L+D 37
Edição 37: Fevereiro/Março -2012
Edição 37: Fevereiro/Março -2012
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R$16,00<br />
l+d<br />
luz + design + arquitetura<br />
ISSN: 1808-8996<br />
BODEGAS PORTIA, CASTILLA Y LEON<br />
LIGHTING BEIRUT ARCHITECTURE<br />
RESTAURANTE MOMOTARO, SÃO PAULO<br />
ALBERTINUM HALL, DRESDEN
foto: C. mafra.<br />
A luz trAnsformA.<br />
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R$16,00<br />
l+d #<strong>37</strong><br />
24<br />
58<br />
l+d<br />
LUZ + DESIGN + ARQUITETURA<br />
Bodegas Portia<br />
Projeto de Iluminação:<br />
Claude Engle<br />
Foto: Thomas Mayer, Neuss<br />
ISSN: 1808-8996<br />
64<br />
BODEGAS PORTIA, CASTILLA Y LEON<br />
LIGHTING BEIRUT ARCHITECTURE<br />
RESTAURANTE MOMOTARO, SÃO PAULO<br />
ALBERTINUM HALL, DRESDEN<br />
72<br />
18<br />
20<br />
48<br />
78<br />
agenda<br />
¿QuÉ Pasa?<br />
PROJETOS<br />
48. Restaurante Momotaro, São Paulo<br />
54. Loja Rockstter, São Paulo<br />
58. Iluminando a Arquitetura de Beirute, Beirute<br />
64. Loja FirmaCasa, São Paulo<br />
68. Albertinum Hall, Dresden<br />
72. Bodegas Portia, Castilla y Leon<br />
PRODUTOS<br />
<strong>L+D</strong><br />
8<br />
80
EDITORIAL<br />
PUBLICADA POR<br />
EDITORES<br />
André Becker<br />
Thiago Gaya<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Rua Catalunha, 350<br />
05329-030 São Paulo SP<br />
A luz pós-industrial<br />
t: 11 2827.0660<br />
ld@portallumiere.com.br<br />
www.portallumiere.com.br<br />
A sociedade pós-industrial é um conceito já não tão novo – cunhado<br />
por Daniel Bell em 1973, não deixa de ser uma simples definição estatística:<br />
o momento onde empregos e valores em serviços e informação<br />
editores<br />
>André Becker<br />
>Thiago Gaya<br />
ultrapassam o peso dos manufaturados em uma economia.<br />
Na prática, esta característica contemporânea encontra grandes ex-<br />
DIRETOR DE ARTE<br />
>Pedro Saito<br />
poentes nos serviços de lighting design.<br />
Um exemplo excelente, em vários níveis, desta afirmação ocorre nas<br />
Bodegas Portia, na Espanha: uma vinícola, algo que hoje é uma instalação<br />
industrial, tem um projeto primoroso do arquiteto Sir Norman Foster<br />
e do lighting designer Claude Engle, buscando não apenas a eficiência<br />
funcional mas também uma inserção destacada no rico cenário do<br />
enoturismo. E o interessante neste caso, em particular, como destaca<br />
Carlos Fortes em seu artigo desta edição, é que a luz proposta para a<br />
função de destaque na prática fez desnecessária a luz proposta para a<br />
função industrial. Os viticultores preferem trabalhar com a iluminação<br />
menos intensa, mas mais emocionante.<br />
Dentro deste mesmo princípio de fomentar atividades terciárias, vemos<br />
uma novidade no aquecido campo da iluminação urbana e de patrimônios<br />
históricos: o projeto da Light Cibles para Beirute se utiliza não<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
>Carlos Fortes<br />
>Fernanda de Almeida<br />
>Keila Bis<br />
>Orlando Marques<br />
REVISÃO<br />
>Deborah Peleias<br />
GERENTE ADMINISTRATIVO<br />
>Richard Schiavo<br />
CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS<br />
>Márcio Silva<br />
PUBLICIDADE<br />
>Lucimara Ricardi (supervisora comercial)<br />
>Paula Ribeiro<br />
>Suely Mascaretti<br />
de focos luminosos jogando luzes em fachadas mas, sim, de projeções<br />
que simulam o efeito de iluminação clássica nas fachadas determinadas.<br />
Um projeto corajoso e polêmico, importante para um debate adequado<br />
desse tema contemporâneo tão importante.<br />
Nesta edição, ainda temos em São Paulo as lojas FirmaCasa e Rockstter<br />
enevoando os limites entre arte e produto, no primeiro caso, e produto<br />
e cenário no segundo; e o restaurante Momotaro com sua leitura de<br />
MARKETING<br />
>Veronica Lourenção<br />
PROJETO EDITORIAL<br />
>Thiago Gaya<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
>Thais Moro<br />
um oriente moderno.<br />
Fechando a proposta de um quadro do potencial transformador do<br />
lighting design para os novos tempos temos a renovação do Albertinum<br />
Hall, em Dresden, na Alemanha, onde todo o primor técnico é utilizado<br />
<strong>L+D</strong><br />
10<br />
com uma discrição, eficiência e bom gosto únicos. Tanto criando um<br />
novo, forte e adequado elemento em um contexto histórico, como<br />
sendo um ator discreto quando mais apropriado.<br />
Boa leitura!<br />
André Becker é arquiteto formado pela FAU/USP, com<br />
premiações IAB e CSN no currículo, entre outras. Antigo<br />
colaborador da publicação, Becker assume agora, juntamente<br />
com Thiago Gaya, a edição da Revista <strong>L+D</strong>.<br />
Retratos: Eduardo Costa / Daniel Mourão<br />
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comercial@portallumiere.com.br<br />
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ASSINATURAS<br />
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agenda<br />
Messe Frankfurt Exhibition GmbH<br />
LIGHT + BUILDING 2012<br />
A maior feira mundial de iluminação e tecnologia predial ocorre em<br />
Frankfurt priorizando, neste ano, a temática da eficiência energética.<br />
O evento bienal tem mais de 2.000 expositores e recebe mais de<br />
180.000 visitantes do mundo inteiro, os quais têm acesso aos últimos<br />
lançamentos nas áreas de iluminação, engenharia elétrica, automação<br />
residencial e de edifícios e programas para a construção civil.<br />
Concomitantemente, ocorre a Luminale, reunindo diversas instalações<br />
que promovem a cultura da iluminação.<br />
Onde: Frankfurt, Alemanha<br />
Quando: 15 a 20 de abril de 2012<br />
info: www.light-building.messefrankfurt.com<br />
<strong>L+D</strong><br />
18<br />
EXPOLUX<br />
A grande feira de iluminação da América do Sul entra em sua 13ª<br />
edição, com 200 expositores nacionais e internacionais e expectativa de<br />
20.000 visitantes durante seus cinco dias.<br />
É a primeira edição que a Expolux ocorre separadamente da Feicon/<br />
Batimat, o que demonstra o crescimento do setor na região.<br />
Onde: São Paulo, Brasil<br />
Quando: 24 a 28 de abril de 2012<br />
info: www.expolux.com.br<br />
LIGHTFAIR 2012<br />
O renomado evento anual desta vez será sediado em Las Vegas.<br />
Organizado pela International Association of Lighting Designers e pela<br />
Illuminating Engineering Society, seu foco continua na apresentação<br />
de produtos com design e tecnologia de ponta, somados aos cursos e<br />
conferências de alto nível.<br />
Onde: Las Vegas, EUA<br />
Quando: 7 a 11 de maio de 2012<br />
Info: www.lightfair.com<br />
GUANGZHOU INTERNATIONAL LIGHTING EXHIBITION<br />
Com mais de 2.500 expositores oriundos de 30 países<br />
no grande complexo de exposições de Guangzhou, os<br />
números da feira são grandiosos.<br />
A maior feira asiática de iluminação espera 100.000<br />
visitantes de mais de 110 países.<br />
Onde: Guangzhou, China<br />
Quando: 9 a 12 de junho de 2012<br />
info: www.messefrankfurt.com.hk<br />
Messe Frankfurt Exhibition HK
¿QuÉ Pasa?<br />
Divulgação<br />
Máximo Silêncio em Paris<br />
Criada pelo artista italiano Giancarlo Neri com o nome de “Massimo<br />
Silenzio”, para o Circo Massimo de Roma, em 2007, com passagens<br />
por Madri, em 2008, e Dubai, em 2009, a instalação “Máximo Silêncio<br />
em Paris” esteve entre 27 de janeiro e 5 de fevereiro no Rio de Janeiro.<br />
A Praça Paris, no bairro da Glória, recebeu 9 mil globos luminosos que<br />
mudam de cor. Mas nada de controles sofisticados coreografando as 9<br />
mil luzes: um dos pontos interessantes na proposta é sua simplicidade.<br />
“Não há nada computadorizado. Uso materiais simples, próximos ao<br />
kitsch, como esses globos chineses de jardim”, informa Neri. De modo<br />
que os globos acendiam em ciclos de cores – azul, vermelho, amarelo<br />
e verde, mas depois de alguns minutos perdiam sua sincronia, criando<br />
um panorama multicolorido quase orgânico, com pulsações diferentes,<br />
antes do processo se reiniciar.<br />
<strong>L+D</strong><br />
20<br />
Vicente de Mello
¿QuÉ Pasa?<br />
Les Sables D’Olonne<br />
Incentivar o uso de um espaço público por pedestres em detrimento<br />
dos carros foi a premissa invejável definida pelo Conselho da cidade<br />
francesa Les Sables D’Olonne, que permitiu a Roger Narboni e a equipe<br />
do Concepto desenvolverem soluções muito ricas para a faixa de pouco<br />
mais de 1km à beira-mar.<br />
A faixa de rodagem foi reduzida, e um calçadão delicioso foi criado,<br />
com lounges, jardins, pergolados e largura suficiente para circulação<br />
adequada sem interferir na série de pequenas praças.<br />
O que seria seu elemento formal mais marcante são os postes com<br />
14m de altura, que remetem a mastros náuticos com metal, madeira<br />
e tirantes. Estes postes têm, além de projetores elegantes gerando a<br />
iluminação no piso, um arremate com LEDs azuis intensos que marcam<br />
a curvatura da praia.<br />
Mas falar em um elemento marcante seria reduzir a diversidade da<br />
intervenção: ela é rica em detalhes, como as iluminações embutidas quentes<br />
e acolhedoras nos pequenos ambientes do calçadão que coexistem com<br />
outros pontos onde intensos LEDs azuis marcam espaços mais agitados,<br />
como escadas e cafés, gerando um rico e diverso espaço urbano que<br />
prioriza os pedestres.<br />
<strong>L+D</strong><br />
22<br />
Concepto
¿QuÉ Pasa?<br />
Topografia Artificial<br />
Os contêineres têm sido objeto recorrente na pesquisa arquitetônica<br />
e artística recente. Tanto na escala unifamiliar quanto em agrupamentos<br />
articulados, formando edifícios mais complexos, vemos diversos projetos<br />
sendo desenvolvidos a partir do aproveitamento e reforma de contêineres.<br />
E dentro desta pesquisa contemporânea, o Fujiki Studio conseguiu<br />
trazer algo de novo. Na Bienal de Kobe, no Japão, o arquiteto Ryumei<br />
Fujiki e sua equipe criaram um espaço original e inusitado: uma caverna<br />
curvilínea, suave e acolhedora, dentro de um contêiner.<br />
Metal e plástico, os materiais mais artificiais da construção civil, criam<br />
uma natureza muito peculiar. A partir de mais de mil folhas de plástico<br />
macio, com espessura de 10mm laminadas, criou-se a rica geometria<br />
de “Artificial Topography”. Um jogo instigante entre o aconchego e a<br />
estranheza, o conforto e o desconforto, o sintético e o natural.<br />
Um item imprescindível para se chegar a uma atmosfera adequada<br />
foi o cuidado na iluminação: nas palavras de Ryumei, “os pontos de luz<br />
foram reduzidos ao mínimo, para não ficarem conspícuos, e têm um<br />
brilho moderado, que permite às pessoas relaxarem”.<br />
As luminárias são em LED, do tipo spot, evitando altas temperaturas,<br />
que pudessem danificar o plástico. E para um único dos pontos de<br />
iluminação foi criado um nicho profundo, remetendo ao efeito de uma<br />
luz entrando por entre as frestas de uma caverna.<br />
A instalação ganhou o Grand Prize of Art in Container International<br />
Competition, na Bienal de Kobe de 2011.<br />
<strong>L+D</strong><br />
24<br />
Masahiro Oshida
led solutions<br />
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investimentos em<br />
tecnologias e processos<br />
para desenvolver<br />
as melhores soluções<br />
em iluminação
¿QuÉ Pasa?<br />
Espaço de Transição<br />
No hemisfério norte, as bétulas são conhecidas por ocuparem clareiras<br />
nas florestas temperadas. Clareiras que também são chamadas de<br />
espaços de transição.<br />
Inspirados nestas características, Amandine Guillard, Albane Guy, Anik<br />
Poirier e o TagTeam Studio desenvolveram a instalação “Forêt Forêt”, em<br />
Montreal, uma das principais intervenções da Light Therapy no Quartier<br />
des Spectacles, série de exposições que ocorreram até 28 de fevereiro.<br />
Nas proximidades da Estação Saint Laurent do metrô, os artistas criaram<br />
uma paisagem artificial inspirada nas bétulas, composta de troncos/<br />
totens de luz ou apenas brancos, pintados com motivos modernos que<br />
remetem a símbolos tribais, criando um rico e interessante ambiente<br />
numa “clareira” urbana.<br />
<strong>L+D</strong><br />
30<br />
Martine Doyon
¿QuÉ Pasa?<br />
Aurolalia Awards<br />
<strong>L+D</strong><br />
34<br />
A premiação Aurolalia Award procura prestigiar as melhores iniciativas em<br />
iluminação urbana sustentável desde 2009, e está em sua terceira edição.<br />
É interessante observar a lista de concorrentes: 15 projetos urbanos<br />
em cidades da Europa e quatro projetos urbanos apenas de fora<br />
da Europa – em Bogotá (Colômbia), Osaka (Japão), Indore (Índia) e<br />
Puebla (México). Os prêmios foram todos para cidades europeias que<br />
investiram em soluções com uso em larga escala de LEDs: em primeiro<br />
lugar, Arraiolos, em Portugal; em segundo, Nivelles, na Bélgica; e em<br />
terceiro, St. Helens, no Reino Unido.<br />
Arraiolos investiu na troca total da iluminação pública caótica, com<br />
diferentes luminárias e lâmpadas de distintos períodos, por luminárias<br />
padronizadas com 36 LEDs cada, reduzindo expressivamente o consumo<br />
e a manutenção do sistema de iluminação da pequena cidade.<br />
Nivelles fez uma intervenção mais pontual, mas de grande beleza:<br />
reconquistou o espaço de sua praça histórica para os pedestres,<br />
restringindo o trânsito de veículos e instalando uma nova iluminação<br />
dotada de sensibilidade e economia, discretamente incorporada ao<br />
espaço público.<br />
Em St. Helens, além da economia da troca de luminárias convencionais<br />
por modelos baseados em LED, a maior luminosidade alcançada na<br />
intervenção urbana visa também deixar as ruas mais seguras e estimular<br />
a atividade econômica deste subúrbio de Liverpool.<br />
Divulgação
¿QuÉ Pasa?<br />
Brasil, Um País Iluminado<br />
O livro da Cia de Minas e Energia é interessante por abordar a temática<br />
da luz nas cidades brasileiras sob o viés do cotidiano e não apenas de<br />
projetos excepcionais. Com fotos em São Paulo, Rio de Janeiro, Campo<br />
Grande, Cuiabá, Salvador, Belém, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Natal,<br />
traça um panorama de cenas noturnas do país.<br />
Fernando Prado<br />
Luminárias<br />
Fernando Prado é responsável por autênticos clássicos contemporâneos<br />
do design de luminárias, premiados nacional e internacionalmente, entre<br />
outros pelos prestigiados Museu da Casa Brasileira e iF Award, em Hannover.<br />
A jornalista, curadora e especialista em design Adélia Borges assina o<br />
livro Fernando Prado Luminárias, o segundo volume da coleção Design<br />
& Processo, da editora C4.<br />
O livro foi lançado em São Paulo em 8 de dezembro, e no Rio de<br />
Janeiro, em 9 de fevereiro.<br />
Nova diretoria da AsBAI<br />
Tomou posse em 1º de janeiro de 2012 a nova diretoria da AsBAI<br />
(Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação), formada pela primeira<br />
vez integralmente por membros que não participaram de sua fundação.<br />
O arquiteto Rafael Leão é o novo presidente da Associação e Cláudia<br />
Torres, a vice. Júnia Azenha assume como Diretora de Relações Culturais<br />
e Nídia Borelli, como Diretora de Relações Sociais. Altimar Cypriano é o<br />
Diretor Administrativo e Financeiro. De acordo com o novo presidente,<br />
“esse é o primeiro passo com uma equipe de jovens profissionais que,<br />
embora com formações diferentes, iniciaram sua atuação no mesmo<br />
período e lidaram com dificuldades similares, criando um time coeso e<br />
com enorme harmonia”.<br />
Mais informações no site www.asbai.org<br />
<strong>L+D</strong><br />
38<br />
Light Cibles Brasil<br />
Divulgação<br />
Fundado em 1983 na França por Louis Clair, e comandada hoje<br />
por Louis e seu filho Emmanuel Clair, a Light Cibles está abrindo seu<br />
escritório em São Paulo.<br />
Ele se soma às unidades operantes em Madri (Espanha), Tianjin (China)<br />
e Singapura, e será comandado pela arquiteta e lighting designer brasileira<br />
Caroline Buhaten, após três anos atuando na unidade de Singapura.<br />
Esta edição de <strong>L+D</strong> traz uma matéria sobre o projeto de iluminação<br />
urbana desenvolvido pelo escritório para Beirute.
¿QuÉ Pasa?<br />
Joia<br />
Um ambiente minimalista e neutro, com piso, bancadas e nichos<br />
de madeira em destaque em meio a paredes e teto de textura macia e<br />
branca. Projeto de Sattler Objektlicht, esta é a impressão que passa a<br />
joalheria Brahmfeld Gudruf em Hamburgo, Alemanha, durante o dia.<br />
Mais especificamente, nos momentos onde não se apresenta como<br />
uma explosão de elegantes cores primárias fortemente saturadas.<br />
Quando colorida, tem-se a grande qualidade de não transformar<br />
o quase lugar-comum da variação de cor possibilitada pelo LED em<br />
algo “kitsch”, obtido pela cuidadosa seleção dos tons utilizados<br />
no ambiente: azul safira, verde-esmeralda, vermelho rubi, todos<br />
remetendo aos produtos expostos. E também por sua utilização<br />
colorida, primordialmente, à noite.<br />
Para conseguir estes efeitos, foram necessários 35.565 LEDs,<br />
cobertos por tela translúcida e com controle RGB.<br />
Durante o dia, a variação de cor se dá entre um branco quente<br />
(2.700K) e um branco frio (8.000K), adaptando-se o ambiente às<br />
variações da luz natural, demonstrando que o decorativo pode ser<br />
ao mesmo tempo eficiente.<br />
<strong>L+D</strong><br />
40<br />
Photographer: Horst Mohring, Copyright: Sattler Objektlicht GmbH
Escala 1: 10<br />
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Rua Verão, 140 | Contagem, www.everlight.com.br MG | Tel. (31) 2566-8963 www.facebook.com/everlight | www.everlight.com.br www.twitter.com/everlight<br />
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REVENDEDORES<br />
NORTE: Belém | Rezende’s Iluminação • Tocantins | Lumilight • Macapá | Espaço Luz - NORDESTE: Fortaleza | Facho de Luz • Salvador | La Luce • Natal | Foccus Iluminação - CENTRO-OESTE:<br />
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Rita • Londrina | Arte e Luz • Maringá | Luval Lustres • Porto Alegre | Di Luce
¿QuÉ Pasa?<br />
Hakuhou-Kan Hall<br />
Renovation<br />
<strong>L+D</strong><br />
46<br />
Um pavilhão de eventos em um jardim japonês com 400 anos de história<br />
nos brinda com uma das mais delicadas, ricas e sutis iluminações em<br />
LED de 2011, desenvolvidas por Masanobu Takeishi, da ICE-Illumination<br />
of City Environment.<br />
A bela e leve estrutura aparente da cobertura, em tubos metálicos em<br />
tom amadeirado, é o elemento dominante do espaço. E a iluminação em<br />
108 módulos de LED com temperatura de cor em 3.000K (um branco<br />
quente) integrados à estrutura metálica realçam suas linhas sem iluminar<br />
em demasia o ambiente. Muito pelo contrário, deixa uma luminosidade<br />
rara, elegante e calma.<br />
À iluminação sutil, se juntam downlights em LED também embutidos,<br />
que se adaptam a uma miríade de usos para o pavilhão, vencedor de<br />
uma Distinção na premiação IES Illumination Award 2011.<br />
Nacása & Partners Inc
projetos<br />
Um oriente moderno e aconchegante: o<br />
volume que intercala traves ortogonais marca a<br />
presença do restaurante na rua. Iluminadas com<br />
fitas LED 9,4W/m em faixas estratégicas, criam<br />
o destaque desejado sem perder o intimismo<br />
SIMPLICIDADE X TECNOLOGIA<br />
Inaugurado no final de 2011, o restaurante Momotaro,<br />
do chef Adriano Kanashiro, em nada se parece com os tradicionais<br />
restaurantes de culinária japonesa espalhados pela capital paulista. O<br />
arquiteto e autor do projeto, Roberto Kubota, buscou inspiração para<br />
recriar a linguagem estética daquele povo, que prioriza a geometria<br />
mais limpa e os volumes assimétricos, e deixou este pensamento<br />
explícito logo na fachada. Contemporânea, ela se apresenta em forma<br />
de uma grande caixa revestida por faixas de madeiras intercaladas<br />
horizontalmente e impede que seu interior se descortine por uma<br />
fácil dedução. “Os ambientes não são caricaturados ou artificiais,<br />
com biombos e luminárias de papel, por exemplo, mas, sim, elegantes<br />
<strong>L+D</strong><br />
48<br />
e descontraídos”, explica Kubota. Isso porque o local tem alma de<br />
isakaya (bar, na língua oriental), onde porções de sushis, sashimis e<br />
outras delícias são servidas para acompanhar a variedade de saquês<br />
No salão principal e também no andar de cima – que ainda não<br />
está pronto, mas será usado por Adriano para atender a pequenos<br />
<strong>L+D</strong><br />
49<br />
– são mais de 40 rótulos.<br />
grupos – spots foram instalados no forro com lâmpadas halógenas AR<br />
A mesma sutileza e descontração usadas na arquitetura e na decoração<br />
70, 50W, 24°, dimerizadas em 80%, minimizando o calor emitido e<br />
– enaltecidas com madeira, pedra e cores sóbrias, mas também pelo<br />
o consumo de energia. “Além de terem uma luz mais intimista, estão<br />
verde estampado em algumas paredes, reverenciando o paisagismo e o<br />
direcionados para os centros das mesas, não ofuscando os clientes”,<br />
chá oriental – pautou e norteou o primeiro encontro de Adriano com a<br />
explica Ana. Do salão é possível avistar o jardim vertical, criado pelo<br />
lighting designer Ana Spina. “Ele pediu um restaurante aconchegante,<br />
paisagista Gilberto Elkis, em uma parede de pedra-ferro no estreito<br />
não muito claro e, acima de tudo, um teto que não chamasse atenção.<br />
corredor lateral. A fim de parecer maior, é iluminado de maneira frontal<br />
O conforto visual do cliente é prioridade.”<br />
com spots para lâmpadas halógenas PAR 20, de 50W, que se encontram
acima das janelas da parede oposta, longe da visão dos clientes. “Elas<br />
80 W/m, também ligada ao sistema de dimerização Lutron. “É um tipo<br />
<strong>L+D</strong><br />
50<br />
estão ligadas ao sistema de automação Lutron, que permite variar a<br />
intensidade da luz”, pondera Ana. Já o painel de origami com lindas<br />
carpas – projetado pela arquiteta Tânia Nakahara – tem fita de LED<br />
de luz relaxante, parecida com a luz de velas”, avalia Ana.<br />
No bar, próximo à entrada, com banquetas para os clientes conferirem<br />
o preparo das bebidas, a fita de LED foi colocada atrás das prateleiras<br />
<strong>L+D</strong><br />
51<br />
9,4W/m, 3.000K, colocada na tabica do gesso. O que se vê é um<br />
das garrafas – ela não esquenta as bebidas – e logo abaixo do balcão,<br />
Os jardins e as referências à natureza<br />
interessante jogo de luz e sombra sobre os peixes.<br />
com a luz jogada para baixo, provocando novamente a sensação de<br />
são destacados pela iluminação<br />
A fita de LED, aliás, foi usada de forma integrada ao mobiliário<br />
que ele salta do chão. “Para conseguirmos um pé direito mais alto,<br />
com diferentes técnicas: spots,<br />
em diversos pontos do Momotaro. Na entrada, que é na verdade<br />
abrimos mão do forro liso até a parede e o interrompemos, formando<br />
uplights e fitas de LED<br />
uma extensão da sala de espera e também uma antessala do bar, ela<br />
uma sanca uplight com lâmpadas fluorescentes T5, 3.000K.”<br />
se esconde atrás do encosto (upligh 2.700K) e embaixo do assento<br />
Mas para a lighting designer, o grande desafio foi iluminar a caixa de<br />
(downlight 2.700K), fazendo com que o banco pareça flutuar. Ali, há<br />
madeira da fachada. Primeiro, para não deixar que a luz clareasse muito<br />
também uma sanca wallwasher no forro, com uma linha de xenon de<br />
o terraço da frente e, segundo, para evidenciar a horizontalidade das
O ambiente intimista é obtido<br />
por iluminações indiretas em fitas<br />
de LED e xenon, além de spots<br />
dimerizados para garantir a<br />
intensidade adequada<br />
madeiras. A saída encontrada contempla o uso de fita LED de 9,4W/m<br />
3.000K em algumas travas e com alturas diferentes. “Para dar ritmo<br />
à luz e levar movimento à fachada”, revela Ana. O terraço, com piso<br />
de deque e teto retrátil, conta ainda com arandelas com lâmpadas<br />
halógenas palito 100W ligadas ao dimmer.<br />
Por outro lado, uma luz geral ambienta o sushi bar, no fundo do<br />
restaurante. Lá, Ana criou uma sanca invertida central com xenon<br />
80W/m que joga luz para todos os lados. E, focados na bancada da<br />
saída dos pratos, spots com dicroicas energy saver 35W, 30º. “Assim,<br />
temos um ambiente claro para a criação das porções e uma luz brilhante<br />
para a conferência de cores e texturas.”<br />
Mas para Ana, o grande diferencial do projeto é o mix harmônico<br />
entre lâmpadas antigas e as novas tecnologias. Se por um lado há o<br />
LED integrado à marcenaria, por outro há as halógenas e as xenons,<br />
que, apesar de consumirem mais energia, estão ligadas ao Lutron. Nele<br />
está gravado a intensidade de luz desejada para cada período do dia,<br />
com grande aproveitamento da luz natural. “Abusamos do LED sem<br />
perder o conforto de um restaurante à luz de velas.” (Por Keila Bis)<br />
<strong>L+D</strong><br />
52<br />
RESTAURANTE MOMOTARO<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Ana Spina /<br />
Colaborador Lumi Maruyama<br />
Arquitetura: Roberto Kubota<br />
Paisagismo: Gilberto Elkis<br />
Fornecedores: Mega Light, Brilia,<br />
Ilumatel, Steluti–Lutron<br />
Fotos: Demian Golovaty<br />
<strong>L+D</strong><br />
53
projetos<br />
Enquanto a iluminação geral é embutida nos<br />
nichos e araras destacando os itens da loja, a<br />
iluminação decorativa em pendentes Diesel<br />
Foscarini é um destaque em si<br />
Estado de<br />
Espírito<br />
“Love, laugh, live.” Ame, sorria, viva. Este é o espírito<br />
proposto pela Rockstter, loja de moda masculina. A ideia do estado<br />
de espírito é levada a sério: poucas lojas se dão ao luxo de dispor<br />
tanta parcela do seu espaço a itens não comerciais, mas decorativos<br />
e simbólicos. O que acaba criando um ambiente diferenciado na<br />
loja do Shopping Pátio Higienópolis, tanto por seu aspecto mais<br />
cenográfico, quanto paradoxalmente por seus tons escuros e sua<br />
discrição em meio a vitrines e vitrines carregadas de luzes e produtos.<br />
No caso da Rockstter, temos uma vitrine mais alongada do que<br />
as vizinhas, mas com menos produtos e mais sugestões de estilo,<br />
dividida em profundos nichos de madeira. Com o letreiro em um<br />
grande nicho acima da entrada, objetos decorativos, objetos de estilo<br />
em nichos menores e produtos à venda de fato em uma proporção<br />
relativamente discreta em outros nichos.<br />
A arquitetura é de Arthur Casas, que assim define o projeto: “Um<br />
ambiente de biblioteca ou dormitório de universidade inglesa. Um espaço<br />
acolhedor, até meio desarrumado, mas comportado e elegante”. E o<br />
projeto de iluminação é assinado pelo Studio Serradura, cujo lighting<br />
designer, Rafael Serradura, reforça o espírito do projeto com a frase:<br />
“O desafio era gerar a mesma identidade visual da marca que inspira<br />
as coleções, por sinal, muito bem representada pela arquitetura e<br />
pelo marketing de produto”.<br />
O espírito de integração e a afinidade entre cliente, arquitetura e<br />
lighting design é imediatamente percebido no espaço. A arquitetura<br />
trabalha a mescla entre produtos, objetos simbólicos e sobriedade<br />
alegre e blasé com nichos, muita madeira e espelhos; a iluminação<br />
está naturalmente integrada a estes elementos da arquitetura.<br />
Ao atravessar a entrada relativamente profunda devido aos nichos<br />
da vitrine, adentra-se em um ambiente com pé-direito duplo, tendo<br />
um balcão à direita, uma abertura para o pátio externo do shopping,<br />
à frente, e uma área com pé-direito simples à esquerda. Além de<br />
pequenos nichos decorativos em toda a volta, há também uma<br />
reentrância no canto, que se assemelha a um grande nicho com uma<br />
escada, que leva aos provadores no mezanino da loja.<br />
<strong>L+D</strong><br />
54<br />
<strong>L+D</strong><br />
55
Objetos de estilo são tão importantes quanto as roupas no<br />
ambiente amadeirado da Rockstter, criando uma atmosfera<br />
intimista e casual mas organizada, com luz e sombra em faixas<br />
e planos distinguindo o espaço<br />
Dois temas espaciais claramente estruturam o espaço: os já citados<br />
nichos e também as linhas contínuas de luz e sombra, destacando<br />
planos específicos e desmontando volumes definidos, criando planos<br />
soltos. Os elementos não se encostam: sempre há um fio de luz ou<br />
sombra entre superfícies distintas, criando um ambiente configurado<br />
por uma série de planos ao invés de uma caixa ocupada.<br />
Devido à espacialidade da loja, percebe-se no lighting design três<br />
elementos básicos que permeiam o ambiente: linhas e planos de luz<br />
embutidos, acompanhando e reforçando a arquitetura e marcenaria<br />
e estruturando o espaço; embutidos pontuais para uma iluminação<br />
de destaque; e pendentes decorativos no balcão.<br />
Sobre o primeiro destes elementos, Serradura afirma que “um dos<br />
pontos principais do projeto era a iluminação ser gerada pelos elementos<br />
da arquitetura”. Para esta iluminação incorporada ao mobiliário foram<br />
utilizadas lâmpadas fluorescentes T5, 28W (suficientes para gerar<br />
a quantidade de lux adequada indiretamente) e telas translúcidas<br />
iluminando as araras. Para a iluminação de destaque, no pé-direito<br />
duplo foram utilizadas luminárias triplas para lâmpadas AR 70, 50W,<br />
com fachos variando entre 8º e 24º.<br />
E, completando o preciso diálogo entre a proposta da marca, a<br />
arquitetura e a luminotécnica, existe acima do balcão uma série de<br />
pendentes Diesel, fabricados pela Foscarini, iluminando o balcão<br />
e dialogando diretamente com os objetos de estilo e design que<br />
habitam toda a loja. Desta forma, a iluminação, a arquitetura e o<br />
conceito estão especialmente coesos, reforçando mutuamente seus<br />
princípios. (Por André Becker)<br />
<strong>L+D</strong><br />
56<br />
<strong>L+D</strong><br />
57<br />
Loja Rockstter<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Rafael Serradura / Studio Serradura<br />
Arquitetura de Interiores: Arthur Casas<br />
Fornecedores: Parislux (técnicas), Tensoflex (telas translúcidas),<br />
Osram, Philipps (lâmpadas, reatores), Foscarini (pendentes)<br />
Fotos: Davi Martins
projetos<br />
No edifício do “souq” do centro histórico de<br />
Beirute, à esquerda na foto, é possível ver as<br />
projeções das sombras das copas das árvores. No<br />
centro, o Edifício Sehnaoui e, à direita, Edifício<br />
Hakimi. No final da rua de pedestre, o minarete<br />
da mesquita Al Majidiya<br />
projeções de Beirute<br />
<strong>L+D</strong><br />
58<br />
Gérard Harlay<br />
Light Cibles, escritório de iluminação fundado em 1983<br />
por Louis Clair em Paris, um dos precursores do ofício de iluminação<br />
arquitetônica na França, que atualmente conta com escritórios na<br />
Espanha, China, Singapura, Malásia e, mais recentemente, em São<br />
Paulo, finalizou em junho de 2011 a primeira parte do projeto intitulado<br />
“Lighting Beirut Architecture”, ou “Iluminando a Arquitetura de Beirute”,<br />
no Líbano. Este projeto incorpora em seu escopo mais de 30 edifícios,<br />
cujas fachadas foram iluminadas pela técnica de projeção de imagens<br />
em alta definição.<br />
“Iluminando a Arquitetura de Beirute”, assim como todo o plano<br />
diretor do centro histórico e áreas beira-mar adjacentes, faz parte da<br />
iniciativa contínua da companhia libanesa Solidere para o desenvolvimento<br />
do ambiente urbano do centro da cidade por meio da reconstrução,<br />
restauro, modernização e requalificação das áreas devastadas pela<br />
guerra civil entre 1975 e 1990. Com essa iniciativa, Solidere viabilizou<br />
o que ficou conhecido como o primeiro projeto a utilizar o conceito<br />
de projeção de imagens permanentes em grandes áreas urbanas.<br />
O projeto de iluminação teve início em meados de 2004. No entanto,<br />
ainda no começo da fase de elaboração do conceito de iluminação e<br />
dos primeiros testes de projeções de imagens, nesta época ainda em<br />
vídeo, o projeto teve de ser interrompido devido ao assassinato do<br />
Primeiro Ministro Libanês e principal acionista do grupo Solidere, Rafic<br />
Hariri, em fevereiro do ano seguinte.<br />
Em 2007, o Light Cibles foi convidado para desenvolver um novo<br />
projeto de iluminação para o passeio público das áreas comerciais (ou<br />
“souq”, em idioma árabe), do centro histórico de Beirute. Este projeto<br />
foi concluído dois anos depois de iniciado, já com um convite para<br />
retomar o projeto de iluminação das fachadas dos edifícios históricos<br />
com projeções de imagens, interrompido em 2005.<br />
Foi assim que Louis Clair e o arquiteto e lighting designer Emmanuel<br />
Clair, seu filho, iniciaram o desenvolvimento do conceito da imagem<br />
noturna do centro histórico de Beirute, mais especificamente na rota<br />
que liga os sítios arqueológicos aos edifícios históricos, percurso também<br />
conhecido como “Heritage Trail”, ou “Trilha Histórica”.<br />
“A ideia de trabalhar com projeções de imagens como iluminação<br />
arquitetônica estava há muito tempo na cabeça do meu pai”, explica<br />
Emmanuel por telefone de seu escritório em Singapura. “Ele sempre<br />
acreditou no potencial desta técnica como a melhor maneira de ser<br />
criativo sem se restringir às inúmeras limitações construtivas presentes<br />
em projetos desse tipo.”<br />
Os designers destacam que tentaram aplicar essa técnica outras<br />
vezes em projetos dessa natureza. A primeira vez foi ainda em 1999,<br />
<strong>L+D</strong><br />
59
na elaboração do conceito de iluminação das salas tombadas pelo<br />
patrimônio histórico no Mont Saint Michel, o segundo monumento<br />
francês mais visitado na França, localizado na Normandia. “Queríamos<br />
iluminar as salas do Mont Saint Michel e ao mesmo tempo projetar<br />
um cenário nestes ambientes, combinando arquitetura de iluminação<br />
e projeção de imagens”, conta Emmanuel.<br />
Para o projeto em Beirute, Louis e Emmanuel Clair tiveram como<br />
principal conceito estético os efeitos de luz encontrados na iluminação<br />
“tradicional” de fachadas, como a iluminação rasante de paredes, degradês<br />
provenientes de diferentes fontes de luz e conjuntos ópticos, intensidades<br />
luminosas, jogos de luz e sombra, contrastes, ênfase em detalhes e<br />
texturas etc. “Se tivéssemos iluminado a fachada homogeneamente,<br />
jamais entenderíamos seu volume, as propriedades dos materiais de<br />
acabamento, detalhes e relevos”, completa Emmanuel.<br />
“Para estudar esses efeitos de luz com o uso de projeções de imagens,<br />
inicialmente nós tiramos diversas fotos das fachadas dos edifícios e<br />
desenhamos, em preto e branco por cima dessas fotos, os efeitos de luz<br />
e elementos arquitetônicos que queríamos iluminar”, diz Elena Dallai,<br />
uma das integrantes do time de oito lighting designers coordenados<br />
pela lighting designer Marta Coda, envolvidos no projeto. “Uma vez<br />
aprovados, o conceito de cada fachada foi transposto para as máscaras<br />
(ou gobos) instalados nos projetores de alta definição”, destaca.<br />
Emmanuel relata que muita cautela foi tomada para que o resultado<br />
das projeções das imagens não parecesse irreal. “Apesar da liberdade<br />
de criação que a técnica permite, nós queríamos que o resultado<br />
se aproximasse ao máximo dos efeitos tradicionais de iluminação<br />
de fachada, para que as pessoas se perguntassem: ‘onde estão as<br />
luminárias?’. Nós procuramos obter, como resultado, a combinação<br />
ideal entre teatralidade e realidade”, explica.<br />
Outro desafio encontrado pelo time de lighting designers foi a<br />
criação da identidade noturna de cada um dos 30 edifícios históricos.<br />
Elena nos conta que, no início, esses edifícios foram divididos em dois<br />
grupos: o dos edifícios históricos e o dos edifícios modernos.<br />
No grupo dos edifícios históricos, os designers alternaram os detalhes<br />
e elementos arquitetônicos a serem iluminados, uma vez que estão<br />
presentes em muitas das fachadas do projeto. Como critério de seleção<br />
dos elementos, o time os separou por suas características de interesse<br />
estético, histórico e cultural. Nas ruínas da sede do L’Orient le Jour,<br />
jornal em língua francesa destruído pela guerra, por exemplo, os<br />
designers optaram por enfatizar, entre outros, os buracos das balas<br />
da guerra civil. Em outros edifícios, identificaram texturas em colunas<br />
e ornamentos. “Em uma fachada, nós chegamos a recortar pedra por<br />
pedra e decidimos quais seriam iluminadas ou não”, explica Elena Dallai.<br />
Já no grupo dos edifícios modernos, os designers se apropriaram do<br />
uso de luz colorida em duas fachadas localizadas nas áreas dos “souqs”.<br />
Neste caso, a cor da luz estabeleceria uma relação com as cores dos<br />
elementos arquitetônicos e decorativos encontrados nos edifícios. Os<br />
designers nos contam que alguns testes foram feitos para confirmar<br />
a correspondência entre a tonalidade da cor da luz projetada e o da<br />
cor dos elementos na arquitetura.<br />
Na página ao lado, fachada<br />
do Edifício da Prefeitura<br />
da cidade de Beirute<br />
iluminada com projeção de<br />
imagens. À direita, detalhe<br />
da fachada de um edifício<br />
na área dos “souqs”<br />
<strong>L+D</strong><br />
60<br />
<strong>L+D</strong><br />
61
Detalhe da parede medieval e fosso,<br />
também conhecidos por Jardins<br />
Arqueológicos. A iluminação da parede<br />
acentua as pedras da fundação na parte<br />
inferior e, com luz vermelha, revela o<br />
desenho da pedra em ziguezague<br />
Em média, foram utilizados cinco projetores por edifício, e cada<br />
um projeta imagens com aproximadamente 20m de diâmetro com<br />
definição de 1.200 DPI. “Para a iluminação do edifício da Prefeitura,<br />
os projetores foram instalados a 80m de distância do edifício!”, conta<br />
Emmanuel. O equipamento está conectado a um timer astronômico<br />
que liga todos os projetores ao mesmo tempo no lusco-fusco e os<br />
desliga a uma hora da manhã.<br />
Cada projetor utiliza lâmpada de vapor metálico de 1.200W com<br />
base G22, com temperatura de cor de 6.000K e reprodução de cor<br />
em 80% (Ra8). A lâmpada tem vida útil de aproximadamente 3.000<br />
horas e eficácia luminosa de 77 lumens/W.<br />
O consumo médio de energia elétrica desse projeto é de aproximadamente<br />
3W por metro quadrado. Comparativamente, os designers fizeram um<br />
estudo que prova que os mesmos elementos iluminados com iluminação<br />
proveniente de luminárias instaladas na fachada consumiriam em<br />
média 8W por metro quadrado, ou seja, quase três vezes mais do que<br />
a técnica de projeção de imagens. Os designers ainda lembram que,<br />
graças a essa tecnologia, os céus da cidade estão livres de poluição<br />
luminosa, uma vez que a emissão de luz é integralmente direcionada<br />
às fachadas dos edifícios.<br />
Na inauguração do projeto “Iluminando a Arquitetura de Beirute”,<br />
em junho de 2011, os designers cobriram as ruínas da sede do jornal<br />
L’Orient le Jour com telas brancas. Em meio à apresentação do coral<br />
libanês Al Fayhaa, as telas foram caindo, revelando a nova iluminação do<br />
edifício. “O que antes na tela era projeção de imagens bidimensionais<br />
em preto e branco, magicamente o edifício foi revelado com uma luz<br />
que, em contato com as pedras da fachada, se tornava dourada e<br />
tridimensional”, concluem os lighting designers. (Por Orlando Marques)<br />
Em média, foram utilizados dois a<br />
quatro projetores para a iluminação<br />
dos minaretes das mesquitas do projeto.<br />
À esquerda na foto, parte do Edifício<br />
Idriss e, à direita da foto, a fachada da<br />
Mesquita de Al Dabbagha<br />
Outra decisão na elaboração do conceito foi iluminar a porção de<br />
Mamari Frères (MFR), empresa libanesa que oferece serviços em soluções<br />
fachada acima dos 3m do nível da rua. Desta maneira, os transeuntes<br />
em iluminação, foi então contratada para encontrar a solução técnica<br />
não seriam ofuscados pela luz dos projetores e suas sombras não<br />
mais adequada. Juntamente com seu parceiro italiano, o fabricando de<br />
seriam marcadas nas fachadas. “Nós ainda interferimos na distribuição<br />
luminárias Lampo, eles conceberam e desenvolveram um equipamento<br />
<strong>L+D</strong><br />
62<br />
fotométrica das luminárias dos postes de iluminação pública, utilizando<br />
aletas para distribuir a luz somente nos perímetros do passeio público,<br />
evitando, assim, que a luz dos postes interferisse nas imagens projetas”,<br />
que, segundo os designers, foi além das especificações técnicas iniciais.<br />
“Montados individualmente à mão, o projetor é um dos primeiros,<br />
se não o primeiro, a reunir um sistema ótico que prove luminosidade<br />
<strong>L+D</strong><br />
63<br />
explica o lighting designer.<br />
excepcional, definição de imagens com precisão, capacidade em operar<br />
Edifício L’Orient Le Jour na noite da<br />
Iluminando a Arquitetura de Beirute<br />
Para o desenvolvimento e implantação do conceito dos projetores<br />
permanentemente o ano todo em ambientes externos e baixo custo<br />
inauguração do projeto. É possível<br />
Beirute, Líbano<br />
para a projeção de slides monumentais e para o uso em instalações<br />
em manutenção”, nos conta Elena Dallai.<br />
ver na projeção o desenho detalhado<br />
Projeto de Iluminação: Light Cibles / Louis Clair,<br />
permanentes em ambientes exteriores, e, até então inexistentes no<br />
Com todo o cuidado para não serem visíveis no nível da rua, os<br />
dos efeitos de luz e sombra que os<br />
Emmanuel Clair, Marta Coda, Elena Dallai, Martina<br />
mercado, o Light Cibles se associou com o escritório parisiense DIAP,<br />
projetores foram instalados no topo dos edifícios opostos às fachadas<br />
lighting designers do escritório Light<br />
Bordini, Havisha Rathore, Alejandra Gómez-Ulla.<br />
especialistas em projeções com slides em grande escala, entre outras<br />
a serem iluminadas. Outro cuidado que os designers tiveram foi em<br />
Cibles criaram<br />
Consultor Técnico: DIAP / Gerard Harlay<br />
técnicas. O objetivo era desenhar um equipamento que fosse capaz<br />
bloquear a luz dos projetores na área das janelas das fachadas, evitando<br />
Fornecedores: Lampo (projetores), Mamari Frères<br />
de projetar imagens gigantescas com a melhor definição possível.<br />
o ofuscamento nos ambientes internos dos edifícios iluminados.<br />
(instalação), Goboland (gobos e máscaras)
projetos<br />
As árvores do entorno são<br />
destacadas por lâmpadas<br />
multivapores metálicos de<br />
70W e 3.000K, enquanto os<br />
2,5 mil vasos de alumínio<br />
dobrado são iluminados<br />
por lâmpadas multivapores<br />
metálicos de 70W e 830K<br />
Para ver e ser visto<br />
Para atender melhor às particularidades dos objetos<br />
que vende e dos artistas que expõe, a nova FirmaCasa contou com um<br />
geral até o mais localizado, em função do porte e dimensões das<br />
próprias peças”, explica Mingrone. A estrutura em perfilado ganhou<br />
projeto de iluminação prático, inteligente e elegante.<br />
desenho em que as tomadas aparentes foram distribuídas de forma<br />
Quem chega à nova FirmaCasa hoje não reconhece o espaço. A<br />
harmoniosa em relação ao espaço e as possíveis locações de objetos<br />
reforma foi radical, segundo Antonio Carlos Mingrone, lighting designer<br />
– de forma a permitir intercambialidade de posições, com variações,<br />
responsável pelo projeto. Criada em 1993, com seu primeiro projeto<br />
e controle individual por aparelhos.<br />
de Aurélio Martinez Flores e sem grandes mudanças desde então,<br />
O lighting designer conta, também, que a arquitetura invocou um<br />
passou por uma grande reformulação em sua proposta. Inaugurada<br />
caráter mais industrial para instalações, seja na estrutura, nas esquadrias,<br />
em 25 de outubro de 2011, o maior desafio era transformá-la em algo<br />
portas e painéis deslizantes, nos moldes aparentes, e com isso destacou<br />
além de uma loja. O espaço expõe produtos, com apelo para venda,<br />
a infraestrutura de instalação. “Usamos perfilados elétricos, todos<br />
mas a nova FirmaCasa é principalmente um local para divulgação<br />
pintados na cor alumínio, que vão dentro do desenho organizado do<br />
de arte – como habitual no espaço, que há anos prestigia os artistas<br />
forro; associados ao desenho criado pelas vigas, eles compõem um<br />
nacionais mais renomados, como os irmãos Fernando e Humberto<br />
resultado harmonioso”, diz Mingrone.<br />
Campana. Por isso, o próprio ambiente foi pensado para ter um<br />
Outra grande preocupação do projeto foi em função da proposta<br />
<strong>L+D</strong><br />
64<br />
design diferenciado e funcional, com ambientes que possam valorizar<br />
e destacar as características de cada artista exposto.<br />
Nos variados produtos da FirmaCasa há marcas reconhecidas<br />
cenográfica de iluminação. Os recursos não se firmam somente em<br />
tipos de aparelho de iluminação como fontes, mas em recursos que<br />
permitam dimerização. Por isso, Mingrone adotou, na maior parte<br />
<strong>L+D</strong><br />
65<br />
mundialmente, como Zanotta, Cerruti-Baleri, Edra, Corsi e Bernardaud.<br />
dos pontos expositivos, luminárias da Iguzzini, de Renzo Piano. São<br />
O portfólio inclui ainda nomes como Aurélio Martinez Flores, Nada<br />
luminárias do tipo de projetor, para serem instaladas de forma aparente<br />
Se Leva, Jaqueline Terpins, Flavia Alves de Souza e Thomas Eyck, além<br />
e que têm recursos de direcionamento. Também foram utilizadas<br />
do parceiro SuperLimão Studio.<br />
diferentes tipologias de lâmpadas associadas a dimers independentes,<br />
“O projeto nasce com um apelo maior de permitir a flexibilidade<br />
que foram incorporados às mesmas.<br />
das instalações, visando garantir, às diferentes disposições, soluções de<br />
Como fonte de luz básica, foram utilizadas lâmpadas halógenas<br />
iluminação que devem ser dadas para a apresentação de cada produto.<br />
dicroicas, economizadoras de energia, com potência de 35W, aberturas<br />
Por isso, a iluminação sempre tem uma preocupação desde o caráter<br />
de ângulos variados (10º, 24º, 36º e 60º), da marca Ozna.
FirmaCasa<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Mingrone Iluminação, Consultoria e<br />
Projetos<br />
Arquitetura: SuperLimão Studio<br />
Fornecedores: N.boccia, Conelight, Lumini, Onlight, Iguzzini e<br />
Baxton (luminárias) e Homelight (lâmpadas),<br />
Fotos: Maira Acayaba / Escritório<br />
Área externa<br />
Por fazer parte de um entorno tombado da cidade, toda a reformulação<br />
arquitetônica respeitou a área externa da FirmaCasa. Ao adentrar no<br />
espaço, o visitante tem a atenção voltada para as árvores que beiram<br />
A linha industrial e flexível<br />
o caminho da entrada. Para dar mais destaque às árvores, Mingrone<br />
que define a arquitetura e a<br />
utilizou no piso lâmpadas multivapores metálicos (G12, 70W, 3.000K), da<br />
luminotécnica pode ser vista<br />
fabricante N.boccia. “Elas destacam as copas e a intenção é justamente<br />
permeando os ambientes: calhas<br />
chamar a atenção dos transeuntes da via, já que o caminho que se<br />
em grelha aparentes recebem spots<br />
percorre até a entrada da loja passa obrigatoriamente pela vegetação”,<br />
com lâmpadas halógenas dicroicas<br />
conta Mingrone.<br />
e halógenas refletoras<br />
Todas as fachadas da loja – frontal, lateral e ao fundo – foram revestidas<br />
com plantas espada-de-são-jorge, ideia dos Irmãos Campana, em vasos<br />
de alumínio dobrado, criados pelo SuperLimão Studio especialmente<br />
para o projeto. Foram fixados cerca de 2,5 mil vasos, que acomodam<br />
mais de 6 mil mudas. Além do efeito que remete à cultura popular<br />
<strong>L+D</strong><br />
66<br />
No espaço expositivo, predominam as lâmpadas halógenas refletoras,<br />
luminárias. Para conseguir tanto uma iluminação de caráter mais<br />
brasileira, são práticos para a manutenção por serem leves e de fácil<br />
irrigação. Para destacar as plantas, foram usadas lâmpadas alógenas,<br />
de duplo contato (200W, 3.000K), em luminárias Ghidini, com exceção<br />
<strong>L+D</strong><br />
67<br />
AR 111 (com abertura de faixo em 6º e 24º, 35W, 2.900K) e<br />
geral quanto uma iluminação mais localizada, Mingrone optou pelas<br />
da parte frontal, criando uma faixa assimétrica, trazendo uma luz<br />
lâmpadas do tipo PAR 38, halógenas de 30º de ângulo de abertura<br />
lâmpadas fluorescentes tubulares (T5, 28W, 3.000K).<br />
distribuída uniformemente.<br />
(100W, 6.900K). Em ambas, foram utilizadas projetores cênicos nos<br />
“No balcão interno da loja, esculturamente proposto, há todo um<br />
Na fachada frontal o interesse foi outro. “Apesar de usar as mesmas<br />
ambientes onde o pé-direito é mais elevado, com aproximadamente<br />
tratamento de iluminação do gabião – a tela com pedras. Foram<br />
luminárias Ghidini, também de embutir no solo, as lâmpadas são<br />
5m de altura.<br />
utilizadas lâmpadas halógenas dicroicas economizadoras de energia<br />
alógenas de multivapores metálico de duplo contato (70W, 830K) –<br />
Mais ao fundo, na outra área expositiva, o projeto trabalha com desenho<br />
(35W, 3.100K).Por questão de apelo cromático, foram adotados filtros<br />
que efetivam um lançamento de luz que vai produzir um efeito de<br />
de perfilados, onde lâmpadas, também com diferentes possibilidades<br />
de cor (Rosco Cinegel), de tonalidade mais ampla, para dar efeitos<br />
contraluz entre a fachada e o fundo dos vasos, que se antepõem à<br />
de alternância de funcionamento, foram expostas quase nuas, sem<br />
alternativos de luz”, explica Mingrone.<br />
própria fachada”, finaliza Mingrone. (Por Fernanda de Almeida)
projetos<br />
Arca da Arte<br />
Tragédias causando renovação; o tema da Arca de Noé<br />
é lembrado no projeto do Albertinum Hall, em Dresden (Alemanha),<br />
em mais de uma maneira. Construído em 1593 para abrigar um<br />
depósito de armas, em 1887 o edifício foi reformado profundamente<br />
por Carl Adolf Canzler para receber a Coleção de Escultura Moderna<br />
e Antiga do Estado de Dresden, momento em que ganhou sua atual<br />
configuração neorrenascentista.<br />
Ao final da II Guerra Mundial, o museu foi danificado por bombardeios<br />
aliados. Restaurado fielmente em 1953, seu acervo ganhava cada vez<br />
mais peças e projeção. Merecem menção as coleções de pinturas de<br />
Caspar David Friedrich e Gerhard Richter, além da coleção de estátuas<br />
do romantismo ao contemporâneo, com destaque para o acervo de<br />
Auguste Rodin.<br />
Porém, uma nova provação veio em 2002: uma grande inundação<br />
do Rio Elba, e de seus afluentes, causou danos profundos ao museu.<br />
Desta vez não apenas físicos, mas a própria viabilidade na configuração<br />
de então, com o acervo em porões.<br />
Foi lançado, então, um concurso de propostas de renovação, vencido<br />
pelo escritório alemão Staab Architecten com uma proposta radical,<br />
mas sutil e inteligente: respeitando a edificação existente, um novo<br />
elemento construtivo e formal soluciona as questões técnicas do acervo<br />
A solução não deixa de lembrar a intervenção de Paulo Mendes da<br />
detalhes, que dão o tom ao resto das intervenções e ao próprio lighting<br />
<strong>L+D</strong><br />
68<br />
e cria uma nova espacialidade na construção.<br />
O edifício era configurado, como muito usual na época da construção<br />
original, por um volume fechado desenvolvido em torno de um grande<br />
Rocha na Pinacoteca do Estado de São Paulo, vencedora do Prêmio<br />
Mies Van der Rohe em 2000, onde o arquiteto capixaba também<br />
incorporou ao espaço interno do museu os antigos átrios. Mas no caso<br />
design: a grande arca de 75m X 25m ocupa toda a profundidade do<br />
átrio, criando um efetivo teto central, mas não toda a sua largura: as<br />
duas laterais têm uma generosa faixa envidraçada fosca que preserva<br />
<strong>L+D</strong><br />
69<br />
pátio central descoberto, provendo todos ambientes de iluminação e<br />
da Pinacoteca, por serem três átrios de menor tamanho, foi preservada<br />
a relação do átrio com a luz natural e dá o tom do projeto linhas de<br />
ventilação naturais. A proposta do escritório Staab foi criar um grande<br />
totalmente a iluminação zenital e foram criadas novas passarelas,<br />
luz eficientes e belas, respeitosas mas afirmativas.<br />
edifício-ponte metálico cobrindo o átrio central, uma “Arca de Noé”<br />
permitindo novos eixos de circulação.<br />
As necessidades de um museu contemporâneo, os novos parâmetros<br />
com o acervo flutuando acima do edifício, resolvendo as questões<br />
No caso do Albertinum Hall, a intervenção permitiu a criação de um<br />
museológicos e as interferências propostas demandaram soluções<br />
No grande salão histórico Klingersaal, a<br />
técnicas e de segurança do acervo e criando uma nova espacialidade e<br />
grande foyer coberto, essencial para museus modernos e sua grande<br />
igualmente elegantes, precisas e sensíveis do lighting design, desenvolvido<br />
elegante coloração preta, rubi e pistache<br />
articulações entre os diferentes espaços do museu. Criou-se, também, a<br />
demanda de público e flexibilidade expositiva e de circulação.<br />
pelo escritório alemão Lichtvision. Nas palavras do lighting designer<br />
recebe uma iluminação sutil das calhas<br />
diretriz para o novo espírito do museu: arrojado mas simples, afirmativo<br />
Ao se cobrir o antigo pátio e criar este novo espaço interno, a elegância,<br />
Karsten Ehling, “o lighting design exige mais do que apenas uma<br />
com spots Arco, eventualmente com<br />
mas humilde, técnico mas com emoção.<br />
cuidado e sutileza da arquitetura estão presentes em importantes<br />
bela ideia. O conceito deve ser tecnicamente factível; a manutenção<br />
lentes e refletores especiais
No lobby, novo ambiente interno<br />
do museu, vemos o fundo da<br />
grande arca suspensa com suas<br />
faixas laterais de iluminação e seu<br />
forro iluminante, além da faixa<br />
escura com spots para iluminação<br />
de destaque<br />
As diferentes soluções para os<br />
diferentes espaços: as salas de<br />
exposições com luz abundante<br />
do forro; iluminação sutil e de<br />
destaque para as estátuas e objetos;<br />
as flexíveis calhas com spots,<br />
pesentes em todo o projeto<br />
Albertinum Hall<br />
Dresden, Alemanha<br />
Projeto de Iluminação: Lichtvision GmbH<br />
Arquitetura: Carl Adolf Canzler (reforma, 1887) / Staab<br />
Architecten (reforma 2004-2010)<br />
Fornecedor: Zumtobel<br />
é um aspecto importante. Para museus em particular, aspectos de<br />
Em ambientes especiais, como o Klingersaal, salão histórico tombado<br />
conservação devem ser levados tanto em conta quanto a quantidade<br />
com grande pé-direito e elegante coloração preta, rubi e pistache, em<br />
de luz aceitável para uma pintura antiga, por exemplo”.<br />
alguns dos spots são utilizados elementos atachados, que criam um<br />
No novo átrio coberto, a colaboração e sinergia entre a arquitetura e o<br />
efeito wallwasher, com lentes e refletores especiais, demonstrando<br />
lighting design ficam claros: o arquiteto Volker Staab coloca que “na face<br />
a flexibilidade das calhas com spots. Também são utilizadas lâminas<br />
inferior do acervo suspenso, colocamos um forro semitransparente que<br />
antiofuscamento em diversos spots, e em todos os pontos as lâmpadas<br />
cria o efeito de um teto luminoso dimerizado”. Nas laterais translúcidas<br />
halógenas QT 12 utilizadas já incluem filtros IR e UV, permitindo uma<br />
do teto também há fitas de luz Tecton da Zumtobel com sistema<br />
iluminação que atende aos padrões de luminância museológicos e<br />
de controle de iluminação, conectadas a sensores de captação de<br />
também padrões de conservação para as obras de arte.<br />
luz que monitoram a incidência de luz natural. Quando ela não é<br />
Já no segundo pavimento, as salas são bem menores e mais intimistas.<br />
suficiente para fornecer o nível de iluminação adequada, o sistema<br />
A solução para estes ambientes remete à solução do átrio: forros<br />
de gerenciamento aciona a iluminação artificial, mantendo um clima<br />
translúcidos esparramam luz difusa, criando uma sensação de luz<br />
<strong>L+D</strong><br />
70<br />
agradável de iluminação filtrada e misteriosa no átrio.<br />
Completando a iluminação do novo coração “social” do edifício, entre<br />
as faixas laterais de vidro do teto e o miolo em forro semitransparente,<br />
natural, e ampliam os ambientes relativamente pequenos.<br />
Tanto a arquitetura quanto o lighting design conseguiram, juntos,<br />
que suas intervenções atingissem um sutil e raro equilíbrio em museus<br />
<strong>L+D</strong><br />
71<br />
foram colocadas, ainda, duas faixas de spots Arco da Zumtobel,<br />
e projetos contemporâneos: as intervenções criam as atmosferas<br />
permitindo a iluminação de destaque.<br />
desejadas e atendem, com louvor, às necessidades técnicas, sem<br />
Os temas lançados no grande átrio retornam em diferentes momentos<br />
precisar gritar sua presença, criando um ambiente e uma experiência<br />
nas diversas salas de exibição. No primeiro pavimento, a iluminação dos<br />
realmente ricos e colaborativos, estando presentes e afirmativas sem<br />
grandes espaços expositivos é feita, em geral, através de calhas com<br />
timidez, mas com humildade.<br />
até 11 spots Arco direcionáveis, permitindo grande flexibilidade. Estas<br />
Tamanho esmero e inspiração por parte da Lichtvision foi reconhecido<br />
mesmas calhas são utilizadas para luzes LED de emergência, que com<br />
pelo Lux Awards 2011, no qual foi um dos finalistas na categoria<br />
vida útil de 50.000 horas e consumo de 5W são bastante econômicas.<br />
Projeto de Iluminação Arquitetônica do Ano. (Por André Becker)
projetos<br />
A região norte da Espanha concentra importantes<br />
vinícolas que têm se destacado nos últimos anos pela alta qualidade da<br />
arquitetura de suas sedes, com projetos de renomados escritórios do<br />
atual cenário internacional. Dentre eles, o projeto da vinícola Bodegas<br />
Portia, elaborado por Norman Foster e sua equipe, com a colaboração<br />
do lighting designer Claude Engle.<br />
Observamos como a clara compreensão do partido arquitetônico<br />
e, nesse caso especificamente, também da ocupação do edifício, é<br />
importante para o equilíbrio e eficiência da luz. Com uma solução<br />
discreta, que valoriza o edifício e seus espaços internos, Engle nos<br />
mostra que a sintonia entre o arquiteto e o projetista de iluminação é<br />
fundamental na definição do conceito a ser adotado.<br />
O projeto se baseia numa interpretação altamente emocional e<br />
subjetiva, tanto do edifício quanto do processo de produção do vinho.<br />
Primeiro projeto dessa natureza concebido pelo escritório Foster +<br />
Partners, são perceptíveis, em todos os espaços, claras referências à<br />
atividade ali desenvolvida. A madeira dos barris de maturação, por<br />
exemplo, é utilizada como elemento decorativo, revestindo superfícies<br />
que são sutilmente iluminadas e valorizadas pelo delicado trabalho de<br />
Engle. A madeira é ainda muito utilizada como material construtivo,<br />
seja na estrutura das paredes, no revestimento de forros ou em vigas,<br />
opção que contribui para enfatizar a atmosfera austera e dramática do<br />
edifício. A arquitetura contemporânea de Foster dialoga sem conflitos<br />
com a tradição explícita do processo de produção.<br />
Iluminação<br />
emocional<br />
<strong>L+D</strong><br />
72<br />
<strong>L+D</strong><br />
73<br />
Os barris de carvalho são iluminados homogeneamente<br />
a partir de projetores para iluminação<br />
direta, fixados entre as vigas de madeira (ERCO<br />
Gimbal com refletores Spherolit para lâmpadas a<br />
vapor metálico de 20W, 3000K). Junto à parede<br />
externa, vidros vermelhos filtram a luz natural
O projeto de iluminação baseia-se em um tripé elementar para sua<br />
as áreas destinadas ao público – loja, restaurante e sala de degustação.<br />
Os nichos onde estão estocadas as garrafas são iluminados<br />
conceituação: iluminação de destaque, iluminação vertical e divisão<br />
Com generosas aberturas e farta iluminação natural, estes ambientes<br />
a partir de projetores direcionáveis fixados no teto, com<br />
dos sistemas em diferentes zonas. Estes três princípios são os pilares<br />
se abrem em amplos terraços com espelhos d’água, a partir dos quais<br />
rigoroso controle antiofuscamento (ERCO Parscan com<br />
que sustentam o sucesso do projeto.<br />
os visitantes descortinam uma vista panorâmica de Ribera del Duero.<br />
refletores de facho aberto para lâmpadas halógenas de<br />
Dimensionado para garantir os 400 lux exigidos pela legislação local<br />
A ala central recebe basicamente sistemas que proporcionam<br />
100W de baixa voltagem). Iluminação direta sobre as mesas<br />
para o exercício da atividade de vinicultura, foi projetado, para as áreas<br />
iluminação ambiente homogênea e confortável, com rigoroso controle<br />
e amplos planos envidraçados, integrando visualmente a<br />
de produção, um circuito de iluminação industrial com luminárias para<br />
de ofuscamento. As paredes revestidas com fragmentos dos barris de<br />
sala de degustação, o restaurante e a ala de maturação<br />
lâmpadas fluorescentes, além de outros complementares. No entanto,<br />
carvalho são valorizadas, assim como os quadros e obras de arte, que são<br />
a prática mostrou que o sistema complementar de iluminação de<br />
iluminados com wallwashers ERCO Parscan para lâmpadas halógenas.<br />
destaque interpreta tão bem tanto o partido arquitetônico de Foster<br />
Entre as vigas de madeira do teto, downlights proporcionam iluminação<br />
espaços. Uma galeria envidraçada no nível do mezanino permeia a<br />
<strong>L+D</strong><br />
74<br />
+ Partners quanto o processo de produção de vinho, que se mostrou<br />
suficiente para o desempenho das tarefas de produção. Como cita<br />
Engle, os vinicultores dizem que “o vinho está adormecido. Então, a<br />
direta e uniformemente distribuída (halógenas de baixa voltagem de<br />
75W). Em todos os ambientes, os princípios de permeabilidade visual<br />
e transparência são respeitados, garantindo ao visitante a visualização<br />
planta, oferecendo aos visitantes uma vista geral de todas as etapas<br />
do processo.<br />
Na primeira das três alas de produção, destinada à fermentação,<br />
<strong>L+D</strong><br />
75<br />
iluminação deve ser apenas a necessária para a sua produção, tomando<br />
tanto do cenário externo da região como dos barris e equipamentos<br />
Engle elegeu os tanques de aço, sua tubulação e os termômetros<br />
cuidado para não despertá-lo”.<br />
das demais alas.<br />
indicadores de temperatura como elementos icônicos do processo a<br />
O partido arquitetônico se mostra altamente eficiente e engenhoso.<br />
A partir deste núcleo, desenvolvem-se as três outras alas, como<br />
serem enfatizados. Os pilares de concreto também foram destacados,<br />
Concebido em quatro alas, se apropria da topografia original do<br />
pontas de uma estrela, cada uma implantada em uma cota diferente<br />
com iluminação de baixo para cima. Esta ala está implantada na cota<br />
terreno, tomando o cuidado necessário com a implantação de cada<br />
do terreno. Cada ala abriga uma das etapas de produção do vinho:<br />
mais baixa, abaixo do nível do terreno, para facilitar o descarte do<br />
uma das diferentes alas no nível do terreno mais adequado à tarefa nela<br />
fermentação em tanques de aço; maturação em barris de madeira; e,<br />
dióxido de carbono produzido durante a fermentação.<br />
desenvolvida. O núcleo central concentra as atividades de supervisão e<br />
finalmente, engarrafamento e estocagem. O princípio da transparência<br />
Na segunda ala, onde os vinhos, seguindo a tradição, são depositados<br />
controle das três fases de produção. Nesta ala também estão implantadas<br />
é sempre observado, garantindo a permeabilidade visual entre os<br />
em barris de carvalho para maturação, foram combinados dois sistemas de
iluminação – um com tonalidade aparente mais quente para iluminação<br />
dos barris (temperatura de cor de 3.000K) e outro com tonalidade mais<br />
fria (temperatura de cor de 5.000K) para iluminação dos corredores<br />
de circulação entre as áreas de estocagem. Para a iluminação dos<br />
barris, foram utilizados projetores ERCO Gimbal para lâmpadas a vapor<br />
metálico de 20W e refletores com a tecnologia Spherolit. Este sistema<br />
proporciona uma iluminação suave e quente, distribuída uniformemente<br />
sobre os barris e que destaca a textura e coloração da madeira. A<br />
opção por uma iluminação mais fria nas áreas de circulação distingue<br />
claramente as diferentes zonas de atividades<br />
No desnível existente entre a parte inferior das paredes externas –<br />
em concreto – e a parte superior, com estrutura vertical em madeira,<br />
foram instalados vidros vermelhos por onde é filtrada a luz natural que<br />
penetra no edifício, em uma explícita referência à coloração do vinho.<br />
Na terceira e última ala, destinada ao engarrafamento e estocagem,<br />
o destaque está nas imponentes prateleiras, que vão do piso ao teto.<br />
A disposição destas “paredes de garrafas” em forma de nicho cria<br />
um efeito plástico impressionante! A iluminação direta vem do teto,<br />
com projetores direcionáveis fixados entre as vigas de madeira. Os<br />
projetores ERCO Parscan, com refletores de facho aberto e alto controle<br />
antiofuscamento, garantem um sistema flexível de iluminação. Estão<br />
direcionados sempre para os nichos, proporcionando o conforto visual<br />
desejado e um efeito altamente dramático. Nesta ala, foram utilizadas<br />
lâmpadas halógenas de 100W, de baixa voltagem.<br />
Bodegas Portia<br />
Castilla y Leon, Espanha<br />
Lighting Design: Claude Engle<br />
Arquitetura: Foster + Partners<br />
Fornecedores: Erco<br />
Fotografias: Thomas Mayer / Neuss<br />
A partir da ala central, amplos<br />
terraços se abrem com vista<br />
panorâmica sobre a região de Ribera<br />
del Duero e integrando as diferentes<br />
áreas. A visualização externa do<br />
conjunto reforça o princípio da<br />
transparência e permeabilidade<br />
visual – conceito fundamental no<br />
projeto de Foster + Partners<br />
No trabalho de Engle para Bodegas Portia, vemos como uma abordagem<br />
delicada e poética de um projeto não exclui suas qualidades técnicas. O<br />
projeto prima por atender às demandas específicas da atividade, sem<br />
em nenhum momento apresentar soluções burocráticas ou previsíveis.<br />
Ao contrário, o que poderia ser considerado um sistema complementar<br />
de iluminação mostrou-se, por fim, eficaz e suficiente no atendimento<br />
às necessidades dos vinicultores. O sistema atende ao objetivo de<br />
interpretar e traduzir os principais elementos da produção do vinho,<br />
apropriando-se de uma linguagem ao mesmo tempo sutil e dramática.<br />
Atende igualmente ao desejo de introduzir o visitante no conhecimento<br />
do processo de produção a partir de um percurso proposto.<br />
Estas características revelam um sensível entendimento do programa,<br />
reforçado pela sinergia entre os projetos de arquitetura e lighting<br />
design. E não há espaço para aplicação de receitas ou fórmulas já<br />
testadas, uma vez que cada projeto apresenta suas particularidades.<br />
O projeto arquitetônico de Foster + Partners mostra-se perfeitamente<br />
adequado ao programa, e ainda atende à demanda da empresa<br />
em reforçar sua imagem em um mercado altamente competitivo.<br />
Como resultado, temos a garantia de um projeto de qualidade,<br />
único em sua concepção, onde a luz ocupa seu lugar de destaque –<br />
interpretando, valorizando e interagindo com o projeto arquitetônico<br />
–, sem roubar para si o papel de protagonista. Discrição e sutileza, a<br />
partir de soluções quase imperceptíveis em perfeita harmonia com o<br />
conjunto. (Por Carlos Fortes)<br />
<strong>L+D</strong><br />
76<br />
<strong>L+D</strong><br />
77
produtos<br />
PD-60<br />
Lumicenter<br />
Desenvolvida e produzida pela Lumicenter, a<br />
luminária PD-60 utiliza LEDs de 3.000K envoltos<br />
em duas lâminas curvadas de Tauari multilaminado,<br />
estruturada em chapa de alumínio e difusor em<br />
Carmencita<br />
Nemo Cassina<br />
acrílico translúcido.<br />
Vencedora de Menção Honrosa no 25º Prêmio<br />
Design do Museu da Casa Brasileira, tem baixo<br />
consumo e luz difusa.<br />
Plus<br />
Vibia<br />
A Nemo Cassina lançou a divertida luminária<br />
Carmencita no final de 2011. Em vidro opalino branco<br />
ío3d<br />
Occhio<br />
www.lumicenter.com<br />
Um domus artificial.<br />
Esta é a proposta da luminária Plus, da espanhola Vibia.<br />
Com design de X. Claramunt e M. de Mas, suas dimensões generosas (80cm<br />
e com aletas articuláveis disponíveis em madeira,<br />
ou 120cm) somadas a um belo desenho que remete a aberturas zenitais, criam<br />
couro, alumínio pintado ou policarbonato translúcido,<br />
Design e técnica apurada caracterizam a ío3d da Occhio.<br />
uma escala diferente para a iluminação de ambientes: ela consegue ser grande<br />
ela permite três combinações de posição das aletas.<br />
As articulações precisas, suaves e até inesperadas afirmam<br />
e discreta ao mesmo tempo.<br />
Dimerizada e aceitando lâmpadas incandescentes<br />
seu D.N.A. de tecnologia alemã de ponta, design de Axel<br />
Para este efeito ser possível, a luminária vem de fábrica com uma pintura em<br />
ou fluorescentes, a flexibilidade não fica apenas na<br />
Meise e Kristoph Kügler.<br />
laca branca, mas pode ser pintada in loco na mesmo cor do teto, reforçando<br />
articulação das aletas. Design de Hikaru Mori.<br />
O acendimento e o controle de dimerização se dão via<br />
a sensação (mais do que mimetização) de um ou mais domus no ambiente.<br />
um sensor de proximidade. O usuário não precisa tocar na<br />
www.nemo.cassina.it<br />
luminária para regular a luminosidade.<br />
www.vibia.com<br />
Detalhes cambiáveis como os filtros do vidro frontal e os<br />
grips laterais com fixação magnética permitem diferentes<br />
combinações de estilos entre os acabamentos disponíveis.<br />
www.occhio.de<br />
<strong>L+D</strong><br />
78<br />
<strong>L+D</strong><br />
79
produtos<br />
especial: Northen Light Fair 2012, por Orlando Marques<br />
Norwegian Forest<br />
Cathrine Kullberg<br />
A luminária Norwegian Forest, da designer Norueguesa Cathrine<br />
Kullberg, se inspira numa tradição clássica escandinava em usar tiras<br />
finas de bétulas para a iluminação. A luminária interpreta em sua cúpula,<br />
com recortes à laser, o meio de uma floresta de pinhais e seus animais<br />
na Escandinávia. Quando acesa, a luminária emana uma luz acolhedora<br />
e suave. É ainda possível ver um pouco de neve entre os pinheiros,<br />
resultado da luminosidade da parte interna da cúpula feita de madeira<br />
de vidoeiro sueco, criada por um difusor leitoso próximo à fonte de luz.<br />
www.cathrinekullberg.com<br />
Light Tray<br />
Asplund<br />
Mesmo depois do seu lançamento em Milão no ano passado, a<br />
luminária Light Tray dos designers Daniel Rybakken e Andreas Engesvik,<br />
do estúdio sueco Asplund, ainda continuava sendo bastante falada nos<br />
corredores da Nothern Light Fair em fevereiro último. Sua bandeja em<br />
cerâmica branca, com copos de vidros coloridos móveis que cobrem três<br />
lâmpadas incandescentes alógenas, reexamina o desenho tradicional<br />
das luminárias de mesa e propõe uma peça que se mostra nos limites<br />
entre arte e design.<br />
www.asplund.org<br />
BlancoWhite<br />
Santa & Cole<br />
Objetos Luminosos faz parte da série de luminárias<br />
BlancoWhite desenhadas pelo designer espanhol<br />
Antoni Arola e desenvolvidas pelo fabricante espanhol<br />
Santa & Cole em parceria com a empresa coreana<br />
Fawoo. Inicialmente lançadas como luminárias de<br />
mesa e de parede, BlancoWhite explora o que se<br />
chama de “formas essenciais”. Além de iluminar<br />
o topo de escrivaninhas e planos horizontais em<br />
geral, a luminária serve como apoio de objetos<br />
decorativos, entre outros. As luminárias utilizam<br />
como fonte de luz duas tiras de LEDs dimerizáveis,<br />
montadas em duas de suas laterais. A luz é distribuída<br />
homegeneamente através de uma chapa perfurada<br />
de metacrilato, indiretamente.<br />
www.santacole.com<br />
<strong>L+D</strong><br />
80<br />
<strong>L+D</strong><br />
81
PARA SABER MAIS<br />
Ana Spina<br />
T: (11) 3045 4431<br />
www.anaspina.com.br<br />
Claude Engle<br />
T: +301 654 5502<br />
www.crengle.com<br />
Mingrone Iluminação<br />
T: (11) 5052 6062<br />
www.mingroneiluminacao.com.br<br />
LichtVision<br />
T: +49 30 21 28 91 - 0<br />
www.lichtvision.com<br />
Light Cibles Brasil<br />
T: (11) 8199 0999<br />
www.light-cibles.com<br />
Studio Serradura<br />
T: (11) 3881 3900<br />
www.studioserradura.com<br />
PATROCINADORES<br />
Alper<br />
GE Iluminação<br />
Light Design<br />
Omega Light<br />
T: (11) 3265 6701<br />
T: 0800 595 6565 e 4001 6565<br />
T: (81) 3339 1654<br />
T: (11) 5034 1233<br />
www.alper.com.br<br />
www.geiluminacao.com.br<br />
www.lightdesign.com.br<br />
www.omegalight.com.br<br />
página 23<br />
página 25<br />
páginas 12 e 13<br />
página 11<br />
Avant<br />
Iluminar<br />
Lumicenter<br />
Osram<br />
T: (11) 2085 0093<br />
T: (31) 3284 0000<br />
T: (41) 2103 2750<br />
T: 0800 55 7084<br />
www.avantsp.com.br<br />
www.iluminar.com.br<br />
www.lumicenter.com.br<br />
www.osram.com.br<br />
página 39<br />
2ª capa<br />
páginas 14 e 15<br />
página 21<br />
Brilia Advanced Lighting<br />
Inside<br />
Luminárias Projeto<br />
Philips Iluminação<br />
T: (11) 2365 0665<br />
T: (11) 4746 1352<br />
T: (11) 2946 8200<br />
T: (11) 2125 0588<br />
www.brilia.com.br<br />
www.inside.ind.br<br />
www.luminariasprojeto.com.br<br />
www.philips.com.br/lighting<br />
página 31<br />
página 35<br />
página 9<br />
página 9<br />
E:Light<br />
Interpam<br />
Lumini<br />
Steluti<br />
T: (11) 3062.7525<br />
T: (31)3448 1200<br />
T: (11) 34<strong>37</strong> 5555<br />
T: (11) 3079 7339<br />
páginas 6 e 7<br />
www.interpam.com.br<br />
www.lumini.com.br<br />
www.steluti.com.br<br />
<strong>L+D</strong><br />
páginas 16 e 17<br />
páginas 26, 27 e 4ª capa<br />
página 32<br />
82<br />
Erco<br />
Itaim Iluminação<br />
Lutron<br />
Stillux<br />
T: 11 9216-7134<br />
T: (11) 4785 1010<br />
www.lutron.com/latinamerica<br />
T: (11) 4616 7744<br />
www.erco.com<br />
www.itaimiluminacao.com.br<br />
página 33<br />
www.stillux.com.br<br />
páginas 4 e 5<br />
3ª capa<br />
página 45<br />
Ever Light<br />
Light+Building<br />
Mantra<br />
Trancil<br />
T: (31) 2566 8963<br />
www.light-building.<br />
T: (41) 3026 8081<br />
T: 0800 979 9030<br />
www.everlight.com.br<br />
messefrankfurt.com<br />
www.mantraco.org<br />
www.trancil.com.br<br />
páginas 42 e 43<br />
página 41<br />
páginas 28 e 29<br />
página <strong>37</strong>