada. Assiste-se normalmente a uma pequena redução daresistência última e a um aumento acentuado do alongamento médio normalizadoo qual passa <strong>de</strong> valores iguais ou inferiores a 1 para valores próximo <strong>de</strong> 2.Da comparação entre os diversos métodos concluiu-se que o método <strong>de</strong>Faulkner, baseado na teoria do módulo tangente, se apresenta como o método quemelhor prevê os resultados experimentais disponíveis. É <strong>de</strong> facto o único que nãoapresenta uma <strong>de</strong>pendência marcada da esbelteza <strong>de</strong> placa e <strong>de</strong> coluna. Ocoeficiente <strong>de</strong> variação é também o mais baixo <strong>de</strong> todos na comparação dasprevisões com os resultados. Por tais razões foi escolhido como a formulaçãoa<strong>de</strong>quada à utilização no método <strong>de</strong> previsão da resistência do casco à flexão.O gran<strong>de</strong> inconveniente <strong>de</strong>sta formulação comparativamente àsformulações <strong>de</strong> Perry modificadas consiste na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicitar ainfluência das imperfeições na resistência da placa reforçada. O único processo épor via indirecta, através da afectação da largura efectiva da placa associadaenquanto que no segundo grupo <strong>de</strong> formulações, <strong>de</strong> que a <strong>de</strong> Carlsen é um221


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasexemplo, as imperfeições do reforço mostram explicitamente a sua importância.No entanto, para efeitos <strong>de</strong> projecto e dado o <strong>de</strong>sconhecimento à priori dasimperfeições reais, acaba-se por impor um valor médio aos diversos tipos <strong>de</strong>imperfeições chegando-se a uma situação semelhante em ambas as formulações.O tratamento dos resultados <strong>de</strong> placas sujeitas a pressão lateral ecompressão simultânea mostra que a pressão lateral não afecta substancialmente aresistência da placa reforçada à compressão. A <strong>de</strong>pendência da esbelteza <strong>de</strong>coluna encontrada nos ensaios <strong>de</strong> Smith quando comparados com as previsões dométodo <strong>de</strong> Faulkner é a mesma para os ensaios com e sem pressão lateral. Aescassez <strong>de</strong> resultados experimentais disponíveis impossibilita no entantoqualquer conclusão <strong>de</strong>finitiva.O estudo dos elementos <strong>de</strong> placa reforçados mostrou que a geometria doreforço não é muito importante, mas a forma das imperfeições po<strong>de</strong> condicionar<strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva tanto a rigi<strong>de</strong>z inicial como a resistência máxima e oalongamento <strong>de</strong> colapso. Esta conclusão é globalmente válida para os três tipos <strong>de</strong>placa associada estudados mas acentua-se com o aumento <strong>de</strong> b/t. Tal como nasplacas não reforçadas po<strong>de</strong>-se também aqui notar a existência <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong>resistência e comportamento associados ao modo das imperfeições iniciais.Os fenómenos <strong>de</strong> interacção entre o placa associada e o reforço são muitoimportantes. A mudança do modo dominante da <strong>de</strong>formada da placa associadainduz alterações na <strong>de</strong>formada do reforço provocando plastificação local junto daligação entre os dois. Os momentos associados à geração <strong>de</strong>sta rótula afectaminevitavelmente a resistência da placa associada e do reforço.A utilização total ou parcial <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta resistência em painéis emcompressão não tem um efeito proporcional à razão entre as tensões <strong>de</strong> cedência.O aumento da esbelteza <strong>de</strong> placa e <strong>de</strong> coluna para uma mesma geometria emresultado do aumento da tensão <strong>de</strong> cedência do aço origina uma diminuição daeficiência do conjunto, não se obtendo capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga tão elevadas quantose po<strong>de</strong>ria esperar. Esta <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> eficiência é mais elevada quando se utilizao aço <strong>de</strong> alta resistência na placa associada.A natureza eminentemente local do colapso em painéis à compressão afecta222


Resistência <strong>de</strong> Placas Reforçadasmuito as curvas tensão-alongamento normalizado por o alongamento ser<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do comprimento do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> E.F. ou do painel provete no caso <strong>de</strong>ensaios. As curvas sobrepõem-se até ao início da plastificação local. Na região <strong>de</strong>pós-colapso os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> um único vão ten<strong>de</strong>m a apresentar um colapso maissuave do que os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> múltiplo vão nas curvas <strong>de</strong> comportamento. Estesúltimos po<strong>de</strong>m aparentar ter um comportamento <strong>de</strong> ‘snap-through’ que nãocorrespon<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo à realida<strong>de</strong>. Este comportamento aparente <strong>de</strong>ve-seessencialmente à redução <strong>de</strong> alongamento em regime elástico na maior parte dopainel fora da zona <strong>de</strong> colapso <strong>de</strong>vido à redução da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga na zona<strong>de</strong> colapso. Este aspecto é importante na medida em que condiciona a escolha dotipo <strong>de</strong> comportamento pós-colapso a adoptar nas curvas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência <strong>de</strong> placa reforçadas para utilização no estudo <strong>de</strong> estruturastridimensionais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas à flexão.223


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosCapítulo 5 Método <strong>de</strong> Previsão <strong>de</strong> Resistência Longitudinal <strong>de</strong>NaviosA <strong>de</strong>terminação do momento flector máximo ou último suportado pelocasco do navio é um dos aspectos mais importantes do projecto estrutural <strong>de</strong>navios, tal como foi referido no Capítulo 1. Torna-se assim importante dispor <strong>de</strong>um método que permita avaliar a resistência longitudinal do casco <strong>de</strong> formaexpedita e suficientemente precisa.O método que se apresenta resulta directamente do método <strong>de</strong>senvolvido eapresentado em 1993 [86], actualizado pelas equações apresentadas nos Capítulosanteriores e servindo-se dos conceitos aí <strong>de</strong>senvolvidos. O princípio fundamentaldo método mantém-se inalterado, por se <strong>de</strong>monstrar ser capaz <strong>de</strong> reproduzir ocomportamento do casco do navio em flexão <strong>de</strong> uma forma eficaz, permitindocaracterizar as regiões mais importantes da curva momento curvatura, isto é, aregião <strong>de</strong> pré-colapso, <strong>de</strong> colapso e <strong>de</strong> pós-colapso.5.1 Conceitos básicos utilizadosO comportamento do casco sob flexão é expresso <strong>de</strong> uma forma muitosimples através da relação entre o momento flector imposto pelo carregamento e acurvatura resultante da flexibilida<strong>de</strong> do casco. Esta relação po<strong>de</strong> ser obtida atravésda imposição <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong> curvaturas, avaliando para cada uma <strong>de</strong>las omomento flector suportado correspon<strong>de</strong>nte.Para cada curvatura aplicada a uma <strong>de</strong>terminada secção do navio é possívelconhecer a distribuição <strong>de</strong> extensões em cada ponto, assumindo que as secçõesplanas se mantêm planas. Tal obtêm-se através das equações <strong>de</strong> equilíbrio, sendonecessário conhecer a localização precisa do eixo neutro da secção para essacurvatura.Conhecida a distribuição <strong>de</strong> extensões e consi<strong>de</strong>rando que o casco do navioé constituído pelo conjunto <strong>de</strong> todos os elementos reforçados com comportamentoindividualizado e representativo <strong>de</strong> uma viga coluna, po<strong>de</strong>-se associar a cada um225


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> navios<strong>de</strong>stes elementos individuais a respectiva extensão para aquela curvatura. Estaextensão média a que está sujeito o elemento <strong>de</strong>fine o estado <strong>de</strong> tensão médio seestiver disponível a curva tensão alongamento para cada elemento. Estas curvaspo<strong>de</strong>m ser obtidas <strong>de</strong> diversas formas: por elementos finitos para cada casoparticular, <strong>de</strong> forma tabular para perfis típicos ou através <strong>de</strong> funções queconsi<strong>de</strong>rem os principais parâmetros que condicionam a relação tensãoalongamento. A primeira obriga a utilizar um programa <strong>de</strong> elementos finitos paracada tipo <strong>de</strong> perfil com chapa associada da secção mestra numa fase preliminar <strong>de</strong>projecto; a segunda obriga à criação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados enorme dada adiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos num navio e para todos os navios; em fase <strong>de</strong>ste cenáriooptou-se por <strong>de</strong>senvolver funções representativas do comportamento doselementos reforçados quer em regime <strong>de</strong> pré colapso quer no <strong>de</strong> pós colapso.O somatório das contribuições individuais <strong>de</strong>stes elementos estabelece ovalor do momento flector suportado numa <strong>de</strong>terminada secção do casco paraaquela curvatura. O conjunto dos pares momento flector, curvatura <strong>de</strong>fine a curva<strong>de</strong> comportamento do casco sob flexão.Assim as duas principais hipóteses iniciais do método são: os elementos,compostos por reforços com continuida<strong>de</strong> longitudinal e chapa associada, em quea secção do casco é dividida comportam-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente uns dos outros e oseu comportamento ou resposta não é afectada pela resposta ou estado doselementos adjacentes da estrutura; as secções planas do casco mantêm-se planasqualquer que seja a curvatura.Existe ainda a assumpção <strong>de</strong> que o colapso global <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s extensões docasco por instabilida<strong>de</strong> da estrutura primária não é possível <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong>balizas suficientemente robustas que o impe<strong>de</strong>m, pelo que o colapso fica limitadoà ruína entre balizas dos elementos estruturais com continuida<strong>de</strong> longitudinal.Apresenta-se em seguida algumas secções mestra típicas <strong>de</strong> diversos tipos<strong>de</strong> navios on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ver que o número <strong>de</strong> elementos reforçados é bastanteelevado e que existe uma gran<strong>de</strong> repetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos em cada painel.226


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosFigura 129 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> carga a granelFigura 130 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio tanque <strong>de</strong> casco simples227


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosFigura 131 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio porta-contentoresFigura 132 Secção mestra típica <strong>de</strong> um navio tanque <strong>de</strong> casco duplo228


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> navios5.2 Descrição analítica do métodoConsi<strong>de</strong>re-se uma secção <strong>de</strong> um navio à qual se impõe uma curvatura Csegundo uma <strong>de</strong>terminada direcção que faz um ângulo θ com a linha base. Oseixos principais <strong>de</strong> inércia <strong>de</strong>sta secção são a linha <strong>de</strong> centro, dada pela expressãox=0 <strong>de</strong>vido à simetria do casco, e pela recta horizontal que passa pelo centrói<strong>de</strong> dasecção a qual é <strong>de</strong>finida pela equação:∑ y∑i Aiy =(147)yiAssume-se que a secção é simétrica e que a origem do referencial se localizana intersecção da linha base, eixo das abcissas, com a linha <strong>de</strong> centro, eixo dasor<strong>de</strong>nadas. Neste referencial a localização do centrói<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada elementoreforçado i é (x i ,y i ) e a sua área total é A i .Elemento iMx giy giEixo NeutroFigura 133 Posicionamento do elemento no navioO centrói<strong>de</strong> da secção pertence ao eixo neutro qualquer que seja a direcçãoda curvatura C em regime linear elástico e servirá inicialmente <strong>de</strong> origem aoreferencial local associado à posição do eixo neutro, entendido este como oconjunto <strong>de</strong> pontos para os quais a tensão na direcção longitudinal é nula.Designe-se esse ponto por (x n ,y n ). A posição do centrói<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada elementoreforçado é expressa neste referencial por:⎪⎧x⎨⎪⎩ygigi= x= yii− x− ynn(148)A curvatura C que se impõe ao casco po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composta em curvaturavertical C x e curvatura horizontal C y através <strong>de</strong>:229


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> navios⎧C⎨⎩Cxy= C ⋅ cosθ= C ⋅ senθ(149)O alongamento do centrói<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da posição <strong>de</strong>sseelemento no casco do navio e é dado pela expressão:εi( ⋅ cosθ − x ⋅ sin θ)= y ⋅C− x ⋅C= C y(150)gixgiygiOs alongamentos ε i calculados indicam a tensão a que cada elemento estásujeito, σ i = φ( εi) ⋅ σo, em que a função ( )giφ representa a resistênciaadimensionalisada da placa reforçada sob um alongamento ε i . Os componentes domomento flector suportado pelo casco quando está sujeito àquela curvatura C, sãodadas por:ε i⎪⎧M⎨⎪⎩Mxy==∑∑φφ( εi)( ε )i⋅ σ⋅ σooA ⋅ yiA ⋅ xigigiO momento flector suportado pelo casco nessa secção é:(151)22M = M x + M y(152)e a direcção relativamente à horizontal expressa por:Mytan ψ =(153)MxNote-se que o vector curvatura e o vector momento só ocasionalmentecoinci<strong>de</strong>m em direcção.Este método necessita da <strong>de</strong>finição correcta da posição do eixo neutro paracada curvatura <strong>de</strong> forma a que a localização <strong>de</strong> cada elemento reforçado sejaprecisa não influenciando os valores <strong>de</strong> M x e M y . No domínio do comportamentolinear elástico, caso exista, o eixo neutro mantêm-se estável e a passar pelocentrói<strong>de</strong> da secção, mas a partir do momento em que surgem não linearida<strong>de</strong>s ele<strong>de</strong>sloca-se, tornando-se necessário calcular a sua nova posição. Tal é possívelatravés <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> tentativa e erro em que se impõe duas condições <strong>de</strong>paragem: a força longitudinal total não equilibrada, NL, e a correcção à posição doeixo neutro entre iterações,pequenos.∆NA , <strong>de</strong>vem ser inferiores a valores suficientemente230


∑⎧NL= σiAi≤ ξ ⋅ σo⎪⎨NL⎪∆NA= kE⎩ C ⋅ E ⋅∑AMétodo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosi∑Ai≤ 0,0001(154)em que k E é uma função da curvatura e da extensão <strong>de</strong> cedência introduzida parapermitir uma melhor convergência do método, e resulta da variação do móduloestrutural tangente com a curvatura. De resto é esta variação que dificulta aconvergência e faz com que a solução proposta em [3] não resulte na maior partedos casos. Um milionésimo foi consi<strong>de</strong>rado um bom valor para ξ o que significaque a força máxima permitida não equilibrada longitudinalmente é ummilionésimo da força que gera a cedência da secção em tracção.5.3 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comportamento dos elementos reforçadosA mo<strong>de</strong>lação do comportamento dos elementos reforçados é baseada nosmodos <strong>de</strong> colapso possíveis <strong>de</strong> uma viga coluna simples, isto é, no colapso dacoluna por instabilida<strong>de</strong> à flexão, incluindo-se nesta a cedência pura, e a falha porinstabilida<strong>de</strong> flexotorcional do reforço associada à instabilida<strong>de</strong> ou perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> da chapa associada.A forma <strong>de</strong> obtenção das curvas tensão extensão para as placassimplesmente apoiadas restringidas foi <strong>de</strong>scrita na secção 2.7 para carregamentosno plano aplicados longitudinalmente e na secção 3.5 para carregamentos noplano aplicados transversalmente.As fórmulas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência da placa associada utilizada nestetrabalho substituem as anteriores, correspon<strong>de</strong>ndo a uma melhor interpretação doenquadramento do elemento <strong>de</strong> placa reforçado representativo <strong>de</strong> todo o painelcontinuo pertencente à estrutura adjacente do casco. Assim, a placa associada<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada simplesmente apoiada sem restrições laterais parapassar a ser consi<strong>de</strong>rada restringida lateralmente <strong>de</strong>vido à rigi<strong>de</strong>z das balizas quelhe servem <strong>de</strong> apoio.Esta alteração provoca uma diminuição <strong>de</strong> resistência em placas espessas<strong>de</strong>vido à influência nefasta das tensões transversais compressivas induzidas quefomentam a ampliação das <strong>de</strong>formações da placa e um efeito positivo para placas231


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosesbeltas por razões inversas.O estudo <strong>de</strong>senvolvido na secção 4.5.1.2 e a comparação com os resultados<strong>de</strong> outras origens e métodos [5] veio mostrar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> somente consi<strong>de</strong>raro comportamento resultante do colapso do reforço por instabilida<strong>de</strong> flexotorcionalquando a tensão crítica correspon<strong>de</strong>nte a este tipo <strong>de</strong> colapso é inferior à tensão <strong>de</strong>cedência. Nas versões anteriores as curvas resultantes do modo <strong>de</strong> colapso à flexãoda coluna e <strong>de</strong> colapso à instabilida<strong>de</strong> flexotorcional do reforço eram sobrepostassendo escolhida a curva correspon<strong>de</strong>nte a uma menor resistência. Como resultado,havia casos em que o colapso se dava por instabilida<strong>de</strong> à flexão mas a curva <strong>de</strong><strong>de</strong>scarga era controlada pela curva <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga correspon<strong>de</strong>nte à instabilida<strong>de</strong>flexotorcional por esta originar uma <strong>de</strong>scarga súbita.Em placas reforçadas pouco esbeltas a teoria do colapso elastoplásticoresultante da instabilida<strong>de</strong> flexotorcional do reforço dá origem a previsõespéssimas pelo que foi abandonada e consequentemente sendo só utilizada aformulação elástica, mais <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> associada a este tipo <strong>de</strong>colapso em que a falha resultante <strong>de</strong>sta instabilida<strong>de</strong> leva a um colapso brusco ebrutal da estrutura, diminuindo substancialmente a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, eon<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações plásticas têm pouco impacto naresistência, apesar <strong>de</strong> o terem no <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>de</strong>formações transversaisdo reforço.5.4 Resumo das fórmulas utilizadas no métodoDe forma a juntar e sintetizar a informação utilizada para a geração dascurvas <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> placas reforçadas sujeitas à compressão, resume-senesta secção as fórmulas, por or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> forma a tornar mais compreensível ométodo proposto.5.4.1 Largura efectiva da placa associadaA largura efectiva da placa associada livre <strong>de</strong> tensões residuais é dada pelasexpressões <strong>de</strong>duzidas para caracterizar a resistência máxima <strong>de</strong> placasrestringidas à compressão.232


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosNo caso do carregamento longitudinal compressivo usa-se a expressão (74):φw-0,44⎪⎧β= ⎨⎪⎩ 1,07paraparaβ ≥ 1β ≤ 1correspon<strong>de</strong>nte à resistência máxima da placa com um modo crítico <strong>de</strong> colapso(m=α). A esbelteza <strong>de</strong> placa é a esbelteza efectiva correspon<strong>de</strong>nte ao estado <strong>de</strong>extensão média da placa e que se relaciona com a esbelteza nominal porβ = β oεtal como foi <strong>de</strong>finido na secção 2.7.1. A curva <strong>de</strong> comportamento da placa emcompressão ématerial.φ a = φe⋅ φwon<strong>de</strong> φ e representa o comportamento elastoplástico doPara representar o comportamento à tracção, a curva sem tensões residuaisda placa restringida é dada pela expressão:⎡ ε 1 ⎤φa = − min⎢;⎥(155)2⎢⎣1 − ν21 − ν + ν ⎥⎦O segundo valor é a tensão longitudinal normalizada correspon<strong>de</strong>nte aocritério <strong>de</strong> von Mises e toma o valor <strong>de</strong> 1,125 no caso do aço.5.4.2 Alterações <strong>de</strong>vidas às tensões residuaisNa presença <strong>de</strong> tensões residuais o comportamento da placa restringida emtracção sofre uma correcção que resulta da integração da equação (62) e que<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> normalizada po<strong>de</strong> ser apresentada da seguinte forma:⎡ 1 b − 2ηt1 ⎤φa = − min⎢⋅ ε;⎥(156)2⎢⎣1 − ν b − ηtν21 − ν + ν ⎥⎦A placa restringida em compressão apresenta um comportamento dadopelas expressões da placa sem tensões residuais com excepção <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong>extensões on<strong>de</strong> estas têm influência:φeb − 4ηt2ηt= + ⋅ εb b⇐1 − σr≤ ε ≤ 2(157)ou ainda po<strong>de</strong> ser expresso em função das tensões residuais <strong>de</strong> compressão por:233


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> navios1 − φrφrφe = + ⋅ ε ⇐ 1 − σr≤ ε ≤ 2(158)1 + φ 1 + φrr5.4.3 Representação gráficaNas Figuras seguintes representam-se graficamente as curvas do comportamentodos elementos <strong>de</strong> placa, comparando-se com a curva para placas semtensões residuais obtidas em 1993. Os valores <strong>de</strong> TR em cada gráfico representamo nível das tensões residuais compressivas normalizadas pela tensão <strong>de</strong> cedência.5.4.3.1 Comportamento em tracção <strong>de</strong> placasO comportamento em tracção longitudinal das placas restringidas éin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da esbelteza da placa pelo que é suficiente apresentar um únicográfico.-2 -1.8 -1.6 -1.4 -1.2 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 00-0.2Tensão normalizadaGordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,3-0.4-0.6-0.8-1Alongamento médio normalizado-1.2Figura 134Comportamento em tracção com e sem tensões residuais e comparação com o mo<strong>de</strong>loanterior.É perfeitamente visível o aumento do módulo estrutural da placarestringida sem tensões residuais relativamente à placa não restringidacorrespon<strong>de</strong>nte ao mo<strong>de</strong>lo anterior e <strong>de</strong>signado no gráfico por Gordo-93. A tensão234


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosmáxima da placa restringida é maior e o efeito das tensões residuais é importantea tensões aplicadas elevadas conduzindo a um aumento do alongamento parauma mesma tensão. A resistência máxima é no entanto a mesma qualquer que sejao nível <strong>de</strong> tensões residuais.5.4.3.2 Comportamento em compressão <strong>de</strong> placasEm compressão as tensões residuais não afectam a fase inicial <strong>de</strong>carregamento mas, em contrapartida, reduzem substancialmente a resistênciamáxima. O alongamento último, alongamento ao qual ocorre a tensão máxima, étambém afectado. O alongamento último reduz-se para tensões residuais baixas,mas com o aumento <strong>de</strong>stas o alongamento último ten<strong>de</strong> para duas vezes oalongamento <strong>de</strong> cedência. As Figuras seguintes mostram o comportamento sobcompressão das placas restringidas sem e com tensões residuais comparando-ocom a curva tensão-alongamento do método proposto em 1993 [17] para placasnão restringidas.No primeiro gráfico <strong>de</strong> cada Figura comparam-se as consequências dautilização <strong>de</strong> diferentes larguras efectivas resultantes das diferentes condições <strong>de</strong>fronteira. No segundo gráfico <strong>de</strong> cada Figura introduziram-se as duas correcçõespropostas na secção 2.7.2.4 e que tornam as curvas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong> placa mais <strong>de</strong> acordo com os resultados obtidos com o método doselementos finitos no que respeita ao comportamento pós colapso e aoalongamento último.As principais diferenças relativamente à formulação inicial dizem respeito àmaior resistência das placas esbeltas em compressão. Com a introdução dascorrecções empíricas o comportamento pós colapso é muito próximo entre as duasformulações notando-se que as placas espessas ten<strong>de</strong>m a ter uma resistênciainferior e as esbeltas uma resistência superior consequência directa das curvas <strong>de</strong>resistência máxima para placas restringidas e não restringidas. Este resultadojustifica <strong>de</strong> algum modo os bons resultados obtidos em trabalhos anteriores sobrea resistência <strong>de</strong> cascos <strong>de</strong> navios utilizando o método anterior[6,22,23,40,42,86,148-151], já que as maiores diferenças ocorrem para esbelteza <strong>de</strong>235


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosplaca elevadas as quais não são muito comuns em navios <strong>de</strong> comércio.Beta=11Tensão normalizada0.80.60.40.200 0.5 1 1.5 2 2.5Alongamento médio normalizadoGordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,33Beta=11Tensão normalizada0.80.60.40.20Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30 0.5 1 1.5 2 2.5Alongamento médio normalizado3Figura 135Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizado para umaplaca <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 1 e diversos níveis <strong>de</strong> tensões residuais. Em cima,método actual sem correcções adicionais e em baixo, com correcções à perda <strong>de</strong>resistência pós colapso e à variação do alongamento último.236


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosBeta=21Tensão normalizada0.80.60.40.20Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30 0.5 1 1.5 2 2.5 3Alongamento médio normalizadoBeta=21Tensão normalizada0.80.60.40.20Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30 0.5 1 1.5 2 2.5Alongamento médio normalizado3Figura 136Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizado para umaplaca <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 2 para diversos níveis <strong>de</strong> tensões residuais. Emcima, método actual sem correcções adicionais e em baixo, com correcções à perda <strong>de</strong>resistência pós colapso e à variação do alongamento último.237


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosBeta=3Tensão normalizada10.80.60.4Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30.200 0.5 1 1.5 2 2.5Alongamento médio normalizado3Beta=3Tensão normalizada10.80.60.4Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30.200 0.5 1 1.5 2 2.5Alongamento médio normalizado3Figura 137Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizado para umaplaca <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 3 para diversos níveis <strong>de</strong> tensões residuais. Emcima, método actual sem correcções adicionais e em baixo, com correcções à perda <strong>de</strong>resistência pós colapso e à variação do alongamento último.238


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> naviosBeta=4Tensão normalizada10.80.60.4Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30.200 0.5 1 1.5 2 2.5 3Alongamento médio normalizadoBeta=4Tensão normalizada10.80.60.4Gordo-93Actual - s/TRActual - TR=0,05Actual - TR=0,1Actual - TR=0,2Actual - TR=0,30.200 0.5 1 1.5 2 2.5 3Alongamento médio normalizadoFigura 138Comparação das curvas tensão normalizada – alongamento normalizado para umaplaca <strong>de</strong> esbelteza nominal igual a 4 para diversos níveis <strong>de</strong> tensões residuais. Emcima, método actual sem correcções adicionais e em baixo, com correcções à perda <strong>de</strong>resistência pós colapso e à variação do alongamento último.239


Método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> navios5.4.4 Compressão transversalAs comparações entre os resultados numéricos (M.E.F) e as curvas <strong>de</strong>previsão <strong>de</strong> comportamento à compressão transversal <strong>de</strong> placas restringidasconduziram à escolha da aproximação sinusoidal discutida no Capítulo 3. O seucomportamento é expresso pela equação (101) que se reproduz:φφtt() ε= φut⎛ π ⎞⋅ sin⎜ε⎟⎝ 2 ⎠() ε = φ para ε > 1utpara ε < 1A tensão última normalizada é dada pela equação (96):0,561 0,593φ ut = + com β ≥ 1α 2βExemplos das curvas que se obtêm foram apresentadas nas Figura 66 eFigura 67. Convêm relembrar que estas curvas correspon<strong>de</strong>m aos mínimos <strong>de</strong>resistência transversal <strong>de</strong> placas e que diferentes modos das imperfeições iniciaisconduzem invariavelmente a placas com um comportamento muito diferente emespecial no domínio <strong>de</strong> pré colapso. Em alguns casos particulares do modo eamplitu<strong>de</strong> das imperfeições também a resistência residual po<strong>de</strong> ser bastantesuperior à estimada pelas fórmulas apresentadas as quais correspon<strong>de</strong>m aocolapso no modo crítico, coincidindo para este carregamento com o modofundamental.240


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoCapítulo 6 Ensaios <strong>de</strong> Colapso em Flexão <strong>de</strong> Vigas em CaixãoA realização dos ensaios em vigas em caixão visa fundamentalmente atingirdois objectivos: comparar os resultados obtidos na flexão das vigas com asprevisões <strong>de</strong> resistência avaliadas pelo programa <strong>de</strong>scrito no Capitulo 5 esimultaneamente validar o método e o programa <strong>de</strong> cálculo do colapso da secçãomestra do casco <strong>de</strong> navios sujeito a flexão longitudinal. Adicionalmente preten<strong>de</strong>setambém analisar o fenómeno <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> e colapso <strong>de</strong> painéis emcompressão no plano.No respeitante aos painéis reforçados preten<strong>de</strong>-se ainda comparar o modo eamplitu<strong>de</strong> das <strong>de</strong>formações permanentes com os mo<strong>de</strong>los criados em elementosfinitos.Devido à geometria tridimensional dos mo<strong>de</strong>los, coexistindo zonas emtracção e compressão, é possível analisar a importância da transferência <strong>de</strong><strong>de</strong>formações <strong>de</strong>vidas ao carregamento entre as diversas regiões da estruturatridimensional, avaliar a importância da transferência <strong>de</strong> forças e momentos aolongo das fronteiras entre painéis e o seu impacto na resistência global daestrutura. Estes últimos aspectos têm gran<strong>de</strong> relevância dada a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>avaliação da sua contribuição para a <strong>de</strong>gradação ou aumento <strong>de</strong> resistênciaatravés dos métodos tradicionais, apesar <strong>de</strong> ser possível a i<strong>de</strong>ntificação dofenómeno através da construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> elementos finitos. Estes mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> elementos finitos tem no entanto a limitação <strong>de</strong> representarem estruturas muitoperfeitas, quer no ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> resposta mecânica dos materiais quer nascondições iniciais impostas, nomeadamente <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> tensões residuais emo<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> imperfeições geométricas.6.1 Resenha históricaDes<strong>de</strong> há muito tempo que a previsão <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> estruturastridimensionais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas sujeitas à flexão tem constituído preocupação dosprojectistas e investigadores. São exemplos <strong>de</strong>stas estruturas a viga navio e as241


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãovigas em caixão das gran<strong>de</strong>s pontes.O problema associado a estas estruturas resi<strong>de</strong> no comportamento nãolinear dos componentes à compressão os quais geram alguma imprevisibilida<strong>de</strong>na <strong>de</strong>terminação da resistência, entendida esta última como o momento flectormáximo suportado. Este comportamento já foi estudado e analisado nos capítulosanteriores pelo que se está em condições <strong>de</strong> avaliar a resistência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>estruturas.Além do problema dos componentes sob compressão, os ensaios permitemainda i<strong>de</strong>ntificar os efeitos tridimensionais que se fazem sentir através datransmissão <strong>de</strong> esforços entre painéis induzindo <strong>de</strong>formações em zonas on<strong>de</strong> atracção é predominante e on<strong>de</strong> não seriam <strong>de</strong> esperar <strong>de</strong>formaçõesperpendiculares ao plano do painel.É ainda possível analisar com algum <strong>de</strong>talhe a perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> dospainéis em tracção da viga em flexão <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> suporte ou rigi<strong>de</strong>zperpendicularmente ao plano <strong>de</strong> flexão. Sendo este aspecto construtivonormalmente comum a todas as estruturas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> fina utilizadas na indústrianaval, representa portanto um problema real na avaliação dos parâmetrosestruturais <strong>de</strong>cisórios da a<strong>de</strong>quação do projecto.6.2 Preparação dos ensaiosOs mo<strong>de</strong>los a ensaiar são constituídos por três blocos a que correspon<strong>de</strong>mrespo stas mecânicas diferentes e cujo comprimento total é <strong>de</strong> 5 m; o bloco central,constituído por um caixão com 1 m <strong>de</strong> comprimento que vai estar sujeito à flexãopura, é suportado lateralmente através <strong>de</strong> dois mor<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 2 m cada que estãosujeitos simultaneamente à flexão e ao corte. É, portanto, um ensaio típico <strong>de</strong>flexão a quatro pontos.O bloco central representa uma secção transversal <strong>de</strong> uma viga em caixão etem como dimensões características 800mm <strong>de</strong> largura e 600mm <strong>de</strong> altura. Asplacas horizontais estão reforçadas por 3, 4 ou 5 perfis barra espaçados <strong>de</strong> 200, 150ou 100mm respectivamente conforme os mo<strong>de</strong>los, e existe um ou dois perfis barra242


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoa meia altura em cada uma das chapas laterais que pouco contribui para aresistência longitudinal. Preten<strong>de</strong>-se assim reproduzir, simplificadamente, ageometria típica da secção transversal <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> estrutura longitudinal.200010002000mor<strong>de</strong>ntemo<strong>de</strong>lomor<strong>de</strong>nteV(x)KNM(x)KN.mFigura 139 Esquema <strong>de</strong> carregamento e esforços associados.O vão entre balizas é <strong>de</strong> 800mm restando 100mm para cada lado queservem como z onas <strong>de</strong> uniformização <strong>de</strong> tensões como resultado das anomalias naligação entre o caixão e os mor<strong>de</strong>ntes. Os mo<strong>de</strong>los da segunda série têm um vãoentre balizas <strong>de</strong> 400mm resultando um mo<strong>de</strong>lo com dois vãos entre balizas o quepermite analisar outro tipo <strong>de</strong> interacções entre as diferentes partes da estrutura,nomeadamente a transmissão <strong>de</strong> rotações entre vãos as quais fomentam diferentestipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação dos elementos reforçados.6.2.1 Geometria e características mecânicasA geometria do conjunto está representada na Figura 140. Sendo as forçasaplicadas nos extremos e suportadas pelos apoios nas ligações mor<strong>de</strong>nte caixão, o243


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoesforço <strong>de</strong> corte é constante em todo o mor<strong>de</strong>nte e virtualmente nulo em todo ocaixão. O momento flector aplicado ao caixão é constante e igual à força aplicadanos apoios multiplicada pela distância entre apoios, 2000mm neste caso, como sepo<strong>de</strong> ver na Figura 139. Nos mor<strong>de</strong>ntes, o momento flector varia linearmente<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as extremida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> é nulo, até ao valor máximo na ligação aparafusada.Figura 140 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> viga em caixão montada com respectivos mor<strong>de</strong>ntesPor seu lado, a escolha <strong>de</strong> uma ligação aparafusada entre os mor<strong>de</strong>ntes e ocaixão serve o propósito <strong>de</strong> ensaiar vários mo<strong>de</strong>los, mas levanta sérios problemasconstrutivos relacionados com a resistência local, rigi<strong>de</strong>zconcentração <strong>de</strong> tensões.da ligação e a6.2.1.1 Mo<strong>de</strong>lo Geral da Vigas em CaixãoA geometria da secção transversal está representada na Figura 141po<strong>de</strong>ndo-se observar a disposição geral <strong>de</strong> reforços nos painéis horizontais daprimeira série <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los na Figura 142.Como se po<strong>de</strong> verificar a ligação dispõe <strong>de</strong> 16 furos on<strong>de</strong> são montadosidêntico número <strong>de</strong> parafusos, colocados assimetricamente <strong>de</strong> forma a reforçar azona <strong>de</strong> tracção.A geometria genérica mantêm-se em todos os provetes, alterando-se asespessuras na primeira série <strong>de</strong> ensaios, ou os diversos espaçamentos na segundasérie para a obtenção <strong>de</strong> respostas diferentes em função dos principais parâmetrosda placa e da placa reforçada.A resistência mecânica das vigas em caixão sujeita à flexão pura foramanalisadas pelo programa <strong>de</strong>scrito no Capítulo 5, cujo resultado gráfico para uma244


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão<strong>de</strong>las está representado na Figura 143.Figura 141 Secção transversal da viga caixão dos mo<strong>de</strong>los da primeira série.100800 100200reforçoslongitudinais200200200reforçostransversaisFigura 142 Arranjo dos reforços nos painéis horizontais nos mo<strong>de</strong>los da série A.Pressupôs-se que o material base era aço macio <strong>de</strong> construção naval com240MPa <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> cedência a qual coinci<strong>de</strong> com o limite elástico e 210GPa <strong>de</strong>módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>. O aço <strong>de</strong> construção naval corrente é caracterizado porapresentar uma tensão <strong>de</strong> cedência bem i<strong>de</strong>ntificada, um patamar <strong>de</strong> cedência semencruamento numa larga gama <strong>de</strong> alongamentos, um ligeiro encruamento245


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoposterior, obtendo-se uma ruptura dúctil a alongamentos geralmente superiores a20%. Na literatura da especialida<strong>de</strong> e nos códigos <strong>de</strong> projecto, o aço <strong>de</strong> construçãonaval é tratado como um material <strong>de</strong> comportamento elástico perfeitamenteplástico.Figura 143 Distribuição <strong>de</strong> tensões imediatamente antes do colapso da viga caixão sujeita à flexãopura, segundo o programa HULLCOL.Figura 144 Exemplo das espessuras dos mo<strong>de</strong>los (M3-200) e mor<strong>de</strong>ntes.As espessuras utilizadas para a chapa do forro e dos reforços na primeirasérie <strong>de</strong> vigas foram respectivamente <strong>de</strong> 4 e 6mm no mo<strong>de</strong>lo M4-200, 3 e 4mm nomo<strong>de</strong>lo M3-200 ( Figura 144) e 2 e 4mm para o mo<strong>de</strong>lo M2-200, tendo os reforços246


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãouma altura <strong>de</strong> 45mm. O índice 200 utilizado na i<strong>de</strong>ntificação do mo<strong>de</strong>lo é oespaçamento entre reforços longitudinais ficando perfeitamente i<strong>de</strong>ntificada aesbelteza da placa entre reforços através da razão entre o segundo e primeiroíndice. Para estas espessuras tem-se uma esbelteza mínima da chapa do forro <strong>de</strong>1,69. Para o mo<strong>de</strong>lo mais fino, com uma espessura nominal <strong>de</strong> 2mm, a esbelteza é3,38.6.2.1.1.1 Mo<strong>de</strong>lo M4-200O momento flector máximo que a secção mais resistente (M4-200) po<strong>de</strong>suportar é <strong>de</strong> 570KNm a que correspon<strong>de</strong> uma força máxima nos apoios <strong>de</strong> 285KNa qual coinci<strong>de</strong> com o valor do esforço transverso nos mor<strong>de</strong>ntes. São estes valoresdos esforços que serviram <strong>de</strong> base ao dimensionamento <strong>de</strong> todas as peças.Os painéis horizontais em compressão tem um comportamentoelastoplástico que está representado na Figura 145 conjuntamente com ascaracterísticas geométricas do elemento.Figura 145 Previsão do comportamento à compressão <strong>de</strong> um elemento reforçado dos painéishorizontais do mo<strong>de</strong>lo M4-200.247


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoA sua resistência máxima é <strong>de</strong> 176MPa a que correspon<strong>de</strong> uma efectivida<strong>de</strong><strong>de</strong> 0,733. A resistência normalizada dos elementos <strong>de</strong> placa é <strong>de</strong> 0,833 a quecorrespon<strong>de</strong> uma tensão média máxima <strong>de</strong> 200MPa segundo a equação (5) <strong>de</strong>Faulkner, ou <strong>de</strong> 190MPa (φ=0,794) segundo a equação (25) que contempla aresistência no modo crítico. Em consequência da resistência da placa ser superior àda placa reforçada mas da mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, po<strong>de</strong>-se concluir que ocolapso é resultado da falha conjunta da placa e do reforço havendo algumaindução mútua <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.Para analisar mais <strong>de</strong>talhadamente a situação criou-se um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>elementos finitos do painel típico com o programa ASASNL tendo-se obtido umaresistência total para a placa reforçada <strong>de</strong> 194MPa, a que correspon<strong>de</strong> umaefectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,809, para o mo<strong>de</strong>lo com alguma assimetria e imperfeições baixas.O mo<strong>de</strong>lo quase perfeito apresenta um comportamento ligeiramentediferente do anterior na zona <strong>de</strong> colapso com uma resposta quase linear atéresistência máxima que é ligeiramente superior à anterior, 203MPa. Na região póscolapso o comportamento é semelhante, confirmando que o efeito dasimperfeições iniciais é absorvido pelo <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>de</strong>formaçõespermanentes para modos <strong>de</strong> colapso semelhantes, Figura 146.0,9Placas Reforçadas M4-2000,80,7Tensão normalizada0,60, 50,40,30,20,150B-405046 Quase Perfeita50B-405046 Assimetria50B-405046 Imperfeita50B-12050BB0,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6Elongamento normalizado (-)Figura 146 Resistência da típica placa reforçada do mo<strong>de</strong>lo M4-200 da viga em caixão.248


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoO mo<strong>de</strong>lo com imperfeições iniciais médias tem falta <strong>de</strong>perpendicularida<strong>de</strong> entre o reforço e o plano da chapa <strong>de</strong> 0,4mm para 45mm <strong>de</strong>altura, sobrelevação do reforço <strong>de</strong> 1,2mm em 800mm <strong>de</strong>comprimento e empenoda chapa <strong>de</strong> 3mm no 5º modo em 200mm <strong>de</strong> largura. Este mo<strong>de</strong>lo apresenta umaresistência muito mais baixa que as restantes, 172MPa a que correspon<strong>de</strong> umaefectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,715. Este valor é ligeiramente inferior ao previsto pelo métodoaproximado e <strong>de</strong>monstra, <strong>de</strong> facto, a valida<strong>de</strong> daquele método.Finalmente apresenta-se ainda a curva tensão alongamento <strong>de</strong> um painel <strong>de</strong>três vãos. Neste mo<strong>de</strong>lo a influência das condições fronteira é menor, tendo-seconfirmado o valor da resistência máxima apesar <strong>de</strong> haver um aumento doalongamento correspon<strong>de</strong>nte ao colapso. Este maior alongamento <strong>de</strong> colapsoresulta da natureza local do colapso, havendo zonas com alongamentos muitosuperiores a outras.Placa do Mo<strong>de</strong>lo 41.00.90.80.70.6nsãoTe0.50.40.30.20.1FaulknerEquação 25ASAS X-m=4ASAS Y-m=4ASAS X-m=5ASAS Y-m=5PANFEM X m=1PANFEM X m=4PANFEM X m=50.00. 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8-0.1ExtensãoFigura 147 Comparação entre as diversas curvas <strong>de</strong> previsão da resistência <strong>de</strong> placassimplesmente apoiadas utilizadas no Mo<strong>de</strong>lo M4-200.O elemento placa por si só, na ausência <strong>de</strong> reforço, tem uma resistência <strong>de</strong>181MPa, a que correspon<strong>de</strong> uma efectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,756 (ASASNL) comimperfeições iniciais no modo crítico. A placa simplesmente apoiada já tinha sidoanalisada com o programa PANFEM tendo-se obtido um resultado ligeiramente249


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãodiferente: uma tensão máxima normalizada <strong>de</strong> 0,796 consi<strong>de</strong>rando umaimperfeição inicial predominante no modo 4, comparável com o anterior, e 0,764com uma imperfeição inicial no modo 5. No modo primário, a placa apresentauma resistência bastante elevada, 0,899, ver Tabela 43, o que mostra que o valorobtido pela equação empírica (5) sobre base estatística é razoável.A Figura 147 exemplifica os resultados obtidos para a placa b/t=50 pelosdiversos métodos, programas e imperfeições iniciais, sendo evi<strong>de</strong>nte algumadispersão <strong>de</strong> resultados, apesar dos valores máximos para o modo crítico seremsemelhantes. É evi<strong>de</strong>nte, também, a sensibilida<strong>de</strong> das tensões transversais àamplitu<strong>de</strong> e ao modo das imperfeições iniciais.6.2.1.1.2 Mo<strong>de</strong>lo M3-200esbeltezaO elemento <strong>de</strong> placa típico do mo<strong>de</strong>lo M3-200 tem um b/t=67 ou umaβ igual a 2,254. A sua resistência já tinha sido analisada no CapituloCapítulo 2, ver Tabela 43, através do programa PANFEM, tendo-se obtido 0,634,0,663 e 0,616 como efectivida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte às imperfeições iniciais <strong>de</strong> 1,3mm<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> no modo fundamental, crítico e superior ao crítico, respectivamente.Note-se que o modo <strong>de</strong> colapso obtido para a placa com o modo inicialfundamental é m=5, portanto superior ao modo crítico elástico da placasimplesmente apoiada não restringida.a 11 a 41 a 51 Máximo d/t φ ε uModo(mm) (mm) (mm) (mm)colapsoMA - - - - - 0.690 1,000 -P1 1,0 0,1 0,1 1,0 0,300 0,634 0,988 m=5P4 0,2 1,0 0,1 1,3 0,388 0,663 0,971 m=4P5 0,1 0,1 1,0 1,3 0,380 0,616 1,146 m=5A1 1,5 0 0 1,5 0,500 0,799 0,852 m=1A4 0,0 1,5 0,0 1,5 0,500 0,675 1,160 m=4Tabela 25Geometria e resistência dos painéis à compressão do caixão M3-200, parcialmenteextraída da Tabela 43. MA-método aproximado; P*- PANFEM, modo *; A*-ASAS,modo *.O valor médio obtido com este mo<strong>de</strong>lo do PANFEM é <strong>de</strong> 0,638apresentando a placa com modo 4 uma resistência ligeiramente superior à placacom colapso em modo 5. No programa <strong>de</strong> elementos finitos ASAS-NL os250


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoresultados são superiores havendo alguma dificulda<strong>de</strong> por parte do programa emresolver a estrutura no regime pós colapso, quando do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><strong>de</strong>formações fora do plano da chapa associadas a níveis elevados <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçãoplástica mais ou menos generalizada. A previsão <strong>de</strong> resistência pelo métodoaproximado que utiliza a formulação <strong>de</strong> Faulkner apresenta um valor intermédiona gama superior dos resultados; <strong>de</strong> acordo com esta formulação a imperfeiçãoinicial média é <strong>de</strong> 0,508.A Figura 148 mostra a evolução das placas com diferentes modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais a o longo do carregamento utilizando respecti vamente oprograma PANFEM (P) e o ASAS-NL (S).Placa do M3-2000,90,80,70,6Tensão0,50,40,30,2Sx m=1Sy m=1Sx m=4Sy m=4P1P4P50,10,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8-0,1-0,2AlongamentoFigura 148 Curvas tensão normalizada alongamento normalizado das placas da viga M3-200É evi<strong>de</strong>nte, nesta figura, a dificulda<strong>de</strong> do segundo programa em resolver amudança <strong>de</strong> geometria ao longo do carregamento para o modo inicial igual a 1,enquanto que com o PANFEM se <strong>de</strong>tecta uma mudança <strong>de</strong> modo (1→3) a umalongamento compressivo <strong>de</strong> aproximadamente 0,55 e nova mudança (3→5) a 0,75sendo a resistência máxima obtida neste último modo.Os máximos estão todos muito próximos, aparte o da referida placa A1, e osmódulos estruturais tangentes estão consistentes com a <strong>de</strong>formada inicial para os251


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãodois programas.A previsão da resistência dos painéis reforçados foi <strong>de</strong>senvolvida no ASAS-NL, preten<strong>de</strong>ndo-se prever o comportamento e tipo <strong>de</strong> colapso. Para tal foramcriados três mo<strong>de</strong>los: um com muito baixos níveis <strong>de</strong> imperfeições <strong>de</strong>signado por‘quase perfeito’; um segundo em que a placa apresenta <strong>de</strong>formações iniciais nomodo fundamental, situação mais comum; finalmente um mo<strong>de</strong>lo em que a placaapresenta imperfeições iniciais num dos modos mais <strong>de</strong>sfavoráveis do ponto <strong>de</strong>vista da resistência.A Figura 149 resume graficamente os resultados obtidos sendo <strong>de</strong> realçar osvalores muito baixos do alongamento <strong>de</strong> colapso, próximo dos 70% doalongamento <strong>de</strong> cedência do material para as placas imperfeitas, o que significa aexistência <strong>de</strong> colapso prematuro da estrutura. No caso da placa quase perfeita estealongamento sobe para 90%, dando-se no entanto um colapso mais abruptoacompanhado por um <strong>de</strong>créscimo acentuado da resistência.0,8Placas Reforçadas-M3-2000,7Tensão normalizada0,60,50,40, 30,20,167B-406734 Quase Perfeita67B-406734 Imperfeita m=167B-406734 Imperfeita m=50,00,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0Elongamento normalizado (-)Figura 149 Curvas tensão alongamento normalizados das placas reforçadas dos mo<strong>de</strong>los M3-200em ASAS-NL para diversas imperfeições iniciais.Os valores residuais da resistência pós colapso ten<strong>de</strong>m a ser semelhantesnos três mo<strong>de</strong>los o que significa que a resistência pós colapso é quasein<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das imperfeições iniciais.252


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.2.1.1.3 Mo<strong>de</strong>lo M2-200Este mo<strong>de</strong>lo não tem qualquer tipo <strong>de</strong> impacto no dimensionamento eprojecto do equipamento <strong>de</strong> ensaios, mas, no entanto, permitirá recolherinformação sobre o comportamento à compressão <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finascom esbelteza <strong>de</strong> placa muito elevada. A razão b/t é <strong>de</strong> 100 e a esbelteza igual a3,38. Na Tabela 26 apresenta-se os valores da resistência máxima, alongamentocorrespon<strong>de</strong>nte em função da geometria das imperfeições iniciais.a 11 a 41 a 51 Máximo d/t φ ε uModo(mm) (mm) (mm) (mm)colapsoMA - - - - - 0,504 1,000 -P1 1,0 0,1 0,1 1,0 0,400 0,541 0,978 m=5P4 0,2 1,0 0,1 1,3 0,516 0,589 0,931 m=4P5 0,1 0,1 1,0 1,3 0,506 0,542 1,139 m=5A4 1,5 0 0 1,5 0,750 0,601 1,145 m=4A8 0 1,5 0 1,5 0,750 0,436 1,162 m=8Tabela 26Geometria e resistência dos painéis à compressão do caixão M2-200, parcialmenteextraída da Tabela 43. MA-método aproximado; P*- PANFEM, modo *; A*-ASAS,modo *.Placa do M2-2000,70,60,50,4Tensão0,30,20,1Sx(m=8)Sy(m=8)Sx(m=4)Sy(m=4)P1P4P50,00,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8-0,1-0,2AlongamentoFigura 150 Curvas tensão normalizada alongamento normalizado das placas da viga M2-200A Figura 150 mostra o comportamento das mesmas placas simplesmenteapoiadas em função do carregamento evi<strong>de</strong>nciando-se como anteriormente aincapacida<strong>de</strong> do programa ASAS-NL para resolver o regime pós colapso no qual253


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoas <strong>de</strong>formações plásticas são acentuadas.6.2.1.2 Características geométricas das vigas em caixãoNa Tabela 27 resumem-se as principais características geomét ricas das vigasem caix ão.Características do provete M4-200 M3- 200 M2-200Espessura da chapa (mm) 4 3 2Espessura dos reforços (mm) 6 4 3Altura dos reforços (mm) 45 45 30Espaçamento entre reforços (mm) 200 200 200Espaçamento entre balizas (mm) 800 800 800Número <strong>de</strong> reforços 8 8 10Tabela 27Características dos provetes <strong>de</strong> vigas em caixão da primeira série.Os cálculos preliminares conduziram às previsões que estão apresentadasna Tabela 28:Previsões iniciais <strong>de</strong> projecto M4-200 M3-200 M2-200Momento máximo (MN.m) 0,609 0,471 0,250Força máxima no ensaio (KN) 305 236 125Flecha máxima na 1ª cedência (m) 0,015 0,015 0,015Resistência dos painéis (MPa) 176 161 111Efectivida<strong>de</strong> da placa reforçada 0,733 0,671 0,463Efectivida<strong>de</strong> da placa 0,833 0,691 0,504Tabela 28Previsões iniciais <strong>de</strong> projecto para cada mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> viga em caixão da primeira série.6.3 Compilação dos resultados dos ensaiosExistem três tipos diferentes <strong>de</strong> medições a executar durante os ensaios:medições antes do ensaio referentes ao controle geométrico e levantamento das254


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoimperfeições iniciais, aquisição <strong>de</strong> dados durante os ensaios que incluem asleituras dos extensómetros, <strong>de</strong>flectómetros e transdutores <strong>de</strong> força, e mediçõesapós ensaios que se limitam ao levantamento das <strong>de</strong>formadas residuais quer dasplacas quer dos reforços.6.3.1 Medições directas6.3.1.1 Imperfeições IniciaisSabendo-se a <strong>de</strong>pendência da resistência relativamente às imperfeiçõesgeométrica s iniciais, foi <strong>de</strong>senvolvido um programa <strong>de</strong> acção para medir asimperfeições iniciais e a sua evolução ao longo do processo <strong>de</strong> montagem e ensaio.Existe m fundamentalmente quatro medições disponíveis para cada mo<strong>de</strong>lo:imperfeições do mo<strong>de</strong>lo livre, do mo<strong>de</strong>lo acoplado à estrutura adjacente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><strong>de</strong>vidamente apertado, mo<strong>de</strong>lo em carga no domínio elástico e <strong>de</strong>formaçõesresiduais no f inal do ensaio. O rasteio da <strong>de</strong>formad a ao longo do processo <strong>de</strong>carregamento não é executado <strong>de</strong>vido a impossibilida<strong>de</strong> técnica resultante dainexistência <strong>de</strong> um equipamento automático que varresse os mú ltiplos pontos <strong>de</strong>leitura, sendo por outro lado <strong>de</strong>masiado perigoso parar o processo <strong>de</strong>carregamento a partir da entrada no regime elasto-plástico para proce<strong>de</strong>r à leituramanual.6.3.1.1.1 Método <strong>de</strong> medição das imperfeiçõesOs métodos disponíveis na literatura para medir imperfeições <strong>de</strong> umaforma automática são muito reduzidos e bastante caros. Normalmente consistemnuma estrutura rectangular que se apoia em quatro pontos da superfície a medir edispõem <strong>de</strong> dois braços com movimentos perpendiculares entre si. Estes braçospermitem o posicionamento, no plano da estrutura, <strong>de</strong> um transdutor <strong>de</strong><strong>de</strong>slocamento ou similar o qual vai medir a distância da superfície ao plano <strong>de</strong>referência. Nos sistemas ópticos <strong>de</strong> varrimento disponíveis no mercado não foipossível encontrar nenhum perfeitamente adaptado ao tipo <strong>de</strong> leituras que sepretendiam fazer, ou, no caso do teodolito, o tempo <strong>de</strong> leitura e a precisãorequerida eram insatisfatórios.255


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoNeste quadro <strong>de</strong>senvolveu-se um sistema bastante simples o qual seaproveita das particularida<strong>de</strong>s construtivas dos provetes, tendo no entanto oinconveniente <strong>de</strong> conduzir a um processo totalmente manual em que oposicionamento no plano tem imprecisões da or<strong>de</strong>m do milímetro. Estaimprecisão não é no entanto crítica porque a <strong>de</strong>rivada da <strong>de</strong>formada da placa noplano é muito pequena pelo que os erros <strong>de</strong> leitura da <strong>de</strong>formada nos pontos sãomuito baixos. A alternativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um equipamento totalmenteautomático com posicionadores movidos electricamente e controlo <strong>de</strong> posição alaser mostrou ser uma solução bastante complexa e <strong>de</strong>masiado cara.O sistema consiste basicamente numa viga <strong>de</strong> alumínio em U, no interiordo qual corre uma corrediça com aperto suficiente para retirar eventuais folgas,Figura 151.Figura 151 Equipamento <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações.Solidária à corrediça encontra-se montado um suporte ao qual é fixado o256


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãotransdutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento, CDP-5 da TML. As leituras são registadas numequipamento <strong>de</strong> registo digital <strong>de</strong> informação multi-uso, TC-21K da TML, <strong>de</strong> umúnico canal com registo sequencial. Os registos da <strong>de</strong>formada são posteriormenteimportados para uma folha <strong>de</strong> cálculo in<strong>de</strong>xando-os aos respectivos pontos doplano <strong>de</strong> referência.O posicionamento transversal da viga <strong>de</strong> alumínio é feito manualmente pormoviment os paralelos sendo fixado por grampos nos extremos após cadaposicionamento. Devido à elevada rigi<strong>de</strong>z da viga <strong>de</strong> alumínio não existe indução<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação por incorrecto posicionamento dos grampos. Após a correctacolocação transversal, o transdutor é posicionado longitudinalmente pormovimentação manual da corrediça sendo <strong>de</strong> imediato registada a cota do pontoatravés do transdutor. O processo requer a traçagem <strong>de</strong> um reticulado nasuperfície da chapa para perfeita i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> cada ponto <strong>de</strong> leitura. Estereticulado serve ainda para uma melhor visualização das <strong>de</strong>formaçõespermanentes após o ensaio <strong>de</strong> colapso.6.3.1.1.2 Imperfeições iniciais nas placas no mo<strong>de</strong>lo M3-200Efectuaram-se medições em ambos os lados da chapa à compressão domo<strong>de</strong>lo 3-200, Figura 152.Estas medições foram posteriormente tratadas passando o plano <strong>de</strong>referência para um plano médio da fronteira das chapas para melhor i<strong>de</strong>ntificaçãodo nível e forma das imperfeições geométricas, Figura 153. Este plano médio foiencontrado através do método dos erros mínimos quadráticos.Os elementos <strong>de</strong> placa do Mo<strong>de</strong>lo 3 tem uma esbelteza <strong>de</strong> 2,25 pelo que ovalor médio previsto para as amplitu<strong>de</strong> das imperfeições iniciais é <strong>de</strong> 1,67mm, <strong>de</strong>acordo com a fórmula <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s Soares [51], ou 2,43mm segundo a equação (13)que se aplica a placas finas. Da Figura 154 é possível inferir que as amplitu<strong>de</strong>s dasimperfeições entre reforços se encontram entre estes dois valores. Os modosdominantes são o primário e ternário.257


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão0.1-0.9-0.9-0.1-1.9 -1.9--0.9-2.9--1.9-2.9 -3.9--2.9-4.9--3.9-3.9 -5.9--4.9-4.914-5.97101316S1S3S5S7S9S11S13Figura 152 Imperfeições iniciais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na chapa inferior antes <strong>de</strong> alterado o plano <strong>de</strong>referencia.S13S12S11S10S9S8S7S6S5-0.9-0.1-1.9--0.9-2.9--1.9-3.9--2.9-4.9--3.9S11 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17S4S3S2Figura 153 Imperfeições iniciais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na chapa superior <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alterado o plano<strong>de</strong> referencia.258


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão300250200150100500-50-100-150-200-250-300300 250 200 150 100 50 0-400-350-300-250-200-150-100-502.4-3.21.6-2.40.8-1.60-0.8-0.8-0-1.6--0.8-2.4--1.6-3.2--2.4400 350 259Figura 154 Imperfeições iniciais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na chapa superior <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alterado o plano<strong>de</strong> referencia.Após a montagem foram lidas as imperfeições iniciais em linhaslongitudinais localizadas a meio <strong>de</strong> cada elemento placa e comparadas com osvalores pré montagem.6.3.1.1.3 Imperfeições iniciais nos reforços longitudinais no mo<strong>de</strong>lo M3-200A monitorização das imperfeições iniciais do reforço foi executada após afase <strong>de</strong> montagem dos mor<strong>de</strong>ntes com a estrutura suportada pelos dois apoioscentrais que distam um metro entre si. Foram unicamente medidas asimperfeições dos reforços a comprimir durante o ensaio porque são as quepo<strong>de</strong>rão ter algum impacto no comportamento e resistência do mo<strong>de</strong>lo. Alémdisso, <strong>de</strong>vido ao posicionamento do conjunto, existiam dificulda<strong>de</strong>s técnicas paraexecutar as medições nos reforços à tracção.Foram medidas as imperfeições laterais dos reforços (A, B, C) <strong>de</strong> ambos oslados representadas pelos índices 1 e 2, utilizando operadores diferentes <strong>de</strong> cadalado, tendo-se obtido as medições apresentadas na parte superior da Tabela 29, as


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoquais foram posteriormente tratadas assumindo que ambos os extremos tinham<strong>de</strong>formada nula e que se encontram na parte inferior da mesma tabela.Reforço 0 1 2 3 4A1 39.1 40.7 41.9 43.4 44.1A2 52.2 50.4 49.2 47.8 47.2B1 46.5 44.7 43.9 44.4 45.5B2 51.6 51.8 51.8 50.4 49.4C1 47.7 46.7 46.3 45.0 44.7C2 48.8 49.6 50.6 50.0 50.2Reforço 0 1 2 3 4A1 0.0 0.4 0.3 0.5 0.0A2 0.0 0.6 0.5 0.7 0.0B1 0.0 -1.6 -2.1 -1.4 0.0B2 0.0 -0.8 -1.4 -0.4 0.0C1 0.0 -0.3 0.1 -0.5 0.0C2 0.0 -0.5 -1.1 -0.2 0.0Tabela 29Imperfeições iniciais dos reforços após montagem dos mor<strong>de</strong>ntes e suspensão pelaparte central. Na parte superior apresentada-se os resultados absolutos das medições ena parte inferior os resultados após mudança <strong>de</strong> referencial.As fontes <strong>de</strong> erro envolvidas no processo <strong>de</strong> medição <strong>de</strong>stas imperfeiçõessão elevadas po<strong>de</strong>ndo-se apresentar as mais importantes:1. O processo <strong>de</strong> fixação da viga referência foi feito manualmente,envolvendo um operador que mantinha a viga fixa durante o processo<strong>de</strong> arrastamento do transdutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e leitura;2. A espessura da chapa dos reforços varia na or<strong>de</strong>m das décimas <strong>de</strong>milímetro ao longo do comprimento do reforço;3. Os pontos <strong>de</strong> leitura opostos po<strong>de</strong>rão não coincidir totalmente dada aexistência <strong>de</strong> outros transdutores já montados que inviabilizavam a suacorrecta colocação;4. As zonas <strong>de</strong> leitura junto às balizas tinham alguns resíduos <strong>de</strong>soldadura o que apesar do cuidado colocado na escolha do local <strong>de</strong>leitura não invalida a existência <strong>de</strong> um mau contacto pontual entre o<strong>de</strong>flectómetro e a superfície real da chapa;5. Os diferentes operadores <strong>de</strong> leitura tem procedimentos diferentes quepo<strong>de</strong>rão resultar em resultados diferentes.A representação gráfica da Tabela 29 que se mostra na Figura 155, faz260


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãosobressair as diferenças entre as leituras e mostra claramente umaincompatibilida<strong>de</strong> entre as medições no reforço C posição 2 o que se <strong>de</strong>veconcerteza a um dos erros acima indicados.1.00.5Imperfeições Iniciais (mm)0.0-0.5-1.0-1.5-2.00 1 2 3 4A1A2B1B2C1C2-2. 5Posição LongitudinalFigura 155 Imperfeições iniciais dos reforços após montagem dos mor<strong>de</strong>ntes e suspensão pelaparte central.Mas o que mais interessa é a forma e amplitu<strong>de</strong> das imperfeições e nestecampo claramente po<strong>de</strong>m-se tirar duas conclusões: a forma das imperfeições étipicamente sinusóidal, eventualmente com componentes <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior e aamplitu<strong>de</strong> máxima varia entre 0,5 e 2 mm para um vão <strong>de</strong> 800mm. O valor <strong>de</strong>referencia que normalmente se encontra indicado na literatura e nos códigos é ume meio por mil do comprimento, o que resulta neste caso em 1,2mm, valor muitopróximo da média das amplitu<strong>de</strong>s medidas.6.3.1.2 Tensões ResiduaisNão foi implementado nenhum programa <strong>de</strong> medição e avaliação do nível<strong>de</strong> tensõe s residuais presentes nas chapas e reforços das estruturas a ensaiar. Noentanto, é possível estabelecer com algum grau <strong>de</strong> certeza que as tensões residuais<strong>de</strong>vidas às soldaduras <strong>de</strong>verão ter valores baixos porque a soldadura adoptadanos reforços à chapa é interrompida e <strong>de</strong> cateto reduzido. Nestas condições tanto a261


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> calor foi reduzida a valores bastante baixos como as <strong>de</strong>formaçõesplásticas associadas ao aquecimento da placa e à <strong>de</strong>gradação das proprieda<strong>de</strong>smecânicas com a temperatura ficaram limitadas a regiões bastante confinadas, nãoinduzindo tensões residuais compressivas com expressão global.De qualquer forma, os provetes foram sujeitos a pré-esforço com <strong>de</strong>scargaposterior, pelo que eventuais valores elevados das tensões residuais que pu<strong>de</strong>ssemocorrer localmente seriam reduzidos por <strong>de</strong>formação plástica nas zonas que seencontrassem inicialmente à tracção com valores elevados do nível <strong>de</strong> tensões. Oslocais da estrutura mais afectados pelo alivio <strong>de</strong> tensões residuais <strong>de</strong>vido ao précarregamentosão teoricamente as zonas sujeitas à tracção, que correspon<strong>de</strong>m nosmo<strong>de</strong>los ao fundo dos mesmos. Nas zonas superiores, que vão estar sujeitas acompressão durante o carregamento, o pré-carregamento não provoca reduçãosubstancial das tensões residuais <strong>de</strong> uma forma directa, mas, indirectamente,po<strong>de</strong>rá alterar a forma das imperfeições iniciais caso se aproxime da tensão criticaelástica, provocando localmente pequenas <strong>de</strong>formações plásticas irreversíveis quealterarão <strong>de</strong>sta forma as tensões residuais.6.4 Sequência dos Ensaios das Vigas CaixãoA sequência <strong>de</strong> ensaios foi escolhida <strong>de</strong> forma a obter informação noprimeiro ensaio que permitisse confirmar as previsões <strong>de</strong> resistência ecomportamento. Devido às limitações da ligação aparafusada no respeitante aocoeficiente <strong>de</strong> segurança associado ao ensaio do provete mais resistente, optou-sepor testar primeiro o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> resistência intermédia M3-200, seguido do menosresistente, M2-200, e finalmente, nesta primeira série, terminar com o mo<strong>de</strong>lo maisresistente, o M4-200.Decidiu-se ainda proce<strong>de</strong>r a uma série <strong>de</strong> carregamentos preliminares <strong>de</strong>alívio <strong>de</strong> tensões residuais, que permitissem estimar <strong>de</strong> alguma forma o nível <strong>de</strong>imperfeições <strong>de</strong> natureza térmica resultantes do processo <strong>de</strong> fabrico.Os ensaios terminaram com um ciclo <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga após o colapso daviga <strong>de</strong> forma a investigar o grau <strong>de</strong> resistência residual.262


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.5 Proprieda<strong>de</strong>s do materialForam ainda executados ensaios <strong>de</strong> tracção em provetes normalizados quepermitiram obter as curvas força <strong>de</strong>slocamento, a partir das quais foramcalculadas as características mecânicas do material utilizado. Para os materiais doscaixões da série 200, fabricados no Arsenal do Alfeite, os ensaios foram executadospelo Laboratório do mesmo estabelecimento, Documento 1 a Documento 12 doAnexo D - Ensaios <strong>de</strong> Tracção, enquanto os ensaios <strong>de</strong> tracção dos mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-150 foram executados no Laboratório Estruturas do Departamento <strong>de</strong><strong>Engenharia</strong> Civil do Instituto Superior Técnico.A especificação apresentada ao estaleiro Arsenal do Alfeite pedia aconstrução dos mo<strong>de</strong>los em aço <strong>de</strong> grau A, o qual é utilizado correntemente emconstrução naval e é caracterizado em termos mecânicos por ter uma tensão <strong>de</strong>cedência mínima <strong>de</strong> 235MPa em 95% dos provetes ensaiados. No entanto osresultados obtidos nos ensaios <strong>de</strong> tracção estão longe <strong>de</strong>stes valores apresentandouma <strong>de</strong>pendência da espessura, Tabela 30.EspessuranominalSecção Tensão <strong>de</strong>Cedência (MPa)Tensão <strong>de</strong>Rotura (MPa)Extensão <strong>de</strong>Rotura2 1,96x12,5 190 280 39,22 1,96x12,4 170 270 42,82 1,96x12,4 170 270 48,83 3,0x12,6 170 280 49,73 3,0x12,6 200 300 47,13 3,0x12,6 180 280 49,04 4,1x19,4 310 420 36,94 4,1x19,5 310 420 37,84 4,1x19,4 310 410 38,02 Média 177 273 43,63 Média 183 287 48,64 Média 310 417 37,6Tabela 30Características mecânicas dos aços utilizados nos mo<strong>de</strong>los M3-200, M2-200 e M4-200.Resultados dos ensaios <strong>de</strong> tracção e valores médios.Todos os aços apresentam gran<strong>de</strong>s níveis <strong>de</strong> ductilida<strong>de</strong> com umaextensão <strong>de</strong> rotura sempre superior a 36%.Os provetes <strong>de</strong> 2mm <strong>de</strong> espessura não apresentam um patamar <strong>de</strong>cedência, dando-se um encruamento progressivo após o início da plastificação.A Figura 156 mostra o resultado dos três ensaios <strong>de</strong> tracção sendo evi<strong>de</strong>nte263


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoa semelhança entre as diversas curvas.Figura 156 Curvas força <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong>2mm.O aço <strong>de</strong> 3mm e 4mm já mostra uma cedência nítida, tal como se po<strong>de</strong> verna Figura 157 e Figura 158, sendo esta mais marcada nos provetes <strong>de</strong> 4mm. Esteaço <strong>de</strong> 4mm <strong>de</strong> espessura tem características mecânicas semelhantes ao do aço St42 com uma tensão <strong>de</strong> rotura <strong>de</strong> 420MPa bem superior aos cerca <strong>de</strong> 280MPa doaço das chapas <strong>de</strong> 2 e 3mm.A razão entre a tensão <strong>de</strong> rotura nominal e a tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong>aproximadamente 1,54, 1,56 e 1,35 justificando <strong>de</strong> alguma forma os valoresbastantes elevados da exte nsão até à rotura atrás mencionados.Figura 157 Curvas força <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong>3mm.Figura 158 Curvas força <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong>4mm.Os mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-150 foram construídos nas Oficinasdo264


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoLaboratório <strong>de</strong> Estruturas do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil do IST, tendosido adquirido o aço normal <strong>de</strong> construção civil para a sua manufactura visto nãoexistir aço <strong>de</strong> construção naval disponível no mercado português. Dada ainexistência <strong>de</strong> informação precisa sobre as características do aço foram efectuadosensaios <strong>de</strong> tracção com esse objectivo quer em provetes retirados da chapasegundo a direcção longitudinal <strong>de</strong> montagem quer dos perfis barra <strong>de</strong> reforço.Os resultados <strong>de</strong>sses ensaios apresentam-se em forma gráfica nas Figura159 e Figura 160, respectivamente para a chapa e perfis. Os valores com maiorrelevância para efeitos <strong>de</strong> projecto são a tensão <strong>de</strong> cedência, a tensão <strong>de</strong> rotura, opatamar <strong>de</strong> cedência e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>.A tensão <strong>de</strong> cedência das chapas é 290 MPa e os reforços apresentam umpatamar <strong>de</strong> cedência a 340 MPa, com uma tensão limite <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>ligeiramente inferior, 320 MPa. A tensão <strong>de</strong> rotura é 360 MPa nas chapas e 450MPa nos reforços. Não foi possível obter nos ensaios informação sobre o módulo<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> pelo que se consi<strong>de</strong>ra ser este igual a 210 GPa, valor correntementeutilizado em aço macio.400350300Tensão (MPa )250200150Provete 1Provete 2Provete 41005000 10 20 30 40 50 60Deslocamento (mm)Figura 159Curvas tensão <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes retirados dachapa <strong>de</strong> 3mm utilizada nos mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-150.265


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão500450400350Tens ão (M P a)3002502001501005000 5 10 15 20 25 30 35 40Deslocamento (mm)Figura 160 Curvas tensão <strong>de</strong>slocamento obtidas nos ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes retirados doreforço barra <strong>de</strong> 3mm utilizado nos mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-150.6.6 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-200O ensaio iniciou-se com a aplicação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> carga em quese aplicou um momento progressivamente maior seguido <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregamentototal. Estes carregamentos progressivos po<strong>de</strong>rão dar uma estimativa do valor dastensões residuais através da avaliação da energia dissipada durante o processo.6.6.1 Ciclos iniciais <strong>de</strong> cargaA Figura 161 mostra os resultados obtidos directamente nos transdutores<strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> força e <strong>de</strong>slocamento vertical total para o carregamento <strong>de</strong> 4mm(em cima) e <strong>de</strong> 10 e 15mm (em baixo). A área total <strong>de</strong>finida pelas curvas <strong>de</strong> carga e<strong>de</strong>scarga é uma medida da energia dissipada a qual resulta essencialmente dosprocessos plásticos que se <strong>de</strong>senvolvem na faixa junto aos reforços e que estãoinicialmente num estado <strong>de</strong> tensão elevado <strong>de</strong>vido às tensões residuais.A energia dissipada é dada pela expressão:∫E d = F ⋅ d z(159)266


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoem que F é a força vertical e dz é o incremento <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical associadoao ponto <strong>de</strong> aplicação da força F.Pré carregamento - M3-200706050Força (kN)4030201000,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5Deslocamento (mm)Pré carregamento - M3-200300250200Força (kN)1501005000 2 4 6 8 10 12 14Deslocamento (mm)16Figura 161 Representação das leituras dos dados obtidos nos transdutores <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> força e<strong>de</strong>slocamento globais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase <strong>de</strong> pré carregamento até 4mm, emcima, e início da fase elastoplastica, em baixo, até 10mm e 15mm.Esta energia é dissipada <strong>de</strong> acordo com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tensões residuais,junto aos três reforços que se encontram em tracção no painel inferior tendo comoresultado final, <strong>de</strong>pois do <strong>de</strong>scarregamento, no aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõesresiduais permanentes <strong>de</strong>vidos ao rearranjo interno das tensõesresiduais ainda267


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoexistentes mas <strong>de</strong> valor mais reduzido. Da Figura 161 é possível retirar os valoresdas <strong>de</strong>formações permanentes correspon<strong>de</strong>ntes ao novo estado <strong>de</strong> equilíbrio:assim para o carregamento <strong>de</strong> 4mm tem-se uma <strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong>aproximadamente 0,1mm, para o carregamento <strong>de</strong> 10mm cerca <strong>de</strong> 1mm efinalmente para 15mm <strong>de</strong> carga máxima uma <strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong> 2mm.Convêm realçar que os <strong>de</strong>slocamentos referidos incluem as <strong>de</strong>formações nopórtico <strong>de</strong> suporte pelo que as energias totais incluem a energia elástica absorvidana <strong>de</strong>formação do pórtico, a qual apesar <strong>de</strong> pequena comparativamente à energiaelástica ou plástica absorvida pelo mo<strong>de</strong>lo não é negligenciável, Tabela 31. Aenergia dissipada está expurgada <strong>de</strong>ste problema, já que o pórtico atinge tensõesmuito pequenas, pelo que não há dissipação <strong>de</strong> energia resultante <strong>de</strong> eventuais<strong>de</strong>formações plásticas nessa estrutura. Por outro lado, a energia dissipada peloefeito <strong>de</strong> Bauschinger é muito baixa comparativamente à energia dissipada porplastificação local não afectando a qualida<strong>de</strong> dos resultados apresentados, talcomo se po<strong>de</strong> ver na proximida<strong>de</strong> das curvas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga e posterior carga naFigura 171.Deslocamento(mm)Tabela 31EnergiaTotalEnergiaDissipadaEd/Et(%)En. Totalpor CicloEn. Diss.Por Ciclo4,18 82,4 5,1 6,2 82,4 5,1 6,210,08 898,8 209,3 23,3 893,7 204,2 22,815,16 2167,1 661,6 30,5 1962,9 457,4 23,3EdC/EtC(%)Energia dissipada em cada ciclo <strong>de</strong> carregamento. A energia está expressa em Nm.Estes valores da energia dissipada são utilizados na secção <strong>de</strong>dicada àstensões residuais, ver página 275.6.6.2 Ciclo Final <strong>de</strong> CargaPosteriormente aos três ciclos <strong>de</strong> carga iniciais <strong>de</strong>scritos anteriormenteproce<strong>de</strong>u-se ao <strong>de</strong>scarregamento da viga e ao seu posterior carregamento até aocolapso, o qual se <strong>de</strong>u a um <strong>de</strong>slocamento global <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20mm. Continuou-seno entanto a aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento imposto até cerca <strong>de</strong> duas vezes esse valorpor forma a obter informação suficiente para caracterizar o comportamento póscolapso da viga, Figura 162.268


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoA curva força <strong>de</strong>slocamento apresenta algumas irregularida<strong>de</strong>s locais naregião <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações plásticas acentuadas as quais sãocoinci<strong>de</strong>ntes com as paragens mais prolongadas da máquina <strong>de</strong> ensaios paragravação intermédia <strong>de</strong> dados. Isto mostra existir alguma <strong>de</strong>pendência daresistência da estrutura relativamente à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carregamento, fenómeno <strong>de</strong>resto já perfeitamente i<strong>de</strong>ntificado e estudado nos ensaios <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong>caracterização <strong>de</strong> materiais.M3-200400350Força (kN)3002502001501005000 5 10 15 20 25 30 35 40 45Deslocamen to (mm)Figura 162 Represen tação das leitu ras dos dados obtidos nos transdutores <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> força e<strong>de</strong>slocamento globais do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase <strong>de</strong> carregamento final.6.6.2.1Curva momento flector vs. curvaturaPara a obtenção da curva momento-curvatura é necessário relacionar o<strong>de</strong>slocamento global com a curvatura e a força com o momento. Enquanto quepara a segunda existe uma proporcionalida<strong>de</strong> directa relacionando o momento e aforça aplicada, a qual é unicamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da geometria do provete e po<strong>de</strong>ser dada por M = Fl 2 , em que l é o comprimento da viga lateral <strong>de</strong> suporte, aprimeira relação é estabelecida através das leituras em dois <strong>de</strong>flectómetrosin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que me<strong>de</strong>m indirectamente a rotação entre as duas faces <strong>de</strong>extremas do provete permitindo obter a curvatura global. Se o comportamentofosse totalmente simétricoas leituras seriam iguais e redundantes portanto. Como269


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãose vê na Figura 163 os raios <strong>de</strong> curvatura medidos em lados opostos do provete,R1 e R2, são diferentes, o que significa que existe uma rotação transversal doprovete juntamente com a imposição da curvatura principal, ver Figura 246 eFigura 247 do Anexo C.0,045M3-2000,0400,035Curvatura (1/m)0,0300,0250,0200,0150,0100,0051/R1/R11/R21/R2c1/Rc0,0000 5 10 15 20 25 30 35 40 45Deslocamento (mm)Figura 163 Relação entre a curvatura e o <strong>de</strong>slocamento vertical <strong>de</strong> controlo obtida através dasleituras dos transdutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> referencial solidário com cada uma dassecções <strong>de</strong> carga (raios <strong>de</strong> curvatura R1 e R2) e curvatura média da viga (1/R).A relação entre o raio <strong>de</strong> curvatura R2 e o <strong>de</strong>slocamento global apresentaum patamar a partir dos 35mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento que correspon<strong>de</strong> àultrapassagem do curso máximo do <strong>de</strong>flectómetro pelo que os valores dacurvatura a partir <strong>de</strong>sse valor <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> significar alguma coisa. No entanto estesdados correspon<strong>de</strong>m a um estado muito para além do colapso da estrutura, nãoinfluenciando a parte principal da curva.Na fase pós colapso existe uma muito forte correlação entre as curvaturas1/R1 e 1/R2 sendo possível colmatar a falta <strong>de</strong> informação do segundo<strong>de</strong>flectómetro através da extrapolação ‘R2c=1,98967xR1-0,00684’ tendo-se obtidoas curvas com o índice ‘c’ representadas na mesma figura.Um outro aspecto interessante resi<strong>de</strong> na diferença <strong>de</strong> comportamento entreas duas curvaturas medidas antes e <strong>de</strong>pois do colapso. No pós colapso já foi270


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoi<strong>de</strong>ntificada a <strong>de</strong>pendência linear entre as duas curvaturas mas a taxa <strong>de</strong>crescimento num dos lados (R2) é cerca <strong>de</strong> 98% superior à outra (R1). Na fase <strong>de</strong>pré-colapso a curvatura 1/R1 é sempre superior a 1/R2 igualando-se na fase <strong>de</strong>colapso , o que quer dizer que o lado que era mais resistente e rígido na fase inicialpassa a ser o menos rígido após o colapso, ver Figura 246 no Anexo C.Com a informação sobre as curvaturas e o momento flector criou-se aFigura 164 que inclui também a relação do momento com a curvatura corrigida.Momento-Curvatura400350300Momento (KN.m)M(1/R1)M(1/R2)M(1/Rc)Momento (KN.m)25020015010050000,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035Curvatura (1/m)Figura 164 Relação momento curvatura média da viga em caixão M3-200 no último ciclo <strong>de</strong> cargaque levou ao colapso.A resposta da viga em caixão apresenta claramente quatro zonas quandosujeita à flexão pura.A primeira é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z vai até cerca <strong>de</strong> 160KNm <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo omomento flector linearmente da curvatura imposta.A segunda também é tipicamente linear mas com uma rigi<strong>de</strong>z inferior àprimeira e termina em valores do momento semelhantes ao máximo do cicloanterior <strong>de</strong> carga, isto é, a cerca <strong>de</strong> 290KNm; esta diminuição <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>veresultar do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> maiores <strong>de</strong>formações que diminuem aefectivida<strong>de</strong> dos painéis em compressão.A terceira apresenta um comportamento não linear com rigi<strong>de</strong>z271


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoprogressivamente menor, <strong>de</strong>vendo-se gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ste comportamento àplastificação nas faixas em tracção do painel inferior <strong>de</strong>vidas às tensões residuaisainda não aliviadas e também à perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> do painel superior na fasepróxima do colapso.A quarta região inicia-se imediatamente a seguir a ser atingida a cargamáxima, havendo uma <strong>de</strong>pendência praticamente linear entre o momento e acurvatura e assistindo a uma perda <strong>de</strong> resistência progressiva, acompanhada do<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações permanentes.É interessante notar que é impossível distinguir as duas primeiras zonas apartir do gráfico que relaciona a força com o <strong>de</strong>slocamento imposto, Figura 162, sóse tornando evi<strong>de</strong>nte pela utilização das medições dos <strong>de</strong>flectómetros associados àcurvatura.Resta indicar numericamente o colapso, tendo sido atingida uma cargamáxima <strong>de</strong> 349,1KNm à curvatura <strong>de</strong> 0,00767rad/m.6.6.2.2 Módulos estruturaisAnalisada qualitativamente a existência <strong>de</strong> quatro zonas, é importantei<strong>de</strong>ntificar o comportamento dos módulos estruturais, tanto o tangente como osecante.O módulo estrutural tangente é <strong>de</strong>finido através da <strong>de</strong>rivada da curvamomento curvatura o que matematicamente se expressa por:dM = EI e(160)dφsendo I o momento <strong>de</strong> inércia efectivo da secção transversal da viga. O móduloeestrutural tangente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> naturalmente da curvatura em regime elastoplastico eanula-se na fase <strong>de</strong> colapso. A sua representação gráfica encontra-se apresentadana Figura 165 em função da curvatura, tendo-se utilizado um conjunto dos 6pontos mais próximos para o seu cálculo <strong>de</strong> forma a diluir as ‘anomalias’ da curvamomento curvatura e tornar a representação mais interpretável.O módulo estrutural secante é simplesmente a razão entre o momentoflector e a correspon<strong>de</strong>nte curvatura em cada ponto da curva, M =M/φ, es272


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoapresenta valores sempre positivos. A sua importância é relativamente baixa mas,no entanto, existem dois valores característicos que permitem <strong>de</strong> uma formasimples comparar a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> duas secções, e são eles o módulo secante àprimeira cedência e o módulo secante ao colapso. O primeiro é bastante difícil <strong>de</strong>estimar <strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a primeira cedência, mas o segundo ébastante simples <strong>de</strong> calcular e permite gerar aproximações à curva real.500400Módulo TangenteMódulo SecanteMódulo (MPa.m4)30020010000,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025-100Curvatura (1/m)Figura 165 Módulos estruturais tangente e secante do mo<strong>de</strong>lo M3-200 no ensaio finalDa análise da representação gráfica i<strong>de</strong>ntificam-se zonas <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>zdistintas, começando por uma zona inicial muito irregular e <strong>de</strong> valores muitoelevados dando-se a uma dadaalguma estabilização a cerca <strong>de</strong> 150MPa.m 4 valor este muitopróximo dos 151MPa.m 4 estimados pela teoria linear elástica; segue-se novaquebra no módulo tangente a uma curvatura <strong>de</strong> 0,0008rad/m para um patamar<strong>de</strong>crescente a 80MPa.m4; à curvatura <strong>de</strong> 0,0025 rad/m dá-se uma nova quebraacentuada <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z ten<strong>de</strong>ndo para a rigi<strong>de</strong>z nula à curvatura <strong>de</strong> 0,0075rad/m. Omódulo secante tem uma variação muito mais suave, tal como seria <strong>de</strong> esperar,por representar <strong>de</strong> algum modo o valor médio do módulo tangentecurvatura, e comportando-se aproximadamente <strong>de</strong> forma linear em escalalogarítmica, a qual permite i<strong>de</strong>ntificar melhor o comportamento anterior aocolapso, Figura 166.273


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoEstes patamares do módulo estrutural tangente ao longo do processo <strong>de</strong>carga parecem correspon<strong>de</strong>r a diferentes configurações geométricas dos elementosconstitutivos do caixão, não po<strong>de</strong>ndo no entanto ser confirmado por não estardisponível um método expedito <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações, sendo portantoimpossível fazer o rasteio das mesmas. A interpretação que é possível fazer baseiasena natureza das imperfeições iniciais dos elementos <strong>de</strong> placa e dos reforços, quelevam a alterações imperceptíveis <strong>de</strong> geometria resultantes do <strong>de</strong>senvolvimentodos modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação conducentes ao nível <strong>de</strong> energia mais baixo, resultandoem patamares progressivamente mais claros por estabilização do modo das<strong>de</strong>formadas.500Módulo TangenteMódulo Secante400Módulo (MPa.m4)30020010001,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00Curvatura (1/m)-100Figura 166 Módulos estruturais tangente e secante do mo<strong>de</strong>lo M3-200 no ensaio final em escalalogarítmica da curvatura.A redução que se assiste em cada patamar é resultado da perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> dos elementos reforçados sobre a acção <strong>de</strong> forças progressivamentecrescentes. Convêm não esquecer a contribuição das tensões residuais e emespecial o seu alivio pelo ciclos <strong>de</strong> carga impostos, as quais contribuem<strong>de</strong>cisivamente para a estabilização das <strong>de</strong>formações induzidas criandoinclusivamente memória sobre o carregamento anterior na estrutura. Repare-seque tanto o gráfico da curva do módulo tangente como o gráfico da curva do274


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãomomento em função da curvatura guardam informação sobre os ciclos iniciais <strong>de</strong>carga (4 e especialmente 10 mm) apesar da estrutura já ter sido sujeita a uma carga<strong>de</strong> valor superior (15mm).Se do ponto <strong>de</strong> vista formal a estrutura só <strong>de</strong>veria recordar o último estadoque lhe provocou <strong>de</strong>formações plástica permanentes, <strong>de</strong> facto assim não acontece,talvez em resultado dos pontos <strong>de</strong> paragem prolongados em picos <strong>de</strong> carga que semostraram não serem inócuos à estrutura com consequências directas numaumento da curvatura a carga praticamente constante.6.6.3 Tensões ResiduaisA estimativa das tensões residuais <strong>de</strong> forma indirecta através dosresultados experimentais é assaz complicada obrigando ao estabelecimento <strong>de</strong>algumas hipóteses inicias, algumas das quais são uma aproximação simplificada epouco precisa da realida<strong>de</strong>. No entanto, pensa-se que a estimativa não andarámuito longe da realida<strong>de</strong> dando no entanto um majorante ao valor das tensõesresiduais por ser <strong>de</strong>masiado simplificada.Uma primeira via consiste em relacionar o módulo estrutural tangente daestrutura com comportamento elástico, libertada <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações plásticas, e omódulo tangente no ponto imediatamente a seguir ao máximo do anterior ciclo <strong>de</strong>carga. A variação no módulo correspon<strong>de</strong> a uma variação no momento <strong>de</strong> inérciaefectivo da secção que se <strong>de</strong>ve essencialmente à perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z por plastificaçãolocal. Existem contudo outros efeitos directos resultantes da plastificação local nasfaixas <strong>de</strong> tracção que correspon<strong>de</strong>m a alterações <strong>de</strong> natureza geométricaimpossíveis <strong>de</strong> contabilizar.Os dados necessários à execução <strong>de</strong>sta estimativa são as curvas momentocurvaturapara cada ciclo <strong>de</strong> carga, tendo-se como hipóteses iniciais a distribuição<strong>de</strong> tensões residuais típica, já <strong>de</strong>scrita anteriormente na secção 2.6, e ocomportamento elástico perfeitamente plástico do material, além dos valores domódulo <strong>de</strong> Young e da tensão <strong>de</strong> cedência. Assume-se ainda que nesta região <strong>de</strong>comportamento elastoplastico global, a não linearida<strong>de</strong> resultantes da perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> do painel à compressão não afectam a taxa <strong>de</strong> variação do módulo275


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoestrutural tangente, ou por outras palavra, a taxa <strong>de</strong> variação do móduloestrutural tangente <strong>de</strong>ve-se exclusivamente à plastificação das faixas à tracção dasplacas do painel à tracção e que, na ausência <strong>de</strong>sta, o comportamento eralinearizável pontualmente.6.6.3.1 Método indirecto do módulo estrutural tangenteConsi<strong>de</strong>re-se que a secção da viga é constituída por duas regiões: a primeirainclui todas as zonas afectadas pelo calor da soldadura on<strong>de</strong> inicialmente astensões residuais eram <strong>de</strong> tracção com níveis semelhantes à tensão <strong>de</strong> cedência epertencentes à zona que ficará à tracção, neste caso a parte inferior da viga caixão,e <strong>de</strong>signe-se a sua área por A ; <strong>de</strong>signe-se a restante área ‘efectiva’ da viga caixãopor A . O módulo estrutural tangente na zona <strong>de</strong> comportamento elástico po<strong>de</strong> sere<strong>de</strong>scrito por:EIe2= E∫ z dAe+ EAe∫Apz2pdAp(161)em que z é a distância vertical ao eixo neutro. Em regime elastoplastico comdissipação <strong>de</strong> energia por plastificação nas zonas constituintes <strong>de</strong> A p esta <strong>de</strong>finiçãoaltera-se assistindo-se simultaneamente a uma alteração da posição do eixo neutro.Se a área A p for uma pequena percentagem da área total então o eixo neutromantém-se praticamente inalterado sendo possível <strong>de</strong>fini-lo no mesmo referencialatravés <strong>de</strong>:EIp∫Ae2= E z dAe(162)Esta imprecisão pela não inclusão da alteração do eixo neutro não temgran<strong>de</strong> importância para este cálculo e <strong>de</strong>sapareceria completamente se fossepossível calcular pontualmente a variação no módulo estrutural tangente o quenão acontece totalmente <strong>de</strong>vido à natureza discreta dos resultados experimentais.A variação do módulo estrutural tangente é simplesmente expressa por:∆EI= EIou∆EI= Eze− EI2pApp=∫Apz2dAp(163)dada a particularida<strong>de</strong> geométrica dos mo<strong>de</strong>los em que z p é constante para todos276


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoos componentes <strong>de</strong> A p . Finalmente a área afectada pela plastificação po<strong>de</strong> seravaliada através da expressão:∆EIA p = (164)Ez2pDevido à simetria do mo<strong>de</strong>lo, z po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar igual a meia altura dopmo<strong>de</strong>lo ou retirando os valores dos resultados experimentais dos extensómetroscolocados no costado lateral.Proce<strong>de</strong>u-se à análise <strong>de</strong>ste método tendo-se utilizado três pontos da curvamomento curvatura em torno da curvatura correspon<strong>de</strong>nte ao <strong>de</strong>slocamentovertical <strong>de</strong> 15mm, último ponto <strong>de</strong> inversão <strong>de</strong> carga do ciclo anterior ao colapso.Com os dados recolhidos, P1=(0,00196rad/m; 249,0KN.m), P2=(0,002634rad/m;290,8KN.m) e P3=(0,00343rad/m; 315.8KN.m) calculou-se a variação do móduloestrutural tangente em torno do ponto P2, obtendo-se um módulo anterior aoponto P2 <strong>de</strong> 62,2MN.m 2 e posterior <strong>de</strong> 31,4MN.m 2 , don<strong>de</strong> resulta uma variação <strong>de</strong>30,8MN.m 2 .Para a área A p resulta um valor <strong>de</strong> 962mm 2 , o qual foi calculadoconsi<strong>de</strong>rando que o módulo <strong>de</strong> Young do aço é <strong>de</strong> 200GPa e o eixo neutro seencontra na posição obtida a partir dos dados experimentais, isto é, 400mm acimado painel em tracção. Esta área inclui a <strong>de</strong>formação plástica nos reforços barra;para efeitos <strong>de</strong> estimativa das tensões residuais consi<strong>de</strong>rou-se que existiaequivalência percentual das faixas à tracção do reforço e da placa relativamente àsáreas totais, pelo que as tensões residuais <strong>de</strong> compressão se estimam ter um valor<strong>de</strong> 33% da tensão <strong>de</strong> cedência. Relembra-se que este valor é um majorante àstensões residuais já que <strong>de</strong>spreza todos os restantes efeitos redutores da rigi<strong>de</strong>zestrutural.6.6.3.2 Método indirecto da dissipação <strong>de</strong> energia totalA segunda via indirecta <strong>de</strong> estimar o nível das tensões residuais baseia-sena energia dissipada em cada ciclo <strong>de</strong> carga e é muito menos exigente em termosmatemáticos e nas hipóteses simplificativas. Relativamente a estas últimas, éexigido que o material seja elástico perfeitamente plástico, que o eixo neutro não277


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãose altere durante o processo <strong>de</strong> carga e que o fundo seja igualmente efectivo.Consi<strong>de</strong>rando que a dissipação <strong>de</strong> energia se dá nas faixas à tracção dospainéis <strong>de</strong> fundo e que po<strong>de</strong> ser medida através da equação (159) tal como éapresentado na Tabela 31, estes valores po<strong>de</strong>m ser comparados com o valorteórico, obtido através das hipóteses iniciais atrás enunciadas:Ed= σ A ∆l(165)oppem que l p é o comprimento entre balizas no caso <strong>de</strong> soldadura contínua ou ocomprimento total <strong>de</strong> soldadura no caso <strong>de</strong> soldadura <strong>de</strong>scontinua. Esta equaçãopo<strong>de</strong> ser arranjada <strong>de</strong> acordo com a geometria dos provetes para:Ed= σ A l zopppφ(166)A área das faixas à tracção do painel <strong>de</strong> fundo é dada por:A p =(167)σ l z φoE dppNo caso particular do mo<strong>de</strong>lo M3-200 existem avaliações da energiadissipada total a 4, 10 e 15 milímetros, Tabela 31, e informação sobre as curvaturascorrespon<strong>de</strong>ntes. Aplicando a equação acima e tomando como valores da tensão<strong>de</strong> cedência a média dos três valores obtidos nos ensaios <strong>de</strong> tracção, secção 6.5,corrigida proporcionalmente pela maior tensão <strong>de</strong> cedência da chapa <strong>de</strong> 4mm dosreforços, obtêm-se a tensão <strong>de</strong> 201MPa, pelo que a área A p é 2283 e 2156mmrespectivamente para o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 10 e 15mm. Estas áreas são muitosuperiores à área obtida pelo método anterior <strong>de</strong>vido à dissipação <strong>de</strong> energia queocorre nas zonas extremas do mo<strong>de</strong>lo, zonas essas com soldaduras fortes e muitoconcentradas. Consi<strong>de</strong>ra-se, no entanto, que o método é suficientemente fiável emestruturas <strong>de</strong> maiores dimensões em que as anomalias locais sejam poucorelevantes.O cálculo do comprimento dos cordões transversais <strong>de</strong> soldadura que fixamas balizas e os banzos conduz a um resultado para a área A p mais equilibrado epróximo da realida<strong>de</strong>, isto é, 1087 e 1027mm 2 respectivamente para o ciclo <strong>de</strong> 10 e15mm. Estes resultados <strong>de</strong>sviam-se cerca <strong>de</strong> 10% do valor obtido pelo métodoanterior o que valida <strong>de</strong> alguma forma o valor indicado para as tensões residuais.2278


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.6.4 Posição do eixo neutroA posição do eixo neutro po<strong>de</strong> ser estimada a partir dos dadosexperimentais pela análise das leituras nos extensómetros colocados no costadodas viga em caixão. Para tal foram instalados quatro extensómetros verticalmentenas posições 140, 281, 410 e 508mm acima do fundo, os quais permitem estimar aposição do eixo neutro e sua variação com o carregamento, e ainda analisar aperda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> do costado durante a fase elastoplastica. A Figura 167apresenta as leituras nesses extensómetros i<strong>de</strong>ntificando-se perfeitamente a fase <strong>de</strong>comportamento elástico até cerca dos 15mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical, iniciandose<strong>de</strong>pois uma fase não linear, mas não necessariamente elastoplástica, em quecada extensómetro apresenta um comportamento diverso, sendo pois necessáriofazer uma análise caso a caso. Convêm indicar nesta fase que, sendo as leituras nosextensómetros efectuadas em microns e assumindo um módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong>200GPa para o aço, cada 1000 microns correspon<strong>de</strong>m a 200MPa <strong>de</strong> tensão linear.Evi<strong>de</strong>ntemente que a partir da cedência se torna necessário utilizar as curvas dosensaios <strong>de</strong> tracção para conhecer o estado <strong>de</strong> tensão.1000Distribuição <strong>de</strong> Extensões no Costado50000 5 10 15 20 25 30Extensão-500-1000-1500-2000508410281140-2500Deslocamento <strong>de</strong> Carga (mm)Figura 167 Evolução das extensões no costado durante o carregamento final da viga M3-200.Estando os extensómetros colocados no lado <strong>de</strong> fora da viga caixão os279


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãovalores medidos indicam a extensão nessa superfície e não a extensão médiaatravés da espessura nessa posição. Quer isto dizer que as leituras incluem asextensões resultantes da flexão local da chapa <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><strong>de</strong>formações fora do plano inicial da chapa para além das extensões <strong>de</strong>vidas àflexão global da viga caixão. A partir dos 16mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical, asprimeiras tornam-se dominantes originando situações em que as extensõesmedidas no extensómetro à compressão mais afastado do eixo neutro (508mm) sãomenores em valor absoluto do que as dos extensómetros mais próximos do eixoneutro (281 e 410mm).Assim as leituras até aos 15mm permitem verificar da posição e variação daposição do eixo neutro, Figura 168, enquanto que as medições no regimeelastoplastico estão muito mais associadas ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçõeslocais dando uma i<strong>de</strong>ia do nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação da superfície da chapa, Figura 169.800Distribuição <strong>de</strong> Extensões no Costado600400Extensão20000 100 200 300 400 500 600-200-400-600Distancia ao Fundo (mm)Figura 168 Distribuição <strong>de</strong> extensões no costado durante o carregamento no regime elástico.No regime <strong>de</strong> pré colapso é possível i<strong>de</strong>ntificar uma pequena mudança doeixo neutro em direcção ao fundo à tracção <strong>de</strong>vido à perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> daszonas em compressão que se i<strong>de</strong>ntificam visualmente pela perda <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> àdireita na Figura 168.280


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoDistribuição <strong>de</strong> Extensões no Costado1000500-50000 100 200 300 400 500 600Extensão-1000-1500-2000-2500-3000Distancia ao Fundo (mm)Figura 169 Distribuição <strong>de</strong> extensões no costado durante o carregamento em regime elástico e nopós-colapso.As extensões só ultrapassam a extensão <strong>de</strong> cedência, cerca <strong>de</strong> 885 micronspara o aço da chapa, nas zonas centrais do costado <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações permanentes, atingindo-se um valor cerca <strong>de</strong> três vezes aextensão <strong>de</strong> cedência no extensómetro instalado junto ao eixo neutro inicial. AFigura 170 mostra as gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações permanentes no costado após o colapsoda estrutura sendo evi<strong>de</strong>nte que estas <strong>de</strong>formações se <strong>de</strong>vem exclusivamente àtransmissão das <strong>de</strong>formações geradas no painel em compressão após o seucolapso. O extensómetro mais próximo do reforço, zona sem tinta na imagem,encontra-se numa zona <strong>de</strong> acentuadas variações <strong>de</strong> geometria da superfície, <strong>de</strong>facto uma zona <strong>de</strong> conformação e encontro <strong>de</strong> várias linhas <strong>de</strong> cedência, e por issoapresenta os valores elevados já apontados.Note-se ainda o colapso do reforço na zona central a meio vão coinci<strong>de</strong>ntecom uma região em que não estava soldado à chapa o que mostra que esta práticaprejudica a resistência global, como se mostrará nas secções seguintes <strong>de</strong>dicadasao colapso do painel em compressão.281


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoFigura 170 Deformação residual no costado do mo<strong>de</strong>lo M3-200 após o colapso total da viga.6.6.5 Efectivida<strong>de</strong> dos painéis em tracçãoA efectivida<strong>de</strong> dos painéis em tracção raramente é referida na literatura poras hipóteses iniciais da teoria garantirem a manutenção da geometria da estrutura.De facto, é vulgar encontrar a redistribuição <strong>de</strong> tensões tratada em <strong>de</strong>talhe querem compressão quer em tracção quando os painéis estão sujeitos a solicitações <strong>de</strong>corte e flexão conjunta. No presente caso, ensaio em flexão pura, a perda local <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> não está relacionada directamente com a redistribuição <strong>de</strong> tensõesmas sim com a falta <strong>de</strong> suporte local da estrutura.Nas zonas on<strong>de</strong> existem componentes verticais a curvatura local é igual àcurvatura global mas, na ausência <strong>de</strong>stes componentes verticais como porexemplo a meio do mo<strong>de</strong>lo, a curvatura local é inferior à curvatura global por serpossível ao painel encontrar uma <strong>de</strong>flexão menos acentuada compatível com arestante estrutura.282


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoNo presente ensaio existem três contribuições para que haja perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> a meio:1. diminuição das imperfeições iniciais a meio <strong>de</strong>vido à tracção dopainel, contribuição esta pouco importante e que se faz sentirunicamente na fase inicial do carregamento;2. diminuição da curvatura a meio por falta <strong>de</strong> suporte vertical, sendotanto maior a contribuição quanto menor o número <strong>de</strong> reforços;3. plastificação nas faixas à tracção <strong>de</strong>vidas às tensões residuais,provocando o aparecimento <strong>de</strong> extensões residuais <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> umciclo <strong>de</strong> carregamento e diminuição das imperfeições após <strong>de</strong>scarga.No mo<strong>de</strong>lo M3-200 foram instalados um conjunto <strong>de</strong> sete extensómetros nopainel à tracção alinhados transversalmente e que permitem traçar a distribuição<strong>de</strong> extensões ao longo dos diversos ciclos <strong>de</strong> carga. A Figura 171 apresenta asmedições nesses extensómetros para os três ciclos <strong>de</strong> carregamento iniciais,respectivamente a 4, 10 e 15mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical.6.6.5.1 Ciclos iniciaisNo primeiro gráfico, em cima e até 4mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento global, adistribuição transversal <strong>de</strong> extensões apresenta uma magnificação davariabilida<strong>de</strong> das extensões com o carregamento, havendo globalmente uma<strong>de</strong>pressão a meio que se amplia com o carregamento e alguma variabilida<strong>de</strong> localem torno da curva <strong>de</strong> extensões globais. Para este carregamento não existe umarelação directa entre a extensão e a <strong>de</strong>formação porque está bem presente oatenuar das imperfeições iniciais e, estando os extensómetros colocados <strong>de</strong> umúnico lado da chapa, se um <strong>de</strong>les estiver colocado inicialmente numa cava aextensão medida até a placa ficar virtualmente plana é maior do que a extensãomédia através da espessura, e vice-versa para a crista. Neste primeiro ciclo, a<strong>de</strong>scarga não originou extensões residuais o que significa que a estrutura voltou àsua forma inicial e não houve gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações plásticas <strong>de</strong>vidas às tensõesresiduais, o que é <strong>de</strong> alguma forma é confirmado pelo baixo valor <strong>de</strong> energiaabsorvida indicado na Tabela 31.283


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoPainel à Tracção M3-200200180160Extensão (micro)14012010080604020-5000-400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500Localização Horizontal (mm)800700677Extensão (micro)600564505500395 4003793003613342001421006643 3453054 54-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 5001200Extensão (micro)1000985862800744677600564556505536493 494395 379 40036133420014266 43 34 53 54 540-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500Localização Horizontal (mm)Figura 171 Distribuição transversal <strong>de</strong> extensões na fase <strong>de</strong> pré carregamento: 4, 10 e 15mm.284


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoNo carregamento até 10mm, gráfico central, o padrão da distribuição <strong>de</strong>extensões é semelhante ao do anterior ciclo mas com a ineficiência a meio muitomais vincada. Os valores mais altos das extensões encontram-se nos extremos, 564e 677 microns, ainda assim abaixo da extensão <strong>de</strong> cedência que ronda os 900microns. De qualquer forma, esta informação é compatível com o facto <strong>de</strong> já se terdado plastificação em alguns locais, tal como foi afirmado na secção 6.6.3 pois oque se está a medir são variações da extensão relativamente ao estado inicial. Estaplastificação local é confirmada pelo valores residuais das extensões após <strong>de</strong>scargatotal e que apresentam valores médios <strong>de</strong> 50 microns com máximos nos extremosà cota <strong>de</strong> 400 e –400mm <strong>de</strong> 142 e 66 microns. O máximo da extensão residual <strong>de</strong>142 microns foi medido no extensómetro localizado junto à soldadura <strong>de</strong> canto <strong>de</strong>fecho dos blocos, sendo portanto representativo do alívio <strong>de</strong> tensões residuais.O último gráfico da mesma figura referente ao carregamento <strong>de</strong> 15mmmostra que a carga se faz em regime elástico até aos 10mm, pela coincidência <strong>de</strong>forma entre a distribuição <strong>de</strong> extensões no máximo anterior também representadana figura (10mm) e as mais próximas neste ciclo <strong>de</strong> 15mm. A perda <strong>de</strong>efectivida<strong>de</strong> acentua-se a partir dos 10mm adquirindo uma forma tipicamentesinusóidal.O valor médio da extensão residual após o carregamento <strong>de</strong> 10mm permiteestimar o aumento do comprimento do painel do fundo em cerca <strong>de</strong> 6% só <strong>de</strong>vidoao alívio <strong>de</strong> tensões residuais. Este alongamento induzido pelo alívio <strong>de</strong> tensõesgera uma redistribuição <strong>de</strong> tensões residuais na viga caixão não carregada e umacurvatura residual. Globalmente a redistribuição <strong>de</strong> tensões origina um estado <strong>de</strong>compressão neste painel do fundo, a que se segue uma região no costado próxima<strong>de</strong>ste painel em tracção que ten<strong>de</strong> linearmente para um estado <strong>de</strong> compressãoligeira no painel superior do mo<strong>de</strong>lo, estando o eixo <strong>de</strong> tensões nulas localizadomuito acima do meio pontal.6.6.5.2 Ciclo final <strong>de</strong> cargaNo ciclo final <strong>de</strong> carga reinicializou-se as leituras em todos os transdutorespelo que os resultados apresentados se encontram subtraídos dos valores residuais285


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoao fim do ciclo <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga a 15mm. Para obter valores absolutosrelativamente ao estado inicial <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rada a soma dos valoresresiduais.6.6.5.2.1 Extensómetros da chapasA Figura 172 apresenta os valores medidos nos extensómetros do painel <strong>de</strong>fundo indicando-se a sua posição relativamente ao plano <strong>de</strong> simetria. A análisecuidada <strong>de</strong>sta figura permite i<strong>de</strong>ntificar alguma dualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamento emextensómetros simétricos, além <strong>de</strong> outros aspectos que a seguir se <strong>de</strong>screvem.1600Painel à Tracção M3-2001400Extensão (microns)1200100080060040010010-100-190-300-40040020000 5 10 15 20 25 30 35 40 45Deslocamento Vertical (mm)Figura 172 Distribuição <strong>de</strong> extensões no painel à tracção do mo<strong>de</strong>lo M3-200 em função do<strong>de</strong>slocamento absoluto do <strong>de</strong>flectómetro <strong>de</strong> controlo num dos ciclos iniciais, em cima,e no ciclo final, em baixo.Os extensómetros mais extremos, 400 e –400mm da mediania, ultrapassama extensão <strong>de</strong> cedência, comportando-se da mesma forma até esse valorsensivelmente, o qual é atingido a cerca <strong>de</strong> 15mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento global verticale partir divergem, continuando o extensómetro colocado a 400mm (T11) com umcomportamento linear relativamente ao <strong>de</strong>slocamento e até aos 21mm, atingindo omáximo <strong>de</strong> extensão elastoplastica a 28mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical, <strong>de</strong> restocomo os outros. A justificação para esta divergência <strong>de</strong>ve residir no<strong>de</strong>senvolvimento assimétrico <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações na chapa facilitado pelo início do286


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoprocesso <strong>de</strong> plastificação associado em parte ao diferente estado <strong>de</strong> tensõesresiduais existente num e no outro lado do painel. Dum dos lados existe umasoldadura <strong>de</strong> fecho do bloco enquanto do outro lado a manufactura do canto foiexecutada por dobragem.Relembra-se que o colapso se dá a um <strong>de</strong>slocamento vertical absoluto entreos 20 e os 21mm, Figura 162, e nesta fase o eixo neutro <strong>de</strong>sloca-se rapidamente emdirecção ao fundo <strong>de</strong>vido à perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> do painel à compressão, fazendocom as extensões no fundo cresçam mais lentamente com o aumentar dacurvatura. Daí o comportamento escalado mas igual <strong>de</strong> todos os extensómetros apartir dos 20mm afastando-se da linearida<strong>de</strong>. A partir dos 28mm a taxa a que oeixo neutro se aproxima do fundo conjuntamente com a redução do momentosuportado fazem que as extensões e consequentemente as tensões se tornemestacionárias ou diminuam no fundo.Os dois extensómetros colocados a meio das chapas e em posição simétrica,100 e –100mm, tem um comportamento em tudo semelhante sendo <strong>de</strong> realçar aextensão residual <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>scarga, cerca <strong>de</strong> 200 microns, apesar <strong>de</strong> não ter sidoatingida a extensão <strong>de</strong> cedência durante o carregamento; a máxima extensãoatingida foi <strong>de</strong> 700 microns.Na Figura 173 apresenta-se a distribuição transversal <strong>de</strong> extensõeslongitudinais no painel em consi<strong>de</strong>ração durante o último carregamento em que seimpôs um <strong>de</strong>slocamento duas vezes superior ao <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> colapso, seguidodo respectivo <strong>de</strong>scarregamento, representado no gráfico em baixo da mesmafigura. É evi<strong>de</strong>nte o suavizar das ‘anomalias’ locais com o <strong>de</strong>senvolvimento dasgran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações na fase <strong>de</strong> pós colapso, i<strong>de</strong>ntificando-se zonas muitoefectivas on<strong>de</strong> existe estrutura vertical <strong>de</strong> suporte e uma <strong>de</strong>pressão central <strong>de</strong>vidaà falta <strong>de</strong>sse apoio. Na fase <strong>de</strong> carga não é claramente i<strong>de</strong>ntificável a influência dosreforços longitudinais na sua eventual contribuição para um aumento <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z,mas no estado final após <strong>de</strong>scarga, o extensómetro localizado junto ao reforço,aproximadamente a –200mm, apresenta claramente uma extensão residualsuperior aos que o ro<strong>de</strong>iam, o que po<strong>de</strong> ser interpretado como uma rigi<strong>de</strong>zacrescida <strong>de</strong>sta zona <strong>de</strong>vido ao reforço.287


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoPainel à Tracção M3-200160014001200Extensão (microns)10008006004002000-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500Localização Horizontal (mm)Painel à Tracção M3-2001400120012001096Extensão (microns)40195581510008006736004005446144603043092352001452040-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500Localização Horizontal (mm)Figura 173 Distribuição <strong>de</strong> extensões no painel à tracção do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase final <strong>de</strong>carregamento e no regime pós colapso até ao <strong>de</strong>slocamento global <strong>de</strong> 40mm, em cima,e na fase <strong>de</strong> retirada do <strong>de</strong>slocamento imposto, em baixo.Salientam-se os valores elevados das extensões residuais da chapa docaixão <strong>de</strong>formado conjuntamente com o facto <strong>de</strong> estarem todos os extensómetrosem tracção. Os valores residuais variam entre os 145 microns ao meio e os 460microns num dos extremos; se se aten<strong>de</strong>r ao facto <strong>de</strong> que não foi excedida aextensão <strong>de</strong> cedência na maior parte do painel, estes valores residuais288


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãocorrespon<strong>de</strong>m a tracção efectiva na chapa do painel <strong>de</strong> fundo. Assim <strong>de</strong>verãoexistir zonas adjacentes em compressão residual <strong>de</strong> modo que o conjunto esteja emequilíbrio não carregado. Estas zonas só po<strong>de</strong>rão ser o costado adjacente e osperfis <strong>de</strong> reforço.Em conclusão, o facto mais saliente <strong>de</strong>sta análise do comportamento dopainel à tracção <strong>de</strong>vido à flexão pura respeita directamente à aproximação que secomete ao consi<strong>de</strong>rar todo o painel totalmente efectivo em fase <strong>de</strong> projecto, sendoa perda parcial <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> resultado <strong>de</strong> variações <strong>de</strong> geometria fora dosplanos iniciais e que eventualmente resulta da manutenção ou não da hipótese <strong>de</strong>Navier sobre as secções se manterem planas durante o processo <strong>de</strong> carga.6.6.5.2.2 Sobre a redistribuição <strong>de</strong> tensõesTal como foi referido anteriormente, a concepção da viga caixão consi<strong>de</strong>raum espaço <strong>de</strong> 100mm entre a ligação aos braços e a zona a ensaiar <strong>de</strong> cada lado, <strong>de</strong>forma a permitir uma melhor distribuição <strong>de</strong> tensões.A efectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta transmissão <strong>de</strong> esforços foi testada através dainstalação <strong>de</strong> extensómetros junto às balizas, cujas referências são T00, T01, T04,T05 e T08.Ao analisar as medições <strong>de</strong>stes extensómetros, Figura 174, nota-se umagran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> comportamento entre o extensómetro mais próximo docostado e os restantes; o T00 apresenta valores extremamente elevados chegandoaos 3200 microns no ponto <strong>de</strong> colapso da estrutura, correspon<strong>de</strong>nte a gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações plásticas e comportando-se quase linearmente até essa fase, enquantoos restantes têm <strong>de</strong>formações muito menores, aparentando os centrais algumafalta <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> inicial. É <strong>de</strong> realçar, no entanto, que os valores medidosnestes extensómetros estão <strong>de</strong>ntro da gama <strong>de</strong> extensões medidas anteriormentenos extensómetros mais centrais, apesar dos extensómetros centrais T04 e T08 quese encontram localizados junto aos reforços apresentarem uma carga retardada atéaos 14mm, o que novamente referencia a memória da estrutura local relativamenteaos ciclos anteriores. O T05 central mas colocado a meio da chapa longe dosreforços inicia a sua fase <strong>de</strong> carga logo no início do processo <strong>de</strong> carga.289


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoPo<strong>de</strong>-se concluir que esta zona da chapa junto aos reforços interagefortemente com o reforço <strong>de</strong>vendo o seu comportamento ser analisadoconjuntamente com ele.4000Painel à Tracção M3-2003500Extensão (microns)30002500200015001000T00T01T04T05T0850000 5 10 15 20 25Deslocamento Vertical (mm)30 35 40 45Figura 174 Leituras nos extensómetros da chaparia junto às balizas do painel <strong>de</strong> tracção domo<strong>de</strong>lo M3-200.6.6.5.2.3 Comportamento dos reforçosForam colocados três extensómetros lateralmente nos reforços junto aostopos dos mesmos. Dois <strong>de</strong>les, TR00 e TR02, estão localizados a meiocomprimento dos reforços junto aos extensómetros da chapa T06 e T09respectivamente. O outro extensómetro, TR01, localiza-se junto à baliza e próximodo extensómetro da chapa T08. Com esta disposição é possível analisar asdiferenças <strong>de</strong> carregamento nos diferentes reforços a meio comprimento, avariação <strong>de</strong> carga longitudinalmente e comparar o estado <strong>de</strong> carga do reforço como da placa.Os reforços formam com a chapa uma estrutura tridimensional e este tipo<strong>de</strong> estrutura apresenta particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> funcionamento em flexão,principalmente junto das zonas <strong>de</strong> suporte ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações fora <strong>de</strong> plano. No primeiro caso o nível <strong>de</strong> encastramento à rotaçãorelativamente à baliza dado pelo reforço é muito superior ao dado pela chaparia290


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãodon<strong>de</strong> o estado <strong>de</strong> tensão no reforço <strong>de</strong>verá ser superior ao da chapa. De facto daFigura 175 nota-se uma gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> carregamento entre o extensómetrodo reforço TR01 e o da chapa adjacente T08. O primeiro está muito carregadoapresentando um comportamento linear até aos 14mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento verticalenquanto o segundo se encontra praticamente <strong>de</strong>scarregado nesta fase.9000Painel à Tracção M3-20080007000Extensão (microns)60005000400030002000TR01TR02TR00T08T09T06100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45-1000Deslocamento Vertical (mm)Figura 175 Deformação axial nos extensómetros dos reforços e das zonas adjacentes da chapa.Ultrapassado o limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do ciclo anterior o alongamento noextensómetro TR01 dispara para valores elevadíssimos que representam uma forteplastificação nessa superfície do reforço o que só po<strong>de</strong>rá ser justificado pelaexistência <strong>de</strong> uma zona muito afectada termicamente pela soldadura do reforço àbaliza e à chapa. Ao <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> colapso este extensómetro apresenta uma<strong>de</strong>scarga brusca <strong>de</strong> valor igual à extensão <strong>de</strong> cedência o que significa que o reforçoficou momentaneamente totalmente <strong>de</strong>scarregado que po<strong>de</strong>rá ter sidoconsequência <strong>de</strong> uma rotura em tracção <strong>de</strong> uma das soldaduras dos reforços oumera redistribuição <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong>vido ao rápido <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações que vindas do convés se propagaram até ao fundo.O gráfico <strong>de</strong> pormenor do comportamento dos reforços a meio vãoapresenta uma paragem no crescimento das extensões e consequentemente dastensões a partir do último ciclo <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga. Inclusivamente o ponto on<strong>de</strong>291


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoestá o extensómetro do perfil central <strong>de</strong>nota alguma <strong>de</strong>scarga na fase <strong>de</strong> précolapso, Figura 176. Nota-se que a maior parte da carga passa pelo reforços apesar<strong>de</strong>sta estabilização a partir dos 14mm e que as extensões residuais são <strong>de</strong> sinaiscontrários, o que permite <strong>de</strong> alguma forma autoequilibrar todo o painel <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>retirada toda a carga. O <strong>de</strong>clive <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga dos reforços é muito superiorao da chapa adjacente em resultado da diferente rigi<strong>de</strong>z à flexão.1200Painel à Tracção M3-2001000800Extensão (microns)600400200TR02TR00T09T0600 5 10 15 20 25 30 35 40 45-200Deslocamento Vertical (mm)Figura 176 Extensómetros a meio vão do fundo do mo<strong>de</strong>lo M3-200.6.6.6 Efectivida<strong>de</strong> dos painéis em compressãoO painel em compressão foi o mais instrumentado, tendo-se instalado 23extensómetros dos quais 5 nos reforços e os restantes nas chapas. Optou-se pordispor <strong>de</strong> dois conjuntos <strong>de</strong> extensómetros em disposição transversal <strong>de</strong> forma aobter a distribuição <strong>de</strong> extensões a meio vão e junto à baliza. Devido àsexpectativas relativamente ao modo <strong>de</strong> colapso foi instalada um terceiro conjunto<strong>de</strong> extensómetros a 100mm do conjunto central, portanto a um quarto docomprimento da onda do modo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> expectável, evitando-se assimper<strong>de</strong>r toda a informação sobre o regime <strong>de</strong> pós colapso na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedar um colapso muito localizado e junto a um dos conjuntos principais.292


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.6.6.1 Conjunto <strong>de</strong> extensómetros junto à balizaO número <strong>de</strong> extensómetros neste conjunto não permite fazer umaavaliação da distribuição <strong>de</strong> extensões na globalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido ao reduzido número<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> leitura. A distribuição local po<strong>de</strong> ser cautelosamente avaliada atravésda distribuição <strong>de</strong> extensões fornecida pelos 3 extensómetros da esquerda daFigura 177 que representam um elemento reforçado típico.Distribuição <strong>de</strong> Extensões no Convés2000-400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400-200Extensão (microns)-400-600-800-1000-1200Distancia à mediania (mm)Figura 177 Extensões no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 medidas a 50mm da baliza atéao momento máximo suportado.I<strong>de</strong>ntifica-se perfeitamente mesmo na fase inicial <strong>de</strong> carregamento algumafalta <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> a meio das placas (cotas –300 e –100mm) comparativamente àchapa junto ao reforço (cota –210mm). Quando o colapso é atingido somente umdos cinco pontos <strong>de</strong> leitura está <strong>de</strong>formado plasticamente, coincidindo <strong>de</strong> factocom o único extensómetro perto do reforço, o que faz pressupor que junto aosoutros reforços aconteça o mesmo, contrariamente ao que se po<strong>de</strong>rá concluir daparte direita da mesma figura.Note-se ainda o baixo valor das extensões a meio dos elementos <strong>de</strong> placa,não esquecendo que existem extensões residuais <strong>de</strong>vidas ao ciclos <strong>de</strong> carga e<strong>de</strong>scarga iniciais, pelo que não se po<strong>de</strong> afirmar nada acerca do estado real <strong>de</strong>tensões.293


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoA forma da curva do lado direito da figura, por ser construída unicamente apartir dos pontos do meio das placas, dá uma imagem semelhante à da<strong>de</strong>formação das placas e ao seu evoluir com o carregamento. Neste ponto <strong>de</strong> vistasalienta-se o recuar da extensão à cota –100mm ainda na fase <strong>de</strong> pré colapso o queindica o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações naquele local em direcção aoexterior já que os extensómetros estão colocados na superfície exterior e asextensões se tornam menos negativas.6.6.6.2 Conjunto central <strong>de</strong> extensómetrosNesta zona preten<strong>de</strong>u-se obter uma informação mais precisa dadistribuição <strong>de</strong> extensões ao longo do processo <strong>de</strong> carregamento pelo que seinstalaram 9 extensómetros colocados alternadamente no meio dos elementosplaca e na chapa junto aos reforços. A Figura 178 apresenta graficamente osresultados das medições nestes extensómetros em função do <strong>de</strong>slocamentoimposto.I<strong>de</strong>ntificam-se claramente quatro fases <strong>de</strong> evolução das <strong>de</strong>formações noselementos <strong>de</strong> placas: na primeira fase que vai até 14mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento imposto,o comportamento é praticamente linear sendo <strong>de</strong> salientar a existência <strong>de</strong> doisextensómetros, C02 e C12, localizados a meio dos elementos que apresentamextensões relativas positivas que aumentam com o carregamento. Tal facto <strong>de</strong>ve-seà existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações residuais resultantes do último ciclo <strong>de</strong> carga, comconcavida<strong>de</strong> local em direcção ao interior e <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> suficientemente elevadapara que a extensão <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong>vido ao aumento da curvatura local sesobreponha às extensões negativas <strong>de</strong>vidas à compressão global do painel. Nofinal <strong>de</strong>sta fase alguns dos extensómetros apresentam variações próximas do valorda extensão <strong>de</strong> cedência.Na segunda fase, que vai dos 14 aos 20mm, assiste-se a uma ampliação dataxa <strong>de</strong> crescimento das <strong>de</strong>formações fora <strong>de</strong> plano, acentuando-se o <strong>de</strong>clive dascurvas extensão <strong>de</strong>slocamento imposto.A terceira fase é muito curta e coinci<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>senvolvimento do colapsoglobal do painel associado a extensões que exce<strong>de</strong>m largamente a extensão <strong>de</strong>294


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãocedência, mais do que quinze vezes no caso do C16.4000Painel à Compressão M3-2002000Extensão (microns)0-2000-4000-6000-8000-10000C020 5 10 15 20 25 30 35 40 C0345C04C08C11C12C14C15C16-12000-14000-16000Deslocamento Vertical (mm)Figura 178 Medições nos nove extensómetros no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200localizados a meio vão até ao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado, 40mm, seguido <strong>de</strong>retirada total do <strong>de</strong>slocamento imposto.A quarta fase coinci<strong>de</strong> com o regime pós colapso, dando-se uma gran<strong>de</strong>estabilização das extensões ou mesmo algum <strong>de</strong>créscimo nos extensómetros C11,C16, C15 e C14. Os extensómetros C02 e C08 apresentam ainda crescimento dasextensões <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> estarem localizados em zonas on<strong>de</strong> o colapso localcontinua em <strong>de</strong>senvolvimento, isto é, zonas muito próximas das rótulas plásticas.A Figura 179 mostra a evolução das extensões nos nove extensómetros emanálise até à carga máxima suportada pela estrutura. Nesta secção, as rótulasplásticas associadas às gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações dão-se na zona esquerda da figura,com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma semi onda virada ao exterior entre o bordo e oprimeiro reforço, seguida <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formação em sentido contrário entre estereforço e o central, voltando a trocar <strong>de</strong> sinal nos reforços seguintes.As extensões residuais são muito elevadas coincidindo praticamente com osvalores máximos, <strong>de</strong>scontando na melhor das hipóteses a extensão <strong>de</strong> cedência,Figura 255 no Anexo C. Isto significa que não houve lugar a gran<strong>de</strong>s variações dageometria <strong>de</strong>formada durante o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, libertando-se unicamente a295


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoenergia elástica acumulada.Distribuição <strong>de</strong> Extensões no Convés40002000Extensão (microns)0-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500-2000-4000-6000-8000-10000-12000-14000-16000Distancia à mediania (mm)Figura 179Extensões no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 medidas a meio vão até aomomento máximo suportado.6.6.6.3 Estado dos reforçosOs extensómetros colocados a meio vão nos reforços foram quatro no totalo que permitiu ler as extensões nos dois lados do reforço central através dostransdutores CR03 e CR04. A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas duas leituras permite calculara tensão média através da espessura e saber a curvatura local da superfície doreforço. Os restantes dois extensómetros (CR00 e CR05) foram colocados em cadaum dos outros reforços barra do mesmo lado do CR03.Dadas as previsões <strong>de</strong> colapso do painel à compressão com <strong>de</strong>formaçõessimétricas em reforços consecutivos, será <strong>de</strong> esperar uma boa coincidência entre asleituras dos extensómetros CR00, CR04 e CR05. De facto assim aconteceu comopo<strong>de</strong> ser visto na Figura 180 até próximo da fase <strong>de</strong> colapso, notam-se uma gran<strong>de</strong>coincidência do estado <strong>de</strong> carga.O reforço mais à direita (CR05) per<strong>de</strong> eficácia mais cedo do que os restantesnão apresentando uma inflação nas extensões o que só po<strong>de</strong> significar que houveuma falha local.296


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoUm aspecto extremamente interessante diz respeito ao carregamento <strong>de</strong>compressão que se dá nos pontos on<strong>de</strong> estão colocados os extensómetros CR00 eCR04 durante a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga da estrutura; este carregamento local resulta dofacto dos extensómetros estarem colocados do lado contrário à chapariarelativamente ao eixo neutro e dado o tipo <strong>de</strong> colapso obtido com o painel a<strong>de</strong>formar para o exterior. Assim na fase <strong>de</strong> pós colapso e em carga, as gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações ten<strong>de</strong>m a gerar tracção no topo da alma do reforço a qual se somaalgebricamente à compressão imposta reduzindo drasticamente a extensão total.Em <strong>de</strong>scarga, a redução <strong>de</strong>sta tracção <strong>de</strong>vida à flexão do reforço é superior àredução da compressão global aumentando o estado <strong>de</strong> extensão global. Noextensómetro CR05 e em resultado do tipo e forma das <strong>de</strong>formações permanenteso processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga faz-se normalmente ten<strong>de</strong>ndo para extensões cada vezmenores.500Painel à Compressão M3-20000 5 10 15 20 25 30 35 40 45-500Extensão (microns)-1000-1500-2000CR00CR03CR04CR05-2500-3000-3500Deslocamento Vertical (mm)Figura 180 Medições nos extensómetros colocados nos reforços do painel à compressão domo<strong>de</strong>lo M3-200 localizados a meio vão até ao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado, 40mm,seguido <strong>de</strong> retirada total do <strong>de</strong>slocamento imposto.6.7 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M4-200A viga em caixão M4-200 é a mais resistente das vigas ensaiadas tendo297


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoservido <strong>de</strong> base ao dimensionamento das ligações aparafusadas e dos mor<strong>de</strong>ntes.A viga <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> esforços à estrutura a ensaiar também se encontrava nolimite <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> serviço pelo que os <strong>de</strong>slocamentos globais da estrutura<strong>de</strong>veriam estar ampliados <strong>de</strong>vido a toda a <strong>de</strong>formação elástica da estrutura <strong>de</strong>suporte. De facto os <strong>de</strong>slocamentos absolutos medidos no transdutor <strong>de</strong> controleexce<strong>de</strong>ram os valores medidos nos restantes ensaios, tendo-se dado o colapso paraum <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 63mm, Figura 181, correspon<strong>de</strong>nte ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>uma força <strong>de</strong> 609KN.M4-200700600500Força (kN)40030020010000 10 20 30 40 50 60 70 80Deslocamento (mm)Figura 181 Curva força <strong>de</strong>slocamento nos quatro ciclos <strong>de</strong> carga do mo<strong>de</strong>lo M4-200O serrilhado do gráfico correspon<strong>de</strong> aos pontos <strong>de</strong> paragem maisprolongados do ensaio e são característica típica <strong>de</strong> todos os ensaios o que permiteconcluir que durante o tempo <strong>de</strong> paragem a estrutura sofre um processo <strong>de</strong>acomodação, eventualmente através dum processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> tensõesentre as zonas mais carregadas e as menos carregadas em resultado da existência<strong>de</strong> algum escoamento plástico a tensão constante nos pontos mais carregadosseguido <strong>de</strong> um reajustamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações.298


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.7.1 Instrumentação e <strong>de</strong>scrição geral do ensaioNo caixão M4-200 foram instalados sete transdutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentolocalizados nas mesmas posições do restantes mo<strong>de</strong>los e trinta extensómetrosdistribuídos pelos painéis <strong>de</strong> compressão, <strong>de</strong> tracção e um dos painéis laterais,além do transdutor <strong>de</strong> força e do <strong>de</strong>flectómetro <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento global <strong>de</strong>controlo.Foram executados quatro ciclos <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga com os mesmosobjectivos dos <strong>de</strong>scritos para o mo<strong>de</strong>lo M3-200, o primeiro até 10mm em regimeelástico, os dois seguintes a 50 e 55mm em regime elastoplastico e o últimopassando o colapso até ao regime pós colapso como se po<strong>de</strong> ver na Figura 181.6.7.2 Relação entre o momento e a curvaturaTal como na análise dos resultados do mo<strong>de</strong>lo anterior, o momento écalculado a partir da força aplicada e a curvatura avaliada pelas mediçõesefectuadas nos dois <strong>de</strong>flectómetros instalados para o efeito e que me<strong>de</strong>m a flechado ângulo <strong>de</strong> rotação entre as duas secções <strong>de</strong> ligação aos mor<strong>de</strong>ntes.No presente ensaio um dos <strong>de</strong>flectómetros <strong>de</strong>ixou temporariamente <strong>de</strong>fornecer informação relevante pelo que a análise dos resultados se baseia nasmedições do segundo <strong>de</strong>flectómetro em vez <strong>de</strong> ser baseado na média dos dois.Convêm no entanto salientar que a correlação entre os dois <strong>de</strong>flectómetros ébastante boa no domínio em que se dispõe <strong>de</strong> ambas as medições, com excepçãopara carregamentos muito baixos.Na Figura 182 representa-se a correlação entre os <strong>de</strong>flectómetros durante otodo o ensaio tendo-se procedido a um reposicionamento dos transdutoresdurante as fases <strong>de</strong> paragem sem carga e sem reinicializar as leituras nostransdutores, o que justifica o facto das diversas curvas serem paralelas em vezes<strong>de</strong> se sobreporem.O primeiro ciclo <strong>de</strong> carregamento inicia-se na origem i<strong>de</strong>ntificando-se umacurvatura inicial não nula e <strong>de</strong>clive contrário à tendência geral o que fisicamentesignifica uma disparida<strong>de</strong> das curvaturas medidas em cada um dos extensómetrosnessa fase. Esta disparida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> tal forma gran<strong>de</strong> que origina curvaturas iniciais299


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãonegativas nas medições <strong>de</strong> um dos <strong>de</strong>flectómetros, Figura 183.10,05,0Deflectómetro 2 (mm)-12,00,0-10,0 -8,0 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0-5,0-10,0-15,0-20,0Deflectómetro 1 (mm)Figura 182 Correlação entre os <strong>de</strong>flectómetros <strong>de</strong> medição da rotação das secções.140120Momento (KN.m)100806040200-0.0006 -0.0004 -0.0002 0.0000 0.0002 0.0004 0.0006 0.0008Curvatura (rad/m)Figura 183 Curvas momento curvatura no 1º ciclo <strong>de</strong> carregamento medidas nos dois<strong>de</strong>flectómetros.A razão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m diversa sendo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar como causas maisprováveis a forma assimétrica das imperfeições iniciais quer da chapa quer dosreforços capaz <strong>de</strong> gerar curvaturas contrárias na fase <strong>de</strong> carregamento leve daestrutura, uma ligeira assimetria na aplicação do carregamento ou tensões300


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoresiduais muito diferentes em lados opostos em resulta do da sequência <strong>de</strong>soldadura e do processo <strong>de</strong> fabrico e montagem.Passada esta fase <strong>de</strong> carregamento inicial leve a correlação passa a sertotalmente linear não havendo aumento da rotação transversal entre as secçõesdurante a fase <strong>de</strong> pré colapso. A parte vertical do gráfico correspon<strong>de</strong> àinoperacionalida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>flectómetro 1 por ter excedido o percurso disponível.No 1º ciclo <strong>de</strong> carregamento os resultados estão bastante condicionadospela rotação transversal da viga caixão a que correspon<strong>de</strong> <strong>de</strong> facto uma torção damesma até <strong>de</strong>terminada altura, a partir da qual a <strong>de</strong>pendência entre os doistransdutores passa a ser linear e unitária. No final do primeiro ciclo geram-securvaturas residuais a que correspon<strong>de</strong> também uma rotação transversal residualou permanente.A Figura 184 mostra os diversos ciclos <strong>de</strong> carga a que se submeteu aestrutura tendo-se retirado as curvaturas residuais existentes no início <strong>de</strong> cadaciclo. As quatro primeiras curvas utilizam os dados do <strong>de</strong>flectómetro que estevesempre operacional apresentando-se também as curvas resultantes da informaçãodo <strong>de</strong>flectómetro 1 nos dois ciclos em que foi possível obter informação credível.700M4-200600Momento (KN.m)500400300200100Ciclo 1Ciclo 2Ciclo 3Ciclo 4Ciclo 1-C1Ciclo 3-C10-0.002 0.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014 0.016 0.018Curvatura (rad/m)Figura 184 Curva momento curvatura medidas no <strong>de</strong>flectómetro 2 para os quatro ciclos ecomparação com a curva medida no <strong>de</strong>flectómetro 1 em dois ciclos.301


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoSe no 1º ciclo não existiu praticamente dissipação <strong>de</strong> energia, restandopouca informação à parte a peculiarida<strong>de</strong> do retrocesso da curvatura <strong>de</strong> um doslados e a existência <strong>de</strong> uma rotação transversal residual, o 2º ciclo caracteriza-sepor forte dissipação <strong>de</strong> energia medida através da área abaixo da curva. Égraficamente evi<strong>de</strong>nte a existência <strong>de</strong> duas zonas distintas: a primeira que vai atécerca dos 460 KNm em que a dissipação <strong>de</strong> energia se dá predominantemente nasfaixas em tracção resultantes das tensões residuais; a segunda vai <strong>de</strong>ste ponto atéao fim do ciclo e apresenta um <strong>de</strong>clive menor, portanto menor rigi<strong>de</strong>z, e <strong>de</strong>veráresultar do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações plásticas permanentes afectandoglobalmente a estrutura. Mais uma vez a paragem por breves instantes do ensaionaquele ponto <strong>de</strong> carregamento foi <strong>de</strong>terminante na fixação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formaçãopermanente não tendo sido necessário <strong>de</strong>scarregar a viga para que se gerassememó ria daquela paragem através da alteração do módulo estrutural tangente.A coincidência da parte quasi-linear das curvas do terceiro e quarto ciclosmedidas com o <strong>de</strong>flectómetro 2 mostra que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se ter levado a estrutura a<strong>de</strong>terminados níveis <strong>de</strong> carga em que os fenómenos elastoplasticos globais sesobrepõem aos aspectos particulares, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fazer sentido consi<strong>de</strong>rar o efeito dastensões residuais. Existe, no entanto, uma pequena rigi<strong>de</strong>z acrescida no terceirociclo relativamente ao quarto, porque o terceiro ciclo vai gerar <strong>de</strong>formaçõespermanentes superiores àquelas com que se iniciou, isto é, as ‘imperfeiçõesiniciais’ do quarto ciclo são superiores às do terceiro apesar <strong>de</strong> apresentarem omesmo modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação o qual foi fixado por <strong>de</strong>formação plástica nosprimeiros ciclos. Estas ‘imperfeições’ mais elevadas tornam a estruturatridimensional ligeiramente mais flexível.O paralelismo entre as duas curvas construídas com a informação <strong>de</strong><strong>de</strong>flectómetros diferentes para o terceiro ensaio, mostram que a partir do pontoem que se fixou a rotação transversal <strong>de</strong>vida a alguma assimetria, esta torção<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter importância po<strong>de</strong>ndo ser ignorada.Se ao invés se consi<strong>de</strong>rar a curvatura absoluta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ensaio,Figura 185, verifica-se que:1. a curvatura <strong>de</strong> colapso obtida para este mo<strong>de</strong>lo mais espesso é302


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãobastante elevada,2. a histeresis é acentuada e dissipa bastante energia,3. a <strong>de</strong>scarga não afecta muito o posterior carregamento da estruturapara além do máximo anterior, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçãoesteja estabilizado,4. a fase <strong>de</strong> pós colapso apresenta um <strong>de</strong>scarregamento bastanteacentuado,5. a curvatura residual pós colapso é muito elevada.700M4-200600Momento (KN.m)5004003002001000-0.005 0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025 0.030Curvatura (rad/m)Figura 185 Curva momento curvatura absoluta medida no <strong>de</strong>flectómetro 2.Um aspecto peculiar da <strong>de</strong>scarga dos mo<strong>de</strong>los nos diversos ciclos é aexistência <strong>de</strong> duas zonas completamente distintas em termos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z:1. uma <strong>de</strong>scarga inicial com módulo praticamente constante e muitosemelhante ao módulo inicial <strong>de</strong> carga, que abrange uma zona entre 150e 180 KNm,2. uma zona com módulo muito mais suave até à <strong>de</strong>scarga total tambémcom valor aproximadamente constante.Estes aspectos serão tratados com mais <strong>de</strong>talhe da secção seguinte.303


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.7.3 Módulo estrutural tangenteEfectuaram-se estimativas do módulo estrutural tangente em função dacurvatura imposta em cada ciclo, tendo-se separado as situações <strong>de</strong> carga das <strong>de</strong><strong>de</strong>scarga e calculou-se ainda o módulo tangente para a região <strong>de</strong> pós colapso,Figura 186.Módulo (kN.m2)350000Ciclo 2 - CargaCiclo 2 - Descarga300000 Ciclo 3 - CargaCiclo 3 - Descarga250000Ciclo Final - CargaPós colapso200000Pós colapso - Descarga1500001000005000000.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014 0.016 0.018-50000-100000Curvatura (1/m)Figura 186 Módulo estrutural tangente da viga caixão M4-2006.7.3.1 Módulo tangente em cargaO s gráficos do módulo estrutural em situação <strong>de</strong> carga apresentam doistipos <strong>de</strong> ciclos muito distintos. O ciclo 2 em que as tensões residuais e o seu alívioconstituem uma forma importante <strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong> energia caracterizando anatureza eminentemente elastoplastica da curva momento curvatura e fazendocom que o módulo tangente apresente valores reduzidos e ten<strong>de</strong>ncialmente<strong>de</strong>crescentes. Os ciclos 3 e final tem comportamento similar em termos dacurvatura relativa ao início do ciclo, po<strong>de</strong>ndo sobrepor-se quase perfeitamente asduas curvas.Ne ste segundo grupo po<strong>de</strong>m consi<strong>de</strong>rar-se três regiões muito diferentes.Uma inicial a baixa curvatura com valores do módulo bastante elevados,ultrapassando os 200 MNm 2 e <strong>de</strong> tendência <strong>de</strong>crescente acentuada. Apresenta uma304


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãocurta zona <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> em torno dos 160 MNm 2 sensivelmente igual ao valordo módulo estrutural teórico que é <strong>de</strong> 166 MNm 2 . A segunda zona é um patamar amódulo sensivelmente constante entre os 100 e os 80 MNm 2 correspon<strong>de</strong>nte aomódulo típico da estrutura <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aliviadas parcialmente as tensões residuais eem que o comportamento é elástico quase linear. Finalmente, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> atingido omomento máximo do ciclo anterior dá-se uma redução drástica do módulotangente directamente relacionada com a entrada em regime elastoplastico com<strong>de</strong>senvolvimento progressivo da <strong>de</strong>formada <strong>de</strong> colapso e fixação da mesma pelasua irrecuperabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido às <strong>de</strong>formações plásticas permanentes tanto nachaparia como nos reforços.É esta fixação da forma da geometria da <strong>de</strong>formada dos vários painéisconstituintes do caixão que caracteriza os ciclos do primeiro grupo em que o alívio<strong>de</strong> tensões residuais por <strong>de</strong>formação plástica são importantes.6.7.3.2 Módulo tangente em <strong>de</strong>scargaA forma da <strong>de</strong>pendência do módulo tangente relativamente à curvatura em<strong>de</strong>scarga é semelhante em todos os ciclos i<strong>de</strong>ntificando-se duas regiões: umaimediatamente a seguir a se ter imposto a curvatura máxima com módulo muitoelevado, superior a 280 MNm 2 , que <strong>de</strong>cai rapidamente com a diminuição dacurvatura até se atingir um patamar entre os 80 e 100 MNm 2 , ou seja cerca <strong>de</strong> umterço do valor inicial.Na Figura 187 alteraram-se as abcissas subtraindo a curvatura relativaactual da curvatura máxima atingida nesse ciclo po<strong>de</strong>ndo-se ver que o módulodos ciclos anteriores ao colapso se sobrepõem quase perfeitamente, enquanto queo módulo do ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga posterior ao colapso segue inicialmente os outrosmas o patamar encontra-se para valores inferiores do módulo <strong>de</strong>vido à baixarigi<strong>de</strong>z da estrutura muito <strong>de</strong>formada. Para melhor compreensão <strong>de</strong>stas gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>formações que modificam a geometria em regime após colapso mostra-se a<strong>de</strong>formação residual da viga em caixão no final do ensaio, Figura 188.305


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão350000Módulo (KPa.m4)300000250000200000150000100000Ciclo 2 - DescargaCiclo 3 - DescargaPós colapso - Descarga5000000.000 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006Curvatura relativa (1/m)Figura 187 Módulo tangente em <strong>de</strong>scarga em função da curvatura relativa à curvatura máxima.Figura 188 Colapso do painel do mo<strong>de</strong>lo M4-200 em compressão.306


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.7.3.3 Módulo tangente em regime pós colapsoO comportamento após colapso é caracterizado por ter um módulotangente negativo. Na análise sobre o comportamento <strong>de</strong> uma estrutura torna-seimportante do ponto <strong>de</strong> vista da resistência não só conhecer o valor máximo domomento suportado como também se o colapso se dá <strong>de</strong> forma abrupta ouavisada. Esta última característica po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida através do módulo tangente.Na Figura 186 está representada a variação do módulo tangente com acurvatura sendo <strong>de</strong> notar que o módulo máximo nesta fase (40 MNm 2 ) tomavalores da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za do módulo tangente em regime elástico com<strong>de</strong>formação <strong>de</strong>senvolvida e estabilizada.Significa isto que este mo<strong>de</strong>lo, apesar <strong>de</strong> ser construído com painéis <strong>de</strong>elevada esbelteza apresenta uma <strong>de</strong>scarga bastante rápida para curvaturas umpouco superiores às <strong>de</strong> colapso. Esta fase <strong>de</strong>verá correspon<strong>de</strong>r ao <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações plásticas nos reforços, como se po<strong>de</strong> ver pela gran<strong>de</strong><strong>de</strong>formação vertical dos reforços na Figura 188. Segue-se-lhe uma fase <strong>de</strong><strong>de</strong>formação mais ou menos estabilizada em que o módulo tangente regressa avalores negativos substancialmente menores em valor absoluto.6.8 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M2-200Esta viga caixão é a mais esbelta <strong>de</strong>sta primeira série <strong>de</strong> ensaios em que sevariou essencialmente a esbelteza da placa apesar <strong>de</strong> se ter tido o cuidado <strong>de</strong>garantir que a esbelteza <strong>de</strong> coluna se mantivesse em valores aceitáveis e emconcordância com as práticas normais <strong>de</strong> construção.6.8.1 Relação entre o momento e a curvaturaTal como nos mo<strong>de</strong>los anteriores os resultados obtidos no ensaio do caixãoM2-200 apresentam uma relação entre a força aplicada e o <strong>de</strong>slocamento impostobastante suave, Figura 189, com um máximo absoluto a 13 mm a que correspon<strong>de</strong>a força máxima aplicada <strong>de</strong> 173 KN.307


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoM2-200)Força (kN2001801601401201008060402000 5 10 15 20 25 30Deslocamento (mm)Figura 189 Curva força <strong>de</strong>slocamento imposto do mo<strong>de</strong>lo M2-200A sequência dos diversos ciclos <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga mostra que a únicaconsequência <strong>de</strong>stes ciclos é a dissipação <strong>de</strong> tensões residuais e a absorção <strong>de</strong>energia por histeresis. A suavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início do carregamento seguida <strong>de</strong> algumendurecimento para forças maiores não tem correspondência na curva momentocurvatura representada na Figura 190, <strong>de</strong>duzida a partir <strong>de</strong>sses dados e utilizandocomo auxiliar os <strong>de</strong>flectómetros <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> ângulo global.6.8.1.1 Primeiro e segundo ciclos <strong>de</strong> cargaNo primeiro ciclo <strong>de</strong> carga aplicou-se um <strong>de</strong>slocamento máximo <strong>de</strong> 5mmtendo sido necessário aplicar um momento <strong>de</strong> 72 KNm, que se reveloucorrespon<strong>de</strong>r a 42% da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga máxima da viga à flexão pura. Trêsaspectos importantes merecem especial referência:1. a rotação transversal do mo<strong>de</strong>lo que é proporcional à diferença <strong>de</strong>curvaturas medidas nos dois <strong>de</strong>flectómetros,2. a verticalida<strong>de</strong> da curva momento curvatura média, M(C), entre os20 e os 60 KNm,3. o aumento da curvatura no início da <strong>de</strong>scarga do mo<strong>de</strong>lo.Relativamente à rotação transversal relativa entre as duas faces <strong>de</strong> controlo308


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoe a que se po<strong>de</strong> chamar com mais proprieda<strong>de</strong> torção da viga, esta aparece numestádio inicial, reduzindo-se substancialmente a partir dos 50KNm e voltando aatingir valores importantes na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga. Dado o seu quase completo<strong>de</strong>saparecimento na fase <strong>de</strong> maior carga é legitimo concluir que esta rotação não se<strong>de</strong>ve a assimetrias <strong>de</strong> carga mas a rearranjos internos da geometria dasimperfeições da estrutura durante a fase <strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> carga por alívio <strong>de</strong> tensõesresiduais.80M2-2007060M(C)M(C2)M(C1)M(C)-Ciclo 2Momento (KN.m)50403020100-0.0001 0.0000 0.0001 0.0001 0.0002 0.0002 0.0003 0.0003 0.0004Curvatura (rad/m)Figura 190 Curva momento curvatura do 1º ciclo <strong>de</strong> carga do caixão M2-200.Os restantes dois pontos já foram comentados durante a análise dosmo<strong>de</strong>los anteriores e as razões para este comportamento parecem ser as mesmas.A análise do segundo ciclo <strong>de</strong> carga quando comparada com o primeirociclo permite concluir que as curvas <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga são bastante parecidastendo <strong>de</strong>saparecido a zona central do primeiro ciclo on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u maior dissipação<strong>de</strong> energia por plastificação local. O módulo estrutural médio da viga nestesegundo ciclo <strong>de</strong> carga é 2800 MNm 2 .6.8.1.2 Ciclo <strong>de</strong> carga máximaO ciclo <strong>de</strong> colapso apresenta duas regiões distintas no domínio <strong>de</strong> précolapso como se po<strong>de</strong> ver na Figura 191: na primeira parte e até à carga máxima309


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãodo ciclo anterior, o comportamento é em tudo semelhante ao do segundo ciclocomo resultado <strong>de</strong> não se terem <strong>de</strong>senvolvido quaisquer <strong>de</strong>formações plásticasnesse ciclo por se ter repetido a carga máxima do primeiro ciclo, havendo poisreversibilida<strong>de</strong> em todas as <strong>de</strong>formações; a segunda parte engloba toda a restantezona até ao colapso assistindo-se a uma redução progressiva da rigi<strong>de</strong>z da secçãoaté ao colapso. A perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>ve-se quer ao alívio das tensões residuaisquer a <strong>de</strong>formações elasto-plásticas associadas a perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> das placascom <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações fora do plano dos painéis.A perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>pois do colapso é, neste mo<strong>de</strong>lo,bastante suave a qual está associada uma gran<strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> energia. A <strong>de</strong>scargaapresenta duas regiões distintas tais como os mo<strong>de</strong>los M3-200 e M4-200, pelo quea natureza do processo <strong>de</strong>verá ser a mesma e válida para todos.200M2-200180160Ciclo <strong>de</strong> colapsoCiclo pós colapsoMomento (KN.m)1401201008060402000.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014Curvatura (rad/m)Figura 191 Curva momento vs. curvatura para os ciclos <strong>de</strong> colapso e <strong>de</strong> pós colapso no mo<strong>de</strong>loM2-200.A <strong>de</strong>formação da região em compressão na fase <strong>de</strong> colapso estárepresentada na Figura 192. É visível a ruína <strong>de</strong> um dos reforços na região <strong>de</strong>ausênci a <strong>de</strong> soldadura e i<strong>de</strong>ntifica-se perfeitamente que a ruína global se <strong>de</strong>ve àinstabilida<strong>de</strong> dos elementos <strong>de</strong> placa. As <strong>de</strong>formações induzidas no painel lateralpelo colapso do painel superior são também bastante elevadas.310


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoFigura 192 Deformada durante o colapso do mo<strong>de</strong>lo M2-200 vista <strong>de</strong> lados opostos.311


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoO comprimento <strong>de</strong> onda dominante na ruína da placa é aproximadamente<strong>de</strong> 250mm (5x50mm), a que correspon<strong>de</strong> um m <strong>de</strong> 6,4 o qual é bem superior àrazão <strong>de</strong> dimensões da placa (α=4). Confirma-se pois os resultados obtidos para aresistência <strong>de</strong> placas on<strong>de</strong> se concluiu que a resistência mínima é obtida paramodos <strong>de</strong> colapso superiores ao modo crítico (m=α). A razão entre o comprimentoda semi-onda <strong>de</strong> colapso e a largura da placa associada é <strong>de</strong> 0,625.6.8.1.3 Ciclo <strong>de</strong> carga da estrutura danificadaNa mesma Figura representa-se ainda a resposta da estrutura danificadasendo possível i<strong>de</strong>ntificar as seguintes características da curva:1. A curva ascen<strong>de</strong>nte tem inicialmente uma zona com o mesmo <strong>de</strong>clivedo início da <strong>de</strong>scarga do ciclo anterior,2. a segunda parte da curva ascen<strong>de</strong>nte tem um <strong>de</strong>clive bastante inferior eda mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za do módulo da fase final <strong>de</strong> carga;3. <strong>de</strong>vido aos dois factos anteriores, a curva em regime elastoplástico <strong>de</strong>pós colapso é retomada sensivelmente no mesmo ponto on<strong>de</strong> se inicioua <strong>de</strong>scarga do ciclo anterior.4. A nova taxa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> carga em pós colapso é inferior à anterior.5. A nova <strong>de</strong>scarga garante a manutenção das duas regiões já mencionadasmas os módulos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z são mais reduzidos em consequência <strong>de</strong> umamaior <strong>de</strong>formação da geometria.6.8.1.4 Módulo estruturalNão tendo existido gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações permanentes no primeiro esegundo ciclos que fixassem a geometria <strong>de</strong>finitiva em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentodas <strong>de</strong>formações, o ciclo <strong>de</strong> colapso apresenta inicialmente os mesmos problemasdos anteriores na fase até 70 KNm, pelo que não se proce<strong>de</strong>u à sua representaçãográfica.A partir do momento em que se ultrapassa aquele ponto, as <strong>de</strong>formaçõespermanentes estabilizam a geometria da <strong>de</strong>formada, estabilizando-se também ovalor do módulo tangente, ver Figura 193, apesar <strong>de</strong> apresentar uma tendência<strong>de</strong>crescente até se anular no colapso.312


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão550000450000Ciclo <strong>de</strong> colapso - CargaCiclo <strong>de</strong> colapso - Pós colapsoCiclo <strong>de</strong> colapso - DescargaMódulo (KPa.m4)350000250000150000500000.000 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.010-50000Curvatura (1/m)Figura 193 Módulo tangente no ciclo <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M2-200.O módulo estrutural tangente em regime pós colapso é praticamenteconstante, oscilando o seu valor em torno dos –10MNm 2 .Durante a retirada <strong>de</strong> carga a situação é em tudo semelhante à analisada nomo<strong>de</strong>lo M4-200, sendo válidas, também para este mo<strong>de</strong>lo, as razões entãoinvocadas.6.9 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-150O mo<strong>de</strong>lo M3-150 é o primeiro mo<strong>de</strong>lo da segunda série vigas em caixão.Nesta série <strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los variou-se o espaçamento entre longitudinaismantendo-se a espessura constante, obtendo-se elementos <strong>de</strong> placasucessivamente mais espessos.Em ambos os mo<strong>de</strong>los, M3-150 e M3-100, a estrutura longitudinal éconstruída em chapa <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> 3mm e a altura dos longitudinais é <strong>de</strong> 20mm. Osmo<strong>de</strong>los são <strong>de</strong> duplo vão com um espaçamento entre balizas <strong>de</strong> 400mm. Ocomprimento total do mo<strong>de</strong>lo é <strong>de</strong> 1000mm dada a existência <strong>de</strong> duas zonas <strong>de</strong>transição com 100mm <strong>de</strong> comprimento cada em ambos os extremos do mo<strong>de</strong>lo.313


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.9.1 Relação entre o momento e a curvaturaA relação entre a força aplicada e o <strong>de</strong>slocamento imposto encontra-serepresentada na Figura 194. I<strong>de</strong>ntificam-se a existência <strong>de</strong> vários ciclos iniciaisseguidos <strong>de</strong> um carregamento até para além do colapso da estrutura, tendo-seatingido o colapso com um <strong>de</strong>slocamento máximo absoluto <strong>de</strong> 17 e 19 mm a quecorrespon<strong>de</strong> a força máxima aplicada <strong>de</strong> 328 KN em ambos os casos. A primeirafase <strong>de</strong> colapso dá-se por rearranjo local e por uma ligeira quebra <strong>de</strong> resistência,sendo seguida <strong>de</strong> um suave aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga até se atingir omesmo valor <strong>de</strong> momento e a partir <strong>de</strong>sse ponto a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga da vigacaixão <strong>de</strong>cresce <strong>de</strong> forma suave mas irregularmente.M3-150350300250Força (kN )2001501005000 5 10 15 20 25 30 35Deslocamento (mm)Figura 194 Curva força <strong>de</strong>slocamento imposto do mo<strong>de</strong>lo M3-150A cerca <strong>de</strong> 25mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical imposto e já bem <strong>de</strong>ntro daregião <strong>de</strong> pós-colapso dá-se uma quebra mais acentuada da resistência, passandoo <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> resistência à flexão a ser muito mais suave e estável.6.9.1.1 Ciclos <strong>de</strong> carga iniciaisNo primeiro ciclo <strong>de</strong> carga aplicou-se um <strong>de</strong>slocamento máximo <strong>de</strong> 8mmtendo sido necessário gerar um momento <strong>de</strong> 139 KNm, Figura 195.Seguiram-se três ciclos idênticos até 10 mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical314


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoatravés dos quais foi possível observar que a partir do momento em que se executaum ciclo até <strong>de</strong>terminado valor do momento com o consequente alívio <strong>de</strong> tensõesresiduais e dissipação <strong>de</strong> energia sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica, todos oscarregamentos subsequentes até esse nível apresentam uma resposta elástica daestrutura com <strong>de</strong>formações totalmente reversíveis. Esta conclusão po<strong>de</strong> serretirada da total concordância dos terceiro e quarto ciclos em que não existeaumento da curvatura residual, sendo esta igual à curvatura residual do segundociclo à mesma carga. A diferença na curva <strong>de</strong> carga entre o segundo ciclo por umlado, e os terceiro e quarto por outro, resulta do alívio <strong>de</strong> tensões residuais econsequente rearranjo das imperfeições iniciais.300M3-150250Momento (KN.m)20015010050Ciclo 1 - 8mmCiclo 2 - 10mmCiclo 3 - 10mmCiclo 4 - 10mmCiclo 5 - 13mmCiclo 6 - 13mm00.0000 0.0005 0.0010 0.0015 0.0020 0.0025Curvatura (rad/m)Figura 195 Curva momento curvatura dos ciclo <strong>de</strong> carga iniciais do caixão M3-150.A comparação da resposta do quinto e sexto ciclos a carga máximasubstancialmente maior confirma as afirmações anteriores, apesar <strong>de</strong> estes cicloscorrespon<strong>de</strong>rem a um carregamento muito próximo do carregamento máximosuportado pela viga caixão, mais precisamente 81,4% do momento máximo.6.9.1.1.1 Módulo estrutural tangenteRelativamente à evolução das curvas <strong>de</strong> carga, é notória algumaflutuabilida<strong>de</strong> inicial na rigi<strong>de</strong>z da viga em caixão nos primeiros dois ciclos <strong>de</strong>315


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãocarga. Estas variações iniciais a baixa curvatura ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>saparecer com aestabilização das imperfeições iniciais <strong>de</strong>vidas ao alívio <strong>de</strong> tensões, apresentandoos restantes ciclos uma rigi<strong>de</strong>z a baixa curvatura praticamente invariável. Nosciclos <strong>de</strong> repetição, 4 e 6, nos quais não se dá dissipação <strong>de</strong> energia por alívio <strong>de</strong>tensões residuais, observam-se a existência <strong>de</strong> duas zonas distintas em termos domódulo estrutural tangente: a inicial com um módulo médio <strong>de</strong> 240MNm 2 e que seprolonga até ao momento flector imposto <strong>de</strong> 106KNm; a segunda, praticamenterectilínea também, com um módulo estrutural tangente médio <strong>de</strong> 135MNm 2 , cerca<strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do anterior mas muito próximo do módulo estrutural estimado <strong>de</strong>144MNm 2 .É curioso reparar mais uma vez que a mudança <strong>de</strong> valor do móduloestrutural correspon<strong>de</strong> a um momento muito próximo do valor do momentoflector máximo no primeiro ciclo <strong>de</strong> carregamento. Levanta-se, pois, novamente aquestão da memória da estrutura relativamente aos primeiros carregamentos emque são aliviadas as tensões residuais e fixadas <strong>de</strong>finitivamente as imperfeiçõesiniciais.6.9.1.1.2 Rotação transversalA rotação transversal do mo<strong>de</strong>lo existe na fase inicial <strong>de</strong> carga, havendouma relação <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> não unitária entre as curvaturas medidas num eno outro lado da viga caixão. Para lá <strong>de</strong>sta fase inicial em que se dá uma torção domo<strong>de</strong>lo, a rotação adquirida mantém-se praticamente inalterada nestes ciclos <strong>de</strong>pré colapso, como po<strong>de</strong> ser visto na Figura 196.Os momentos correspon<strong>de</strong>ntes aos pontos em que a rotação transversal<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> aumentar são precisamente os pontos on<strong>de</strong> o módulo estrutural tangentereduz substancialmente o seu valor, isto é, os pontos com momento muitosemelhante ao momento máximo do primeiro ciclo <strong>de</strong> carga.6.9.1.2 Ciclo <strong>de</strong> carga máximaO ciclo <strong>de</strong> colapso apresenta no domínio <strong>de</strong> pré colapso três regiõesdistintas, como se po<strong>de</strong> ver na Figura 197, das quais as duas primeiras já foram<strong>de</strong>scritas na secção anterior e a última, que se inicia à carga máxima do ciclo316


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoanterior até ao colapso, apresenta perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z acentuada <strong>de</strong>vido aocomportamento elastoplastico da estrutura nesta fase <strong>de</strong> carregamento elevado eao dissipar dos resíduos <strong>de</strong> tensões residuais não aliviadas anteriormente.M3-1500.00250.0020rvatura 2Cu0.00150.0010Ciclo 2Ciclo 3Ciclo 4Ciclo 5Ciclo 60.00050.00000.0000 0.0002 0.0004 0.0006 0.0008 0.0010 0.0012 0.0014 0.0016 0.0018Curvatura 1Figura 196 Relação entre as curvaturas medidas pelos diferentes <strong>de</strong>flectómetros colocados emlados opostos da viga caixão M3-150350M3-150300Momento (KN.m)2502001501005000.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014Curvatura (rad/m)Figura 197 Curva momento versus curvatura para os ciclos <strong>de</strong> colapso e <strong>de</strong> pós colapso nomo<strong>de</strong>lo M3-150.317


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoA viga resiste a um momento máximo praticamente constante durante umavasta gama <strong>de</strong> curvaturas em que o aumento das mesmas é acompanhado pelo<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações e <strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong> energia por<strong>de</strong>formação plástica.A fase <strong>de</strong> pós colapso apresenta alguma irregularida<strong>de</strong> inicial na relaçãoentre o momento e a curvatura, tornando-se a <strong>de</strong>scarga muito mais regular a partirda curvatura em que se dá uma quebra acentuada do momento. Esta quebra<strong>de</strong>verá estar relacionada com uma paragem mais prolongada do ensaio a 25mm<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento vertical, dando-se um processo semelhante ao já <strong>de</strong>scrito para osoutros mo<strong>de</strong>los, com aumento da curvatura e diminuição do momento durante aparagem.6.9.1.2.1 Módulo estrutural tangenteO módulo estrutural tangente no ciclo final apresenta características muitosemelhantes às dos ciclos a carga intermédia, já comentados anteriormente.Apresenta uma rigi<strong>de</strong>z inicial <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 240kNm2, reduzindo-se <strong>de</strong>pois parameta<strong>de</strong> a uma curvatura <strong>de</strong> 0,0003 rad/m e estabilizando numa vasta gama <strong>de</strong>curvaturas até ser atingido o ponto <strong>de</strong> carga do ciclo anterior. Para lá <strong>de</strong>sse pontoinicia-se o processo <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z em resultado do alívio <strong>de</strong> tensõesresiduais e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Repare-se na Figura 198 asemelhança da perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z entre o ciclo 4 e o ciclo final <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ultrapassado o ponto <strong>de</strong> carga do ciclo anterior. No gráfico as curvaturas sãorelativas à curvatura residual do ciclo anterior <strong>de</strong> forma a mostrar a consistênciaentre as curvas.É notória a coincidência entre o ciclo 6 e o final, o que interpretadoconjuntamente com o ciclo 4 permite concluir que as tensões residuais e o seualívio contribuem especialmente para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma curvaturaresidual e para a fixação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formação residual, tornando a relaçãomomento curvatura mais suave durante os ciclos <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões, em que seexce<strong>de</strong> a carga máxima anterior.318


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoM3-1507000002)al Tangente (kNm600000500000400000300000Ciclo 3Ciclo 4Ciclo 5Ciclo 6Ciclo FinalMódulo Estrutur20000010000000.0000 0.0005 0.0010 0.0015 0.0020 0.0025 0.0030 0.0035 0.0040 0.0045-100000Curvatura (rad/m)Figura 198 Módulo tangente na fase <strong>de</strong> carga dos diversos ciclos do mo<strong>de</strong>lo M3-150. A curvaturaresidual dos ciclos anteriores foi retirada no eixo das abcissas.6.10 Resultados do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-100Esta viga em caixão tem os elementos <strong>de</strong> placa mais espessos, isto é, comuma esbelteza <strong>de</strong> placa menor, po<strong>de</strong>ndo ser incluidos no grupo das placas muitoespessas, b/t=33. Tal como a viga em caixão anterior, a soldadura dos reforços àplaca é executada alternadamente <strong>de</strong> um lado e outro do reforço com sobreposiçãonos extremos <strong>de</strong> forma a garantir total apoio da placa pelo reforço e vice-versa.6.10.1 Relação entre o momento e a curvaturaEsta viga em caixão foi a única das cinco vigas ensaiadas que apresentouum colapso bastante súbito e ruidoso, acompanhado por uma <strong>de</strong>scarga quereduziu a sua resistência para cerca <strong>de</strong> dois terços do valor máximo atingido,como po<strong>de</strong> ser observado na Figura 199 entre os 27 e 28mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentovertical.O ensaio inclui quatro ciclos <strong>de</strong> carga: dois em regime <strong>de</strong> pré colapso, a 10 e14mm <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento global vertical imposto; um ciclo que inclui o colapso daviga; e um ciclo <strong>de</strong> avaliação da resistência residual após colapso.319


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoM3-100500450400350Força (kN)3002502001501005000 5 10 15 20 25 30 35 40Deslocamento (mm)Figura 199 Curva força <strong>de</strong>slocamento imposto do mo<strong>de</strong>lo M3-100A relação entre o momento e a curvatura mostra claramente que a perda <strong>de</strong>resistência a <strong>de</strong>slocamento vertical constante tem uma correspondência com umaumento <strong>de</strong> curvatura acentuado imediatamente a seguir a se ter atingido omomento máximo, ver Figura 200.500M3-100450400Momento (KN.m)3503002502001501005000.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014Curvatura (rad/m)Figura 200 Curva momento vs. curvatura do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-100.320


Colapso <strong>de</strong> Vigas em CaixãoNa região <strong>de</strong> pré colapso observa-se uma variação <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z com o móduloestrutural tangente a diminuir suavemente até que abruptamente se tornanegativo no ponto <strong>de</strong> colapso. Não se nota, pois, o patamar mais ou menosextenso <strong>de</strong>tectável nos restantes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> viga em que o módulo estruturaltangente se anulava praticamente.De resto o colapso <strong>de</strong>sta viga caixão foi o único dos cinco mo<strong>de</strong>losensaiados que se mostrou bastante ruidoso, tendo-se ouvido um estalido muitoforte a acompanhar a perda <strong>de</strong> resistência e o aumento abrupto <strong>de</strong> curvatura. Estemodo <strong>de</strong> colapso está normalmente associado a mudanças no modo <strong>de</strong><strong>de</strong>formação dos elementos <strong>de</strong> placa ou mais genericamente a alteraçõessubstanciais na geometria <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> todo o painel em compressão, com apassagem instantânea a modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação energicamente mais baixos. Estefenómeno já foi referenciado no estudo das placas e placas reforçadas e énormalmente i<strong>de</strong>ntificado pelo termo inglês ‘snap-through’.O momento flector máximo atingido eleva-se a 452KNm para umacurvatura absoluta <strong>de</strong> 0,00566 rad/m. Em termos comparativos o mo<strong>de</strong>lo M3-150atingiu o colapso a uma curvat ura <strong>de</strong> 0,0033 rad/m mantendo-se o momentoflector sensivelmente próximo <strong>de</strong> 328KNm até à curvatura absoluta <strong>de</strong> 0,0049rad/m. A única diferença entre as duas vigas em caixão resi<strong>de</strong> no diferenteespaçamento entre reforços longitudinais com o consequente pequeno aumento daárea transversal e das restantes características geométricas.6.10.1.1.1 Módulo estrutural tangenteTal como em um dos mo<strong>de</strong>los anteriormente analisados, o mo<strong>de</strong>lo M3-100mostrou um comportamento anormal na relação entre o momento e a curvaturapara baixos valores <strong>de</strong> ambas gran<strong>de</strong>zas. Para este comportamento inicial anómaloque tem repercussões directas na estimativa e cálculo do módulo estruturaltangente não foi encontrada uma justificação credível po<strong>de</strong>ndo no entantoprocurar-se em duas direcções: a primeira já foi referenciada no mo<strong>de</strong>lo queapresentou as mesmas características e está relacionada com os arranjos internos<strong>de</strong> geometria a carregamentos baixos que só estabilizam após o alívio <strong>de</strong> tensões321


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãointernas; o segundo está relacionado com os problemas resultantes damanufactura e montagem dos provetes, os quais originam uma série <strong>de</strong> rearranjosem termos <strong>de</strong> locais <strong>de</strong> contacto nas ligações entre os mo<strong>de</strong>los e os mor<strong>de</strong>ntes.Este segundo aspecto foi previsto na fase <strong>de</strong> concepção do conjunto e naescolha dos locais <strong>de</strong> medição indirecta das curvaturas tendo sido colocados os<strong>de</strong>flectómetros em locais previsivelmente não carregados da estrutura. Noentanto, por mau contacto inicial entre as duas superfícies <strong>de</strong> ligação, é possível o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> rotações em uma <strong>de</strong>las apesar da espessura elevada <strong>de</strong>staszonas; estas rotações, a acontecerem, teriam maior impacto a baixo carregamentoimediatamente antes do encosto total das superfícies resultantes do própriocarregamento. Por esta razão só se apresenta os resultados calculados do módulotangente a partir <strong>de</strong>sta estabilização, Figura 201.M3-100600000500000Ciclo <strong>de</strong> ColapsoMódulo Es tr utura l Tange nte (kN m2 )40000030000020000010000000.000-1000000.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.010-200000-300000Curvatura (rad/m)Figura 201 Módulo estrutural tangente no ciclo <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M3-100.Distinguem-se claramente quatro zonas <strong>de</strong> comportamento diferenciado:uma zona inicial bastante rígida que termina num pequeno patamar a0,0004rad/m <strong>de</strong> curvatura com um módulo aproximadamente <strong>de</strong> 200MNm 2 ,seguida <strong>de</strong> uma queda abrupta para valores inferiores a meta<strong>de</strong> daquele, a cerca<strong>de</strong> 80MNm 2 , on<strong>de</strong> se inicia a segunda zona <strong>de</strong> módulo estável mas monótona e322


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãosuavemente <strong>de</strong>crescente até valores da or<strong>de</strong>m dos 20MNm 2 a curvaturas da or<strong>de</strong>m0,0055 rad/m; a terceira região inclui o colapso e um patamar <strong>de</strong> módulo negativosuavemente <strong>de</strong>crescente em valor absoluto mas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za semelhanteao módulo antes do colapso, isto é, variando entre os –30 e os –20MNm 2 ; a quartae última zona correspon<strong>de</strong> à <strong>de</strong>scarga da estrutura após colapso e repeteaproximadamente a primeira e segunda zonas mas em sentido inverso, isto é, omódulo estrutural tangente no início da <strong>de</strong>scarga toma valores ligeiramenteinferiores a 200MNm 2 num curto patamar, caindo rapidamente para meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssevalor e mantendo-o até à <strong>de</strong>scarga total da viga caixão. A Figura 202 mostra maisclaramente a existência <strong>de</strong>stas quatro zonas <strong>de</strong> comportamento ao relacionar omódulo estrutural tangente com o momento flector.M3-100600000500000Módulo Estrutural Tangente (kNm2)4000003000002000001000000-100000CarregamentoDescarregamento0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500-200000Momento flector (KNm)Figura 202 Módulo estrutural tangente vs. Momento flector do mo<strong>de</strong>lo M3-100.As duas flutuações que aparecem no segundo patamar a momentos maiselevados correspon<strong>de</strong>m a paragens mais prolongadas do ensaio na aplicação do<strong>de</strong>slocamento imposto e são típicas <strong>de</strong>ssas paragens como já foi mencionado ereferenciado nos restantes ensaios, sendo neutras em média relativamente aomódulo estrutural.323


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixão6.11 Consi<strong>de</strong>rações finaisOs ensaios <strong>de</strong> vigas em caixão sob a acção <strong>de</strong> flexão pura <strong>de</strong>scritos nesteCapítulo permitiram obter informação <strong>de</strong>talhada sobre o comportamentoestrutural daquele tipo <strong>de</strong> estruturas e mostraram também que existem algunsaspectos colaterais e não <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificados ou estudados anteriormenteque po<strong>de</strong>m afectar o <strong>de</strong>sempenho global das estruturas similares.A metodologia adoptada na execução dos ensaios pretendia essencialmenteatingir dois objectivos. O primeiro refere-se à i<strong>de</strong>ntificação do nível <strong>de</strong> tensõesresiduais e à análise das suas implicações na curva momento-curvatura. Osegundo relaciona-se com a obtenção da curva <strong>de</strong> comportamento i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> umaestrutura real soldada.O primeiro objectivo foi completamente satisfeito com a execução <strong>de</strong> ciclosprévios <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga, conduzindo à apresentação <strong>de</strong> dois métodos <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação do nível <strong>de</strong> tensões residuais por via indirecta no próprio provetedo ensaio. A vantagem <strong>de</strong>stes métodos é clara pois está-se a medir as tensõesresiduais directamente na estrutura em estudo em vez <strong>de</strong> se estar a criar provetesque tentam reproduzir as condições <strong>de</strong> manufactura.As implicações das tensões residuais no comportamento da estrutura forami<strong>de</strong>ntificadas tendo-se concluído que a gran<strong>de</strong>za mais afectada é o móduloestrutural, havendo simultaneamente uma espécie <strong>de</strong> memória da estruturarelativamente aos ciclos intermédios <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões.Relativamente ao segundo objectivo, a obtenção da curva <strong>de</strong>comportamento i<strong>de</strong>al a partir <strong>de</strong> uma estrutura soldada, só parcialmente foiatingido através da execução <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões. Este resultado já eraesperado porque o carregamento cíclico impunha sempre o mesmo tipo <strong>de</strong>curvatura e como tal só os painéis do fundo sofreram o processo <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong>tensões residuais, continuando estas presentes no painel superior. O resultadoglobal consiste em obter uma curva momento-curvatura próxima da i<strong>de</strong>al a baixascurvaturas mas que mantêm a influência das tensões residuais nos painéis emcompressão afectando a relação momento-curvatura na fase <strong>de</strong> colapso.A variação do módulo estrutural tangente com a curvatura é muito elevada324


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoem todos os ensaios e não po<strong>de</strong> ser justificada exclusivamente pelos erros eincertezas experimentais. A interpretação <strong>de</strong>sta variação aponta como causasprováveis a fixação <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes por plastificação local noprocesso <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensões residuais as quais <strong>de</strong>gradam muito a efectivida<strong>de</strong>dos elementos da estrutura com o carregamento. Esta <strong>de</strong>gradação da efectivida<strong>de</strong>é previsível nos painéis em compressão mas não o é nos painéis em tracção.Estes ensaios mostraram que a perda <strong>de</strong> efectivida<strong>de</strong> dos painéis em tracçãoé significativa obtendo-se variações <strong>de</strong> extensão a meio do painel que chegam a sermeta<strong>de</strong> da variação <strong>de</strong> extensões nos bordos junto ao costado. As variações dasextensões no final dos ciclos <strong>de</strong> carga prévios permanecem sempre positivasindicando um aumento substancial do comprimento do painel. A principal causa<strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong> resultados parece ser a falta <strong>de</strong> apoio vertical do painel emtracção a meio. No entanto só a execução <strong>de</strong> um ensaio numa viga em caixão comsuporte vertical centrado e não efectivo longitudinalmente po<strong>de</strong>ria confirmar estajustificação.A análise do modo <strong>de</strong> ruína dos mo<strong>de</strong>los conduz à conclusão que este<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fortemente do tipo, geometria e arranjo da soldadura entre a chapa e oreforço. Nos três primeiros mo<strong>de</strong>los que foram soldados <strong>de</strong> forma alternada<strong>de</strong>scontínua, o colapso da placa apresenta as maiores <strong>de</strong>formações nas zonas semsoldadura.No mo<strong>de</strong>lo M3-200 a configuração pós colapso mostra o <strong>de</strong>senvolvimentodas <strong>de</strong>formações conducentes ao colapso dos elementos <strong>de</strong> placa na zona <strong>de</strong>intervalo entre soldaduras. O colapso global é obtido por dobragem <strong>de</strong> todo oreforço, <strong>de</strong>slocando-se paralelamente a si próprio, situação impossível <strong>de</strong>acontecer caso a soldadura fosse contínua.No mo<strong>de</strong>lo M4-200 a <strong>de</strong>formada residual da placa percorre todo o painelsuperior através da zonas não soldadas o que faz com que o modo <strong>de</strong> colapso daplaca seja substancialmente diferente do esperado. Em ambos os casos aresistência máxima da placa e da placa reforçada são afectadas e,consequentemente, tanto o momento último como o comportamento pós colapsosão diferentes dos que seriam obtidos com soldadura contínua. No mo<strong>de</strong>lo M2-200325


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoos dois problemas resultantes da <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> da soldadura aparecemsimultaneamente como se po<strong>de</strong> ver na Figura 203.Figura 203 Deformações permanentes no final do ensaio do mo<strong>de</strong>lo M2-200.Todos os mo<strong>de</strong>los apresentaram um colapso suave com excepção do M3-100 no qual a falha ocorreu subitamente, <strong>de</strong> forma ruidosa e acompanhada <strong>de</strong> umagran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scida da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. O nível <strong>de</strong> resistência obtido foi superiorao esperado neste mo<strong>de</strong>lo, como se verá no capítulo <strong>de</strong> comparação <strong>de</strong> resultados,mas po<strong>de</strong> ser perfeitamente compreendido aten<strong>de</strong>ndo à influência dasimperfeições iniciais da placa e do reforço na resistência dos painéis emcompressão.Finalmente é <strong>de</strong> referir a possível alteração nos resultados por paragemmais prolongada do ensaio numa situação <strong>de</strong> carga elevada, isto é, próxima dolimite <strong>de</strong> carga do mo<strong>de</strong>lo. Dá-se como exemplo os casos dos mo<strong>de</strong>los M4-200 eM3-150 por correspon<strong>de</strong>rem a situações diferentes. Em ambos a última paragem326


Colapso <strong>de</strong> Vigas em Caixãoocorreu na fase <strong>de</strong> colapso. No reinício do <strong>de</strong>slocamento imposto o mo<strong>de</strong>lo M4-200 apresentou um módulo tangente acrescid o e o momento máximo atingido foisuperior ao que seria <strong>de</strong> esperar pela tendência antes da paragem. No mo<strong>de</strong>lo M3-150 a diminuição <strong>de</strong> carga característica das paragens não foi recuperadaobservando-se um longo patamar <strong>de</strong> resistência praticamente constante na curvamomento-curvatura.327


Comparação <strong>de</strong> resultadosCapítulo 7 Comparação <strong>de</strong> Resultados Numéricos e ExperimentaisO critério <strong>de</strong> comparação dos resultados obtidos segue genericamente alógica <strong>de</strong> comparar os resultados previstos pelo método <strong>de</strong> dimensionamentoutilizado com os resultantes da correcção às características reais dos materiaisusados, Anexo D - Ensaios <strong>de</strong> Tracção, e finalmente com os resultados obtidos nosensaios dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> viga caixão.7.1 Momento flector máximo suportadoA avaliação e comparação das características <strong>de</strong> resposta mecânica <strong>de</strong>estruturas tridimensionais à flexão requer o conhecimento prévio dascaracterísticas do material e do <strong>de</strong>talhe da geometria da estrutura. A Tabela 32resume os parâmetros principais necessários à caracterização estrutural dosdiversos mo<strong>de</strong>los e dos painéis em compressão correspon<strong>de</strong>ntes.Valores nominais M4-200 M3-200 M2-200 M3-150 M3-100Área seccional total(dm 2 ) 1,130 0,984 0,656 0,912 0,924Momento <strong>de</strong> inércia (dm 4 ) 8,33 6,86 4,31 5,94 6,05Módulo resistente (dm 3 ) 2,87 2,29 1,44 2,07 2,14Eixo neutro elástico (mm) 309 300 300 313 317Esbelteza da placa β (projectada) 1,69 2,25 3,38 1,69 1,13Esbelteza do reforço λ (projectada) 0,86 0,78 1,11 1,09 1,00Razão <strong>de</strong> dimensões 4 4 4 2,67 4Esbelteza da placa β (real) 1,92 1,97 2,90 1,92 1,28Esbelteza do reforço λ (real) 0,95 0,69 0,97 1,20 1,12Tabela 32Resumo das características geométricas dos mo<strong>de</strong>los viga caixão.As diferenças na esbelteza <strong>de</strong> placa e <strong>de</strong> coluna entre o projecto inicial e aexecução real resultam da alteração das características do material relativamente àespecificação inicial. O material utilizado foi o disponível no estaleiro, nos329


Comparação <strong>de</strong> resultadosmo<strong>de</strong>los da série 200, e o existente no mercado no caso dos dois mo<strong>de</strong>losmanufacturados nas Oficinas do IST, mo<strong>de</strong>los M3-150 e M3-100. Como se po<strong>de</strong> verna Figura 204, estas variações nas proprieda<strong>de</strong>s dos materiais produzemmudanças substanciais nos parâmetros principais <strong>de</strong> projecto.A gama prevista para a esbelteza da placa associada diminuiu,preten<strong>de</strong>ndo-se inicialmente cobrir a gama <strong>de</strong> 1,13 a 3,38 e acabando-se por se terum limite inferior <strong>de</strong> 1,28 e um superior <strong>de</strong> 2,9 com uma concentração próxima <strong>de</strong>1,95. Na esbelteza <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong>u-se uma expansão da gama coberta que passou ater como limites 0,69 e 1,20.1,31,21,921,11,281,693,38Esbeltez da Coluna1,00,90,81,131,691,922,252,9ProjectadoReal0,71,970,60,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0Esbeltez da placaFigura 204Comparação dos parâmetros estruturais dos mo<strong>de</strong>los entre o projecto inicial e aestrutura real.Este aspecto é importante pois permite ter uma i<strong>de</strong>ia qualitativa dasimplicações no projecto <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong>vido à escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminadoestaleiro, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado fabricante <strong>de</strong> aço ou <strong>de</strong> se dispor <strong>de</strong> um mercadoreduzido. Tomando como termo <strong>de</strong> comparação o momento elástico projectado e ocorrigido pelas características mecânicas do material, po<strong>de</strong>-se ver nas segunda eterceira linhas da Tabela 33 que as diferenças na resistência à flexão das vigascaixão são bastante gran<strong>de</strong>s.330


Comparação <strong>de</strong> resultadosA mesma tabela apresenta ainda os resultados obtidos nos ensaios,momento último real, e as previsões obtidas com o método apresentado noscapítulos anteriores. Como o programa <strong>de</strong> cálculo permite várias opções <strong>de</strong>escolha sobre o tipo <strong>de</strong> análise a efectuar, <strong>de</strong>cidiu-se apresentar os resultadosjulgados mais importantes e que correspon<strong>de</strong>m aos casos dos mo<strong>de</strong>los com e semcantos duros (CD) e consi<strong>de</strong>rando ou não a instabilida<strong>de</strong> flexotorcional do reforço.Momento Flector (KNm) M4-200 M3-200 M2-200 M3-150 M3-100Elástico Projectado 688 549 344 497 513Elástico Corrigido do Material 888 419 254 601 620Último Projectado–CD 636 480 273 402 447Último Corrigido Material-CD 788 380 214 460 519Último Corr. Mat.-s/ CD 741 332 127 450 510Último Real 609 349 173 328 452Último Corr. Mat.-só flexão-CD 808 391 214 460 517Último Corr. Mat.-só flexão-s/ CD 770 358 200 450 510Tabela 33Resistência à flexão das vigas caixão ensaiadas.Desta forma é possível estabelecer limites superiores e inferiores para aresistência à flexão pura da estrutura já que a utilização <strong>de</strong> cantos duros geraprevisões optimistas e a teoria da instabilida<strong>de</strong> flexotorcional do reforço parece serconservadora. Se na maioria dos casos e em especial quando se mo<strong>de</strong>la navios nãoé muito importante este tipo <strong>de</strong> pormenor, em alguns casos particulares assumembastante importância como no mo<strong>de</strong>lo M2-200, bastante esbelto, em que o assumiros cantos duros ou não faz com a resistência prevista caia <strong>de</strong> 214 para 127 MPacabendo ao projectista analisar mais em pormenor a situação.7.1.1 Comparação dos ensaios com o momento último previstoTomando como referência para o momento último previsto, o momentoflector apresentado na linha 5 da Tabela 33 e i<strong>de</strong>ntificado como momento último331


Comparação <strong>de</strong> resultadoscorrigido do material (CD), e comparando-o com o momento último real (linha 7da mesma tabela) verifica-se que as diferenças são +29% (M4-200), +9% (M3-200),+24% (M2-200), +40% (M3-150) e +15% (M3-100).Estas diferenças por serem sempre positivas e relativamente elevadasapontam para um método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal bastanteconservador. No entanto, uma análise mais pormenorizada do método e dascondições <strong>de</strong> ensaio permitem introduzir uma série <strong>de</strong> correcções que conduzam aresultados muito mais credíveis e próximos da realida<strong>de</strong>. Essas correcções <strong>de</strong>vemseem gran<strong>de</strong> parte às seguintes condições:o importância do local <strong>de</strong> fabrico;o disponibilida<strong>de</strong> do material e características mecânicas;o ciclos <strong>de</strong> carregamento e alívio <strong>de</strong> tensões;o número <strong>de</strong> vãos e efectivida<strong>de</strong> das balizas;o influência da razão <strong>de</strong> dimensões;o tensões residuais.Nas secções seguintes analisa-se qualitativamente as consequências <strong>de</strong>stesfactores e sempre que possível proce<strong>de</strong>-se à sua quantificação.7.1.1.1 Tensões residuaisAs tensões residuais afectam fortemente a forma das curvas momentocurvatura e na maioria dos casos <strong>de</strong>gradam o momento flector máximo suportadopela estrutura.Nas vigas em caixão ensaiadas <strong>de</strong>tectou-se uma forte dissipação <strong>de</strong> energianos ciclos iniciais <strong>de</strong> carregamento, a qual foi atribuída ao alívio <strong>de</strong> tensõesresiduais dos painéis em tracção. Por essa razão o nível <strong>de</strong> tensões residuais<strong>de</strong>verá ser elevado o que foi confirmado pelos métodos indirectos <strong>de</strong> estimativadas tensões residuais. Chegou-se à conclusão que as tensões residuais <strong>de</strong>compressão presente na estrutura eram da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um terço da tensão <strong>de</strong>cedência do material para o mo<strong>de</strong>lo M3-200. Dado que as chapas <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lotêm uma largura <strong>de</strong> 200mm e uma espessura <strong>de</strong> 3mm, a largura da faixa à tracçãocorrespon<strong>de</strong>nte é η=8,3.332


Comparação <strong>de</strong> resultadosComo o método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência à flexão possui capacida<strong>de</strong> paraincluir as tensões residuais, consi<strong>de</strong>raram-se três níveis <strong>de</strong> tensões residuais emcada mo<strong>de</strong>lo, mais precisamente η=5, 8 e 9. O momento flector máximo previstopara cada um dos casos é apresentado na Tabela 34.Momento Flector (KNm) M4-200 M3-200 M2-200 M3-150 M3-100Último Real 609 349 173 328 452Último Corr. com η=5 639 364 200 400 448Último Corr. com η=8 593 364 199 387 441Último Corr. com η=9 584 363 199 385 441(M u8 /M uR -1)x100 (%) -2,63 +4,30 +15,0 +18,0 -2,4Tabela 34Influência das tensões residuais no momento último previsto.A negrito realçam-se as previsões mais próximas dos resultadosexperimentais e nota-se uma predominância dos melhores resultados paralarguras da faixa à tracção em torno <strong>de</strong> 8. Também os <strong>de</strong>svios relativamente aosensaios baixaram substancialmente. Tomando como referência o momento últimoprevisto com η=8, os <strong>de</strong>svios em três dos mo<strong>de</strong>los são inferiores a 5% e o maiorqueda-se pelos 18%.A melhor previsão no mo<strong>de</strong>lo M3-100 obtém-se para η=5 o que se aproximado valor <strong>de</strong> η calculado assumindo que as tensões residuais <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo sãoiguais às do mo<strong>de</strong>lo M3-200, isto é, η=4,2.7.1.1.2 Importância do local <strong>de</strong> fabricoRelativamente à origem dos provetes, os três primeiros foram fabricadosem estaleiro, Arsenal do Alfeite, enquanto os dois últimos foram fabricados naoficina do laboratório <strong>de</strong> Estruturas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil do IST. Os <strong>de</strong>sviosmédios observados nestes dois grupos apresentam sensivelmente o mesmo valor,+7,3 e +7,8% respectivamente.Entre os dois grupos existem algumas diferenças <strong>de</strong> fabrico: o método <strong>de</strong>333


Comparação <strong>de</strong> resultadossoldadura utilizado é diferente, o espaçamento e arranjo da soldadura passou <strong>de</strong>alternada <strong>de</strong>scontínua a alternada contínua. Se quanto ao método <strong>de</strong> soldaduranão é possível estimar as suas consequências na resistência por falta <strong>de</strong> informaçãoquanto às quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calor <strong>de</strong>bitadas, a mudança do tipo <strong>de</strong> soldaduraprovoca dois efeitos contrários.A passagem <strong>de</strong> soldadura <strong>de</strong>scontínua a contínua obriga a uma maior<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> calor aumentando as tensões residuais e as <strong>de</strong>formações iniciais.Por outro lado, nos primeiros provetes soldados <strong>de</strong>scontinuamente notouseque o colapso se iniciava e <strong>de</strong>senvolvia principalmente nas zonas <strong>de</strong> ausência<strong>de</strong> soldadura e afectava principalmente os elementos <strong>de</strong> placa pelo menos na faseinicial <strong>de</strong> colapso, como po<strong>de</strong> ser confirmado pela Figura 205. Com a mudançapara soldadura contínua pretendia-se evitar esta forma <strong>de</strong> nucleação do colapso epor outro lado dava-se um suporte mais efectivo à chapa apesar <strong>de</strong> se aumentar ainteracção entre a placa e o reforço. As consequências globais na resistência são noentanto difíceis <strong>de</strong> prever.Figura 205 Geometria <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M3-200Finalmente vale a pena referir que o primeiro grupo <strong>de</strong> provetes foi soldadocom eléctrodo revestido e o segundo com soldadura MIG/MAG.334


Comparação <strong>de</strong> resultados7.1.1.3 Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material e suas características mecânicasO material ensaiado apresentava características mecânicas diferentes emfunção da espessura (no primeiro grupo) e em função da apresentação, chapa oubarra (no segundo grupo), tal como apresentado na secção 6.2.1.Em princípio tal facto não representa qualquer tipo <strong>de</strong> problema pois ométodo <strong>de</strong> previsão tem em conta essas variações das características mecânicasatravés do cálculo da esbelteza <strong>de</strong> placa e <strong>de</strong> coluna, mas existem no entanto doisaspectos que não são consi<strong>de</strong>rados no método e que tem consequências naresistência: a ausência <strong>de</strong> um patamar <strong>de</strong> cedência nas chapas <strong>de</strong> 2mm (M2-200) ea utilização <strong>de</strong> materiais diferentes na chapa e no reforço (todos os mo<strong>de</strong>los comexcepção do M4-200).Se quanto ao primeiro aspecto não existe muita informação sobre asimplicações na resistência apontando no entanto para um acréscimo na resistênciaà flexão, a utilização <strong>de</strong> materiais diferentes na chapa e nos reforços já foi objecto<strong>de</strong> alguns comentários [40,98], tendo-se avançado um pouco mais nacaracterização e consequências da utilização <strong>de</strong> diferentes materiais na placa e noreforço na secção 4.3.4.5 <strong>de</strong>sta dissertação .7.1.1.4 Ciclos <strong>de</strong> carregamento e alívio <strong>de</strong> tensõesUm outro aspecto que po<strong>de</strong> influenciar a resistência à flexão <strong>de</strong> estruturastridimensionais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas é a existência <strong>de</strong> ciclos iniciais <strong>de</strong> carga e<strong>de</strong>scarga. Estes ciclos estão associados a um consequente alívio <strong>de</strong> tensõesresiduais e conjuntamente com a alteração, fixação e ampliação das imperfeiçõesiniciais na condição não carregado, o que conduz inevitavelmente a alteraçõeslocais e globais na resistência da estrutura.No Capítulo anterior foram i<strong>de</strong>ntificadas algumas das consequências dosciclos iniciais <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga nas curvas <strong>de</strong> comportamento das vigas caixãoexpressas em termos da relação momento curvatura. São, resumidamente, oaumento do módulo estrutural inicial por alívio <strong>de</strong> tensões residuais e o queparece ser a existência <strong>de</strong> memória na estrutura sobre os máximos dos ciclosanteriores. Esta memória só po<strong>de</strong> resultar da alteração e fixação das imperfeições335


Comparação <strong>de</strong> resultadosiniciais após cada carregamento mais gravoso em resultado da redistribuição <strong>de</strong>tensões residuais ou eventualmente <strong>de</strong> uma plastificação local. No entanto não éprevisível, aparentemente, qualquer alteração substancial na resistência máximada viga em caixão à flexão.O que é facto é que os períodos <strong>de</strong> paragem da máquina <strong>de</strong> ensaios emcarga afectam o comportamento da curva momento-curvatura perto <strong>de</strong>sses pontosassistindo-se a uma pequena redução na carga. É necessário aumentar a curvaturapara se retomar o andamento característico nesse ponto em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive ecurvatura da curva, tal como foi comentado na análise geral dos ensaios doCapítulo anterior.No mo<strong>de</strong>lo M3-150, em que se obteve o pior resultado e o mais afastado daprevisão, o período <strong>de</strong> paragem em vazio entre o último ciclo <strong>de</strong> carga inicial (emregime elastoplástico) e o ensaio final <strong>de</strong> colapso foi extremamente longo aocontrário dos outros ensaios em que o ciclo final se seguiu imediatamente aoúltimo ciclo <strong>de</strong> carga em regime elastoplastico. De facto não foram encontradasreferências em trabalhos similares comentando a alteração temporal docomportamento <strong>de</strong> estruturas sob carga constante após a entrada em regimeelastoplastico e a temperaturas inferiores à temperatura <strong>de</strong> fluência.A existir uma correlação <strong>de</strong> tal natureza, ela está directamente relacionadacom a redistribuição <strong>de</strong> tensões em toda a estrutura em resultado do alívio local <strong>de</strong>tensões residuais. Nestas estruturas o alívio <strong>de</strong> tensões residuais dá-sepredominantemente no painel em tracção originando em vazio, após a <strong>de</strong>scarga,alterações na distribuição <strong>de</strong> tensões residuais em toda a estrutura e no painel dolado contrário em particular, po<strong>de</strong>ndo aumentar ou diminuir pontualmente onível <strong>de</strong> tensões e originar o movimento das <strong>de</strong>slocações. O objectivo e o tipo <strong>de</strong>ensaios efectuados não permite, no entanto, ir mais longe neste aspecto particular.7.1.1.5 Influência do número <strong>de</strong> vãos e efectivida<strong>de</strong> das balizasUm outro aspecto que diferencia o primeiro grupo <strong>de</strong> três ensaios (série200) e o segundo grupo <strong>de</strong> dois ensaios resi<strong>de</strong> no número <strong>de</strong> vãos que é <strong>de</strong> doisneste último grupo <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> uma baliza central. A baliza central não336


Comparação <strong>de</strong> resultadosé mais do que uma chapa cinta a toda a volta do mo<strong>de</strong>lo e cuja função principal égarantir a manutenção da geometria da secção durante o carregamento, servindoassim <strong>de</strong> apoio vertical aos longitudinais. A sua resistência à rotação érelativamente pequena pelo que garante condições semelhantes às <strong>de</strong> apoiosimples. Nos extremos junto à ligação aos mor<strong>de</strong>ntes a restrição à rotação é muitomaior <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmitir eficazmente os esforços aproximando-seesta situação da condição <strong>de</strong> encastramento. Nos navios as balizas ten<strong>de</strong>m aoferecer uma resistência à rotação intermédia entre este dois casos.Para além disso, a existência <strong>de</strong> uma baliza nos mo<strong>de</strong>los M3-150 e M3-100divi<strong>de</strong> o vão inicial em dois fazendo com que a geometria <strong>de</strong> colapso do painelapresente <strong>de</strong>formações aproximadamente antissimétricas relativamente à balizana maioria dos casos. Nestes ensaios foi exactamente isso que aconteceu como sepo<strong>de</strong> observar claramente na Figura 206, em que ainda é i<strong>de</strong>ntificável a rotação dabaliza, maior a meio do que nos extremos.Figura 206 Geometria <strong>de</strong> colapso do mo<strong>de</strong>lo M3-100A estes dois modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação da placa reforçada correspon<strong>de</strong>mresistências máximas diferentes, como se po<strong>de</strong> prever por exemplo através dométodo <strong>de</strong> Carlsen [138]. A configuração mais resistente ten<strong>de</strong> a opor-se à rotaçãoda baliza, aumentando o grau <strong>de</strong> encastramento do vão com configuração menosresistente, o que conduz ao aumento ligeiro da resistência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esteja337


Comparação <strong>de</strong> resultadosgarantida a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento relativo <strong>de</strong> translação entre os diversospontos da baliza <strong>de</strong> forma a garantir que as secções planas se mantêm planas e quenão existe afundamento do meio da baliza relativamente aos extremos, resultandouma estrutura menos resistente em ambos os casos.A situação que se po<strong>de</strong> observar nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> dois vãos mostra que abaliza não satisfaz totalmente estas condições <strong>de</strong>slocando-se ligeiramente a meiono sentido do vão com colapso do reforço, à direita na Figura 206. Esta falta <strong>de</strong>garantia nas condições <strong>de</strong> apoio dadas pela baliza conjuntamente com asdiferentes condições <strong>de</strong> suporte à direita e à esquerda da placa reforçadaprovocam o <strong>de</strong>slocamento do ponto <strong>de</strong> ruína do reforço <strong>de</strong> meio vão, 200mm doextremo, para aproximadamente 230 mm do extremo o que faz com que ocomprimento efectivo da placa reforçada passe <strong>de</strong> 400mm para cerca <strong>de</strong> 460mm.Figura 207 Pormenor da falha por instabilida<strong>de</strong> do reforço do mo<strong>de</strong>lo M3-100Este valor <strong>de</strong> 460mm <strong>de</strong> comprimento do vão correspon<strong>de</strong> a 230mm <strong>de</strong>338


Comparação <strong>de</strong> resultadosdistância entre o ponto <strong>de</strong> colapso do reforço e o apoio e é um valor médio pois nazona central chega-se a ultrapassar os 250mm (quinto traço branco na Figura 207)enquanto nos reforços extremos que se encontram melhor suportados se fica pelos210mm.Esta flexibilida<strong>de</strong> das balizas e a interferência entre os dois vãos po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>alguma forma justificar o valor optimista da previsão ou o colapso prematuro daestrutura do mo<strong>de</strong>lo M3-150. Consi<strong>de</strong>rando um aumento do vão para 460mm aprevisão <strong>de</strong> resistência do mo<strong>de</strong>lo baixa para 359 MPa, com η=6,2 que é a largurada faixa à tracção correspon<strong>de</strong>nte a tensões residuais iguais a um terço da tensão<strong>de</strong> cedência. O <strong>de</strong>svio relativamente ao ensaio passa a ser inferior a 10%.7.1.1.6 Influência da razão <strong>de</strong> dimensõesA teoria da resistência à compressão <strong>de</strong> placas reforçadas contínuas elongas em que a chapa associada apresenta uma razão <strong>de</strong> dimensões superior àunida<strong>de</strong> não faz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga da razão <strong>de</strong> dimensões. A únicaparte da teoria apresentada no Capítulo 4 on<strong>de</strong> aparece a razão <strong>de</strong> dimensõesrespeita à previsão da ruína do reforço por instabilida<strong>de</strong> flexotorcional e a funçãoda razão <strong>de</strong> dimensões é pon<strong>de</strong>rar o grau <strong>de</strong> interacção da placa e do reforçoassumindo uma importância reduzida na maioria dos casos.Parece pois pouco natural a inclusão <strong>de</strong>sta secção na análise dos resultadosexperimentais e sua comparação com as previsões do método simplificado.No entanto, na procura <strong>de</strong> razões para a fraca prestação estrutural domo<strong>de</strong>lo M3-150, constata-se que este mo<strong>de</strong>lo é o único com uma razão <strong>de</strong>dimensões diferente, α=2,67 tendo os restantes mo<strong>de</strong>los α=4.Como não é <strong>de</strong>tectável uma apetência para a instabilida<strong>de</strong> do reforço nestemo<strong>de</strong>lo, consi<strong>de</strong>ra-se que a razão <strong>de</strong> dimensões não é factor <strong>de</strong>terminante naresistência <strong>de</strong>ste caixão até porque a geometria <strong>de</strong> colapso não apresenta<strong>de</strong>formações das placas que pu<strong>de</strong>ssem conduzir à interferência com a estabilida<strong>de</strong>do reforço.339


Comparação <strong>de</strong> resultados7.2 Desempenho estrutural e <strong>de</strong>pendência da esbelteza <strong>de</strong> placa e colunaUm outro aspecto <strong>de</strong> interesse prático consiste em verificar se existe algumtipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência entre o <strong>de</strong>sempenho estrutural dos mo<strong>de</strong>los e os parâmetrosprincipais <strong>de</strong> projecto, mais precisamente a esbelteza <strong>de</strong> placa e a esbelteza daplaca reforçada ou <strong>de</strong> coluna. O interesse prático relaciona-se com a potencialutilização em fórmulas empíricas simplificadas <strong>de</strong> previsão da resistência máximaà flexão e, também, comparar a qualida<strong>de</strong> estrutural <strong>de</strong> diferentes projectos.Uma das dificulda<strong>de</strong>s consiste em estabelecer qual a quantida<strong>de</strong> quemelhor po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o <strong>de</strong>sempenho estrutural <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong>ste tipo sujeita aflexão pura <strong>de</strong> tal forma que possa ser aplicada a navios e em especial <strong>de</strong>finir aadimensionalização a efectuar por forma a se po<strong>de</strong>rem comparar os resultados ouos diferentes projectos.A quantida<strong>de</strong> que melhor <strong>de</strong>fine a resistência estrutural nestas condições <strong>de</strong>carregamento é o momento máximo suportado pelo mo<strong>de</strong>lo e para aadimensionalização escolheu-se o momento elástico o qual só <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dascaracterísticas geométricas da secção transversal e das características mecânicas domaterial utilizado.Para este tipo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los a reserva <strong>de</strong> resistência entendida como adiferença entre o momento plástico e o momento elástico adimensionalizados pelomomento elástico é praticamente nula, pelo que é indiferente escolher um ououtro como quantida<strong>de</strong> adimensionalizadora do <strong>de</strong>sempenho estrutural.Nos navios, pelo contrário, a reserva <strong>de</strong> resistência po<strong>de</strong> variar entre os 8%e os 20% <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> vários factores entre os quais se <strong>de</strong>stacam a optimizaçãoda estrutura, o tipo <strong>de</strong> geometria da secção mestra e em especial a existência ounão <strong>de</strong> duplo fundo, duplo casco ou cobertas. Aten<strong>de</strong>ndo a que o momentoplástico é, tal como o momento elástico, unicamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da geometria,dimensão dos escantilhões e proprieda<strong>de</strong>s do material, sendo para além disso omaior momento suportado pelo navio em condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> comportamentototalmente elástico, perfeitamente plástico, sem encurvadura, consi<strong>de</strong>ra-se que<strong>de</strong>verá ser este o escolhido como adimensionalisador sempre que se trate <strong>de</strong>comparação do <strong>de</strong>sempenho estrutural entre navios.340


Comparação <strong>de</strong> resultadosA escolha da gran<strong>de</strong>za adimensionalizadora não é pacifica poisindirectamente está-se a optar entre o conceito <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> serviço intacta(momento elástico) e resistência máxima i<strong>de</strong>al (momento plástico).Relativamente ao ensaios nas vigas caixão, a tendência observada é a <strong>de</strong>uma marcada <strong>de</strong>gradação do <strong>de</strong>sempenho estrutural com o aumento da esbelteza<strong>de</strong> coluna, enquanto que não parece existir qualquer tipo <strong>de</strong> correlação directacom a esbelteza da placa, Figura 208.Torna-se evi<strong>de</strong>nte nesta Figura que o baixo valor do momento máximo domo<strong>de</strong>lo M3-150, aquele que apresenta maior esbelteza <strong>de</strong> coluna, coloca o seu<strong>de</strong>sempenho estrutural bem abaixo da tendência geral o que faz pressupor o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um colapso estrutural prematuro neste mo<strong>de</strong>lo que acentuouo seu baixo <strong>de</strong>sempenho.0,90,80,7Momento último/Momento elástico0,60,50,40,30,2Esbeltez da placaEsbeltez da coluna0,10,00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5EsbeltezFigura 208Dependência do momento último real normalizado pelo momento elástico(<strong>de</strong>sempenho estrutural) relativamente à esbelteza <strong>de</strong> placa β e coluna λ.O <strong>de</strong>sempenho estrutural (DE) <strong>de</strong> vigas em caixão po<strong>de</strong> ser expresso <strong>de</strong>uma forma um pouco grosseira em função da esbelteza <strong>de</strong> coluna do painelreforçado em compressão através da expressão:DE = 1,1 − 0, 4λ(168)341


Comparação <strong>de</strong> resultadosA confirmação da sua aplicabilida<strong>de</strong> a navios, com ou sem alteração doscoeficientes numéricos, permite simplificações importantes no projecto estruturalpreliminar conduzindo a soluções viáveis do ponto <strong>de</strong> vista da resistêncialongitudinal através da imposição <strong>de</strong> somente dois valores: a esbelteza <strong>de</strong> colunados painéis reforçados do fundo ou do convés e o momento plástico da secçãomestra do navio. Actualmente as fórmulas empíricas disponíveis requerem umconhecimento muito mais <strong>de</strong>talhado da estrutura, o qual só está disponível emfase adiantado do projecto.7.3 Comparação das curvas momento-curvaturaPara além na análise e comparação dos resultados dos ensaios e do métodoapresentado no que respeita ao momento máximo, é muito importante verificar sea previsão do comportamento na região <strong>de</strong> pré e pós colapso é coerente com osensaios.7.3.1 Mo<strong>de</strong>lo M4-200A Figura 209 compara a curva momento flector versus curvatura obtida noensaio com as curvas obtidas pelo método proposto para diversos níveis <strong>de</strong>tensões residuais.A concordância é muito boa para tensões residuais altas, η=8 e 9 tanto naregião <strong>de</strong> pré colapso como <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações plásticas generalizadas.A forma geral do comportamento após colapso também coinci<strong>de</strong> apesar <strong>de</strong>existir uma translação na curvatura. Analisando a curva do ensaio nota-se uminício <strong>de</strong> diminuição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga a uma curvatura igual a 0,008 rad/mà qual se segue um ligeiro aumento da resistência atingindo-se então um máximoabsoluto do momento flector. Os <strong>de</strong>clives <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga (módulo estruturaltangente) são a partir dos máximos muito semelhantes.O ponto em que as curvas <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> coincidir parece estar relacionado coma fissuração da soldadura dos esquadros <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> esforço do painel emtracção, Figura 210, o que provocou certamente uma alteração na distribuição342


Comparação <strong>de</strong> resultadosgeral <strong>de</strong> tensões que afectaram a posição do eixo neutro e conduziram àpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar o momento flector, ainda que <strong>de</strong> forma marginal.800M4-200700600Momento (kN.m)500400300200100Ciclo Finaleta=0eta=5eta=8eta=900.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014Curvatura (rad/m)Figura 209 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M4-200Figura 210 Falha dos esquadros no ensaio do mo<strong>de</strong>lo M4-200343


Comparação <strong>de</strong> resultadosComo a forma da perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmente docomportamento dos painéis à compressão e este não é afectado por aquelasroturas, é natural que a <strong>de</strong>scarga do ensaio coincida com a do método apesar datranslação na curvatura.Como se viu o momento último <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do nível <strong>de</strong> tensõesresiduais. As tensões residuais nos painéis em tracção afectam sobretudo omódulo estrutural tangente inicial da viga à flexão enquanto as tensões residuaisnos painéis em compressão afectam especialmente o momento último da viga emcaixão. Para uma melhor compreensão da redução <strong>de</strong> resistência do elementotípico reforçado <strong>de</strong>vido ao aumento das tensões residuais apresenta-se na Figura211o comportamento <strong>de</strong>sse elemento em compressão para diversos níveis <strong>de</strong>tensões residuais obtidas através do método proposto.Elemento <strong>de</strong> M4-200250200η=0η=5η=8η=9Tensão (MPa)1501005000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0Alongamento normalizadoFigura 211 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M4-200 em compressãoobtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 310 MPa.344


Comparação <strong>de</strong> resultados7.3.2 Mo<strong>de</strong>lo M3-200A concordância entre as curvas <strong>de</strong> previsão para tensões residuais elevadasé bastante boa a partir do ponto <strong>de</strong> carregamento máximo dos ciclos iniciais,Figura 212. A curvatura dos ensaios foi aumentada <strong>de</strong> 0,001 rad/m para fazercoincidir aqueles pontos. Melhor teria sido adicionar a curvatura residual dosciclos <strong>de</strong> carga iniciais mas essa informação não está disponível <strong>de</strong>vido a avaria dosistema <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> dados durante o último ciclo <strong>de</strong> carga preliminar.Momento-Curvatura400350300Ciclo finaleta=0eta=5eta=8eta=9Momento (KN.m)2502001501005000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016Curvatura (rad/m)Figura 212 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-200O comportamento em regime <strong>de</strong> pós colapso é mais suave no ensaio do queas previsões do método proposto.As tensões residuais afectam muito o comportamento à compressão doelemento típico <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo. Na Figura 213 apresenta-se a previsão <strong>de</strong> resistênciaà compressão do elemento reforçado típico do mo<strong>de</strong>lo M3-200 assumindo umatensão <strong>de</strong> cedência <strong>de</strong> 183 MPa, resultante da pon<strong>de</strong>ração da tensão <strong>de</strong> cedênciada placa e do reforço como já se tinha feito anteriormente.Nota-se uma redução <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> 25 MPa, pois a placa reforçada semtensões residuais tem uma resistência à compressão <strong>de</strong> 139 MPa enquanto que aplaca com η=9 tem uma resistência <strong>de</strong> 114 MPa, <strong>de</strong> acordo com o método <strong>de</strong>345


Comparação <strong>de</strong> resultadosprevisão utilizado.Elemento <strong>de</strong> M3-200160140120η=0η=5η=8η=9Tensão (MPa)1008060402000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5Alongamento normalizadoFigura 213 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M3-200 em compressãoobtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 183 MPa.Fora da região crítica <strong>de</strong> colapso o efeito das tensões residuais atenua-seacabando por se anular quer na fase inicial <strong>de</strong> carregamento quer na zona <strong>de</strong> póscolapso profundo.7.3.3 Mo<strong>de</strong>lo M2-200O ensaio do mo<strong>de</strong>lo M2-200 apresentou alguns problemas na aquisição <strong>de</strong>dados nos <strong>de</strong>flectómetros que permitem calcular as curvaturas. Esses problemas<strong>de</strong>saparecem a partir <strong>de</strong> um momento imposto próximo <strong>de</strong> 80 kN.m. Assim ascurvaturas resultantes das medições do ensaio foram aumentadas <strong>de</strong> 0,0009rad/m <strong>de</strong> forma a sobrepor aquele ponto à previsão. Só <strong>de</strong>sta forma se conseguecomparar o comportamento na região <strong>de</strong> maior interesse.Para além das diferenças no valor máximo já comentadas anteriormente,verifica-se que a forma geral da curva <strong>de</strong> previsão acompanha muitorazoavelmente a curva obtida no ensaio, Figura 214. A concordância só não é346


Comparação <strong>de</strong> resultadosmaior porque o programa <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência não permite aumentar alargura da faixa à tracção para além <strong>de</strong> 9 e o valor estimado é <strong>de</strong> 12,5, por analogiacom as tensões residuais <strong>de</strong>duzidas no ensaio do mo<strong>de</strong>lo M3-200.250M2-200200Momento (kN.m)15010050EnsaioEta=0Eta=900.000 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008Curvatura (rad/m)Figura 214 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M2-200O andamento das curvas nos regimes <strong>de</strong> pré e pós colapso é muitosemelhante. Note-se que o <strong>de</strong>svio na região <strong>de</strong> colapso não é <strong>de</strong> estranhar porqueo mo<strong>de</strong>lo é construído em chapa <strong>de</strong> 2 mm a qual é muito sensível à soldadura<strong>de</strong>senvolvendo <strong>de</strong>formações iniciais elevadas. Para a esbelteza <strong>de</strong>sta placa,b/t=100, é frequente as tensões residuais compressivas serem suficientes para<strong>de</strong>senvolver as <strong>de</strong>formações no modo crítico <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>.A resistência prevista das placas reforçadas <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo não é muitoafectada pelo nível <strong>de</strong> tensões residuais como se po<strong>de</strong> ver na Figura 215. Dir-se-iaque a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência da placa reforçada <strong>de</strong>vido à elevada esbelteza já étão gran<strong>de</strong> que a existência <strong>de</strong> tensões residuais pouco contribui para uma<strong>de</strong>gradação acrescida. Note-se que a tensão máxima sem tensões residuais é <strong>de</strong> 106MPa, isto é, 60% da tensão <strong>de</strong> cedência e a tensão máxima com η=9 é <strong>de</strong> 97 MPa,correspon<strong>de</strong>nte a uma redução <strong>de</strong> 9% na resistência.347


Comparação <strong>de</strong> resultadosElemento <strong>de</strong> M2-20012010080η=0η=5η=8η=9Tensão (MPa)60402000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0Alongamento normalizadoFigura 215 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M2-200 em compressãoobtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 177 MPa.7.3.4 Mo<strong>de</strong>lo M3-150A Figura 216 refere-se ao mo<strong>de</strong>lo M3-150 comparando-se a curva do ciclo<strong>de</strong> carregamento final com as previsões do método proposto com e sem tensõesresiduais nas condições nominais. Apresenta-se ainda a curva momento versuscurvatura prevista para um mo<strong>de</strong>lo com espaçamento efectivo entre balizas <strong>de</strong>460mm, <strong>de</strong> acordo com a interpretação dada ao modo <strong>de</strong> colapso na secção 7.1.1.5.Tal como nos anteriores mo<strong>de</strong>los, a curvatura inicial da curva do ensaio foiconsi<strong>de</strong>rada igual à curvatura residual do último ciclo <strong>de</strong> pré carregamento.Mais uma vez a concordância em pré e pós colapso é bastante satisfatória,salientando-se a proximida<strong>de</strong> da curva real com a previsão utilizando um vão <strong>de</strong>baliza corrigido, o que mostra a valida<strong>de</strong> da interpretação dada à forma docolapso e à sua relação com a eficiência da baliza na garantia <strong>de</strong> condiçõesfronteira aceitáveis.Na Figura 217 mostra-se a acção das tensões residuais nas curvas tensão348


Comparação <strong>de</strong> resultadosmédia-alongamento normalizado para o elemento reforçado típico do mo<strong>de</strong>lo M3-150.500M3-150450400Momento (KN.m)350300250200150100EnsaioEta=0Eta=5Eta=6 vao=460mm5000.000 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.010Curvatura (rad/m)Figura 216 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-150Elemento <strong>de</strong> M3-150200180160140η=0η=5η=8η=9Tensão (MPa)1201008060402000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0Alongamento normalizadoFigura 217 Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M3-150 em compressãoobtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 290 MPa.349


Comparação <strong>de</strong> resultados7.3.5 Mo<strong>de</strong>lo M3-100Finalmente as curvas momento versus curvatura referentes ao mo<strong>de</strong>lo M3-100 são apresentadas na Figura 218.O método tem um bom <strong>de</strong>sempenho na comparação com os resultados doensaio próximo e após o colapso , especialmente quando se consi<strong>de</strong>ram as tensõesresiduais.600M3-100Momento (KN.m)500400300200EnsaioEta=0Eta=4Eta=5Eta=810000.000 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.010Curvatura (rad/m)Figura 218 Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-100Este mo<strong>de</strong>lo ce<strong>de</strong>u <strong>de</strong> uma forma súbita tendo diminuído a sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> carga para meta<strong>de</strong> instantaneamente, acompanhado <strong>de</strong> um aumento expressivoda curvatura. O método proposto <strong>de</strong>screve este comportamento <strong>de</strong> forma muitofiel, o que po<strong>de</strong> ser constatado comparando as zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>clivecom uma gran<strong>de</strong> semelhança nas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, notando um certaestabilização posterior.Também parecem existir problemas neste mo<strong>de</strong>lo com os dados dos<strong>de</strong>flectómetros a baixa carga, os quais servem <strong>de</strong> base ao cálculo das curvaturas. Aconfirmação <strong>de</strong> tal assunção obtém-se indirectamente através do cálculo domódulo estrutural tangente inicial e comparando-o com o valor esperado que édado graficamente pela <strong>de</strong>rivada na origem da curva prevista sem tensões350


Comparação <strong>de</strong> resultadosresiduais.Introduzindo uma curvatura residual <strong>de</strong> 0,001 rad/m obtêm-se as curvasda Figura 219 que mostra uma gran<strong>de</strong> coincidência da curva real e da previsãocom tensões residuais mais altas a partir <strong>de</strong> 200 kN.m. Este valor é o valor domomento atingido no último ciclo <strong>de</strong> pré carregamento.600M3-100Momento (KN.m)500400300200EnsaioEta=0Eta=4Eta=5Eta=810000.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012Curvatura (rad/m)Figura 219Relação entre o momento flector e a curvatura no mo<strong>de</strong>lo M3-100 com curvaturatranslaccionada <strong>de</strong> 0,001 rad/m.Mostra também pelo afastamento <strong>de</strong>stas duas curvas na região <strong>de</strong> colapsoque o colapso da estrutura foi retardado relativamente ao previsto, eventualmente<strong>de</strong>vido à forma das imperfeições iniciais dos elementos <strong>de</strong> placa, originando ocolapso súbito e ruidoso que se presenciou no <strong>de</strong>curso do ensaio.Fica ainda assegurada <strong>de</strong>sta forma a coincidência do módulo estruturaltangente e toda a coerência da resposta da estrutura.Os elementos típicos <strong>de</strong> placa reforçada do painel em compressão domo<strong>de</strong>lo M3-100 são bastante sensíveis às tensões residuais como se po<strong>de</strong> ver nanotando-se uma <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> 60 MPa entre a placa reforçada semtensões residuais (217 MPa) e a placa com η=8 (157 MPa).351


Comparação <strong>de</strong> resultadosElemento <strong>de</strong> M3-100250200η=0η=4η=5η=8Tensão (MPa)1501005000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0Alongamento normalizadoFigura 220Curvas tensão-alongamento do elemento típico do mo<strong>de</strong>lo M3-100 em compressãoobtida pelo método proposto. A tensão <strong>de</strong> cedência é <strong>de</strong> 290 MPa.7.4 Efeito das tensões residuais na resistência da placa reforçadaNa secção anterior tornou-se evi<strong>de</strong>nte que as diferentes placas reforçadastêm diferentes sensibilida<strong>de</strong>s às tensões residuais. A <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência àflexão das vigas em caixão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em gran<strong>de</strong> medida da <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong>resistência dos painéis em compressão associada à existência <strong>de</strong> tensões residuais.A compilação das previsões <strong>de</strong> resistência última dos painéis típicos dosmo<strong>de</strong>los utilizados nos ensaios permiti concluir que a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência<strong>de</strong>vido às tensões residuais não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da resistência absoluta normalizada dopainel, tal como se po<strong>de</strong> ver na Figura 221. De facto para um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong>resistência da placa livre <strong>de</strong> tensões residuais existem diferentes sensibilida<strong>de</strong>s àsditas tensões residuais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> esse nível <strong>de</strong> resistência ser alto ou baixo.Assim as placas dos mo<strong>de</strong>los M3-100 e M3-200 têm sensivelmente a mesmaefectivida<strong>de</strong> à compressão mas no entanto a resistência da placa do mo<strong>de</strong>lo M3-352


Comparação <strong>de</strong> resultados100 <strong>de</strong>grada-se muito mais com o aumento das tensões residuais medidas peloparâmetro η. O mesmo se po<strong>de</strong>ria dizer relativamente às placas dos mo<strong>de</strong>los M2-200 e M3-150.Tensão normalizada0.800.750.700.650.600.55M3-100M3-150M3-200M4-200M2-2000.500.450.400 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10ηFigura 221 Influência das tensões residuais na efectivida<strong>de</strong> das placas reforçadas dos mo<strong>de</strong>los.Uma forma <strong>de</strong> analisar a sensibilida<strong>de</strong> às tensões residuais <strong>de</strong> cada um dosmo<strong>de</strong>los consiste em adimensionalizar a resistência da placa reforçada comtensões residuais pela resistência da placa sem tensões residuais. Apresenta-se osresultados <strong>de</strong>sta adimensionalização na Figura 222 sendo imediatamente evi<strong>de</strong>ntea pouca sensibilida<strong>de</strong> da placa do mo<strong>de</strong>lo M2-200 comparativamente à do mo<strong>de</strong>loM3-100.No fundo tal procedimento correspon<strong>de</strong> a caracterizar a resistência da placareal φ η através da expressão:φ η = φ o . (1- δσ . η)em que φ o é resistência normalizada da placa reforçada sem tensões residuais, δσ éum factor <strong>de</strong> redução, o qual se po<strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos parâmetroscaracterísticos da placa reforçada, β e λ.A investigação da <strong>de</strong>pendência do factor <strong>de</strong> redução associado à largura dafaixa em tracção η relativamente à esbelteza <strong>de</strong> placa β e <strong>de</strong> coluna λ permitiu353


Comparação <strong>de</strong> resultadosconcluir que existe alguma in<strong>de</strong>pendência relativamente à esbelteza <strong>de</strong> coluna euma <strong>de</strong>pendência bastante consistente relativamente à esbelteza da placa. Esta é ainterpretação possível da Figura 223 em que faz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r o factor <strong>de</strong> reduçãodaqueles dois parâmetros da placa reforçada.1.051.000.95Factor <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação0.900.850.800.750.700.650.60M3-100M3-150M3-200M4-200M2-2000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10ηFigura 222 Factor <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas reforçadas dos mo<strong>de</strong>los ensaiados0.045Factor <strong>de</strong> redução, δσ0.0400.0350.0300.0250.0200.0150.010βλΡ0.0050.0000.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5EsbeltezFigura 223 Factor <strong>de</strong> redução e sua <strong>de</strong>pendência da esbelteza <strong>de</strong> placa e <strong>de</strong> coluna354


Comparação <strong>de</strong> resultadosPara efeitos práticos po<strong>de</strong>-se pois expressar o factor <strong>de</strong> redução somente emfunção <strong>de</strong> β através <strong>de</strong>:δσ = 0,0544 - 0,0155 βTem-se pois reduções maiores em placas reforçadas com placa associadamais espessa.7.5 Consi<strong>de</strong>rações finaisNeste capítulo começa-se por mostrar que as condições <strong>de</strong> projectoraramente correspon<strong>de</strong>m às condições reais <strong>de</strong> execução. Situações como o local<strong>de</strong> fabrico e tecnologias associadas, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material, pormenoresconstrutivos e outros condicionam bastante o comportamento e a resistência daestrutura.Também a informação que se obtém com o método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência longitudinal do casco proposto <strong>de</strong>ve ser julgada criteriosamente e <strong>de</strong>acordo com os vários cenários, hipóteses simplificadoras e incertezas associados aeste tipo <strong>de</strong> estruturas.Este método foi utilizado para estimar a resistência máxima para diversosníveis <strong>de</strong> tensões residuais. Mostrou-se que este parâmetro po<strong>de</strong> ser importante naestimativa da resistência e que condiciona <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>finitiva a forma da curvamomento-curvatura. As curvas previstas para a viga em caixão ‘i<strong>de</strong>al’ afastam-sebastante dos resultados obtidos nos ensaios e só a inclusão das tensões residuaispermite atingir uma boa previsão a toda a gama <strong>de</strong> curvaturas.Ficou, pois, <strong>de</strong>monstrado que métodos que não incluam o efeito das tensõesresiduais dificilmente po<strong>de</strong>rão fazer boas previsões quer da resistência últimaquer da relação entre o momento e a curvatura.A compilação dos resultados obtidos para o momento último conduziram àintrodução do conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho estrutural que se julga bastante útil emfase <strong>de</strong> anteprojecto. Esta gran<strong>de</strong>za apresenta uma <strong>de</strong>pendência acentuada com aesbelteza <strong>de</strong> coluna, não tendo sido <strong>de</strong>tectada qualquer correlação com a esbelteza<strong>de</strong> placa.355


Comparação <strong>de</strong> resultadosDe uma forma geral as previsões do método estão <strong>de</strong> acordo com osresultados experimentais em toda a gama <strong>de</strong> curvaturas. O mo<strong>de</strong>lo M2-200apresenta os maiores <strong>de</strong>svios <strong>de</strong>vido ao programa não permitir η superiores a 9quando as previsões por analogia com o mo<strong>de</strong>lo M3-200 apontam para um η <strong>de</strong>12,5.A comparação entre as curvas com e sem tensões residuais estabelecem queo aumento <strong>de</strong>stas ten<strong>de</strong> a diminuir a resistência última e a aumentar a curvatura<strong>de</strong> colapso. A rigi<strong>de</strong>z da estrutura na fase elastoplástica <strong>de</strong> pré colapso é tambémmuito menor e o colapso é muito mais suave do que nas situações <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong>tensões residuais.356


ConclusõesCapítulo 8 Conclusões e Desenvolvimento FuturoEsta dissertação apresenta duas facetas distintas, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ummétodo <strong>de</strong> previsão da resistência longitudinal <strong>de</strong> navios e o estudo da resistênciaà compressão dos elementos estruturais do casco, que se complementam e acabampor permitir olhar globalmente o comportamento estrutural dos navios sob aacção <strong>de</strong> momentos flectores. Fez-se ainda um esforço para tratar e compreen<strong>de</strong>r ocomportamento dos elementos estruturais que constituem o casco olhando paraaspectos menos abordados em estudos similares mas que não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> serextremamente importantes.O estudo dos componentes estruturais, nomeadamente os elementos <strong>de</strong>placa e <strong>de</strong> placas reforçadas, constitui-se como um estudo autónomo, em que são<strong>de</strong>batidos e estudados os aspectos consi<strong>de</strong>rados mais relevantes e condicionadoresda sua resistência e do seu comportamento sob a acção <strong>de</strong> forças no plano daplaca. Parte dos resultados <strong>de</strong>sses estudos são aproveitados para a melhoria dométodo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resistência longitudinal <strong>de</strong> navios.Este método e a sua validação constituem a segunda faceta da dissertação.Para tal melhorou-se o método, realizaram-se ensaios em mo<strong>de</strong>los e finalmentecompararam-se os resultados.Deste ponto <strong>de</strong> vista agruparam-se as conclusões em dois grupos: asreferentes aos elementos <strong>de</strong> placa e placas reforçadas e as referentes à flexão <strong>de</strong>estruturas tridimensionais, que incluem os ensaios e o método.8.1 Conclusões sobre o estudo <strong>de</strong> elementos estruturaisO estudo dos elementos estruturais simples iniciou-se com a análise dascondições fronteira características dos elementos <strong>de</strong> placa pertencentes a cascos <strong>de</strong>navios tendo sido concluído que a restrição ao movimento dos bordos era acondição mais representativa pelo menos em placas situadas no interior dospainéis. Avaliou-se e quantificou-se o impacto das condições fronteira naresistência à compressão <strong>de</strong> placas e <strong>de</strong>senvolveu-se um estudo paramétrico cujo357


Conclusõesresultado permitisse prever a resistência última <strong>de</strong> placas restringidas sujeitas acompressão quer longitudinal quer transversalmente, recordando que a maioriados estudos existentes dizem respeito a placas constrangidas simplesmenteapoiadas.8.1.1 Placas carregadas longitudinalmenteAs expressões propostas para a resistência longitudinal <strong>de</strong> placas prevêemuma resistência menor do que a maior parte das formulações existentes em placasespessas e maior em placas muito esbeltas. A justificação para tal resulta do estado<strong>de</strong> tensão presente em placas restringidas ser fortemente biaxial em que a tensãotransversal induzida, quer pelo coeficiente <strong>de</strong> Poisson quer pelo <strong>de</strong>senvolvimentoda <strong>de</strong>formada, é compressiva nas placas espessas e <strong>de</strong> tracção nas placas esbeltas.Mostrou-se ainda que estas tensões <strong>de</strong> tracção em placas esbeltas são asresponsáveis pela obtenção <strong>de</strong> um mínimo <strong>de</strong> resistência para placas com modos<strong>de</strong> colapso em que o número <strong>de</strong> semi-ondas é duplo da razão <strong>de</strong> dimensões,enquanto a teoria elástica <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas aponta para umaigualda<strong>de</strong> inteira.Foi estudada a importância das imperfeições iniciais quer quanto à suaamplitu<strong>de</strong> quer quanto à sua forma, tendo-se concluído que a forma é muito maisimportante do que a amplitu<strong>de</strong> no que respeita à resistência da placa restringida.Cada forma dominante gera grupos diferentes <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> placas e avariação <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> origina uma variação <strong>de</strong> resistência diferente em função <strong>de</strong>cada forma ou modo dominante <strong>de</strong> imperfeições. Em geral a contribuição para aresistência resultante do aumento da amplitu<strong>de</strong> das imperfeições é negativa masexistem situações em que a contribuição po<strong>de</strong> ser positiva ou nula, nomeadamentequando o modo dominante é o fundamental (m=1).Investigou-se a <strong>de</strong>pendência da resistência relativamente à razão <strong>de</strong>dimensões para estes tipo <strong>de</strong> placas já que é conhecida a sua negligenciávelimportância em placas simplesmente apoiadas. Verificou-se que esta <strong>de</strong>pendênciaexiste e que diminui à medida que a razão <strong>de</strong> dimensões aumenta. A influência<strong>de</strong>ste parâmetro anula-se quando o modo dominante das imperfeições iniciais e <strong>de</strong>358


Conclusõescolapso tem um comprimento <strong>de</strong> onda duplo da largura da placa.A dispersão <strong>de</strong> resultados obtidos por variação da amplitu<strong>de</strong> e forma dasimperfeições iniciais e a obtenção <strong>de</strong> grupos separados <strong>de</strong> resistência conduzem àconclusão <strong>de</strong> que não é correcto fazer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a previsão <strong>de</strong> resistência máxima<strong>de</strong> placas restringidas unicamente da amplitu<strong>de</strong> das imperfeições. Esta conclusãolevanta pelo menos dois problemas importantes: o primeiro relaciona-se com aexpressão a utilizar nos códigos <strong>de</strong> dimensionamento; o segundo está relacionadocom os estudos <strong>de</strong> fiabilida<strong>de</strong> estrutural por inviabilizar a utilização da amplitu<strong>de</strong>das imperfeições como variável aleatória na <strong>de</strong>terminação da resistência. Asolução adoptada nesta dissertação para aplicações posteriores passa por usar aexpressão da resistência última mínima, <strong>de</strong>sprezando uma eventual resistênciaadicional resultante das particularida<strong>de</strong>s da placa.Um tratamento mais eficaz e que ten<strong>de</strong>ncialmente resolve os doisproblemas passa por <strong>de</strong>senvolver uma base <strong>de</strong> dados com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe dasimperfeições <strong>de</strong> chapas <strong>de</strong> navios, que permita conhecer as amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cadacomponente <strong>de</strong> Fourier da superfície da chapa. A partir <strong>de</strong>ssa base <strong>de</strong> dados seriaentão possível estabelecer uma expressão para a resistência média <strong>de</strong> placas <strong>de</strong>navios e a sua <strong>de</strong>pendência média da amplitu<strong>de</strong> das imperfeições. Dadas asparticularida<strong>de</strong>s das imperfeições iniciais dos navios, tal base <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>veriaincluir pelo menos o tipo <strong>de</strong> navio e a localização da chapa no navio, criando-seexpressões para as diversas combinações, o que se apresenta <strong>de</strong> todo poucofuncional. Este tipo <strong>de</strong> metodologia já foi ensaiado em alguns estudos [54,152]utilizando uma base <strong>de</strong> dados sobre imperfeições em placas <strong>de</strong> navios polacos[56].Relativamente à simulação das curvas <strong>de</strong> comportamento dos elementos <strong>de</strong>placa restringida, curvas tensão-extensão, foram actualizadas as curvas anterioresque eram representativas para placas simplesmente apoiadas, tendo-se melhoradoa representação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comportamento à tracção e compressão com tensõesresiduais.359


Conclusões8.1.2 Placas carregadas transversalmenteO trabalho <strong>de</strong>senvolvido nesta área dá uma boa contribuição para oalargamento dos dados disponíveis sobre a resistência <strong>de</strong> placas rectangularesrestringidas e comprimidas transversalmente, dada a escassez <strong>de</strong> informação. Asua aplicabilida<strong>de</strong> na avaliação da resistência longitudinal <strong>de</strong> navios é limitadadada a prepon<strong>de</strong>rância da estrutura longitudinal sobre a transversal em naviosmo<strong>de</strong>rnos. No entanto alguns navios <strong>de</strong> menores dimensões ainda apresentamestruturas transversais e localmente, mesmo em navios <strong>de</strong> estrutura longitudinal,existem elementos <strong>de</strong> placa carregados transversalmente.O estudo analisou em pormenor a influência <strong>de</strong> três parâmetros: a esbelteza<strong>de</strong> placa, a razão <strong>de</strong> dimensões e as imperfeições iniciais. Em relação a estasúltimas concluiu-se que é pouco importante consi<strong>de</strong>rá-las ou não, porque nãoafectam gran<strong>de</strong>mente a resistência última. A resistência da placa po<strong>de</strong> ser expressaem função da esbelteza e da razão <strong>de</strong> dimensões mas, ao contrário das poucasformulações anteriores, parece haver alguma in<strong>de</strong>pendência entre as contribuiçõesda esbelteza e da razão <strong>de</strong> dimensões na <strong>de</strong>gradação da resistência da placa.Um outro aspecto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância no comportamento <strong>de</strong> navios àflexão com estrutura transversal está relacionado com o comportamento póscolapso <strong>de</strong>stas placas. De facto o início do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>stas placas dásea alongamentos (compressivos) bastante elevados o que faz com que o colapso<strong>de</strong> cascos com estrutura transversal não apresente as características catastróficasfrequentemente encontradas em cascos com estrutura longitudinal.8.1.3 Placas reforçadasO levantamento dos resultados experimentais disponíveis sobre acompressão <strong>de</strong> placas reforçadas permitiu concluir que o método <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>resistência baseado no módulo estrutural tangente se mostra o mais fiável, apesar<strong>de</strong> não fornecer qualquer informação sobre o tipo <strong>de</strong> colapso: a ruína do reforço oua da placa. Esta informação só está disponível indirectamente e <strong>de</strong> forma poucofiável através da comparação entre a efectivida<strong>de</strong> da placa reforçada e aefectivida<strong>de</strong> da placa associada.360


ConclusõesNo estudo sobre o impacto da utilização <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta resistência e <strong>de</strong>diferentes materiais na resistência <strong>de</strong> placas reforçadas restringidas foiintroduzido o conceito <strong>de</strong> eficiência do conjunto placa reforçada/material e foimostrado que os resultados po<strong>de</strong>m ser bastante piores do que o esperado porsimples proporcionalida<strong>de</strong> da tensão média.8.2 Ensaios à flexão <strong>de</strong> vigas caixãoOs resultados dos ensaios <strong>de</strong> vigas em caixão sujeitas a flexão pura forambastante bons e <strong>de</strong> acordo com as previsões obtidas pelo método simplificado comexcepção <strong>de</strong> um dos mo<strong>de</strong>los em que o <strong>de</strong>svio do momento máximo realrelativamente à previsão foi gran<strong>de</strong>.Todos os ensaios tiveram uma fase <strong>de</strong> pré-carregamento cujo objectivo eraestudar o alívio <strong>de</strong> tensões residuais e cujo equivalente real no navio é a primeirafase da sua operacionalida<strong>de</strong>. A análise do comportamento da estrutura e aquantificação da energia dissipada por alívio <strong>de</strong> tensões conduziram àapresentação <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> estimativa do nível <strong>de</strong> tensões residuais emestruturas tridimensionais <strong>de</strong> secção aproximadamente rectangular e pare<strong>de</strong>sfinas. Foi ainda confirmado que a estrutura retoma o seu comportamento inicialsempre que se ultrapassa o máximo <strong>de</strong> esforço anterior. Mais surpreen<strong>de</strong>nte, masjustificável, é a aparente existência <strong>de</strong> memória da estrutura sobre os ciclos <strong>de</strong>carga anteriores, mais precisamente sobre os máximos esforços intermédios.A forma do colapso dos mo<strong>de</strong>los levanta sérias dúvidas sobre a eficácia dasoldadura alternada <strong>de</strong>scontínua. Nos três primeiros mo<strong>de</strong>los as maiores<strong>de</strong>formações <strong>de</strong>ram-se em zonas <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> soldadura sendo visível a falta <strong>de</strong>apoio sentida pela placa nessas zonas. Dada a aceitação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ligação pelasentida<strong>de</strong>s fiscalizadoras atribuindo-lhe eficácia equivalente à da ligação contínua,torna-se necessário <strong>de</strong>senvolver uma investigação mais profunda nesta área.Um outro aspecto importante a estudar com mais <strong>de</strong>talhe em futurosensaios é a diminuição da efectivida<strong>de</strong> das zonas <strong>de</strong>sapoiadas dos painéis emtracção. Esta redução da efectivida<strong>de</strong> diminui o momento suportado para uma361


Conclusões<strong>de</strong>terminada curvatura, tornando a estrutura mais flexível. Por outro lado conduza alterações na posição do eixo neutro afectando a distribuição <strong>de</strong> tensões em todaa estrutura.8.3 Trabalhos FuturosO método <strong>de</strong> previsão da resistência longitudinal <strong>de</strong> navios apresentadoproduz bons resultados e o programa associado requer uma informação inicialreduzida e <strong>de</strong> fácil mo<strong>de</strong>lação, <strong>de</strong>morando poucos segundos para produzirresultados. Assim este programa e as suas rotinas parecem i<strong>de</strong>ais para seremaplicados em cálculos <strong>de</strong> fiabilida<strong>de</strong> estrutural que utilizem técnicas <strong>de</strong> MonteCarlo pela tremenda redução do tempo <strong>de</strong> cálculo que possibilitam.A extensão do programa <strong>de</strong> ensaios abrangendo uma maior gama <strong>de</strong>arranjos estruturais, quer no que respeita aos parâmetros <strong>de</strong>cisórios <strong>de</strong> projecto(esbelteza, espaçamento entre balizas e longitudinais, etc.) quer nas geometrias dassecções como por exemplo secções representativas <strong>de</strong> navios com convés aberto,tem bastante interesse, sendo muito importante realizar ensaios com situaçõesmais realista <strong>de</strong> carga, nomeadamente com flexão e corte simultâneos ousujeitando a viga em caixão à pressão hidrostática.Relativamente ao estudo dos componentes, existem poucos trabalhos<strong>de</strong>dicados à influência <strong>de</strong> carregamentos secundários na resistência longitudinal<strong>de</strong> placas reforçadas. Também aqui as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação são enormes.Como já foi dito neste Capítulo, o conhecimento sobre a forma e amplitu<strong>de</strong>das imperfeições iniciais das chapas e dos reforços não é tão profundo quanto<strong>de</strong>sejável o que impossibilita a sua utilização correcta nos estudos <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>placas, pelo que a criação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados, recolha e tratamento dos mesmosse afigura como um trabalho bastante útil.362


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Anexo AAnexo AResistência Longitudinal <strong>de</strong> PlacasNeste anexo caracterizam-se os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> placa utilizados nos diversosestudos <strong>de</strong> elementos finitos quanto às dimensões e imperfeições geométricas. Osresultados são apresentados para cada esbelteza e razão <strong>de</strong> dimensões e sãoexpressos em termos da resistência última normalizada da placa restringida, aextensão correspon<strong>de</strong>nte a esta resistência, a extensão média correspon<strong>de</strong>nte aoinício <strong>de</strong> plastificação (só parcialmente disponível) e o modo <strong>de</strong> colapso.A.1 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 2A.1.1 Placas semi espessas (β=1,69)A.1.1.1 Características geométricasβ o = 1.69 a 11 a 12 a 21 a 22 a 11 /a 21 Máximoα=2 (mm) (mm) (mm) (mm)(mm)A 0,5 0,2 0,2 0,1 2,5 0,682B 1,0 0,2 0,2 0,1 5,0 1,066C 0,1 0,2 1,2 0,1 0,083 1,271D 0,1 0,2 2,0 0,1 0,050 2,071E 1,0 0,4 0,4 0,2 2,5 1,364F 0,1 0,2 0,6 0,2 0,167 0,716G 0,8 0,4 0,8 0,2 1,0 1,449H 0,9 - 0,6 - 1,5 1,348I 1,2 - 0,6 - 2,0 1,533J 1,2 - 0,5 - 2,4 1,462K 0,6 - 0,25 - 2,4 0,731L 0,6 - 0,6 - 1,0 1,025M 0,6 - - - ∞ 0,600N 0,05 - - - ∞ 0,050O 1,2 - - - ∞ 1,200P - - 0,05 - 0 0,050Q 0,5* - 0,01 - - 0,500R 1,0* - 0,05 - - 1,000S 2,0* - 0,1 - - 2,000Tabela 35Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 500 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura. * valor da componente m=3; n=1.377


Anexo AA.1.1.2 Resultados numéricos com PANFEMβ o= 1.69 d/t φ ε uε pl Modo <strong>de</strong>α=2colapsoA 0,1364 0,886 0,888 0,848 m=1→2B 0,2131 0,917 0,934 0,843 m=1→2C 0,2541 0,798 1,100 0,780 m=2D 0,4141 0,766 1,199 0,844 m=2E 0,2729 0,886 0,917 0,821 m=1→2F 0,1431 0,829 1,032 0,745 m=2G 0,2897 0,814 0,955 - m=2H 0,2897 0,826 0,950 - m=2I 0,3066 0,838 1,364 - m=2J 0,3066 0,869 0,909 - m=1→2K 0,1462 0,878 0,883 - m=1→2L 0,2049 0,824 1,002 - m=2M 0,1200 0,950 0,964 - m=1→3N 0,0100 0,977 0,942 0,872 m=1→3O 0,2400 0,940 0,999 - m=1→3P 0,0100 0,868 0,870 0,792 m=2Q 0,1000 0,816 0,933 0,738 m=3R 0,2000 0,761 1,096 0,663 m=3S 0,4000 0,702 1,219 0,715 m=3Tabela 36Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais.378


Anexo AA.1.2 Placas esbeltas (β=3,38)A.1.2.1 Características geométricas e resistência estruturalα=2 a 11 a 21 Máximo d/t φ ε u ε pl Modo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm)colapsoA 0,5 3,0 3,354 1,341 0,590 1,152 - m=2B 3,0 0,5 3,148 1,259 0,634 0,792 - m=1→2+4C 0,25 1,5 1,678 0,671 0,593 0,999 0,832 m=2D 1,5 0,25 1,574 0,630 0,518 1,036 0,643 m=1→3E 1,0 6,0 6,708 2,683 0,585 1,367 0,751 m=2F 6,0 1,0 6,295 2,518 0,711 0,863 - m=1G - ,025 0,025 0,010 0,632 1,096 0,793 m=2H ,025 - 0,025 0,010 0,527 1,063 - m=3M ,025 ,002 0,025 0,010 0,600 0,896 - m=2O 1,9 1,9 3,291 1,316 0,562 0,979 - m=2P 2,4 1,2 3,118 1,247 0,547 0,926 - m=2Q 3,0 0,75 3,273 1,309 0,617 0,790 - m=1→2+4R 2,7 0,9 3,118 1,247 0,536 0,866 0,633 m=2a 31 a 21 Máximo d/t φ ε u ε pl Modo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm)colapsoI 3,0 0,5 3,432 1,373 0,485 1,543 0,822 m=3J 0,5 3,0 3,353 1,341 0,564 1,112 0,731 m=2K ,025 - 0,025 0,010 0,589 0,872 - m=2L 0,75 0,13 0,858 0,343 0,510 1,152 0,767 m=3N 1,5 0,25 1,716 0,687 0,498 1,316 0,779 m=3Tabela 37Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 2,5 mm <strong>de</strong> espessura, 500mm <strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura e respectiva resistência longitudinal emodo <strong>de</strong> colapso.379


Anexo AA.2 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 3A.2.1 Resumo das características geométricas, das imperfeições iniciais.α=3β t a 11 a 21 a 31 a 41 a 51 d/t d/(tβ) d/(tβ 2 )0,845 10,0 0,2 0,1 1,0 0,1 0,1 0,1323 0,1566 0,18531,352 6,25 0,2 0,1 1,0 0,1 0,1 0,2117 0,1566 0,11581,690 5,0 0,2 0,1 1,0 0,1 0,1 0,2646 0,1566 0,09262,535 3,30 0,1 0,1 0,5 0,1 0,1 0,2343 0,0924 0,03653,381 2,50 0,1 0,1 0,5 0,1 0,1 0,3093 0,0915 0,02714,226 1,0 0,1 0,1 0,5 0,1 0,1 0,3866 0,0915 0,0216Tabela 38 Imperfeições iniciais <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3). Serie A.α=3β t a 11 a 21 a 31 a 41 a 51 d/t d/(tβ) d/(tβ 2 )0,845 10,0 0,1 0,1 0,5 0,1 0,1 0,0773 0,0915 0,10831,352 6,25 0,1 0,1 0,5 0,1 0,11,690 5,0 0,1 0,1 2,0 0,1 0,1 0,4546 0,2690 0,15922,535 3,30 0,1 0,1 2,0 0,1 0,13,381 2,50 0,1 0,1 2,0 0,1 0,14,226 1,0 0,1 0,1 3,0 0,1 0,1 1,6366 0,3873 0,0916Tabela 39 Imperfeições iniciais <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3). Serie B.α=3β t a 11 a 21 a 31 a 41 a 51 d/t d/(tβ) d/(tβ 2 )0,845 10,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0382 0,0452 0,05351,352 6,25 0,1 0,1 0,1 0,1 0,11,690 5,0 0,1 0,1 0,3 0,1 0,1 0,1146 0,0678 0,04012,535 3,30 0,1 0,1 4,0 0,1 0,13,381 2,50 0,1 0,1 5,0 0,1 0,14,226 1,0 0,1 0,1 6,0 0,1 0,1 3,1366 0,7422 0,1756Tabela 40 Imperfeições iniciais <strong>de</strong> placas simplesmente apoiadas (α=3). Serie C.A.2.2 Influência das imperfeiçõesA influência da variação da amplitu<strong>de</strong> do modo crítico das imperfeiçõesiniciais é mostrada da Figura 224 a Figura 225. Nas placas muito espessas o380


Anexo Aaumento das distorções é acompanhado pela redução <strong>de</strong> resistência. Nas placasfinas acontece o fenómeno inverso, sendo o aumento da amplitu<strong>de</strong> acompanhadopor um aumento da resistência e um retardamento da extensão correspon<strong>de</strong>nte aocolapso.1.21.0Tensão normalizada0.80.60.4L30085AR-XL30085AR-YL30085BR-XL30085BR-YL30085CR-XL30085CR-Y0.20.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6Extensão normalizadaFigura 224 Influência das distorções em placas simplesmente apoiadas, restringidas com α=3 eβ=0,85.0.600.50Tensão normalizada0.40L30425AR-X0.30L30425AR-YL30425BR-X0.20L30425BR-Y0.10L30425CR-X0.00L30425CR-Y0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60-0.10-0.20Extensão normalizadaFigura 225Influência das distorções em placas simplesmente apoiadas, restringidas com α=3 eβ=4,23.381


Anexo AO fenómeno i<strong>de</strong>ntificado anteriormente e associado à mudança <strong>de</strong> modo <strong>de</strong><strong>de</strong>formação <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> estar presente quando a amplitu<strong>de</strong> das imperfeiçõesaumenta. Devido ao facto da resistência longitudinal <strong>de</strong> placas com modo <strong>de</strong>colapso α+1 ser normalmente inferior à das placas com modo m=α, verifica-seuma gran<strong>de</strong> disparida<strong>de</strong> dos máximos entre a placa mais ‘perfeita’ e as duasrestantes.A.3 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 2Apresentam-se nesta secção as características geométricas das placasrestringidas carregadas longitudinalmente utilizadas para o estudo da influênciada razão <strong>de</strong> dimensões e do modo das imperfeições iniciais em igualda<strong>de</strong> daamplitu<strong>de</strong> absoluta. Nas últimas colunas indica-se o valor da resistência última, aextensão à qual esta resistência acontece e o modo <strong>de</strong> colapso predominante.β a 11 a 21 a 31 Máximo d/t φ ε u Modo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm) (mm)colapsoA 0,1 1,0 0,1 1,2 0,114 1,068 1,166 m=20,85 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,095 1,108 1,127 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,1 0,114 1,037 1,133 m=3A 0,1 1,0 0,1 1,1 0,183 0,897 1,037 m=21,35 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,152 0,993 0,982 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,1 0,182 0,858 0,978 m=3A 0,1 1,0 0,1 1,1 0,228 0,801 1,012 m=21,69 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,191 0,902 0,924 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,1 0,227 0,752 1,016 m=3A 0,1 1,0 0,1 1,1 0,341 0,660 0,997 m=22,54 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,259 0,687 0,830 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,1 0,341 0,589 1,310 m=3A 0,1 1,0 0,1 1,1 0,457 0,582 0,957 m=23,38 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,381 0,521 1,030 m=3C 0,1 0,1 1,0 1,1 0,455 0,506 1,276 m=3A 0,1 1,0 0,1 1,1 0,571 0,521 0,887 m=24,23 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,476 0,465 0,984 m=3C 0,1 0,1 1,0 1,1 0,568 0,458 1,222 m=3Tabela 41Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=2 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. Série 3.382


Anexo AA.4 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 3Apresentam-se nesta secção as características geométricas das placasrestringidas carregadas longitudinalmente utilizadas para o estudo da influênciada razão <strong>de</strong> dimensões e do modo das imperfeições iniciais em igualda<strong>de</strong> daamplitu<strong>de</strong> absoluta. Nas últimas colunas indica-se o valor da resistência última, aextensão à qual esta resistência acontece e o modo <strong>de</strong> colapso predominante.β a 11 a 31 a 41 Máximo d/t φ ε u Modo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm) (mm)colapsoA 0,1 1,0 0,1 1,2 0,122 1,062 1,132 m=30,85 B 1,0 0,1 0,1 0,9 0,093 1,114 1,171 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,2 0,117 1,040 1,073 m=4A 0,1 1,0 0,1 1,2 0,196 0,893 1,012 m=31,35 B 1,0 0,1 0,1 0,9 0,149 1,003 0,973 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,2 0,187 0,862 1,002 m=4A 0,1 1,0 0,1 1,2 0,245 0,798 0,993 m=31,69 B 1,0 0,1 0,1 0,9 0,186 0,900 0,892 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,2 0,234 0,757 1,001 m=4A 0,1 1,0 0,1 1,2 0,367 0,661 0,980 m=32,54 B 1,0 0,1 0,1 0,9 0,279 0,654 0,894 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,2 0,351 0,604 1,103 m=4A 0,1 1,0 0,1 1,2 0,489 0,586 0,920 m=33,38 B 1,0 0,1 0,1 0,9 0,371 0,559 0,860 m=3C 0,1 0,1 1,0 1,2 0,468 0,527 1,234 m=4A 0,1 1,0 0,1 1,2 0,612 0,529 0,863 m=34,23 B 1,0 0,1 0,1 0,9 0,464 0,492 0,800 m=4C 0,1 0,1 1,0 1,2 0,585 0,480 1,108 m=4Tabela 42Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=3 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. O termo a 21 é igual a 0,1. Série 4.A.5 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 4Apresentam-se nesta secção as características geométricas das placasrestringidas carregadas longitudinalmente utilizadas para o estudo da influênciada razão <strong>de</strong> dimensões e do modo das imperfeições iniciais em igualda<strong>de</strong> daamplitu<strong>de</strong> absoluta. Nas últimas colunas indica-se o valor da resistência última, aextensão à qual esta resistência acontece e o modo <strong>de</strong> colapso predominante.383


Anexo Aβ a 11(mm)a 41(mm)a 51(mm)Máximo(mm)d/t φ ε uModo<strong>de</strong>colapsoA 0,2 1,0 0,1 1,3 0,129 1,061 1,097 m=40,85 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,100 1,116 1,215 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,127 1,046 1,211 m=5A 0,2 1,0 0,1 1,3 0,207 0,889 1,018 m=41,35 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,160 0,997 0,963 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,203 0,867 0,989 m=5A 0,2 1,0 0,1 1,3 0,258 0,796 1,013 m=41,69 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,200 0,899 0,890 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,253 0,764 1,221 m=5A 0,2 1,0 0,1 1,3 0,388 0,663 0,971 m=42,25 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,300 0,634 0,988 m=5C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,380 0,616 1,146 m=5A 0,2 1,0 0,1 1,3 0,516 0,589 0,931 m=43,38 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,400 0,541 0,978 m=5C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,506 0,542 1,139 m=5A 0,2 1,0 0,1 1,3 0,646 0,530 0,863 m=44,23 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,500 0,485 0,939 m=5C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,633 0,490 1,062 m=5Tabela 43Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=4 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. Os termos a21 e a 31 são iguais a 0,1.A.6 Placas Rectangulares <strong>de</strong> Razão <strong>de</strong> Aspecto 5Apresentam-se nesta secção as características geométricas das placasrestringidas carregadas longitudinalmente utilizadas para o estudo da influênciada razão <strong>de</strong> dimensões e do modo das imperfeições iniciais em igualda<strong>de</strong> daamplitu<strong>de</strong> absoluta. Nas últimas colunas indica-se o valor da resistência última, aextensão à qual esta resistência acontece e o modo <strong>de</strong> colapso predominante.384


Anexo Aβ a 11 a 51 a 61 Máximo d/t φ ε u Modo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm) (mm)colapsoA 0,1 1,0 0,1 1,3 0,136 1,059 1,053 m=50,85 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,102 1,116 1,146 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,132 1,050 1,055 m=6A 0,1 1,0 0,1 1,3 0,218 0,888 1,003 m=51,35 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,164 0,992 0,953 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,211 0,873 0,972 m=6A 0,1 1,0 0,1 1,3 0,272 0,799 1,007 m=51,69 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,205 0,889 0,881 m=1C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,263 0,769 0,974 m=6A 0,1 1,0 0,1 1,3 0,408 0,667 1,007 m=52,54 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,307 0,659 0,907 m=5C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,395 0,625 1,091 m=6A 0,1 1,0 0,1 1,3 0,544 0,586 0,929 m=53,38 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,409 0,559 0,896 m=5C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,527 0,551 1,122 m=6A 0,1 1,0 0,1 1,3 0,680 0,533 0,873 m=54,23 B 1,0 0,1 0,1 1,0 0,511 0,474 0,942 m=5→7C 0,1 0,1 1,0 1,3 0,658 0,504 1,016 m=6Tabela 44Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas rectangulares α=5 com vários modos <strong>de</strong>imperfeições iniciais. Os termos a21, a 31 e a 41 são iguais a 0,1.A.7 Placas Quadradasβ a 11a 21Máximo d/t φ ε uModo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm)colapso0,85 1,0 0,0 1,0 0,100 1,079 1,258 m=11,35 1,0 0,0 1,0 0,160 0,909 1,100 m=11,69 1,0 0,0 1,0 0,200 0,813 1,081 m=12,54 1,0 0,0 1,0 0,300 0,679 1,153 m=13,38 1,0 0,0 1,0 0,400 0,623 1,272 m=14,23 1,0 0,0 1,0 0,500 0,601 1,348 m=1Tabela 45Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas quadradas com modo <strong>de</strong> imperfeições iniciaiscrítico e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1mm. Série A.385


Anexo Aβ a 11a 21Máximo w/t φ ε uModo <strong>de</strong>(mm) (mm) (mm)colapso0,85 0,0 1,0 1,0 0,100 1,026 1,280 m=21,35 0,0 1,0 1,0 0,160 0,875 1,051 m=21,69 0,0 1,0 1,0 0,200 0,775 1,062 m=22,54 0,0 1,0 1,0 0,300 0,597 1,075 m=23,38 0,0 1,0 1,0 0,400 0,494 1,220 m=24,23 0,0 1,0 1,0 0,500 0,429 1,244 m=2Tabela 46Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas quadradas com modo <strong>de</strong> imperfeições iniciais <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m superior ao crítico (m=2) e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1mm. Série B.β a 11(mm)a 21(mm)Máximo(mm)w/tφ(m=1)ε uφ(m=2)ε u(m=2)(m=1)0,85 1,0 0,1 1,0 0,100 1,079 1,2581,35 1,0 0,1 1,0 0,160 0,909 1,1001,69 1,0 0,1 1,0 0,200 0,813 1,0812,54 1,0 0,1 1,0 0,300 0,679 1,1533,38 1,0 0,5 1,0 0,400 0,623 1,2724,23 1,0 0,1 1,0 0,500 0,567 1,052 0,436 1,317Tabela 47Resistência longitudinal <strong>de</strong> placas quadradas com modo <strong>de</strong> imperfeições iniciaiscrítico e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1mm com componente não nula para m=2. Série C.386


Anexo BAnexo BResistência Transversal <strong>de</strong> PlacasB.1 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2I<strong>de</strong>ntif. β d m /t d m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 12 a 22T200820B 0,85 0,1101 0,1541 1,0 0,25 - -T201740B 1,69 0,2131 0,0746 1,0 0,2 0,2 0,1T202820B 2,82 0,7338 0,0923 2,0 0,5 - -T203420B 3,38 0,8805 0,0771 2,0 0,5 - -T204220B 4,23 1,1007 0,0615 2,0 0,5 - -T201720A 1,69 0,4141 0,1450 0,1 2,0 - -T202820A 2,82 0,6902 0,0868 0,1 2,0 - -T203420A 3,38 0,8283 0,0725 0,1 2,0 - -T204220A 4,23 1,0354 0,0579 0,1 2,0 - -T201740A 1,69 0,1364 0,0478 0,5 0,2 0,2 0,1T201740C 1,69 0,2541 0,0890 0,1 1,2 0,2 0,1T201740D 1,69 0,4141 0,1450 0,1 2,0 0,2 0,1T204220C 4,23 1,2774 0,0714 2,0 1,0 - -T204240B 4,23 1,1007 0,0615 2,0 0,5 0,2 0,1Tabela 48Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong> espessura, 500 mm<strong>de</strong> comprimento e 250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T200820B 0,85 0,9713 0,8605 0,241 +0,280 m=1T201740B 1,69 1,0668 0,5086 0,036 +0,071 m=1T202820B 2,82 1,5189 0,3563 -0,103 -0,289 m=1T203420B 3,38 1,5684 0,3293 -0,127 -0,386 m=1T204220B 4,23 1,6011 0,3035 -0,148 -0,488 m=1T201720A 1,69 1,1987 0,7631 0,001 +0,001 m=2 φ F =0,833T202820A 2,82 1,3916 0,6385 -0,145 -0,227 m=2 φ F =0,583T203420A 3,38 0,9869 0,5615 -0,115 -0,205 m=2 φ F =0,5041,2966 0,3329 -0,061 -0,183 m=1T204220A 4,23 0,8578 0,4804 -0,120 -0,250 m=2 φ F =0,4171,2092 0,3008 -0,077 -0,256 m=1T201740A 1,69 1,0326 0,5214 0,050 +0,096 m=1T201740C 1,69 0,6742 0,6033 0,109 +0,181 m=2 φ F =0,8331,5221 0,4948 0,025 +0,051 m=1T201740D 1,69 1,1751 0,7557 0,009 +0,012 m=2 φ F =0,833T204220C 4,23 1,4704 0,3030 -0,135 -0,446 m=1T204240B 4,23 1,4710 0,3000 -0,139 -0,463 m=1Tabela 49Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicular associada àsrestrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.387


Anexo BB.2 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=2.5I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31T250820C 0,85 0,0956 0,1338 1,0 0,1 0,1T251720C 1,69 0,2869 0,1005 1,5 0,15 0,15T252820C 2,82 0,6375 0,0802 2,0 0,2 0,2T253420C 3,38 0,9563 0,0837 2,5 0,25 0,25T254220C 4,23 1,4345 0,0812 3,0 0,3 0,3T251720A 1,69 0,3212 0,1125 0,15 1,5 -T252820A 2,82 0,7138 0,0898 0,2 2,0 -T253420A 3,38 1,0707 0,0937 0,25 2,5 -T254220A 4,23 1,6061 0,0898 0,3 3,0 -T251720B 1,69 0,3099 0,1085 0,15 0,15 1,5T252820B 2,82 0,6886 0,0866 0,2 0,2 2,0T253420B 3,38 1,0329 0,0904 0,25 0,25 2,5T254220B 4,23 1,5493 0,0866 0,3 0,3 3,0Tabela 50Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 625 mm <strong>de</strong> comprimento e250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T250820C 0,85 0,938 0,8036 0,230 0,286 m=1T251720C 1,69 1,110 0,4390 0,030 0,068 m=1T252820C 2,82 1,500 0,3005 -0,083 -0,276 m=1T253420C 3,38 1,553 0,2710 -0,107 -0,395 m=1T254220C 4,23 1,588 0,2462 -0,126 -0,512 m=1T251720A 1,69 1,128 0,6638 0,002 0,001 m=2T252820A 2,82 1,541 0,5233 -0,157 -0,300 m=2T253420A 3,38 1,3141,5360,46890,2809-0,153-0,004-0,326-0,014m=2m=1T254220A 4,23 1,2331,5030,41610,2502-0,157-0,028-0,377-0,112m=2m=1T251720B 1,69 1,036 0,4487 0,042 0,105 m=1T252820B 2,82 1,465 0,3116 -0,060 -0,193 m=1T253420B 3,38 0,3801,5230,28780,2837-0,014-0,061-0,049-0,215m=3m=1T254220B 4,23 0,6171,5330,43010,2600-0,065-0,055-0,151-0,212m=3m=11/2 placaTabela 51Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicular associada àsrestrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.388


Anexo BB.3 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=3.0I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31T300830A 0,85 0,0928 0,1299 0,2 0,1 1,0T301730A 1,69 0,2707 0,0948 0,2 0,1 1,0T301730B 1,69 0,2373 0,0831 0,1 2,0 -T302830A 2,82 0,9276 0,1166 0,6 0,3 3,0T303430A 3,38 1,1131 0,0974 0,6 0,3 3,0T304230A 4,23 1,6500 0,0922 0,6 0,0 3,0T300830C 0,85 0,0821 0,1136 1,0 0,1 0,2T301730C 1,69 0,3681 0,1289 2,0 0,1 0,2T302830C 2,82 0,8214 0,1033 3,0 0,3 0,6T303430C 3,38 0,9857 0,0863 3,0 0,3 0,6T304230C 4,23 1,5926 0,0890 4,0 0,3 0,6Tabela 52Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 750 mm <strong>de</strong> comprimento e250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T300830A 0,85 0,894 0,9426 0,271 0,288 m=3T301730A 1,69 0,995 0,4219 0,084 0,128 m=1T301730B 1,69 1,094 0,6018 0,018 0,030 m=2T302830A 2,82 0,5331,5380,35250,2744-0,027-0,026-0,077-0,095m=3m=1T303430A 3,38 0,5111,6060,32220,2487-0,039-0,037-0,121-0,149m=3m=1T304230A 4,23 0,693 0,4069 -0,091 -0,224 m=3 1/4 placa1,519 0,2185 -0,049 -0,224 m=1T300830C 0,85 0,915 0,7669 0,224 0,292 m=1T301730C 1,69 1,026 0,4163 -0,050 -0,120 m=1T302830C 2,82 2,053 0,2611 -0,095 -0,364 m=1T303430C 3,38 2,540 0,2407 -0,129 -0,536 m=1T304230C 4,23 2,505 0,2168 -0,143 -0,660 m=1Tabela 53Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicular associada àsrestrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.389


Anexo BB.4 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=4.0I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31 a41T400820A 0,85 0,0807 0,1130 1,0 0,1 0,1 0,1T401720A 1,69 0,2795 0,0979 1,5 0,15 0,15 0,15T402820A 2,82 0,6212 0,0781 2,0 0,2 0,2 0,2T403420A 3,38 0,9286 0,0813 2,5 0,25 0,25 0,25T404220A 4,23 1,3977 0,0781 3,0 0,3 0,3 0,3T401720B 1,69 0,3308 0,1158 0,15 0,15 0,15 1,5T402820B 2,82 0,7351 0,0924 0,2 0,2 0,2 2,0T403420B 3,38 1,1026 0,0965 0,25 0,25 0,25 2,5T404220B 4,23 1,6539 0,0924 0,3 0,3 0,3 3,0Tabela 54Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 1000 mm <strong>de</strong> comprimento e250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T400820A 0,85 0,8762 0,7376 0,222 0,301 m=1T401720A 1,69 1,064 0,3583 0,051 0,142 m=1T402820A 2,82 1,557 0,2186 -0,048 -0,220 m=1T403420A 3,38 1,618 0,1907 -0,080 -0,420 m=1T404220A 4,23 1,545 0,1648 -0,077 -0,467 m=1T401720B 1,69 0,8431,5600,47610,35630,0940,0610,1970,171m=4+1m=1T402820B 2,82 1,2671,5100,35680,2448-0,0460,037-0,1290,151m=4+1m=1T403420B 3,38 1,361 0,3232 0,064 0,198 m=4T404220B 4,23 0,63261,29940,36320,2859-0,073-0,078-0,201-0,273m=4m=4+1Tabela 55Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicular associada àsrestrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.390


Anexo BB.5 Razão <strong>de</strong> Dimensões α=5.0I<strong>de</strong>ntif. β w m /t w m /(tβ 2 ) a 11 a 21 a 31 a41 a51T500820A 0,85 0,0871 0,1219 1,0 0,1 0,1 0,1 0,1T501720A 1,69 0,3000 0,1050 1,5 0,15 0,15 0,15 0,15T502820A 2,82 0,6667 0,0838 2,0 0,2 0,2 0,2 0,2T503420A 3,38 1,0000 0,0875 2,5 0,25 0,25 0,25 0,25T504220A 4,23 1,5000 0,0838 3,0 0,3 0,3 0,3 0,3T501720B 1,69 0,3676 0,1287 0,15 0,15 0,15 0,15 1,5T502820B 2,82 0,8168 0,1027 0,2 0,2 0,2 0,2 2,0T503420B 3,38 1,2252 0,1072 0,25 0,25 0,25 0,25 2,5T504220B 4,23 1,8985 0,1061 0,3 0,3 0,3 0,3 3,0Tabela 56Níveis <strong>de</strong> imperfeições iniciais utilizados numa placa <strong>de</strong> 1250 mm <strong>de</strong> comprimento e250 mm <strong>de</strong> largura.I<strong>de</strong>ntif. β ε u φ uy φ ux φ ux /φ uy Colapso Obs.T500820A 0,85 0,818 0,7184 0,217 0,302 m=1T501720A 1,69 1,027 0,3298 0,056 0,170 m=1T502820A 2,82 1,502 0,1942 -0,027 -0,139 m=1T503420A 3,38 1,570 0,1655 -0,044 -0,266 m=1T504220A 4,23 1,515 0,1415 -0,054 -0,382 m=1T501720B 1,69 0,466 0,3933 0,080 0,203 m=5 1/2 placa0,892 0,3480 0,075 0,216 m=1T502820B 2,82 0,394 0,2862 -0,092 -0,321 m=5 1/2 placa1,374 0,4171 -0,005 -0,012 m=1+2*5T503420B 3,38 0,5961,3101,7610,38640,37800,1781-0,055-0,105+0,034-0,142-0,278+0,191m=5m=1+2*5m=11/2 placaT504220B 4,23 0,7371,1391,5390,43740,31620,1561-0,100-0,093+0,016-0,229-0,294+0,102m=5m=1+2*5m=11/2 placaTabela 57Resistência transversal <strong>de</strong> placas rectangulares com vários níveis <strong>de</strong> imperfeiçõesiniciais e diferentes espessuras. Indicação da tensão perpendicular associada àsrestrições nos topos e modo <strong>de</strong> colapso.391


Anexo CAnexo CEnsaios <strong>de</strong> Vigas em CaixãoNeste anexo apresentam-se as fotografias tiradas durante os ensaios dasvigas caixão e também alguns resultados adicionais em forma gráfica do ensaio domo<strong>de</strong>lo M3-200.Comum a todos é o sistema <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento cujo esquemase apresenta na Figura 226 on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> observar os principais componentes <strong>de</strong>controle e sua posição.motor eléctricoporticocilindro hidráulicotransdutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentoscélula <strong>de</strong> cargaviga <strong>de</strong> distribuiçãopontos <strong>de</strong> transmissãomo<strong>de</strong>loFigura 226 Sistema <strong>de</strong> carga e controle393


Anexo CC.1 Mo<strong>de</strong>lo M4-200C.1.1 Instalação e instrumentaçãoFigura 227 Instalação e sistema <strong>de</strong> controlo.394


Anexo CFigura 228 Vista da disposição dos extensómetros no topo e costado.395


Anexo CFigura 229 Disposição dos extensómetros no fundo e dos <strong>de</strong>flectómetros. Vista do sistema <strong>de</strong>leitura <strong>de</strong> curvatura.396


Anexo CFigura 230 Vistas do painel em compressão a meio do carregamento <strong>de</strong> lados opostos. Não se<strong>de</strong>tectam <strong>de</strong>formações significativas.397


Anexo CFigura 231 Início do colapso. Aumento das <strong>de</strong>formações na superfície da placa.398


Anexo CFigura 232 Falha da soldadura do esquadro na fase <strong>de</strong> colapso.C.1.2 Fase <strong>de</strong> pós colapsoFigura 233 Deformada residual do painel em compressão após o colapso da estrutura. Falha daplaca muito localizada acompanhada por <strong>de</strong>formações importantes na barra dosreforços.399


Anexo CFigura 234 Deformações induzidas nos costados mais acentuadas <strong>de</strong> um dos lados. Importânciado espaçamento dos reforços do costado na limitação do dano.400


Anexo CFigura 235 Pormenores das falhas nas soldaduras do esquadros do painel em tracção <strong>de</strong>vido àsgran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações na fase <strong>de</strong> pós colapso.401


Anexo CFigura 236 Falha na soldadura <strong>de</strong> ligação placa-reforço e pormenor das gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formaçõesverticais permanentes no reforço <strong>de</strong>vido à geometria da falha da placa.Figura 237 Sequência <strong>de</strong> colapso. À esquerda, início. À direita, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formaçõesplásticas.402


Anexo CC.2 Mo<strong>de</strong>lo M3-200C.2.1 Montagem e início <strong>de</strong> colapsoFigura 238 Instrumentação na parte superior e inferior do mo<strong>de</strong>lo.403


Anexo CFigura 239Vistas da <strong>de</strong>formada na fase <strong>de</strong> colapso.404


Anexo CFigura 240 Igual à anterior mas em fase mais adiantada <strong>de</strong> colapso. Curvatura vertical dosreforços mais acentuada.405


Anexo CC.2.2 Fase <strong>de</strong> pós colapsoFigura 241 Vista do conjunto na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontagem.406


Anexo CFigura 242 Vistas <strong>de</strong> topo do estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação finalFigura 243 Localida<strong>de</strong> do colapso e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações permanentes induzidas atéao fundo o qual correspon<strong>de</strong> ao painel em tracção.407


Anexo CFigura 244 Deformada final da placa em compressãoFigura 245 Deformada final dos costados e fundo.Rotação Transversal0,0160,0140,0120,010,0080,0060,0040,0020-0,002-0,0040 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014Curvatura (1/m)Figura 246 Rotação transversal relativa entre as secções extremas do provete M3-200.408


Anexo CCurvatura-MomentoCurvatura (1/m), Rotação (rad)0,0180,0160,0140,0120,010,0080,0060,0040,0020-0,002-0,0040 50 100 150 200 250 300 350 400Momento (KN.m)1/R11/R21/RRotação TransversalFigura 247 Curvatura e rotação transversal em função do momento flector suportado.403020Defleção (mm)100-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45-10-20GFCDBAE-30-40-50Deslocamento Imposto (mm)Figura 248 Leituras no ensaio ao colapso e <strong>de</strong>scarga dos <strong>de</strong>flectómetros instalados no mo<strong>de</strong>lo M3-200.409


Anexo CDistribuição <strong>de</strong> Extensões no Costado20001000-100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45Extensão-2000-3000-4000-50006005084102811400-6000-7000-8000Deslocamento <strong>de</strong> Carga (mm)Figura 249 Leituras nos extensómetros do costado do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase final <strong>de</strong>carregamento, no regime pós colapso e <strong>de</strong>scarregamento posterior.Movimento do Eixo Neutro1,00,90,80,7% do Pontal0,60,50,40,30,20,10,0Carregamento 4mmCarregamento 10mmCarregamento 15mm0 2 4 6 8 10 12 14 16Deslocamento (mm)Figura 250 Posição do eixo neutro da viga em caixão M3-200 durante o pré carregamento erespectivos <strong>de</strong>scarregamentos410


Anexo CDistribuição <strong>de</strong> Extensões no Costado20001000-100000 100 200 300 400 500 600 700Extensão-2000-3000-4000-5000-6000-7000-8000Distancia ao Fundo (mm)Distribuição <strong>de</strong> Extensões no Costado20001000-100000 100 200 300 400 500 600 700Extensão-2000-3000-4000-5000-6000-7000-8000Distancia ao Fundo (mm)Figura 251 Distribuição <strong>de</strong> extensões no costado do mo<strong>de</strong>lo M3-200 na fase final <strong>de</strong> carregamentoe no regime pós colapso até ao <strong>de</strong>slocamento global <strong>de</strong> 40mm, em cima, e na fase <strong>de</strong><strong>de</strong>scarga do <strong>de</strong>slocamento imposto, em baixo.411


Anexo CPainel à Tracção M3-200Extensão (micron)8007006005004003002001000-1000 2 4 6 8 10 12Deslocamento Vertical (mm)T11T10T09T07T06T03T02Figura 252 Distribuição <strong>de</strong> extensões no painel à tracção do mo<strong>de</strong>lo M3-200 em função do<strong>de</strong>slocamento absoluto do <strong>de</strong>flectómetro <strong>de</strong> controlo num dos ciclos iniciais.500Painel à Compressão M3-20000 5 10 15 20 25 30 35 40 45Extensão (microns)-500-1000-1500-2000C00C01C05C09C13-2500-3000Deslocamento Vertical (mm)Figura 253 Medições nos cinco extensómetros no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200localizados a 50mm da baliza até ao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado, 40mm, seguido<strong>de</strong> retirada total do <strong>de</strong>slocamento imposto.412


Anexo CDistribuição <strong>de</strong> Extensões no Convés5000-400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400-500Extensão (microns)-1000-1500-2000-2500-3000Distancia à mediania (mm)Figura 254 Extensões no painel à compressão do mo<strong>de</strong>lo M3-200 medidas a 50mm da baliza atéao <strong>de</strong>slocamento máximo aplicado, 40mm.Distribuição <strong>de</strong> Extensões no Convés40002000Extensão (microns)0-500 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500-2000-4000-6000-8000-10000-12000-14000-16000Distancia à mediania (mm)Figura 255 Recuperação <strong>de</strong> extensões e valores residuais no convés na retirada do <strong>de</strong>slocamentoimposto após o colapso total do caixão M3-200.413


Anexo CC.3 Mo<strong>de</strong>lo M2-200Figura 256 Vista do painel em compressãoFigura 257 Vista do costado e distribuição <strong>de</strong> extensómetros414


Anexo CFigura 258 Deformada <strong>de</strong> colapso vista <strong>de</strong> lados opostos em fase intermédia.415


Anexo CFigura 259 Deformada final residual no painel superior e costado.416


Anexo CFigura 260 Pormenor da falha do reforço após a falha da placa. Importância da soldaduracontínua na resistência pós colapso.Figura 261 Levantamento do painel em compressão em direcção ao reforço, característico da falhada placa.417


Anexo CC.4 Mo<strong>de</strong>lo M3-100Figura 262 Evolução da <strong>de</strong>formada dos painéis superior e lateral com o aumento docarregamento. Em cima nota-se o início <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> da placa e reforço do painellateral. Em baixo já se <strong>de</strong>u o colapso da viga caixão.418


Anexo CFigura 263 Geometria <strong>de</strong> colapso do painel em compressão e sua interacção com o costado (emcima) e <strong>de</strong>formada <strong>de</strong> colapso do costado (em baixo). Notar a natureza local docolapso.419


Anexo CFigura 264 Pormenores da falha do reforço. Não é <strong>de</strong>tectável qualquer tipo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> doselementos <strong>de</strong> placa.420


Anexo CFigura 265 Gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações fora do plano inicial do costado na região <strong>de</strong> falha.421


Anexo DAnexo DEnsaios <strong>de</strong> TracçãoD.1 Ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong> 2mmDocumento 1423


Anexo DDocumento 2424


Anexo DDocumento 3425


Anexo DDocumento 4426


Anexo DD.2 Ensaio <strong>de</strong> tracção dos provetes em chapa <strong>de</strong> 3mmDocumento 5427


Anexo DDocumento 6428


Anexo DDocumento 7429


Anexo DDocumento 8430


Anexo DD.3 Ensaios <strong>de</strong> tracção dos provetes <strong>de</strong> chapa <strong>de</strong> 4mmDocumento 9431


Anexo DDocumento 10432


Anexo DDocumento 11433


Anexo DDocumento 12434


Anexo EAnexo E. Dimensionamento da Estrutura dos EnsaiosE.1 Dimensionamento dos Mor<strong>de</strong>ntesO mo<strong>de</strong>lo M4-200 é o mo<strong>de</strong>lo mais resistente pelo que condiciona o projectoe escolha <strong>de</strong> todos os acessórios e equipamentos. Umas das peças mais afectadapela resistência do mo<strong>de</strong>lo a ensaiar são os mor<strong>de</strong>ntes, ou vigas laterais <strong>de</strong> suportedo mo<strong>de</strong>lo, nas quais vão coexistir simultaneamente valores elevados <strong>de</strong> momentoflector e esforço transverso.Existem três zonas criticas nos mor<strong>de</strong>ntes, Figura 266: os dois extremos e azona <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> geometria a meio.Figura 266 Alçado do mor<strong>de</strong>nte.No extremo mais afastado do caixão, à direita na figura, não existemomento e o esforço transverso é <strong>de</strong> 285KN. A área efectiva mínima da alma é3200mm 2 a que correspon<strong>de</strong> uma tensão corte média <strong>de</strong> 89MPa.No extremo aparafusado, à esquerda na figura, o momento flector é <strong>de</strong>570KNm e o esforço transverso é igual ao anterior. A tensão equivalente máxima435


Anexo Enestas condições é <strong>de</strong> 110MPa na intersecção da alma com o banzo.A meio do mor<strong>de</strong>nte existe uma variação importante <strong>de</strong> área da secção e atensão equivalente máxima nessa secção é <strong>de</strong> 105MPa.E.2 Ligação aparafusadaAo momento máximo <strong>de</strong> 570KNm correspon<strong>de</strong> uma força unitária <strong>de</strong>136KN em cada um dos seis parafusos à tracção, <strong>de</strong>sprezando a existência dosquatro parafusos laterais os quais funcionam como segurança. A força <strong>de</strong>compressão suplementar necessária para compensar a força <strong>de</strong> corte, <strong>de</strong> forma queos parafusos não funcionem ao corte, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezada pois é <strong>de</strong>senvolvidauma força <strong>de</strong> compressão muito elevada na parte superior da junta, estimada em814KN a qual permite suportar uma força <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> 162KN.Os parafusos M20 classe 8.8 suportam 188KN. Nestas condições ocoeficiente <strong>de</strong> segurança da ligação é 1,38, valor este consi<strong>de</strong>rado aceitável. Omomento <strong>de</strong> aperto aplicado é <strong>de</strong> 440Nm.E.3 Dimensionamento da viga <strong>de</strong> transmissãoA viga <strong>de</strong> suporte e transmissão <strong>de</strong> forças tem um comprimento <strong>de</strong>1000mm, distância entre apoios, e <strong>de</strong>ve suportar uma força <strong>de</strong> 620KN, acréscimo<strong>de</strong> 8% relativamente à carga <strong>de</strong> projecto.O momento flector a que está sujeita a viga é M=PL/4=155KNm.Consi<strong>de</strong>rando uma tensão admissível <strong>de</strong> S=155MPa, o módulo resistente mínimo é<strong>de</strong> Z=M/S=1000cm3. Os perfis correspon<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> acordo com o Veiga da Cunha[153] são o INP380 ou o IPE400.E.4 Concentração <strong>de</strong> tensãoO carregamento é quasi-estático e o material dúctil pelo que não faz sentidoconsi<strong>de</strong>rar as concentrações <strong>de</strong> tensões no banzo. De qualquer forma o factor <strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> tensões teórico é k t =2,55 o qual é da mesma gran<strong>de</strong>za do factor <strong>de</strong>436


Anexo Esegurança [154]. A justificação para a não consi<strong>de</strong>ração do factor <strong>de</strong> concentração<strong>de</strong> tensões em carregamentos quasi estáticos baseia-se na transferencia <strong>de</strong>carregamento das zonas mais carregadas on<strong>de</strong> foi atingida a cedência para zonasmenos carregadas sendo restabelecido o equilíbrio. Estas cedências locais nãorepresentam perigo para a estrutura dada a natureza dúctil do material.E.5 Verificação dos ParafusosA fixação da viga utiliza 16 parafusos M20 sujeitos a uma força <strong>de</strong> prétensão<strong>de</strong> 110KN. Cada um dos parafusos tem uma área útil <strong>de</strong> 245mm2 (314mm2<strong>de</strong> área nominal) <strong>de</strong> acordo com [154], don<strong>de</strong> resulta uma área total ao corte <strong>de</strong>4900mm2 para uma tensão proporcional <strong>de</strong> 600MPa. A tensão <strong>de</strong> corte média comos parafusos <strong>de</strong>sapertados é 82,6MPa, tendo-se portanto um coeficiente <strong>de</strong>segurança elevado.Relativamente à flexão na junta, o momento suportado é <strong>de</strong> M=S*A*b,don<strong>de</strong> M=600*6*314*0,700=791KN.m, consi<strong>de</strong>rando unicamente os 12 parafusosextremos. Como o momento máximo aplicado à junta é <strong>de</strong> 570KNm, o coeficiente<strong>de</strong> segurança da ligação aparafusada é superior a 1,39 para o mo<strong>de</strong>lo maisresistente.437

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