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INTERNATIONAL LIGHTING MAGAZINE
LUZ E ARTE:
Bienal de Veneza + Punta della Dogana
LUZ, INOVAÇÃO E MEMÓRIA:
Pavilhões em Chicago
LUZ EM DEBATE:
2 0 Fórum Latino-Americano de Iluminação
LIGHT AND ART: THE VENICE BIENNIAL + PUNTA DELLA DOGANA
LIGHT, INNOVATION AND MEMORY: PAVILIONS IN CHICAGO
LIGHT IN DEBATE: 2 ND LATIN-AMERICAN LIGHTING FORUM

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EDITORES | EDITORS
Thiago Gaya
Winnie Bastian
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The Tube - Zilvinas Kempinas
Foto | Photo: Elly Nagaoka
(divulgação| publicity photo)
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¿QuÉ Pasa?
PROJETOS | PROJECTS
34. Roberto Algranti Advogados Associados
38. Pavilhões em comemoração ao Centenário do
Plano Burnham
44. Apartamento residencial
48. Punta della Dogana
perfil | profile
Pascal Chautard
PORTAL OF LIGHT
Bienal de Veneza
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2 o Fórum Latino-Americano
de Iluminação
Produtos | products
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CONSELHO EDITORIAL | EDITORIAL BOARD
Esther Stiller, lighting designer
Dante Della Manna, arquiteto | architect
Fernando Prado, designer

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EDITORIAL
Luz para ver, luz para perceber, luz para emocionar. Nesta
edição de L+D, publicamos reportagens que exploram estas três facetas
da iluminação. A primeira delas, por exemplo, se faz presente em
um escritório carioca de advocacia, cuja concepção luminotécnica foi
pautada pela neutralidade e pela eficiência.
A segunda – da percepção – se manifesta em três projetos. Em
um apartamento paulistano, a luz projetada para o habitar soma-se
àquela pensada para destacar a arte. A valorização das obras artísticas
também é o centro do projeto luminotécnico para o novo museu de
François Pinault em Veneza, a Punta della Dogana. O ato de perceber,
no entanto, não se atém a elementos materiais, e a luz também pode
ser utilizada para incitar a percepção de algo como a história de uma
cidade. É o que acontece nos pavilhões criados por Zaha Hadid e UN
Studio em Chicago, que estimulam a valorização da memória urbana.
Por fim, a luz capaz de nos tocar sensivelmente, de despertar emoções.
Na última Bienal de Arte de Veneza, diversos artistas tiraram partido
do ferramental lumínico como forma de expressão artística, e a coluna
Novidades do Portal of Light dessa edição destaca os principais deles.
Boa leitura!
PUBLICADA POR | PUBLISHED BY
Editora Lumière Ltda.
Matriz no Brasil | Headquaters in Brazil:
Rua Catalunha, 350
05329-030 São Paulo SP
t / f: 55 11 2827.0660
ld@portallumiere.com.br
www.portallumiere.com.br
PUBLISHER
>Thiago Gaya
EDITORES | EDITORS
>Thiago Gaya
>Winnie Bastian
TRADUÇÃO | TRANSLATION
>Michael L. Jordan
>BTS - Business Translation Services
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Light to see by, light to perceive by, light to move one. This
edition of L+D brings together articles that explore these three facets of
lighting. The first of them, for example, is present in a Rio de Janeiro law
firm’s offices, whose lighting design concept was founded on the notions
of neutrality and efficiency.
The second facet — perception — is illustrated in three projects. In an
apartment in the city of São Paulo, the lighting designed for living is incremented
by that conceived to show off works of art. Making the most of
works of art also lies at the heart of the project for the Punta della Dogana,
the François Pinault’s new museum in Venice. The act of perceiving, however,
is not bound to material things only, and light can also be used to evoke the
perception of something such as a city’s history. This is what occurs in the
case of the pavilions designed by Zaha Hadid and UN Studio in Chicago,
which stimulate the recognition of urban memory.
Lastly, the light that can touch our sensibility, awaken our emotions. At
the Venice Biennial of Art, a number of artists made use of lighting as a
form of artistic expression, and the News from the Portal of Light column
in this edition highlights the main features.
REVISÃO | PROOF READING
>Deborah Peleias
ARTE | ART
>Gustavo Cipriano
>Anderson Baldime
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ASSINATURAS | SUBSCRIPTIONS
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¿QuÉ Pasa?
FÊTE DES LUMIÈRES
THE ARC SHOW / ENLIGHTEN EUROPE
Em 2010, a mostra inglesa de lighting design irá incorporar a
conferência Enlighten Europe, promovida pela International Association
of Lighting Designers (IALD), que colocará em discussão a relação da
arquitetura e da luz com a arte (no primeiro dia) e com o design (no
segundo dia). Outro evento que integra a programação é o seminário
técnico promovido pelo Institute of Lighting Engineers (ILE). Na feira
em si, o destaque será a Design Gallery, na qual serão apresentados
lançamentos selecionados de diversos expositores.
In 2010, the English lighting design show will incorporate the Enlighten
Europe conference, promoted by the International Association of
Lighting Designers (IALD), which will discuss architecture’s and light’s
relationship with art (on the first day) and with design (on the second
day). Another event that shall be part of the schedule is the technical
seminar promoted by the Institute of Lighting Engineers (ILE). At the
show, the highlight will be the Design Gallery, in which selected releases
by several exhibiters will be introduced.
Baseado na tradicional celebração do 8 de dezembro, data cuja
origem remonta a 1852, o festival anual é o maior evento público de
iluminação do mundo. Durante quatro noites, instalações luminosas
de diversas naturezas emprestam uma atmosfera mágica aos espaços
públicos da cidade de Lyon.
Based on the traditional celebration of December 8, dating back to
1852, this annual festival is the largest public lighting event in the world.
Several kinds of lighting installations will provide a magical ambiance to
Lyon’s public spaces for four nights
Onde | Where: Lyon, França | Lyon, France
Quando | When: 5 a 8 de dezembro | December 5-8
www.lumieres.lyon.fr
Onde | Where: Earls Court Two, Londres, Inglaterra | Earls
Court Two, London, England
Quando | When: 3 e 4 de fevereiro | February 3-4
www.thearcshow.com
EXPOLUX
Realizada a cada dois anos, a feira está em sua 12ª edição e é
considerada a principal vitrine para o segmento de iluminação no
Brasil. Na edição passada, em 2008, o evento reuniu 125 expositores.
Now in its 12 th edition, the fair is considered the main showcase for the
lighting segment in Brazil. In its latest edition, in 2008, 125 companies
exhibited their products at the event.
LIGHT + BUILDING
Em 2010, o tema central da L+B será “eficiência energética”. Cerca
de 1.500 empresas devem participar da feira, voltada para os setores
de iluminação, engenharia elétrica e automação de edifícios. Quando
o expediente da feira se encerra, tem início a Luminale, evento bienal
que reúne diversas instalações com luz como forma de promover a
cultura da iluminação. Cerca de 100 projetos devem ser expostos em
Frankfurt nesta próxima edição.
In 2010, the core theme at L+B will be “energy efficiency”. Nearly 1500
companies will participate in the fair, which is geared towards the lighting,
electrical engineering and building automation sectors. When the fair ends,
Luminale will begin. This biannual event gathers several installations with
lights as a means to promote lighting culture. Nearly 100 projects will be
exhibited in Frankfurt at the next edition.
Onde | Where: Pavilhões do Anhembi, São Paulo | Anhembi
Pavilions, São Paulo
Quando | When: de 6 a 10 de abril | April 6-10
www.expolux.com.br
Onde | Where: Messe Frankfurt, Frankfurt, Alemanha |
Messe Frankfurt, Frankfurt, Germany
Quando | When: de 11 a 16 de abril | April 11-16
www. light-building.messefrankfurt.com
www.luminapolis.com
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LIGHTFAIR
A 21ª edição da tradicional feira anual de iluminação norte-americana
novamente acontecerá combinada a um extenso programa educativo
de palestras e workshops. Em 2009, o evento teve recorde de público,
com mais de 23.000 participantes, de 73 países.
The 21 st edition of the traditional annual American lighting fair will
once again be held together with an extensive schedule of educational
lectures and workshops. In 2009, the event saw a record public, with
more than 23,000 participants from 73 countries.
Onde | Where: Las Vegas Convention Center, Las Vegas,
Estados Unidos | Las Vegas Convention Center
Quando | When: de 10 a 14 de maio | May 10-14
www.lightfair.com
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¿QuÉ Pasa?
METAMORFOSE LUMINOSA
Até onde a luz pode modificar nossa percepção das coisas? Esta parece
LUMINOUS METAMORPHOSIS To what point can light alter our perception
ser uma das provocações lançadas pelos lighting designers alemães
of things? This appears to be one of the challenges put out by German lighting
Holger Mader, Alexander Stublic e Heike Wiermann com a instalação
designers Holger Mader, Alexander Stublic and Heike Wiermann in their installation
“In an Other Light”, criada para o festival GLOW – Forum of Light in Art
“In an Other Light”, created for the GLOW festival — Forum of Light in Art and
and Architecture, que acontece em Eindhoven, Holanda, de 6 a 15 de
Architecture, taking place in Eindhoven, Holland, from 6th to 15th November.
novembro. Abstratos e geométricos, os motivos mostrados no começo
Abstract and geometrical, the motifs shown at the beginning of the show were
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da projeção foram criados com base na arquitetura do edifício, com o
propósito de mesclar dois espaços tridimensionais: o real e o simulado.
Ao longo da exibição, a projeção se descola da geometria do edifício
created on the basis of the building’s own architecture, with the intention of
blending two kinds of three-dimensional space: the real and the simulated.
In the course of its exhibition, the screening breaks away from the building’s
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e se aproxima da linguagem do grafite; a luz, portanto, deixa de ter um
particular geometry to draw closer to the language of graffiti; the light,
caráter estrutural para assumir o papel de um elemento narrativo. Em
therefore, relinquishes its structural character to assume the role of a narrative
seguida, parece tomar outra direção totalmente diversa, simplesmente
element. Then it seems to take a totally different turn, just lighting the building.
iluminando o edifício; neste ponto, um cowboy virtual surge na fachada
At this point a virtual cowboy suddenly makes his appearance on the façade
e “atira” na cena luminosa, que instantaneamente se faz em pedaços.
and starts “shooting” at the light scene, which immediately shatters.
Na busca pelas diferentes qualidades da luz, os designers exploram
In their search for different qualities of light, the designers explore a number
diferentes possibilidades, do espaço à superfície, da abstração à narrativa,
of different possibilities, from the abstract to the narrative, from simulation to
da simulação à referência. O resultado é, no mínimo, instigante.
reference. The result is, to say the least, provocative.

¿QuÉ Pasa?
PAISAGEM TRANSFORMADA
De 2 a 4 de outubro, cerca de 30 mil pessoas visitaram o Vale de
Loreley, na Alemanha, para assistir à primeira edição do Rheinpartie,
festival internacional de projeções artísticas. Edifícios, monumentos e
ruínas ao longo do Reno serviram de suporte para as projeções de artistas
como os parisienses do Skertzò, que, em sua primeira apresentação
na Alemanha, transformaram as ruínas do castelo Rheinfels (no pé
da página) em um panorama de imagens dinâmicas que contavam a
história desta edificação. Na instalação “Wortschatz Lebenszeichen”
(abaixo), de Detlef Hartung e Georg Trenz, um fluxo de palavras de
diferentes tamanhos e significados, projetadas na montanha de rocha,
acompanhava simbolicamente o correr do rio: todos os níveis e códigos
da língua alemã passavam pelo espectador com a velocidade das águas.
Devido ao sucesso da primeira edição do festival, organizadores
e patrocinadores já falam na realização de uma segunda edição em
outubro de 2010. Mais informações em www.rheinpartie.com
A LANDSCAPE TRANSFORMED From 2 nd to 4 th October, around thirty
thousand people visited the Loreley Valley, in Germany, to attend the first
edition of the Rheinpartie, an international festival of artistic screenings.
Buildings, monuments and ruins along the Rhine became the backdrop
for the projections of artists like the Parisians of Skertzò, who, in their first
appearance in Germany, transformed the Rheinfels castle ruins (bottom)
into a panorama of dynamic images retelling the story of the building. In
the Wortschatz Lebenszeichen installation (below), by Detlef Hartung and
Georg Trenz, a flow of words of different sizes and meanings, projected
onto the rocky mountainside, symbolically accompanied the flow of the
river: all the levels and codes of the German language passed in front of
the onlooker like the torrent of the waters.
Due to the success of the first edition of this festival, the organisers are
already talking of setting up a second edition in October of 2010. More
info at www.rheinpartie.com
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¿QuÉ Pasa?
UM NOVO DIMMER: O AR
Simples e engenhosa. Assim é a luminária Lampad’air, criada pelo
designer francês Aïssa Logerot, em parceria com o franco-americano
Matthew Marino. Formada por uma membrana elástica de polietileno
revestida com placas triangulares de poliuretano, é equipada com uma
bomba elétrica que insufla e retira o ar de seu interior. É justamente a
variação de volume que define a intensidade da luz emitida pela peça,
conforme explica Aïssa Logerot: “ao ser inflada, as múltiplas facetas que
a compõem separam-se, permitindo uma passagem mais intensa da luz”.
Para evitar aquecimento da membrana plástica, a luminária utiliza uma
lâmpada fluorescente compacta (100W). Trata-se, por enquanto, de um
protótipo; Logerot está em busca de empresas interessadas em produzir a
Lampad’air industrialmente. Mais informações em www.aissalogerot.com
A NEW DIMMER: THE AIR Simple and ingenious. This is the Lampad’air
light, created by French designer Aïssa Logerot, in partnership with Franco-
American Matthew Marino. Made up of an elastic polythene membrane covered
with triangular pieces of polyurethane, it is fitted with an electric pump that
inflates and deflates it. It is precisely the variation in its volume that determines
the brightness of the light produced by this piece, as Aïssa Logerot explains.
“When it is inflated, the multiple facets it is composed of are separated,
allowing the light to pass more brightly. So as to avoid overheating of the
plastic membrane, the light uses a compact fluorescent lamp (100W). This is,
for the time being, just a prototype: Logerot is looking for firms interested in
the industrial production of Lampad’air. More info at www.aissalogerot.com
lemca
CONTOS DE LUZ
Foram divulgados, recentemente, os vencedores do primeiro concurso
LIGHT TALES Recently announced were the winners of the first Light Tales
literário Light Tales, promovida pela Fondazione Targetti e pelo Portal
literary competition, held by the Fondazione Targetti [Targetti Foundation] and
of Light. Anunciada na edição 22 de L+D, a competição era aberta a
the Portal of Light. As reported in edition number 22 of L+D, this competition
profissionais e estudantes que atuassem ou não com lighting design,
was open to professionals and students who are working in the field of lighting
e os textos não tinham restrição de gênero ou tamanho: a única
design or other fields, and there were no restrictions as to the type or length of
condição era de que o “personagem principal” fosse a luz.
the texts: the only condition was that light should be the “principal character”
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O conto Albaluna, de Gianna Batistoni (Itália), foi o grande premiado.
O ensaio How I Started to See, de Basar Erdener (Turquia), ficou em
segundo lugar, enquanto o italiano Giorgio Cattano, com Una Luce Sola,
The story Albaluna, by Gianna Batistoni (Italy), was the main prizewinner.
The essay How I Started to See, by Basar Erdener (Turkey), came
in second place, while Italian Giorgio Cattano was placed third with Una
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foi classificado em terceiro lugar. Os jurados outorgaram, ainda, uma
Luce Sola. The judges also awarded an honourable mention to Italian Paolo
menção honrosa ao italiano Paolo Portaluri por seu trabalho L’incontro,
Portaluri for his work L’incontro, a collection of verses together with images
versos seguidos de imagens que complementam o sentido do texto.
complementing the textual significance.
“Vale mencionar que ao menos dez ensaios ficaram entre os finalistas,
“It’s worth mentioning that at least ten essays were selected as finalists,
mostrando a excelente qualidade dos trabalhos inscritos”, declarou
indicating the extremely high quality of the works submitted,” commented
Beatrice Santini, editora do Portal of Light. Os trabalhos vencedores
Beatrice Santini, the Portal of Light’s editor. The award-winning works can
podem ser conhecidos em www.lightingacademy.org (disponíveis em
be found at www.lightingacademy.org (available in English and Italian).
inglês e italiano). Vale a leitura!
They are a well worth reading!

¿QuÉ Pasa?
E se os objetos que nos cercam tivessem mais de uma função? Com
esta pergunta em mente, a designer Gabriella Crohn criou a Document
Light, uma luminária de mesa sem difusor. Na parte superior da peça,
dois aros concêntricos em metal permitem que o usuário prenda papéis
diversos (recibos, contas, bilhetes, cartões-postais...), criando o difusor da
luminária. A peça integra o projeto Substitutes, que reinterpreta a ideia
de armazenagem, desenvolvido como trabalho de conclusão de curso da
faculdade de design industrial do Holon Institute of Technology, em Israel.
“Em minha pesquisa, constatei que, no mundo moderno, as pessoas
guardam muitos objetos que são usados raramente. No restante do tempo,
aqueles objetos ficam apenas ocupando espaço”, conta Gabriella. Respondendo
à questão, a luminária ao mesmo tempo organiza os papéis e utiliza-os
de maneira funcional. A peça utiliza uma lâmpada fluorescente compacta
(10W-20W), assim não há risco dos papéis sofrerem aquecimento.
DUPLA SERVENTIA
DUAL PURPOSE And what if the objects around us had more than one
use? With this question in mind, designer Gabriella Crohn designed the
Document Lamp, a table lamp without a shade. In the upper part of this
item, two concentric metal rings allow the user to attach various different
papers (receipts, bills, notes, post-cards, etc...) to form the lamp-shade.
This piece is part of the Substitutes project, which gives a new meaning to
the notion of storage, as an end-of-course project in the industrial design
faculty at the Holon Institute of Technology, in Israel.
“In the course of my research, I noticed that, in the modern world, people
keep a lot of objects that are rarely used. The rest of the time, these objects just
take up space,” comments Gabriella. As an answer to this problem, the lamp
serves to organise the papers at the same time as making functional use of them.
This item is fitted with a compact fluorescent lamp (10W-20W) so that
there is no danger of overheating the papers.
TRAXON NO BRASIL
Muito em breve, os lighting designers brasileiros terão mais opções para
explorar em seus projetos. A Osram anunciou recentemente que trará ao
Brasil em breve os produtos com LEDs fabricados pela Traxon Technologies,
empresa com a qual firmou uma joint venture em março deste ano.
“A iluminação com os LEDs ganha cada vez mais mercado por inúmeras
razões, sendo a principal delas a eficiência energética”, afirma o gerente de
produtos da Osram do Brasil, Ricardo Benucci. Com esta associação, a Osram
pretende participar ativamente do setor de LEDs, que movimenta anualmente
cerca de 700 milhões de euros em todo o mundo e cuja perspectiva de
crescimento anual varia entre 20% e 30%, segundo a multinacional.
Dentre os produtos oferecidos no Brasil, estão as luminárias da linha
XB RGB, capazes de produzir luzes multicoloridas de alta potência
para uso interno e externo; as placas PXL RGB, que possuem diversas
aplicações, incluindo a reprodução de imagens; e a linha PXL Strip,
ideal para instalação em sancas e outros locais com espaço restrito.
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Mais informações sobre a Traxon e seus produtos podem ser
encontradas no site www.traxontechnologies.com. Para saber como
adquirir a linha Traxon em sua cidade, entre em contato com o
for Osram do Brasil, Ricardo Benucci. With this association, Osram intends
to actively participate in the LED sector, which annually generates about
700 million Euros throughout the world, with annual growth perspectives
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atendimento Osram, telefone 0800 55 70 84.
of 20% to 30%, according to the multinational.
The products offered in Brazil include XB RGB line fixtures, capable of producing
TRAXON IN BRAZIL Very soon, Brazilian lighting designers will have more
high power multicolored lights for indoor and outdoor use; the PXL RGB boards,
options to explore in their projects. Osram recently announced it will soon
which have diverse applications, including the reproduction of images; and the
bring to Brazil the products with LEDs manufactured by Traxon Technologies,
PXL Strip line, ideal for installation in coves and other areas with restricted space.
a company with which it signed a joint venture in March of this year.
More information about Traxon and its products can be found at www.
“Lighting with LEDs is gaining more and more market for countless
traxontechnologies.com. If you want to acquire a Traxon line in your city,
reasons, the main one being energy efficiency,” says the product manager
contact Osram customer service at 0800 55 70 84.

¿QuÉ Pasa?
PARA-LUZ
LUZ, ESPAÇO, TÉCNICA E CULTURA
Que qualidades possui a luz e como estas podem ser obtidas e
implementadas tecnicamente no planejamento arquitetônico? Que
conteúdos podem ser transportados mediante as qualidades da luz?
Recém-lançado pela Erco, o livro Um discurso da luz: entre a cultura
e a técnica trata de identificar os critérios para as qualidades da luz
na arquitetura, buscando assim promover e inspirar a comunicação
entre designers e técnicos, projetistas e proprietários, especialistas e
leigos. Os 21 capítulos estão estruturados em três seções, dedicadas
respectivamente às qualidades da luz propriamente ditas, à relação
entre a luz e o espaço e, finalmente, à dimensão cultural da luz. Cada
capítulo aborda uma dimensão do lighting design, por meio de dois
conceitos opostos e/ou complementares (por exemplo: claro e escuro;
vertical e horizontal; neutro e expressivo), que são esmiuçados por
meio de textos, fotos, desenhos e infográficos.
A publicação possui abordagem ampla, tratando desde aspectos
culturais e históricos, passando por conteúdos didáticos sobre percepção,
lighting design e luminotecnia, até estudos de casos em situações
arquitetônicas virtuais, explicitando os conceitos tratados.
Com 268 páginas, o livro está disponível em inglês, espanhol,
alemão, francês e italiano e tem preço sugerido de 39 euros. Mais
informações em www.erco.com
Natural e artificial, artesanato e alta tecnologia, arte e ciência. O
rompimento das fronteiras entre campos aparentemente opostos é
uma característica do trabalho desenvolvido pelos designers Rachel
Wingfield e Mathias Gmachl, do estúdio londrino Loop.pH.
Um exemplo é o Sonumbra, exposto recentemente na mostra
“In Praise of Shadows”, realizada no Victoria and Albert Museum
durante a semana londrina de design. Trata-se de uma espécie de
árvore composta por uma trama rendada de fios eletroluminescentes
com células fotovoltaicas incorporadas. Durante o dia, funciona como
um abrigo para o sol forte; à noite, emite luz utilizando a energia
armazenada ao longo do dia.
Sonumbra é parte de um trabalho experimental que busca explorar
como fontes alternativas de energia e iluminação de baixo custo podem
ser produzidas para fornecer luz e sombra a comunidades de áreas
remotas. “A convergência do design e da ciência, e fundamentalmente
a sinergia com a natureza, pode servir para tratar alguns dos problemas
sociais e ecológicos mais urgentes da atualidade”, afirmam os designers.
LIGHT-SHIELD The natural and artificial, handicraft and hi-tech, art and
science. The breaching of the boundaries between apparently opposed
fields is characteristic of the work evolved by designers Rachel Wingfield
and Matthias Gmachl from London studio Loop. PH.
One example is Sonumbra, recently exhibited in the “In Praise of Shadows” show,
held at the Victoria and Albert Museum during the London Design Week. This is
a kind of tree made of a lacy network of electro-luminescent wires incorporating
photo-voltaic cells. In the daytime, it functions as a shelter from sunlight; at
night, it emits light, making use of the energy stored up in the course of the day.
Sonumbra is part of an experimental work programme seeking to explore how
alternative energy sources and low-cost lighting can be produced to supply light
and shade to communities in remote areas. “The convergence of design with
science, and, fundamentally, synergy with nature, can help us to deal with some of
the most urgent social and ecological problems of our times,” state the designers.
wall lamps evento
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LIGHT, SPACE, TECHNIQUE AND CULTURE What are light’s qualities
and how can they be obtained and technically implemented in architectural
planning? What content can be transported through light’s qualities?
Recently released by Erco, the book Light Perspectives: between culture
and technology identifies the criteria for qualities of light in architecture,
thus seeking to promote and inspire communication between designers
and technicians, planners and owners, specialists and lay people. The 21
chapters are structured in three sections, respectively dedicated to the
qualities of light themselves, the relationship between light and space, and
finally, the cultural dimension of light. Each chapter addresses a dimension
of lighting design through two opposite and/or complementary concepts
(for example: light and dark; vertical and horizontal, neutral and expressive),
which are examined in detail through texts, photos, drawings and infographs.
The 268 page book is available in English, Spanish, German, French and Italian
with a suggested retail price of 39 Euros. For more information, visit www.erco.com
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¿QuÉ Pasa?
TERAPIA DE CHOQUE?
O debate sobre o consumo consciente de energia ganhou mais um
aliado: trata-se da Blood Lamp, uma luminária que é “alimentada” por
sangue. Ao pesquisar sobre energia química durante seu mestrado na
Design Academy Eindhoven, o designer Mike Thompson descobriu por
acaso o luminol. Utilizada por investigadores policiais para localizar
traços de sangue na cena de um crime, esta substância reage com o
ferro encontrado na hemoglobina, emitindo uma luz azul intensa. “A
reação entre o sangue e o luminol me levou a pensar: e se a energia
viesse mediante um custo para o indivíduo?”, conta Thompson. Assim,
é necessário que o usuário quebre o vidro, corte-se nele e deposite
algumas gotas de seu sangue para que surja a luz.
A premisa por trás da Blood Lamp é simples, explica o designer: “ao
criar uma lâmpada que só pode ser usada uma vez, a ideia é forçar o
usuário a considerar quando a luz será realmente necessária, e com
isso levá-lo a repensar o desperdício de energia”.
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SHOCK THERAPY? The debate over the conscious use of energy has
found itself another ally: this is the Blood Lamp, a light that “feeds” on
blood. While researching chemical energy for his Masters degree at the
Einhoven Design Academy, designer Mike Thompson accidentally came upon
luminol. Used by police investigators to locate traces of blood at a crime
scene, this substance reacts with the iron found in haemoglobin, emitting
an intense blue light. “The reaction between blood and luminol led me to
think. What if energy came at a certain cost to the individual?” recounts
Thompson. Thus, the user has to break the glass, use it to cut himself and
deposit a few drops of blood for the light to appear.
The premise behind the Blood Lamp is simple, explains the designer.
“By creating a lamp that can only be used once, the idea is to force the
user to consider whether the light is really necessary, and so lead him to
think again about wasted energy.”
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projetos | projects
A predominância de luz indireta (rebatida no teto e nas
paredes) proporciona uma atmosfera aconchegante à sala
de reuniões e ao estar | The predominance of indirect
lighting (reflected off the ceilings and walls) furnishes the
conference room and the lounge with a cosy atmosphere
EFICIÊNCIA E BEM-ESTAR
Aliar a funcionalidade da iluminação em um local
de trabalho com a preocupação estética que normalmente se aplica
em ambientes residenciais foi o maior desafio da RBF Arquitetura de
Iluminação no projeto desenvolvido para o escritório Roberto Algranti
EFFICIENCY AND WELL-BEING Combining the functionality of a work-place’s
Advogados Associados. “A sofisticação no projeto de arquitetura e
lighting with the aesthetic concern that normally applies in a home environment
design de interiores precisava encontrar um correspondente na ilumi-
was the greatest challenge faced by the firm, RBF Arquitetura de Iluminação in the
nação. A solução foi buscar luminárias esteticamente interessantes e
project drawn up for the legal offices of Roberto Algranti Advogados Associados.
que tivessem a eficiência necessária para um ambiente corporativo”,
“The sophistication of the architectural and interior design projects needed to
resume a lighting designer Giani Faccini, responsável pelo projeto.
be matched by the lighting. The answer was to seek out light fittings that were
A análise do espaço revelou que os diferentes ambientes do escri-
aesthetically interesting, whilst also being efficient enough for a corporate envi-
tório não poderiam ser tratados da mesma maneira. Nas áreas onde
ronment,” summarises lighting designer Giani Faccini, responsible for this project.
a equipe se concentra essencialmente para produção, com intensa
Analysis of the space showed that the various different environments of
utilização de computadores e leitura de livros e documentos, foram
the offices could not all be treated in the same way. In the areas where the
utilizadas luminárias embutidas com alto rendimento e rigoroso sistema
team is concentrated essentially for productive activities, with intensive use
antiofuscamento, equipadas com lâmpadas fluorescentes tubulares e
of computers and reading of books and documents, built-in lights, having a
fluorescentes compactas, sempre em 3.000K e 2.700K, respectivamente.
high yield and efficient anti-glare system, were used, fitted with fluorescent
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Já nos ambientes de recepção, hall de entrada e estar, o objetivo era
a criação de ambientes mais aconchegantes, que dessem as boas-vindas
para quem chega. “Tratamos estes ambientes de maneira que eles tivessem
tubes and compact fluorescent lamps, all of 3000K and 2700K respectively.
But in the reception, entrance hall and lounge areas, the goal was to create
a cosier atmosphere that would be welcoming to new arrivals. “We dealt with
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uma atmosfera residencial, com iluminação mais acolhedora, utilizando
these environments in such a way as to achieve a more homely atmosphere, with
detalhes para iluminação indireta, efeitos tipo wall-wash, bem como
more welcoming lighting, using indirect lighting features, such as wall-washer
abajures e luminárias de pé”, explica Giani. A estante de livros no hall de
effects, as well as table and standard lamps,” Giani explains. The book stand in
entrada foi valorizada com lâmpadas halógenas dicróicas embutidas rente
the entrance hall was brought out with built in dichroic halogen lamps fitted
à estante. “Nas áreas de circulação, criamos um detalhe com fechamento
close to the shelving. “In the circulation areas, we created a feature covered in
em tela tensionada. Este é um difusor bastante eficiente e que proporciona
stretched fabric. This is a quite efficient diffusion screen that furnishes visual
conforto visual quando utilizado da forma correta, além de passar uma
comfort, when correctly applied, apart from imparting to the surroundings an
ideia de modernidade ao ambiente”, completa a arquiteta.
impression of modernity,” adds the architect’s partner.

Os ambientes de circulação e estar se destacam pela iluminação acolhedora; nas áreas de trabalho,
luz abundante | Thea circulation and lounge areas are outstanding for their welcoming lighting;
in the work areas, glare-free light in abundance permits high productivity
No forro, detalhe com fechamento em tela tensionada
proporciona luz geral difusa, enquanto lâmpadas dicróicas
embutidas junto à estante valorizam este elemento | On the
ceiling, a feature covered in stretched fabric provides diffused
ambient lighting, while built-in dichroic lamps close to the
bookcase enhance this piece of furniture
O projeto de iluminação valorizou a flexibilidade característica de al-
The lighting project emphasised the flexibility typical of some of the areas. The
guns ambientes. As salas de reunião, por exemplo, são adaptadas para
conference rooms, for example, are adaptable for various different types of use,
diferentes usos, desde simples reuniões até apresentação de vídeos e
from straightforward meetings to the showing of videos and slide-show pres-
projeções. Por esta razão, foi usado um sistema de dimerização capaz
entations. For this reason a dimmer system was installed, enabling the creation
de criar diferentes atmosferas, adaptáveis às variadas situações de uso.
of the different atmospheres appropriate to the various conditions of use. In the
Nas salas dos sócios, a proposta foi uma iluminação boa e confortável
partners’ offices, the idea was of good, comfortable lighting in the work areas,
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na área de trabalho, com pendentes para iluminação direta e indireta,
equipados com lâmpadas fluorescentes e aletas parabólicas antiofuscamento,
que unem eficiência luminosa e conforto visual, ideais para áreas
with pendant lamps for both direct and indirect illumination, fitted with fluorescent
lamps and parabolic anti-glare grilles, that combine luminous efficiency with
visual comfort, ideal for areas of intensive and continuous use. The walls were
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de uso intenso e contínuo. As paredes receberam luz indireta comple-
provided with complementary indirect lighting: a recess in the plaster was fitted
Roberto Algranti Advogados Associados
mentar: um recuo no gesso embute lâmpadas fluorescentes tubulares,
with fluorescent tubes, with an opal acrylic cover and a parabolic anti-glare grille.
Rio de Janeiro, Brasil | Rio de Janeiro, Brazil
com fechamento em acrílico leitoso e grelha parabólica antiofuscamento.
Another highlight of this project lies in the use of lighting as an indication of the
Projeto de Iluminação | Lighting project: Giani Faccini e Mônica Rio
Outro destaque do projeto é a utilização da iluminação como indicador
passage from one environment to another, architecturally marked by transparent
Branco / RBF Arquitetura de Iluminação
das passagens entre ambientes, arquitetonicamente indicadas por elemen-
features, such as glazed walls and swing doors. “The lighting is adapted to these
Arquitetura e Interiores | Architecture and Interiors: Carolina
tos vazados, como paredes de vidros e portas pivotantes. “A iluminação se
situations, making the most of the architectural features and helping to delimit
Escada e Patrícia Landau / Escala Arquitetura
adapta a estes casos, valorizando elementos da arquitetura e ajudando a
the various spaces,” Giani Faccini concludes. (By Fernanda Lopes)
Fornecedores | Suppliers: Delmak, Itaim, Lumini, Tensoflex
definir melhor os espaços”, conclui Giani Faccini. (Por Fernanda Lopes)
Fotos | Photos: Fábio Rossi

projetos | projects
Pela beleza, a valorização da memória da cidade de Chicago. Abaixo, os
pavilhões instalados no Millennium Park; na página ao lado, luzes coloridas
iluminam as arquiteturas efêmeras de Ben van Berkel (à esquerda) e Zaha Hadid
(à direita) | Through beauty, the enrichment of Chicago city’s memory. Below, the
pavilions installed in the Millenium Park; on facing page, coloured lights illuminate
the ephemeral architecture of Ben van Berkel (left) and of Zaha Hadid (right)
CELEBRANDO A INOVAÇÃO
O ano era 1909 e Chicago ganhava um novo plano urbanístico, desenvolvido
sob a direção do arquiteto Daniel Burnham. Cem anos depois,
a prefeitura da cidade norte-americana promoveu uma série de ações
para comemorar o centenário do Plano Burnham, como é conhecido.
A iniciativa principal foi a criação de dois pavilhões temporários, projetados
por arquitetos conhecidos mundialmente por seu trabalho inovador: Zaha
Hadid e Ben van Berkel (UN Studio). O propósito dos pavilhões seria o de
simbolizar o comprometimento contínuo de Chicago com o pensamento
de vanguarda e os projetos arrojados. A liberdade formal, portanto, era
quase irrestrita, como é natural em projetos como este. “O pavilhão é um
veículo clássico para manifestos arquitetônicos porque sua função não
é tão restritiva como a de um museu ou outro edifício”, afirma Hadid.
As únicas exigências eram de que os pavilhões se relacionassem
conceitualmente com o Plano Burnham e que fossem pensados de
forma ambientalmente responsável – o que incluía a exigência de que
os mesmos pudessem ser reciclados após sua desmontagem.
A iluminação criada pelo lighting designer Tracey Dear para os dois
pavilhões vem ao encontro desta demanda ecológica: toda a iluminação
é à base de LEDs. “Foi uma decisão muito consciente. Quando se
trata de prestar um tributo a um arquiteto tão inovador como Daniel
Burnham, não poderíamos usar outra coisa que não os LEDs. Eu acredito
que Burnham estaria totalmente de acordo com o uso desta fonte
luminosa sustentável. Nós também utilizamos os LEDs porque como a
iluminação estaria realmente integrada aos pavilhões, o público ficaria
bastante próximo das fontes de luz. Queríamos, ainda, a flexibilidade
da iluminação programável”, explica Dear.
CELEBRATING INNOVATION It was the year of 1909 and Chicago was
getting a new urban planning project, drawn up under the supervision of
architect Daniel Burnham. One hundred years later, the North-American
city council promoted a series of events to commemorate the centenary
of the Burnham plan, as it is now known.
The main initiative was the construction of two temporary pavilions, designed
by architects who were world-renowned for their innovative work,
Zaha Hadid and Ben van Berkel (UN Studio). The purpose of the pavilions
was to symbolise the continuous commitment of Chicago with forward
thinking and bold projects. Freedom of form was therefore almost unlimited,
as is natural in projects such as this. “The pavilion is a classic vehicle
for architectural manifestos because its function is not as restrictive as that
of a museum or other building,” states Hadid.
The only requirements were for the pavilions to relate conceptually with the
Burnham plan and to be worked out in an environmentally responsible manner
— which included the demand that they be recyclable when taken down.
The lighting set up by lighting designer Tracey Dear for the two pavilions
meets these ecological demands: all of the lighting is based on LEDs. It was
a highly conscious decision. “In paying a tribute to such a forward thinking
architect such as Daniel Burnham, there was no doubt that we would use anything
else but LEDs. I think Daniel Burnham would have been totally on board
with the use of such a sustainable light source. Also we used LEDs because
of the fact that we would be building the lights actually into the pavilions and
that the general public would be very close to the light sources. We wanted,
further, the flexibility of programmable lighting,” explains Dear.
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Foto cedida por | Images courtesy of Zaha Hadid Architects © Michelle Litvin
Foto divulgação | Publicity photo
Foto divulgação | Publicity photo
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O Pavilhão de Van Berkel
Concebido a partir da estrutura da malha viária de Chicago, que foi sofrendo
sucessivas manipulações e distorções, o pavilhão criado por Ben van
Berkel se abre para o parque, permitindo diversas vistas dos seus jardins e da
cidade. “Programaticamente, o pavilhão convida as pessoas a se reunirem,
caminharem ao redor dele, e a explorar e observar”, afirma o arquiteto.
Seguindo esta mesma filosofia, o sistema de iluminação é interativo
e reage conforme a movimentação dos visitantes, modificando as
cores e a intensidade das luzes, projetadas para enfatizar a volumetria
escultórica do edifício. “O link direto com Burnham estava na paleta de
cores, que reproduzimos com base nas belas ilustrações encontradas
no Plano Burnham”, explica Tracey Dear.
Como a iluminação estava toda embutida no piso, foi preciso cuidado
com o conforto visual, conforme explica o lighting designer: “O
principal objetivo era espalhar a luz uniformemente sem manchas de
luz, e também difundir o brilho e o ofuscamento gerados pelos LEDs,
de modo a não incomodar os olhos das pessoas quando elas olhassem
para baixo, em direção à fonte de luz”. Assim, cada projetor (36 LEDs
de 1W por equipamento) recebeu difusores, localizados 3mm acima
dos LEDs e, acima destes, foi aplicado vidro de 12mm.
THE VAN BERKEL PAVILION
Designed on the basis of the Chicago road network, which has been
constantly subject to rearrangements and distortions, the pavilion by Ben
van Berkel opens onto the park, offering a number of different views of the
gardens and the city. “Programmatically the pavilion invites people to gather,
walk around and through and to explore and observe,” states the architect.
In the train of this same line of thinking, the lighting system is interactive
and reacts to the movement of the visitors, altering the colours and
brightness of the lighting, designed to emphasise the sculptural shape of
the building. “The direct link with Burnham was in the palette of colours,
which we reproduced on the basis of the beautiful illustrations that are
found in the Burnham Plan,” Tracey Dear explains.
Since all of the lighting was built into the paving, great care had to be
taken with the question of visual comfort, as the lighting designer explains.
“The main objective was to spread the light evenly without hotspots and also
to diffuse the glare and brightness of the LEDs so it wouldn’t be harmful
to people’s eyes when they looked directly down onto the light source.”
Thus each wash light (36 1W LEDs ) was equipped with a diffusion screen,
placed 3mm over the LEDs, and over this was installed a 12mm glass cover.
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Foto divulgação | Publicity photo
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Aberto e integrado ao entorno do parque, o pavilhão criado por Ben van Berkel é banhado
por luzes em tons pastéis, remetendo às aquarelas que ilustravam o Plano Burnham | Open
to and integrated with the park surroundings, the pavilion designed by Ben van Berkel is bathed
in pastel-tinted lights, reminiscent of the water-colours illustrating the Burnham Plan
Foto divulgação | Publicity photo

O Pavilhão de Hadid
As curvas fluidas características da obra de Zaha Hadid também marcam
a forma do pavilhão concebido pela arquiteta. Modelada por uma
estrutura complexa em alumínio curvado, composta por mais de 7 mil
peças diferentes de alumínio, a construção efêmera ganha sua forma
final ao ser envolvida interna e externamente por uma pele de tecido.
O tecido também constitui um excelente suporte para a projeção:
uma instalação multimídia criada pelo artista Thomas Gray é projetada
no interior do pavilhão, e o projeto luminotécnico de Tracey
Dear também tira partido desta pele tensionada, banhando tanto as
superfícies interna e externa em luzes coloridas. Neste caso, a paleta
é formada por cores bastante intensas, conforme explica o designer:
“Queríamos cores com aparência bem moderna, o que funcionou
Foto cedida por | Images courtesy of Zaha Hadid Architects © Michelle Litvin
para evitar qualquer similaridade na iluminação das duas estruturas”.
No topo do pavilhão, fendas oblongas funcionam como claraboias,
gerando um interessante jogo de luz e sombras: ao mesmo tempo que
permitem a entrada de uma grande quantidade de luz natural durante
o dia, criam sombras nas paredes curvas, conforme o deslocamento
do sol. As aberturas zenitais ainda são aproveitadas para a iluminação
artificial: além de servirem para a fixação dos projetores (18 LEDs de
THE HADID PAVILION
1W por equipamento), atuam como filtros para a luz artificial que vem
The fluid lines so typical of Zaha Hadid’s work also mark the form of
da área externa. “Os projetores estão localizados entre os louvers da
the pavilion designed by this architect. Modelled in a complex structure of
claraboia, de maneira que à noite eles proporcionam luz ambiente e
destacam os louvers. A luz lançada pelos projetores externos (36 LEDs
de 1W por equipamento) toca levemente as fendas e resulta em belas
combinações de cores entre a iluminação artificial externa e os louvers
iluminados”, detalha Dear. (Por Winnie Bastian)
Instalados no Millennium Park, os pavilhões criados por Ben van Berkel e Zaha
Hadid foram inaugurados em junho e agosto de 2009, respectivamente, e até o
fechamento desta edição sua desmontagem estava prevista para 31 de outubro.
Foto divulgação | Publicity photo
curved aluminium, composed of over seven thousand different aluminium
parts, this ephemeral building achieves its final form through its internal
and external wrapping of a fabric skin.
The fabric also constitutes an excellent projection screen: a multi-media
installation designed by artist Thomas Gray is projected inside the pavilion,
and Tracey Dear’s lighting project also makes use of this stretched skin,
bathing both the interior and exterior surfaces in coloured light. In this case,
the palette is made up of rather strong colours, the designer explains: “We
Foto divulgação | Publicity photo
wanted to keep the colours very modern looking which worked nicely to
avoid the pavilions looking similar in colour.”
At the top of the pavilion, oblong slits serve as skylights, creating an
interesting play of light and shadow: at the same time, they allow for the
entry of a great deal of sunlight in the daytime, and create shadows on
the curved walls according to the displacement of the sun. The overhead
openings are also used for artificial lighting: apart from serving to house
lights they also act as filters for the artificial light coming in from the outside.
“The lights are placed in-between each louver, so in the evening this
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Foto cedida por | Images courtesy of Zaha Hadid Architects © Michelle Litvin
provides the ambient light and highlights the louvers nicely. The exterior
lighting provided from the 36’s just lightly grazes the skylights and some
beautiful colour combinations between the artificial exterior lighting and the
illuminated louvers are achieved,” Dear elucidates. (By Winnie Bastian)
Installed in the Millennium Park, the pavilions designed by Ben van Berkel and
Zaha Hadid were opened in June and August 2009 respectively, and up to the
close of this edition their removal was scheduled for 31 st October
O tecido que reveste o pavilhão criado por Zaha Hadid é o suporte
ideal para as projeções de matizes intensos. Instalados entre os
louvers das claraboias, projetores destacam estes elementos e
iluminam o interior do pavilhão | The fabric skin of the pavilion
designed by Zaha Hadid makes an ideal back-cloth for projecting
intense colours. Installed between the louvers of the skylights,
spot-lights pick out these features and light the pavilion’s interior
Pavilhões em comemoração ao centenário do
Plano Burnham
Chicago, Estados Unidos | Chicago, United States
Projeto de Iluminação | Lighting project: Tracey Dear / Dear
Productions
Arquitetura | Architecture: UN Studio; Zaha Hadid Architects
Fornecedores | Suppliers: Coemar, Iluminarc
Foto divulgação | Publicity photo
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projetos | projects
LUZ ABSTRATA
Não se tratava de um marchand, mas era, sem dúvida, o apartamento
de um grande apreciador e colecionador de arte moderna. E o toque era
o da pintura brasileira, moderna, de gosto mais abstrato. Para regar as
degustações de vinho, era preciso extrair dali um projeto luminotécnico
que se encaixasse na fluidez de toda a área social, criando um convidativo
espaço de transição entre sala de jantar e cozinha, para recepções.
Em contraste com as tonalidades neutras e claras, a área social é seccionada
longitudinalmente por um grande “pórtico” de mármore negro, linha
que organiza living, home theater e jantar, e alguns setores mais íntimos,
como sala de degustação, a copa-cozinha e as circulações. “Quando entrei
para estudar a iluminação, o apartamento já estava reformado e ocupado;
a principal exigência do cliente era valorizar as obras de arte”, explica o
arquiteto Marcos Castilha, responsável pelo projeto luminotécnico.
Equacionar o projeto era, então, descobrir o melhor jeito de iluminar
inúmeras pinturas sem ter de embutir luminárias e equipamentos.
“O apartamento não tinha rebaixo de gesso, o que anulou, de uma
vez por todas, a possibilidade de uso dos embutidos orientáveis e
afins”, conta o lighting designer.
A solução seria buscada a partir do estudo criterioso da arquitetura de
cada ambiente, e da aplicação de dois sistemas básicos. O primeiro deles,
pontual, é composto de spots direcionáveis e filtro difusor acoplável, para
controle da abertura do facho e redução da incidência de infravermelho
e ultravioleta (halógenas AR 70, 24°; ou dicróicas, 20W, 38°). “O ponto
certo era aquele visualmente neutro, que fazia a luminária desaparecer e
se harmonizava com as linhas arquitetônicas”, diz Castilha.
O segundo sistema empregado é formado por caixas lineares e
sancas, com luminárias-barra (fluorescentes T-5 e T-8, 28W e 32W,
3.000K) para irradiação indireta refletida no teto, ou difusa por acrílico,
“aumentando a uniformidade da luz”.
O único trilho eletrificado fica no hall de entrada, onde a cor preta
do mármore pôde ser aproveitada para “esconder” quatro spots
orientáveis, também pretos (dicróicas 50W), com acessório em vidro
difusor e dimerizados. “Uma escultura é iluminada lateralmente por
outros dois spots embutidos (AR 70).”
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Na sala de degustação, um spot triplo (AR 70, 24°), antiofuscante
e com difusores acoplados, cria highlights que se fundem com “auras”
de luz das luminárias decorativas – abajur e caixa-cortineiro –, e
(fluorescentes T-5, 28W, 3.000K, em fluxo indireto), suspensa no teto.
O efeito é a total ausência de sombras ou marcas sobre as pinturas,
que sempre podem ser rearranjadas.
as obras (dicróicas 20W, com acessório difusor em vidro jateado).
Por fim, a sala de jantar foi o ambiente que exigiu maior intervenção:
“O desafio era iluminar, sem ofuscamentos, obras de arte sobre
Para valorizar obras de arte e aproveitar a arquitetura, o
rasgo na parede divisória que conduz aos quartos recebeu
caixa em marcenaria, com lâmpadas fluorescentes para
L+D
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conferem destaque especial aos quadros.
Após uma porta que divide o comprimento do corredor, há outra
um aparador atrás da mesa de jantar, e que é usado para serviço de
luz difusa | To make the most of works of art while taking
Na longa circulação que conduz à área íntima da casa, galeria so-
luminária suspensa no teto, e desta vez o uplight é produzido por quatro
recepção”. Marcos Castilha criou, então, uma sanca de gesso que
advantage of the architecture, the slit in the partition
cial e sala de degustação, a arquitetura de Fernanda Marques criou
balizadores embutidos na parede, com vidro jateado (Halopin, 25W).
banha a parede com luz indireta suave e também serve ao aparador
wall leading to the bedrooms was fitted with a masonry
um rasgo inferior na parede divisória, que integra sem deixar perder
Como não havia alvenaria de divisão entre home theater, living e jantar,
(fluorescentes T-8, 32W, 3.000K, com filtro Rosco antiUV). “Liga-
light box, with fluorescent lamps for diffused lighting
a ordem dos ambientes. Assim, para iluminar as obras que ali estão,
era preciso que todo o teto ficasse livre de equipamentos de iluminação.
do ao ponto existente na laje, um pendente produz luz horizontal
implantou-se neste rasgo uma caixa de luz em marcenaria (fluores-
Para tanto, um antiquário forneceu luminárias-coluna decorativas (incan-
por cúpula difusora (incandescente, 100W), que não gera sombras
centes T-8, 32W, 3.000K), com difusor acrílico, que emite uma luz
descente, 100W) e o grande cortineiro recebeu lâmpadas fluorescentes
marcantes sobre os rostos dos que se reúnem, congregando a mesa
difusa e suave em uplight. “Há ainda uma luminária pendente linear
(32W, 3.000K) e spots que, escondidos por entre as cortinas, iluminam
de jantar.” (Por Giovanny Gerolla)

O pórtico em mármore preto organiza longitudinalmente
a área social; na parede oposta,
cortineiro oculta lâmpadas e spots (ao lado);
na sala de jantar (abaixo), sanca de gesso
ilumina o aparador; o pendente, a mesa | The
black marble portico organises the social areas
along its length; on the facing wall, curtains
conceal fluorescent lamps and spot-lights
(left);in the dining room (below), a plaster
cove lights the sideboard; the pendant light
illuminates the table
L+D
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ABSTRACT LIGHT There was no question of an art dealer’s, but this was
undoubtedly the apartment of a great connoisseur and collector of modern
art. And the mood was that of Brazilian painting, modern and of somewhat
abstract taste. To get the cocktail parties flowing, it was necessary to draw
from this situation a lighting project that would be in keeping with the
fluidity of the whole social area, creating an inviting intermediary space for
receptions between dining room and kitchen.
In contrast with the light and neutral tones, the social area is divided lengthways
by a huge black marble “portico”, in a line that distributes living room,
home theatre and dining room, as well as some other more intimate areas such
as the cocktail lounge, the kitchen diner and the circulation areas. “When I came
in to study the lighting, the apartment had already been remodelled and was
occupied. The main client requirement was to make the most of the works of
art,” explains architect Marcos Castilha, responsible for the lighting project.
Working out the project consisted, then, of discovering the best way to light
innumerable paintings without having to build in lighting equipment. “The apartment
did not have a plaster ceiling , which ruled out, once and for all, the possibility
of using adjustable recessed fittings and such like,” recalls the lighting designer.
The solution would have to be sought through a careful study of each
area’s architecture and the application of two basic systems. The first of
these, for accent lighting, is made up of adjustable spot-lights, with attachable
diffusion filters for controlling beam-width and reducing IR and UV
emissions (AR 70, 24° halogen or 20W, 30° dichroic lamps). The objective
was a visually neutral look, which would make the light fittings disappear
and blend into the architectural features,” states Castilha.
The second system used is made up of linear coffers and coves fitted
with tubular lights (T-5 and T-8, 28W and 32W, 3000K fluorescent
tubes) for indirect lighting reflected off the ceiling or diffused through
acrylic shades, “increasing the light’s uniformity.”
The only lighting track is in the entrance hall, where the black colouring of
the marble could be used to conceal four adjustable spot-lights, also black
(50W dichroic lamps), which have glass diffusion accessories and are dimmable.
“A sculpture is lit from the side by two built-in spot-lights (AR 70).”
In the cocktail lounge, a triple spot-light (AR 70, 24°), that is antiglare
and has diffusion attachments, creates highlights that melt into the
“haloes” of light from the decorative lamps — table lamp and curtain
box — and furnish the paintings with a special emphasis.
In the long circulation area that leads to the more private area of the home,
the social gallery and the cocktail lounge, Fernanda Marques’ architecture
made a low slit in the partition wall which joins the environments without
mixing them up. Thus, in order to light the works to be found there, in this
slit was installed a masonry light-box (T8, 32W, 3000K fluorescent tubes) with
an acrylic diffusion screen that emits smooth diffused up-lighting. “There is
also a linear pendant light (T5, 28W, 3000K fluorescent tubes in indirect flux)
hanging from the ceiling. The overall effect is a total absence of shadows
or hot-spots on the paintings, which can therefore always be rearranged.”
Beyond a door dividing the length of the corridor, there is another suspended
ceiling light and this time the up-lighting is produced by four beacon
lights built into the wall, with ground glass diffusion screens (Halopin, 25W).
Since there was no masonry partition between the home theatre, living room
and dining room areas, the entire ceiling had to be free of lighting equipment.
So an antique dealer supplied decorative standard lamps (100W, incandescent
lamps) and the huge curtained area was provided with fluorescent lamps
(32W, 3000K) and spot-lights, concealed among the curtains, which, light the
works of art (20W dichroic lamps, with ground glass diffusion attachments).
Lastly, the dining room was the area that demanded the most attention:
“The main challenge was lighting, without glare, works of art over a sideboard,
that is also used as a serving table for receptions.” Marcos Castilha
thus created a plaster cove that bathes the wall with soft indirect light and
also illuminates the sideboard (T8, 32W, 3000K fluorescent tubes, fitted with
Rosco anti-UV filters). Connected to an existing lighting point in the ceiling, a
pendant light produces horizontal lighting through a diffusing shade (100W
incandescent lamp), which eliminates any marked shadows on the faces of
those gathered around the dining table. (By Giovanny Gerolla)
Apartamento residencial
São Paulo, Brasil | São Paulo, Brazil
Projeto de Iluminação | Lighting project: Marcos Castilha
Projeto de Arquitetura | Architectural Project: Fernanda Marques
Arquitetos Associados
Fornecedores | Suppliers: Jóia Marcenaria, Iluminar, Lumini,
Osram, Philips
Fotos | Photos: Demian Golovaty
L+D
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projetos | projects
Na edição de número 15, L+D já havia dado espaço ao estrondoso
sucesso de Palazzo Grassi em Veneza. Neste ano, como então prometido
na matéria de 2007, os protagonistas daquela história entraram
novamente em cena, numa escala ainda maior e ambiciosa. O empresário
François Pinault, o arquiteto Tadao Ando, os lighting designers Cinzia
Ferrara e Pietro Palladino e o contractor Dottor Group fizeram bis na
bem-sucedida parceria e ganharam destaque nos jornais internacionais
com a requalificação de Punta della Dogana como museu.
O mundo dos empreendedores, das artes, da arquitetura e do
lighting design não pôde deixar de notar a audácia deste projeto
milionário, o importante significado das obras de arte contemporânea
expostas, a qualidade e o respeito da reforma de Ando e a sobriedade
e competência do projeto de iluminação. Tudo isto contido num
invólucro histórico que testemunhou os anos áureos da Serenissima
Repubblica di Venezia e que goza de uma posição geográfica mais
que privilegiada na cidade, o Canal Grande.
Punta della Dogana (Ponta da Alfândega) encontra-se estrategicamente
na porta de entrada de Veneza, entre o Canal Grande e o Canale
della Giudecca. Foi concluída, na configuração que conhecemos hoje,
por Giuseppe Benoni em 1682. Como escreve Dominique Muller,
escritora e jornalista francesa, era o ponto “onde Oriente encontrava
o Ocidente”, onde se pagavam os impostos, onde se comercializavam
e eram armazenadas as mais exóticas mercadorias recém-chegadas
do longínquo mundo oriental. A sua presença, ainda que tímida, ao
lado da igreja Santa Maria della Salute (1631-1687), faz-se notar nas
pinturas setecentistas de Canaletto e, mais tarde, nas de Turner.
L+D
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RIGOUR AND FASCINATION In its 15th edition, L+D has already devoted
space to the resounding success of Palazzo Grassi in Venice. This year, as
[then] promised in the 2007 article, the same protagonists of that story have
entered onto the stage again on an even more ambitious and greater scale.
The entrepreneur François Pinault, architect Tadao Ando, lighting designers
Cinzia Ferrara and Pietro Palladino, together with contractor Dottor Group
got an encore in their successful partnership and made fresh headlines in the
international press with the redesign of Punta della Dogana into a museum.
The worlds of entrepreneurship, of the arts, of architecture and of lighting
design could not fail to take note of the boldness of this multi-million
dollar project, of the great significance of the contemporary works of art
exhibited there, of the quality and respect shown in Ando’s reforms, and
also of the lighting project’s sobriety and competence. All of this contained
within a historical wrapping that bears witness to the golden years of the
Serenissima Repubblica di Venezia and which enjoys, on the Grand Canal,
a more-than-privileged geographical location in the city.
Punta della Dogana (the old Customs House) is located strategically at
the gateway to Venice, between the Grand Canal and the Canale della
Giudecca. It was completed, in the form that we know it today, by Giuseppe
Benoni, in 1682. As French writer and journalist Dominique Muller expresses
it, it was the point “where East met West”, where the taxes were paid,
where the most exotic merchandise just arrived from the far eastern world
was stored and sold. Its presence beside the church of Santa Maria della
Salute (1631-1687), though still discreet, is noticeable in the 18th century
paintings of Canaletto, and later in those of Turner.
O edifício de planta triangular de Punta della Dogana. Nesta vista
aérea vêem-se as numerosas aberturas zenitais que filtram a luz
natural para o museu de mais de 5.000m 2 de superfície | The
triangular-shaped building, the Punta della Dogana. In this aerial
view one sees the numerous roof-top openings that filter daylight
into the museum’s 5000m² or more of floor-space
RIGOR E FASCÍNIO
L+D
49

Entre as tesouras, vêem-se os tubos eletrificados que percorrem a sala longitudinalmente;
neles se apóiam as lâmpadas fluorescentes para a iluminação geral
e as lâmpadas de descarga para a iluminação de acento. Há, ainda, lâmpadas de
descarga embutidas no shaft do ar-condicionado. A luz natural, no entanto, foi o
ponto de partida para todo o projeto de lighting design | Between the trusses, you
can see the electrical ducts which run the whole length of the room; on them are
fixed the fluorescent lights for general ambient lighting and the discharge lights for
accent lighting. In addition, there are discharge lamps built into the air-conditioning
ducts. Daylight was the starting point for the whole lighting design project
At the beginning of the 20th century, however, the ships were getting
too big to pass through its internal docks and, little by little, Punta della
Dogana began losing its use. At the end of the same century, it was closed
down definitively after four hundred years of continuous activity.
In 2007, the building still belonged to Venice’s local government and
the mayor, Massimo Cacciari, had only just begun his great plan of the
restoration of Venice to its former splendour of those years when the city
was a traditional landmark on the international artistic scene. One historical
fact confirming this calling takes us back to the 12 th century, when Venice
opened the doors of the “first museum in the West” (the Treasures of
San Marco, the Ducal Palace), apart from depending on the initiative of
the wealthy Venetian families, actual pioneers of modern collectors, who
would open the doors of their palazzi to exhibit their private pieces of art.
Thus it was that, in this atmosphere of a return to Venice’s roots, at the same
period in which he was opening the Palazzo Grassi, François Pinault, self-made
man and founder-owner of the PPR Group (responsible for labels such as Gucci,
Yves Saint Lurent, Stella McCartney, Fnac, Puma and Christie’s, among others)
espied the possibility of acquiring the Punta della Dogana as well.
At present, both buildings together constitute the François Pinault
Foundation. Palazzo Grassi houses large itinerant exhibitions, while Punta della
Dogana, opened in June this year, simultaneously with Venice Biennial of Art,
is taken up with Monsieur Pinault’s personal collection of contemporary art.
The same design team who refurbished Palazzo Grassi was given the
responsibility for the new challenge of the Punta della Dogana, with a
floor-space of around 5000 m².
In this building, with its triangular ground-plan, the main aim of architect
Tadao Ando was to preserve the original appearance of the various spaces.
This was thus an architectural approach completely opposed to that of the
“white box” concept, which tends to reduce contemporary art exhibition
halls to mere neutral-toned spaces. Ando’s mastery, in this task, is expressed
in his capacity to construct his own personal architectural style circumscribed
a profound understanding of the Venetian tradition and his respect for a
historic building. In his own words, “now the building again manages to
bring together past, present and future”.
As for the lighting project, Tadao Ando and François Pinault both
expressed their preference for daylight. So being, lighting designers Cinzia
Ferrara and Pietro Palladino conducted a detailed study of the impact on
the works of art of daylight, filtered through overhead skylights and large
windows. New skylights were planned, together with the adaptation of
the existing ones, thus setting up a homogeneous and rational grid. In
addition, all these openings were fitted with electronically retractable
blinds offering alternatives of total blackout or diffused lighting.
From there on, the real lighting design challenge was how to create an
artificial lighting system that would be harmoniously integrated with all the
daylight flooding into spaces and which, at the same time, would satisfy
the curators’ demands in the most variable of display situations.
Diffuse light, simulating daylight, proved to be the most effective solution, in
association with accent lighting, necessary for emphasis on certain art pieces.
Sala de entrada do museu: a suave integração
entre luz natural e artificial dá-se graças a
lâmpadas fluorescentes e de descarga com
tempertaura de cor de 4200K. Todo o sistema
de iluminação é controlado eletronicamente
pelo sistema DALI, o que permite a gestão
personalizada de cada grupo de aparelhos |
Museum entrance hall: the gentle integration
of daylight and artificial light is acheived with
the aid of fluorescent and discharge lamps
of 4200K colour temperature. The entire
lighting system is electronically controlled
by the DALI system permitting the individual
management of each group of lights
No início do século 20, no entanto, as embarcações tornaram-se muito
grandes para atravessar suas docas internas e, pouco a pouco, Punta
della Dogana perdeu sua função, sendo fechada definitivamente no final
do mesmo século, depois de quase 400 anos de atividade constante.
Em 2007, o edifício ainda pertencia ao governo veneziano e o prefeito
Massimo Cacciari havia apenas iniciado seu grande plano de trazer de
volta a Veneza o esplendor dos anos em que a cidade era tradicionalmente
uma referência no cenário artístico internacional. Um fato histórico que
confirma esta vocação remonta ao século 12, quando Veneza abriu as
portas do “primeiro museu do Ocidente” (Tesouros de São Marco, Palazzo
Ducale) além de contar com a iniciativa das ricas famílias venezianas,
verdadeiros precursores dos colecionistas modernos, que abriam as portas
de seus palazzi para a exibição de suas obras de coleção.
Foi assim que, nessa atmosfera de retorno às raízes de Veneza, no mesmo
período em que inaugurava Palazzo Grassi, François Pinault, self-made
man e proprietário-fundador do grupo PPR (detentor de marcas como
Gucci, Yves-Saint-Laurent, Stella McCartney, Fnac, Puma, Christie’s, entre
outras) entreviu a possibilidade de adquirir também Punta della Dogana.
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Atualmente, ambos os edifícios compõem a François Pinault Foundation.
Palazzo Grassi abriga grandes mostras itinerantes, enquanto Punta
della Dogana, inaugurada em junho deste ano em concomitância com
a Bienal de Arte de Veneza, é ocupada pela coleção pessoal de arte
contemporânea de Monsieur Pinault.
O mesmo time de projetistas que reformou Palazzo Grassi foi
encarregado do novo desafio de Punta della Dogana, numa área de
aproximadamente 5.000m².
Neste edifício de planta triangular, a principal intenção do arquiteto
Tadao Ando foi a de preservar a aparência original dos vários espaços.
Um partido arquitetônico decisivamente oposto, portanto, ao conceito
de white box que tende a reduzir as salas expositivas para arte
contemporânea a meros cômodos em tons neutros. A maestria de
Ando nesta obra exprime-se na sua capacidade em construir o seu
pessoal estilo arquitetônico circunscrito ao profundo entendimento
da tradição veneziana e respeito por um edifício histórico. Em suas
palavras: “o edifício agora consegue reunir passado, presente e futuro”.
Quanto ao projeto de iluminação, Tadao Ando e François Pinault expressaram
sua preferência por luz natural. Assim sendo, os lighting designers Cinzia
Ferrara e Pietro Palladino realizaram um detalhado estudo sobre o impacto da
iluminação natural nas obras de arte, filtrada por meio de aberturas zenitais
e grandes janelas. Foram planejadas novas claraboias junto à adaptação
de outras pré-existentes, gerando uma malha homogênea e racional.
Além disso, todas estas aberturas foram dotadas de telas eletronicamente
retráteis com opções de black-out total ou de luz difusa.
A partir de então, o verdadeiro desafio do projeto de lighting design
foi o de idealizar um sistema de iluminação artificial que se integrasse
harmoniosamente com toda a luz natural que invade os espaços
e, ao mesmo tempo, respondesse às demandas dos curadores nas
mais variadas situações expositivas. A luz difusa que imita a daylight
revelou-se como a solução mais apropriada, associada à luz de acento,
necessária para enfatizar determinadas obras de arte.
O esquema de iluminação que se repete na maior parte das salas é feito
por dois tubos metálicos paralelos e eletrificados. A aparência “crua” dos
tubos se enquadra perfeitamente no vocabulário estilístico de Tadao Ando,
que escolheu a cor cinza do acabamento. No primeiro tubo, lâmpadas
fluorescentes embutidas emitem luz difusa direcionada às paredes de
tijolos aparentes; no segundo, aparelhos de última geração munidos de
lâmpadas de descarga de alta reprodução cromática realizam a iluminação
de acento. O posicionamento destes aparelhos em um tubo confere alta
flexibilidade ao sistema, visto que estes podem ser configurados em função
de qualquer necessidade. Em alguns outros casos, na porção mais central das
salas, existem aparelhos circulares com lâmpadas fluorescentes compactas
embutidos no forro, ou aparelhos com lâmpadas de descarga embutidos
nos dutos de ar condicionado. Para todas as tipologias de iluminação foi
prevista a gestão digital DALI que permite o controle individual de cada
aparelho, além da programação de inúmeras cenas de luz e até mesmo
a expansão do sistema de iluminação como um todo.
Pode-se dizer que se trata de um museu fundamentalmente iluminado por
luz natural, lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de descarga. A temperatura
de cor predominante é de 4.200K. A escolha por uma temperatura de cor
“fria” é intencionada, justamente, a reproduzir a luz do dia pelo máximo
de tempo possível. Uma curiosidade é que em fase de mock-up, todo o
time de projetistas foi unânime na aprovação de tal solução, não obstante
a tradição do uso, em museus, de lâmpadas de tons mais quentes.
Sala central: a luz natural penetra pelas aberturas zenitais, equipadas
com telas de proteção retráteis que podem atuar na difusão homogênea
da luz ou mesmo bloqueá-la completamente. No primeiro plano
da foto abaixo, vê-se o sistema destinado à iluminação de acento,
feita por aparelhos de última geração alimentados por lâmpadas
de descarga | The central hall: daylight comes in through the
overhead skylights, fitted with retractable blinds which can provide
homogeneous diffused light or block it out entirely
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O resultado é que o consumo de energia, tema geralmente secundário
para instituições desse tipo, é muito reduzido: durante as horas de abertura
ao público chega-se a 10W/m 2 e, em regime máximo, o sistema opera
com 25W/m 2 com níveis de iluminância médios de 300 lux. O sistema
de automação DALI contribuiu decisivamente para este resultado, apesar
de seu elevado custo de implementação inicial. Na fase de concept, a
implantação do DALI sofreu resistência por parte do cliente, mas suas
vantagens de gestão, manutenção e economia de energia o convenceram.
Este projeto de iluminação e a sua execução duraram 14 meses. A
irretocável harmonia do conjunto é a prova de que é possível atingir
altíssimos níveis de integração estilística e funcional quando arquitetura
e lighting design são desenvolvidos juntos desde o início. Apesar da
aparência custom-made, todos os equipamentos de iluminação utilizados
são de série. Fica evidente aqui a versatilidade que a solução de um
lighting designer pode propor, uma vez que este conhece a fundo os
inúmeros instrumentos que a indústria oferece.
Desde sua comentada inauguração, Punta della Dogana tem a capacidade
de sintetizar a paixão de Pinault pela arte contemporânea e, talvez,
despertá-la também em seus visitantes. O que permanece uma certeza,
no entanto, é que o contexto em que Punta della Dogana se coloca revela
uma excelência arquitetônica, um rigor técnico no lighting design e uma
carga de fascínio histórico aos quais ninguém pode restar indiferente. Tudo
isso nos faz sonhar, enriquece nossa existência e eleva nosso espírito...
justamente estas as funções primárias da arte. (By Débora Curbi)
The lighting scheme repeated in most rooms is made up of two parallel
metal tubes with electrical wiring. The “rough” appearance these tubes fits
in perfectly within the stylistic vocabulary of Tadao Ando, who chose the
grey colour of the finishing. In the first tube, built-in fluorescent lamps emit
diffused light onto the exposed brickwork of the walls; in the second tube,
state-of-the-art equipment, fitted with high colour-reproduction discharge
lamps, supplies the accent lighting. The positioning these devices in a tube
enables high degree of flexibility to the system, since they can be reconfigured
to suit any requirements. In a few other cases, there are recessed circular
fixtures in the central portion of the rooms, fitted with compact fluorescent
lamps (CFLs), or discharge lamps fixtures recessed into the air-conditioner
shafts. For all the different lighting types, DALI digital control was provided,
permitting individual control of each device, as well as the programming of
innumerable lighting scenes and even the expansion of the entire system.
This is a museum basically lit by daylight, fluorescent lamps and discharge
lamps. The prevailing colour temperature is 4200K. The choice of a “cool”
colour temperature is intentional, precisely so as to endure daylight as long
as possible. It is curious that, in the mock-up stage, the whole design team
was unanimous in the approval of this solution, in spite of the tradition of
using “warmer” coloured lamps in museums.
The result is that power consumption, usually a secondary point in this
kind of institution, is greatly reduced: during public visiting hours, it reaches
only 10W/m² and at maximum operation levels the system works on 25W/
m², with average illuminance levels of 300 lux. DALI automation system
contributed decisively to this result despite its initially high installation cost.
During concept phase, it met with some client resistance, but its advantages in
terms of management, maintenance and energy saving finally won him over.
This lighting project and its implementation took 14 months. The impeccable
harmony of the ensemble is the proof that it is possible to achieve the highest
standards of stylistic and functional integration, once architecture and lighting
design are brought up together from the outset. Nevertheless their custom-built
appearance, all lighting fittings used are from production lines. Obvious here
is the versatility that a lighting designer’s solution can come up with when he
knows down to the last letter all the innumerable tools the industry has to offer.
Ever since its much-talked-about opening, Punta della Dogana has
possessed the capacity to synthesise Pinault’s passion for contemporary
art and, maybe (or not), also awaken it in its visitors. What remains certain,
though, is that the context in which the Punta della Dogana is placed reveals
excellence in architecture, technical rigour in lighting design and a baggage
train of historical fascination to which no one can remain indifferent. All of
this makes us dream, enriches our existence and lifts our spirits... precisely
the primary functions of art. (By Débora Curbi)
Os tubos eletrificados onde se apoiam os principais sistemas de iluminação artificial do museu
têm uma linguagem estilística em perfeita harmonia com a característica arquitetura de Tadao
Ando e, em muitos casos, tornam-se imperceptíveis. Ao fundo, o Canal Grande de Veneza | The
electrical ducts, supporting the museum’s main artificial lighting systems, possess a stylistic
language that is totally in harmony with Tadao Ando’s characteristic architecture and, in many
places, they are almost imperceptible. In the background, Venice’s Grand Canal
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PUNTA DELLA DOGANA
Veneza, Itália
Arquitetura | Architecture: Tadao Ando
Projeto de Iluminação | Lighting project: Cinzia Ferrara, Pietro Palladino
Fornecedor | Supplier: Erco
Fotos | Photos: © Palazzo Grassi S.p.A, ORCH orsenigo_chemollo

perfil | profile
Da Bretanha francesa para Santiago do Chile, o percurso profissional
de Pascal Chautard foi, no mínimo, inusitado. Adolescente chegou a
sonhar em deixar a França para o Brasil, embalado pelo som da bossa
nova que seus pais ouviam em casa, e que o levou mais tarde a shows
de Djvan e Milton Nascimento em Paris. Porém, o destino o colocou
diante de uma chilena e o país de sua esposa foi onde acabou por
desenvolver plenamente a profissão de lighting designer, tornando-se
inclusive presidente da DIA (Diseñadores de Iluminación Asociados), a
associação dos profissionais da área, criada há três anos. Chegar até
lá, no entanto, não foi tão fácil. Sem saber que carreira seguir, aos 17
anos optou por um curso de economia, mas sem muito entusiasmo,
mais “por cultura geral”. Não terminou o curso e, como tantos jovens,
trabalhou como barman em teatros parisienses, o que o levou a conhecer
os bastidores da iluminação cênica. Daí para a certeza de que trabalharia
com luz foi um clique. Na entrevista a seguir, Pascal Chautard conta
sua trajetória e fala sobre alguns de seus principais projetos.
Pascal Chautard
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From Brittany in France to Santiago in Chile, the professional odyssey of
Pascal Chautard has been, to say the least, unusual. As an adolescent, he
began to dream of leaving France for Brazil, bewitched by the sounds of the
Bossa Nova that his parents used to listen to at home and which led him
later to go to the shows of Djavan and Milton Nascimento in Paris. However,
fate placed in his path a Chilean girl and the land of his wife was where he
ended up fully realizing his profession of lighting designer, to become, in
addition, the president of the DIA (Diseñadores de Iluminación Asociados),
the association for professionals of this field, formed three years ago. Getting
to this point, however, was not so easy. At the age of seventeen, with no
clear idea as to what career he should choose, he opted for a degree in
economics, but with little enthusiasm and more “for a general education”.
He did not complete the course and worked as a barman, like so many other
young people, in Paris theatres, which led him to a backstage knowledge
of theatrical lighting. From this point on, the certainty that he was to work
with light came to him in a flash. In the ensuing interview, Pascal Chautard
recounts his own story and speaks of some of his most important projects.
© Pascal Chautard
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Museo de la Moda
Localização | Location: Vitacura, Santiago, Chile
Ano de conclusão | Completion date: 2007
Arquitetos | Architects: Carlos Bolton, Sergio Larrain, Luis
Prieto (casa, 1961)
Arquiteto | Architect: Amercanda (concepção museológica, 2006)
Com uma superfície de mais de mil m 2 , o Museo de la Moda exigia
uma iluminação que valorizasse as peças sem deteriorá-las. O
projeto, baseado num sistema de fibras ópticas, conta com 48
geradores de iodetos metálicos de 150W dispostos acima do gesso
do teto e aproximadamente 1.850 terminais ópticos | With a floor
area of over one thousand square metres, the Museo de la Moda
required lighting that would show off the exhibits without
damaging them. The project, based on a fibre optics system,
uses forty eight 150W metal iodide light sources, fitted above
the ceiling plaster, together with around 1850 optical terminals
© Alexis Diàz, Paty Alegria, 2009
© Leonora Vicuña, Macarena Álvarez, 2007,2008
Como surgiu seu interesse pela luz?
Meu primeiro encontro com a luz foi por volta dos 14 anos. Eu
tinha em meu quarto diversos spots que meu pai me deu depois que
eles deixaram de servir na sala de casa. Eram espécies de projetores
com lâmpada incandescente de 60W e refletor incorporado. Como
eram montados em pinças, podiam ser fixados em qualquer suporte,
estantes, prateleiras, mesas, sem ter que furar ou prender com parafuso.
Adorava brincar com eles e os mudava o tempo todo de lugar para
transformar a atmosfera do quarto à noite. Depois, comprei lâmpadas
coloridas para experimentar as diferentes nuances e ambientações.
How did you first get interested in light?
My first encounter with lighting was when I was around fourteen. I had
in my bedroom a number of spotlights that my father gave me when we
stopped using them in our living room. They were the kind of lights with 60W
incandescent reflector bulbs. As they were fitted with clamps, they could
be fixed to just about any support, bookcases, shelves or tables, without
any drilling or screws. I used to love playing with them and kept moving
them around so as to change the atmosphere of my room at night. Later,
I bought coloured lamps to try out different nuances and atmospheres.
And professionally?
I was a barman at the Theâtre du Lierre. One time, I got there early and
went onto the stage during the lighting set-up. On that day I realised that I
had finally found my calling and that I was prepared to try anything so as to
work in lighting. As a lighting operator I learnt to use professional spotlights
and the DMX stage lighting control system, among other techniques. After
three years in theatre, in 1989, I went to work for a lighting equipment
distributor. The goal of my job was sales, but, as project manager, I acted as
a technical advisor to the client architects and lighting designers. I believed
in the potential of lighting designers as good customers and went on to
develop working methods, not then in use by the firm, which helped me to
meet their needs better: photometry, calculations, samples, on-the-spot tests.
This gave me the chance to collaborate with a number of professionals in
this field, to see how they worked and developed their projects. The lighting
of the Louvre’s Cour Carré, for example, was a remarkable experience that
taught me a great deal. I spent three weeks there, together with architects
and lighting designers, experimenting every night with the façades, adjusting
the lights — because, in France, one has to test on-site exterior lighting
projects for historic buildings before they can be approved. I soon realised
that the lighting designer’s profession was the one for me.
E no plano profissional?
Eu era barman no teatro du Lierre. Certa vez, cheguei mais cedo e entrei
na sala durante a programação das cenas de luz. Neste dia percebi que havia,
enfim, encontrado minha vocação e que iria tentar de tudo para trabalhar
com iluminação. Como operador de luz aprendi a usar os equipamentos
de projeção, o sistema de controle DMX para teatro, entre outras técnicas.
Depois de três anos em teatro, em 1989 fui trabalhar para uma distribuidora
de equipamentos de iluminação. O objetivo final do meu trabalho era a
venda, no entanto, como gerente de projetos, atuava oferecendo uma
verdadeira assistência técnica aos clientes arquitetos e lighting designers. Eu
acreditava no potencial dos lighting designers como bons clientes e passei
a desenvolver métodos de trabalho, não utilizados na empresa, que me
ajudaram a melhor responder às suas necessidades: fotometrias, cálculos,
amostras, experimentações in loco. Isto me permitiu colaborar com vários
profissionais da área, ver como trabalhavam e desenvolviam seus projetos.
A iluminação da Cour Carré do Louvre, por exemplo, foi uma experiência
marcante, que me ensinou muito. Passei ali três semanas, junto com
arquitetos e lighting designers, experimentando todas as noites sobre as
fachadas, regulando os projetores – pois na França é necessário que se faça
o teste dos projetos de iluminação externa de edifícios históricos no local
para que estes sejam aprovados. Logo soube que a profissão de lighting
designer era a que eu queria exercer.
© Alexis Diàz, Paty Alegria, 2009
Concerto Quintessence
Localização | Location: Teatro Municipal de Santiago, Chile
Data | Date: 19 de março de 2009
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“Traduzir a emoção sentida durante a escuta da música, oferecendo um encadeamento de cenas de luz cuja intensidade e o movimento
acompanham o ritmo, a harmonia e a melodia”. Para cumprir essa aspiração, Pascal Chautard optou por utilizar na apresentação do
grupo Quintessence no Teatro Municipal de Santiago mais de 100 equipamentos de iluminação tradicionais de teatro com os quais pôde
brincar livremente, criando atmosferas vibrantes | “To translate the emotion felt while listening to the music, offering a concatenation
of light scenes whose intensity and movement accompany the rhythm, harmony and melody”. To achieve this goal at the appearance of
the Quintessence ensemble in Santiago’s Municipal Theatre, Pascal Chautard chose to use over one hundred traditional theatrical lights,
with which he could play around freely, so as to create vibrant atmospheres

And how did you become an independent lighting designer?
I had always preferred the creative work to that of sales, which I found
uninteresting and limited, in spite of being more lucrative. In 1994, when I
started my activities as an independent lighting designer, still in France, the
active professionals came from various backgrounds: architects, designers,
engineers, artists, set designers and there were also a few self-taught like
myself. But starting out in a new business is always hard, not only on account
of the training, but also because one needs to have a great many contacts with
potential clients. Apart from this, I was faced with the difficulties connected
with the French building system, full of highly restrictive regulations and in
which you have to pay taxes even without selling anything.
E como se tornou um lighting designer independente?
Sempre preferi o trabalho de concepção ao trabalho de venda, que se
mostrou pouco interessante e limitado, ainda que muito mais remunerador.
Quando em 1994 comecei, ainda na França, minha atividade como
lighting designer independente, os profissionais em exercício vinham
de diferentes formações: arquitetos, designers, engenheiros, artistas,
cenógrafos, e havia também alguns autodidatas como eu. Mas começar
um negócio é sempre difícil, não apenas por causa da formação, mas
porque é preciso ter muitos contatos com clientes potenciais. Além
disso, fui confrontado às dificuldades relacionadas ao sistema francês
de construção, com muitas regulamentações, bastante limitadoras, e
onde é preciso pagar impostos mesmo quando não se vendeu nada...
So it was for this reason that you moved to Chile?
One day, my wife and I decided to try our luck in Chile. I already had
some connections with the country, and the name of my firm, even in Paris,
took its inspiration from the province of Limarí, where my father-in-law
originally came from. I already dreamed of having a branch of the Paris
firm in Santiago. Eventually Limarí Lighting Design’s head office became
established here in 1996.
© Sebastián Sepúlveda, 2005
Foi por esta razão que se mudou para o Chile?
Um dia, minha mulher e eu decidimos tentar nossa sorte no Chile. Já tinha
uma certa relação com o país, pois o nome do meu escritório, desde Paris,
foi inspirado na província do Limarí, de onde meu sogro é originário. Eu já
sonhava em ter uma filial do escritório parisiense em Santiago. Finalmente,
a sede da Limarí Lighting Design está instalada aqui desde 1996.
What is it like working in Chile, as compared with France?
When I first arrived in Chile, the profession of lighting designer was not yet
generally recognised. There was only one independent firm of “architectural
lighting designers”, all of the other professionals in the field working in
lighting equipment sales firms. I was lucky in that the Chileans had a positive
attitude towards Europeans, which greatly contributed towards my warm
reception. I also got to know a lot of people who appreciated my work
and recommended me to a number of other clients: word of mouth works
very well here. If, in France, the issue of regulations, taxes and, most of all,
finding clients was a challenge, on the other hand, the technical side was
easier. French clients are educated with regard to light in architecture and
there are a lot of equipment suppliers who are both qualified and serious.
In Chile, the problem is that the clients generally don’t have much idea
what to expect from a lighting project. So you have to keep explaining the
importance of light, the necessities, etc. And apart from this, there are fewer
suppliers here, who are often not very professional and not very serious.
Como é trabalhar no Chile, em relação à França?
Quando cheguei ao Chile a profissão de lighting designer não era
conhecida. Havia apenas um escritório independente de “lighting designers
de arquitetura”, todos os outros profissionais da área trabalhavam para
empresas de comercialização de aparelhos de iluminação. Tive sorte de
os chilenos terem uma visão positiva em relação aos europeus, o que
contribuiu para eu ter sido bem recebido. E também conheci pessoas
que gostaram do meu trabalho e me recomendaram a vários outros
clientes: o boca a boca funciona muito bem aqui. Se na França a questão
da regulamentação, dos impostos e, principalmente, de encontrar a
clientela era desafiadora, por outro lado, a parte técnica era mais fácil:
os clientes franceses são “educados” em relação à luz na arquitetura, há
muitos fornecedores de equipamento, qualificados e sérios. No Chile,
o problema é que os clientes geralmente não sabem muito bem o que
esperar de um projeto de iluminação. É preciso constantemente explicar
a importância da luz, as necessidades etc. Além disso, aqui há menos
fornecedores, que muitas vezes são pouco profissionais e não muito sérios.
Your curriculum is quite impressive, ranging from architectural
and urban lighting to the illumination of wineries, museums and
parks. What kind of work do you find most inspiring?
For me, museum lighting offers two rather attractive features. To begin
with, this kind of project goes through a detailed study of the subject
approached and of the collections displayed, which is generally extremely
interesting and rewarding. As well as this, in museums, the clients are far
more conscious of the crucial role of light, since this has to be at one and
the same time “scenic” lighting, that makes the most of the spaces and the
collections, and lighting that does the least possible damage to the articles
on display. Thus the lighting project is far more highly valued than in other
sectors, commercial or residential, where, unfortunately, it is often regarded
as only of secondary importance.
© Sebastián Sepúlveda, 2005
O seu portfólio é impressionante, incluindo desde iluminação
arquitetônica e urbana, a iluminação de vinícolas, museus,
parques. Que tipo de trabalho o instiga mais?
A iluminação de museus apresenta, para mim, duas particularidades
bastante atraentes. Para começar, este tipo de projeto passa por um
estudo do assunto abordado e das coleções apresentadas, o que é
em geral extremamente interessante e enriquecedor. Além disso, nos
museus os clientes são mais conscientes do papel crucial da luz, pois
esta deve ser ao mesmo tempo uma luz “cenográfica”, que valoriza
os espaços e as coleções, e uma luz que deteriore o mínimo possível
as peças. Assim, o projeto de iluminação é muito mais valorizado
do que em outras disciplinas, comerciais ou residenciais, nas quais,
infelizmente, ocupa com frequência apenas uma posição secundária.
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Bodega Clos d’Apalta
Localização | Location: Valle de Apalta, Santa Cruz, Chile
Ano de conclusão | Completion date: 2005
Arquitetos | Architects: Benavente, Amercanda
Espaço destinado ao mesmo tempo ao trabalho e à visitação de clientes e turistas, a vinícola tem uma arquitetura imponente. Os designers
conceberam quatro tipos de equipamentos especiais, fabricados no Chile, equipados com LEDs brancos (3W): balizadores orientáveis de
parede para a escada principal, uma luminária orientável para o teto da sala dos barris de segundo ano e outra para o teto da cave de
garrafas. Além disso, criou-se um sistema de controle que permite comandar diferentes cenas de luz, inclusive algumas dinâmicas em salas
mais visitadas | A place devoted to both work and customer and tourist visits, this winery is architecturally imposing. The designers thought
up four types of special lights, all built in Chile, equipped with white 3W LEDs: an adjustable wall-light for the main staircase (photo 03),
another adjustable light for the ceiling of the second-year barrel cellar (photo 01) and others for the ceiling of the bottle cellar. As well
as this, a control system was created that allows for various different lighting scenes, some of them dynamic, in the most visited rooms
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Tell us about some of these museum projects.
In 2007, I worked on the Museo de la Moda, in Santiago, which was
set up within an already existing large residence, whose owners turned
it into a museum. We had to invent a lighting system that would permit
the display of old, fragile fabrics and very valuable works of haute couture

Museo del Limarí
Localização | Location: Ovalle, Chile
Ano de conclusão | Completion date: 2008
Arquiteto | Architect: José Pérez de Arce
(concepção museológica)
sem sutileza nenhuma, que aplanava a percepção da coleção. Depois
de fazer um levantamento completo das peças e das instalações, nosso
projeto consistiu na modificação da parte superior interna das vitrines
(sem modificar sua aparência externa). Introduzimos fontes de fibra
óptica e suportes de apoio que possibilitam a escolha da posição de
cada terminal óptico durante as regulagens. Este projeto permitiu
responder às exigências de conservação da coleção e realizar uma
iluminação particular para cada peça. O resultado é impactante e temse
a impressão que as cerâmicas flutuam magicamente nas vitrines.
Com uma valiosa coleção de peças, principalmente cerâmicas das culturas Molle, Animas e Diaguitas,
o Museo del Limarí exigia um trabalho de conservação de energia e de cuidado com as peças,
sensíveis à luz, porém sem intervir no projeto museológico. A solução foi a troca dos projetores
de quartzo de 300W por fontes de fibra óptica | With a valuable collection of exhibits, mainly
ceramic pieces from the Molle, Animas and Diaguita cultures, the Limarí Museum constituted
a task of energy conservation and of care with exhibits that were sensitive to light, but
nevertheless without interference in the museum project. The solution was the substitution
of 300W quartz lights with fibre optics sources
Você ainda gosta de iluminação cênica?
Muito. Há 20 anos trabalho principalmente com projetos arquitetônicos,
mas sempre conservei uma parte de minha atividade, ainda que menor,
dedicada à iluminação cênica. Nos últimos anos, fiz pouco teatro, mas
trabalhei com muitos shows. Procuro fazer duas ou três produções por ano.
Para mim, é importante conservar essa atividade cênica, pois, além de ter
sido por onde comecei minha carreira, é um universo no qual se tem uma
grande liberdade de criação, de utilização de efeitos, de cores. Iluminar uma
obra ao vivo oferece uma gratificação instantânea, o que é diametralmente
oposto à maioria dos projetos arquitetônicos, para os quais é preciso
esperar anos para ver um resultado. Por outro lado, da mesma forma que
para a arquitetura, o trabalho de luz consiste em se colocar a serviço da
obra, que neste caso é a música. Procuro criar uma atmosfera particular
para cada sequência musical, como se eu fosse “um músico a mais”, que
conhece perfeitamente as sequências. A ideia é traduzir a emoção sentida
quando se escuta a música, oferecendo um encadeamento de cenas de
luz cuja intensidade e o movimento acompanham os ritmos, a harmonia
e a melodia. Trabalho há alguns anos com o grupo de jazz Quintessence,
que, na minha opinião, é uma das melhores formações chilenas de “big
band”. Eles me dão liberdade total para realizar as luzes de seus shows.
Numa apresentação recente no teatro municipal de Santiago, concebi um
plano com aproximadamente 110 equipamentos tradicionais de teatro,
como refletores elipsoidais, planos convexos, panoramas e fresnéis. Pude,
assim, jogar livremente com as direções, as intensidades, as cores e os
movimentos. A arquitetura não tem esta dinâmica.
without damaging them. But it was also important to create interesting
scenic lighting effects. Apart from this, the system had to allow for the total
rearrangement of the lighting for each new exhibition. So we worked out a
showcase lighting system based on fibre optics, as this doesn’t generate either
UV radiation or a lot of heat. We installed adjustable optical terminals, as in
theatrical equipment, that allow one to adjust at will the angle, brightness,
position and colour of the light sources. To complete this, we came up with
a system of DMX-driven shutters, connected to motion sensors that cut off
the light on the displays when nobody is in the room.
Another interesting project was that of the Limarí Museum, located in
the small town of Ovalle, some 250 miles north of Santiago. This collection,
unique in its quality and diversity, is mostly made up of ceramic artefacts of
the Diaguita Indians, a tribe that disappeared after the arrival of the Spanish
conquistadores. Our unusual mission was to work out a new lighting system
for the museum without altering the museum lay-out, or, in other words, the
position of the exhibits and the external appearance of the showcases. The
original lighting project was based on 300W quartz lights fitted inside the
display cabinets. As well as causing a significant deterioration of the collection
through the huge light output (up to 2000 lux measured), this provoked a
considerable temperature rise inside the showcases. And lastly, these lights
created a situation of over-lighting, with no subtlety, that flattened the
visual appearance of the collection. After conducting a complete inventory
of the items and the installations, our project consisted in the alteration of
the upper internal part of the showcases (without affecting their external
appearance). We introduced fibre optics light sources and supports, which
allowed a choice of positioning for each optical terminal in the course of
adjustments. This project allowed us to meet the requirements of conservation
of the collection and also to achieve individual lighting for each item. The
result provides impact and one gets the impression that the ceramic pieces
are magically floating in the display cases.
to most of the architectural projects, in which one has to wait years to see
the results. On the other hand, in the same way as with architecture, the
task of lighting consists in putting yourself at the service of art, which, in this
case, is the music. I try to create a particular atmosphere for each musical
sequence, as if I were just “one more musician”, who is totally familiar with
these sequences. The idea is to translate the emotion felt when you listen
to the music, offering a concatenation of lighting scenes whose movements
and intensity accompany the rhythms, the harmony and the melody. I’ve
been working for some years with the Quintessence jazz group, which,
in my opinion, is one of the best Chilean big-band ensembles. They give
me total freedom in the lighting of their shows. In a recent appearance
at the Santiago Municipal Theatre, I worked out a plan using about 110
traditional pieces of stage lighting equipment, such as ellipsoidal reflector,
plano-convex, panoramic and fresnel spot-lights. I could thus play around
at will with the direction, brightness, colours and movements. Architecture
lacks this kind of dynamism.
© Pascal Chautard, 2008
Fale-nos de alguns destes projetos para museus.
Em 2007, trabalhei no Museo de la Moda de Santiago, que foi
construído no interior de uma grande casa pré-existente, cujos donos
transformaram em museu. Era preciso criar um sistema de iluminação que
permitisse expor peças têxteis antigas e de alta costura de grande valor sem
deteriorá-las. Mas era também importante criar efeitos interessantes de
luz cenográfica. Além disso, este sistema teria de permitir a modificação
completa das luzes a cada mudança de exposição. Concebemos, então,
um sistema de iluminação de vitrines com base em fibras ópticas, pois
elas não geram radiações ultravioletas nem calor. Instalamos terminais
ópticos reguláveis, como nos equipamentos de teatro, que permitem
modificar à vontade os ângulos, a intensidade, a posição e a cor das
fontes de luz. Para completar, concebemos um sistema de shutters
pilotado por DMX e conectado a detectores de presença que suprimem
a exposição de luz sobre as peças quando não tem ninguém na sala.
Um outro projeto interessante foi o do Museu do Limarí, que se
situa na pequena cidade de Ovalle, a 400km ao norte de Santiago.
A coleção, única por sua qualidade e diversidade, é constituída em
sua maior parte por peças de cerâmica dos índios Diaguitas, etnia
que desapareceu depois da chegada dos conquistadores espanhóis.
Nossa missão, pouco comum, era a de conceber um novo sistema de
iluminação para o museu sem modificar o projeto museológico, ou
seja, a posição dos objetos e a aparência externa das vitrines. O projeto
original de iluminação tinha por base projetores de quartzo de 300W
situados no interior das vitrines. Além de causarem uma deterioração
importante da coleção pela imensa quantidade de lux (até 2.000
lux medidos), provocavam o aumento da temperatura nas vitrines.
Para completar, estes projetores criavam uma iluminação forte demais,
Today you are president of the DIA, the Chilean lighting designers’
association. What are the functions of this association?
I’m also one of the founder members of the association, which has
existed in law for the last two years, though we started getting organised
over three years ago. The decision to form the DIA was made by a group
of professionals who believed that working together would be the best
way to raise the professional and ethical standards of lighting designers,
as well as promoting recognition for our profession in Chile. To achieve
this, one of the association’s goals is to be a means of communicating,
among architects, institutions and the lay society in general, the role
and importance of lighting design in the elaboration of architectural
and urban projects. The DIA aims at contributing to the development
of this profession by means of various working commissions, who deal
with subjects ranging from national and international relations to lighting
norms, professional training and improvement, communication... This
year, for example, we have been working together with the Pontificia
Universidad Católica de Chile (PUC) towards setting up a course, being
given until the end of November, on applied electricity in lighting design.
For next year, our greatest challenge is the organisation of Luxamerica
2010, in partnership with Pontificia Universidad Católica de Valparaíso
(PUCV). The idea is to open up this event to the world of lighting design
and transform it in such a way as to bring together the world of engineers
and developers with that of architects and designers. (By Joana Canêdo)
Você é hoje presidente da DIA, a associação dos lighting
designers do Chile. O que faz esta associação?
Sou também um dos membros fundadores da associação, que existe
juridicamente há dois anos, embora tenhamos começado a nos organizar
há mais de três. A decisão de formar a DIA foi tomada por um grupo de
profissionais que acreditava que trabalhar em conjunto seria a melhor
forma de melhorar o nível profissional e ético dos lighting designers, além
de proporcionar o reconhecimento de nossa profissão no Chile. Por isso,
uma das funções da associação é ser um meio para comunicar, junto aos
arquitetos, instituições e a sociedade civil em geral, o papel e a importância
do lighting design na elaboração de projetos arquitetônicos e urbanos. A
DIA pretende contribuir para o desenvolvimento da profissão por meio
de diferentes comissões de trabalho, que atuam sobre temas que vão de
relações nacionais e internacionais, a normas de iluminação, educação
e desenvolvimento profissional, comunicação... Este ano, por exemplo,
trabalhamos em colaboração com a Pontificia Universidad Católica de Chile
(PUC) para a realização de um curso, que está sendo ministrado até o fim
de novembro, sobre eletricidade aplicada ao lighting design. Para o ano
que vem, nosso maior desafio é a organização da Luxamerica 2010 em
colaboração com a PUC de Valparaíso. A ideia é abrir este evento ao mundo
do lighting design e transformá-lo de modo a unir o mundo dos engenheiros
e desenvolvedores ao dos arquitetos e designers. (Por Joana Canêdo)
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Do you still enjoy stage lighting?
Very much. For twenty years now, I’ve been working mainly with architectural
projects, but I’ve always reserved a part of my activities, even though a lesser
part, for stage lighting. In the last few years, I’ve done little theatre, but
I’ve worked on a lot of concerts. I try to do three or four productions every
year. For me, it’s important to keep up this kind of activity, as, quite apart
from it being where I started my career, it is a world in which one enjoys
enormous creative freedom, of lighting effects, of colour. Illuminating a live
performance offers immediate gratification, which is diametrically opposed
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NOVIDADES DO PORTAL OF LIGHT*
FAZER MUNDOS DE LUZ
As afinidades eletivas entre arte e arquitetura. Pequena resenha da light art na Bienal de Veneza
Elective affinities between art and architecture. A brief survey of light art from the Venice Biennale
Michele Lamanna, cortesia | courtesy Philadelphia Museum of Art
Michele Lamanna, cortesia | courtesy Philadelphia Museum of Art
1. 2. 3. 4.
Michele Lamanna, cortesia | courtesy Philadelphia Museum of Art
Paula Pape
1. Bruce Nauman: “Vices and Virtues”; 2. “Double Poke in the Eye II”; 3. “The True Artist Helps
the World by Revealing Mystic Truths”; 4.“Pink and Yellow Corridor” | 5. Lygia Pape: “Ttéia”
Não obstante o Leão de Ouro conferido a um personagem conhecido
luz artificial, quis interagir também com aquela natural, realizando um
grande vitral. Ao longo das fachadas principais do palacete corre o
friso de luz néon “Vices and Virtues” (1983-1988), uma sobreposição
de palavras onde o nome de um vício se confunde com aquele de
uma virtude, como querendo dizer que o bem e o mal são duas faces
da mesma moeda. “The True Artist Helps the World by Revealing
Mystic Truths” (1967), recita a instalação com néon, uma espiral
cor-de-rosa com escritos azuis, colocada exatamente na entrada da
mostra, onde, ainda com o néon, encontramos “Double Poke in the
Eye II” (1985) e “Eating Buggers (Version II)” (1985), duas pequenas
instalações na parede com o tema “cabeças e mãos”.
Em “Sound and Space”, nos espaços da IUAV e de Ca’ Foscari, o acento é
colocado na percepção espacial e seus sons. Em “Pink and Yellow Corridor”
(1972), por exemplo, uma “fuga” no teto de luzes em néon amarelo e rosa
que se apoderam do espaço arquitetônico e transformam a sua percepção.
Também a brasileira Lygia Pape, falecida há poucos anos, trabalhava
com a percepção espacial e a luz. Difícil imaginar os fios dourados da sua
instalação “Ttéia” (2002-2005), exposta na primeira sala das Corderie,
fora de um ambiente arquitetônico. Uma montagem talvez menos
sugestiva do que aquela realizada em 2005 por Bob Wilson no Palazzo
della Ragione de Milão, mas onde o signo luminoso se delineia, puro
e essencial, em um espaço quase austero, tornando-se o protagonista.
Making worlds of light Although the Golden Lion for Lifetime
Achievement at this year’s Venice Biennale went to Yoko Ono, the show
was stolen by a collateral event – the inauguration of the Museo della
Punta della Dogana. Renovated to a design by Tadao Ando, it is not
quite clear whether to go to see the art or the architecture. But then the
boundaries are never all that clear at the Biennale, and not everyone can
readily distinguish where one installation ends and another begins. This is
even more true of light art.
Take an artist like Bruce Nauman, for instance. The very title of his show,
Topological Garden, suggests the symbiotic coexistence of more than one
world. The exhibition is spread over three venues – the US pavilion in the
Gardens, the IUAV and Ca’ Foscari. As the curator Carlos Basualdo notes,
“the exhibition metaphorically embraces Nauman’s spatial considerations,
such as those originating in the mathematical discipline of topology,
which has informed the artist’s practice since his undergraduate days. The
exhibition also explores the notion of continuity amid changing conditions
and challenges any notion of discrete and isolated experiences. In the
exhibition, topology offers a kind of framework in which the audience can
relate the encounter with Nauman’s art to traversing the city of Venice.”
‘Neons and Fountains’ and ‘Heads and Hands’ are the thematic threads of the
exhibition at the Gardens, where the artist has set out to engage not only with
artificial but also with natural light by creating a large window. Running along
the main façades of the building, however, is Vices and Virtues (1983–1988), a
frieze of neon lights comprising superimposed words where the name of a vice is
mixed up with that of a virtue, as if to suggest that good and evil are two sides of
the same coin. The True Artist Helps the World by Revealing Mystic Truths (1967),
affirms another neon installation, a pink spiral with sky-blue lettering positioned
right at the entrance to the show, where, again in neon, it is also possible to see
Double Poke in the Eye II (1985) and Eating Buggers (Version II) (1985), two small
wall installations on the ‘heads and hands’ theme situated in the fountain room.
The focus of the exhibition site at the IUAV and Ca’ Foscari is ‘Sound
and Space’. In Pink and Yellow Corridor (1972), for instance, the ceiling is
lined with a receding succession of yellow and pink neon lights that take
over the architectural space and transform our perception of it.
The Brazilian artist Lygia Pape, who died some years ago, also explored
spatial perception and light. It is hard to imagine the golden threads of her
installation Ttéia (2002–2005), in the first room of the Corderie, outside
of an architectural setting. Although it is not perhaps as absorbing as Bob
Wilson’s installation at Palazzo della Ragione in Milan in 2005, the pure and
essentially delineated light sign is the protagonist of an almost bare space.
Hans Peter Feldman, who is showing his Schattenspiel (Shadow Play) at Palazzo
delle Esposizioni, also creates shadows by using a kind of three-dimensional
também do grande público como Yoko Ono, na Bienal de Arte de Veneza
deste ano a cena foi roubada por um evento “colateral”: falamos da
inauguração do Museo della Punta della Dogana, reestruturado por
Tadao Ando, um projeto em que não se sabe o que apreciar: a arte ou
a arquitetura. Mas não há Bienal em que os limites sejam fáceis de se
compreender, onde o fim de uma instalação e o início de outra sejam
claros para todos. Isto é ainda mais verdadeiro no âmbito da light art.
Tomemos um artista como Bruce Nauman, cuja mostra “Topological
Garden” exprime, já no título, a consistência simbiótica de mais mundos.
Além do pavilhão norte-americano nos Jardins da Bienal, a mostra é
visível também na Università IUAV e na Ca’ Foscari. Como escreveu
o curador Carlos Basualdo, “a mostra engloba metaforicamente as
considerações espaciais de Nauman, como aquelas derivadas justamente
da disciplina matemática da topologia, que o artista tem aplicado em
sua prática desde a época da universidade. A mostra também explora a
noção de continuidade em um contexto mutante e desafia o conceito
de experiência isolada e discreta. A topologia aqui é um trait-d’union,
com o qual os visitantes podem estabelecer relações entre o encontro
com a arte de Nauman e a travessia da cidade de Veneza”.
“Neons and Fountains” e “Heads and Hands”: estas são as temáticas
da mostra de Nauman nos Jardins, onde o artista, além de utilizar a
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*Esta coluna é publicada em parceria com o portal www.lightingacademy.org
*This column is published in partnership with the portal www.lightingacademy.org

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Sebastiano Luciano
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Sebastiano Luciano
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1. Hans Peter Feldman: “Schattenspiel” | 2. Ivan Navarro: “Threshold: Death Row”
| 3. Pae White: “Birdcaller” | 4. Haegue Yang: “Vulneable Arrangements”
Hans Peter Feldman, presente no Palazzo delle Esposizioni com a sua
na Scuola Grande Confraternita di San Teodoro. A mostra reúne mais
film consisting of lots of small scenes arranged in sequence along a table.
of Vulnerable Arrangements - Concerns towards Personal Limits (2008) by
“Schattenspiel (Shadow Play)”, cria uma projeção de sombras utilizando
de 40 obras de artistas contemporâneos, desde os mais conhecidos,
A more disturbing darkness can be found behind the doors of Death Row
Haegue Yang, which is made up of small light trees weighed down with
uma espécie de película tridimensional formada por diversas pequenas
como Lucio Fontana, Josef Kosuth, Jean Arp e Louise Bourgeois, até
(2008), the work of Chilean artist Ivan Navarro, where neon frames, with a
yarn, Venetian blinds, shell sculptures, pieces of carnival floats, Mexican
cenas dispostas em sequência ao longo de uma mesa.
nomes emergentes ou que se afirmaram recentemente. Nos amplos
different colour for each door, create an optical effect of black profundity.
necklaces and musical instruments, essence burners, origami constructions,
Um escuro mais inquietante é aquele sobre o qual se abrem as portas de
salões iluminados por clássicos lustres de Murano, encontramos obras
The same effect is replicated in a kind of well with the word ‘Bed’ spelt
plates, post-it notes, fluorescent and incandescent lights.
“Death Row” (2008), do chileno Ivan Navarro, onde uma cornija de néon, de
como “Kaiserlich”(c.1923), de Josef Albers, e “Accumulation of light
out in white neon, which, through a play of reflections, is multiplied in
Can you mentally picture Marinetti’s vision of the machine, full of life
cores diferentes para cada porta, cria um efeito óptico de negra profundidade.
bulbs” (1962), de Arman, a escada de cacos de vidro de Luca Pancrazzi
a receding succession towards bottomless, abyssal depths. Both are part
and energy, with shining lights and glistening chrome, where death is
“Birdcaller” (2009) é a instalação site specific da norte-americana Pae
(2008). Talvez tivessem figurado melhor em um outro contexto as obras
of the installation Threshold (2009), which also includes a third work: the
heroic sacrifice and not a slow, sad decline? “A racing car with its bonnet
White, artista com um passado de cenógrafa, que criou lustres-gaiolas
em fibras ópticas “In Bloom”, de Soeyon Cho, e “Il filo di Arianna”, de
bicycle Resistance (2009), made up of white fluorescent tubes that are
adorned with great tubes like serpents with explosive breath […] is more
utilizando materiais heterogêneos como rede metálica, argila, ração para
Federica Marangoni, um fino tubo em néon branco.
activated by pedalling; in the background is a video shot in the brightly lit
beautiful than the Nike of Samothrace”, goes one of the most celebrated
passarinhos, lâmpadas... Situada no pavilhão de ligação entre as Corderie
Ainda o néon surge no lustre “Triple Negation Chandelier” (2008),
environment of Times Square. In this case, the use of neon or fluorescent
quotes of the father of Futurism (this year is the centenary of the Manifesto).
e o pavilhão italiano, transforma um ponto de passagem em um ponto
de Shezad Dawood, presente na mostra “East-West Divan”, instalada
lights is a symbol of modern society’s dependence on energy, and therefore
The Futurist theatre of Marco Lodola, on the other hand, is alive with positive
de parada. Ou funciona, talvez, como arapuca para capturar os estranhos
no piso superior da Scuola della Misericordia, em Cannaregio. No piso
of the individual human being that produces it with his or her work.
energy: consisting of dancing figures of Las Vegas-style multicoloured LED
passarinhos que fazem ninhos em “Arrangements - Concerns towards
térreo estão, por sua vez, hospedadas duas grandes instalações que
Birdcaller (2009) is the site-specific installation of the American artist
lights, it is on view at Collaudi, the exhibition that pays tribute to Futurism
Personal Limits” (2008), de Haegue Yang, pequenas árvores luminosas
articulam a luz utilizando uma estrutura arquitetônica: “The Tube”,
Pae White, a former set designer, who has created cage-chandeliers using
at the Italian Pavilion in the Arsenale. This is one of the few installations, at
carregadas de fios, venezianas, esculturas de conchas, peças de carros
de Zilvinas Kempinas, montagem oficial da Lituânia, e “Kkann”, do
heterogeneous materials such as metal netting, clay, bird feed, light bulbs,
least amongst the work I saw, that makes use of LED lights. A counterpoint
carnavalescos, colares e instrumentos musicais mexicanos, difusores de
italiano D Tao (pseudônimo de Dario Milana). “The Tube” é um túnel
etc. Located in the pavilion linking the Corderie and the Italian Pavilion, it
to these colourful acrobats are the nobly static stage characters of Nicola
essências, origami, pratos, Post-it, lâmpadas fluorescentes e incandescentes.
obtido com tiras de película negra translúcida, as quais acentuam o
transforms an area one tends just to walk through into a place to stop. Or
Bolla, which lie somewhere between the surreal and the mythological
Vocês perceberam a visão marinettiana da máquina como fonte de
efeito óptico de achatamento dimensional, tanto que aquilo que se
perhaps it functions as a trap to capture the strange birds nesting on Series
(there is even a unicorn). They are equally shiny and bright, though in this
vida e energia, brilhante de luzes e colorações, onde a morte é sacrifício
vê ao entrar é um grande olho com uma pupila branca e uma íris
heroico e não lento e triste deterioramento? “Um automóvel de corrida
de hastes negras. “Kkann” (“água” em chinês), já vista em Milão na
com o seu capô adornado de grandes tubos similares a serpentes de
mostra “Design Energies” all’Università Statale di Milano em abril
hálito explosivo (...) é mais belo que a Vitória de Samotracia”, recita uma
último, é uma cascata de 600m 2 de alumínio, que “banha” também
das frases mais célebres de Marinetti, o pai do Futurismo, movimento
o pavimento sobre o qual os visitantes são convidados a caminhar
de cujo Manifesto se celebra, este ano, o centenário.
para gerar o efeito sonoro. Do mesmo artista estão expostos alguns
O teatrinho futurista de Marco Lodola emana energia positiva, composto
quadros que incorporam, cada um, uma esfera de cristal: “uma esfera
de figuras dançantes de luzes LED multicoloridas em estilo Las Vegas,
de luz”, nos esclareceu o artista.
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exposto na mostra “Collaudi”, que rende homenagem ao Futurismo,
montada no pavilhão italiano no Arsenale. Uma das poucas instalações,
ao menos dentre as vistas por nós, com os LEDs. A estes coloridos
Mas o evento que, ao menos dentre aqueles que conseguimos ver,
reagrupa em um mesmo lugar – o Museo Fortuny – o maior número de
obras com a luz é a mostra “In-Finitum”, que explora as categorias do
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saltimbancos fazem contraponto – em sua nobre quietude e na mesma
infinito em todas as suas acepções. Faz parte de um percurso expositivo
medida cintilantes e luminosos, mas por meio dos strass Swarovski que
idealizado por Axel Vervoordt, iniciado em 2007 com “Artempo”,
os recobrem –, os personagens do palco de Nicola Bolla, entre o surreal
e o mitológico, com um tanto de unicórnio. Aquele usado por Bolla foi
talhado na Áustria, mas o que há de mais veneziano do que o vidro?
Este material, há séculos protagonista da vida econômica e artística de
Veneza, é o tema da mostra “Glass Stress”, exposta tanto no Palazzo
Cavalli Franchetti, sede do Istituto Veneto di Scienze, Lettere, Arti, quanto
também no Palazzo Fortuny, e continuado no ano passado em Paris
com “Academia: Qui es-tu?”.
Logo na chegada, no piso térreo, está a obra conceitual de Joseph
Kosuth “C.S. II #13” (1988). A frase This dream has an advantage
over many others, escrita em néon branco de tonalidade quente,
abre a seção intitulada “Il Cosmico”, que inclui obras como “Glow”,
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5. 6.
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5. Soeyon Cho: “In Bloom”
6. Federica Marangoni: “Il filo di Arianna”

Cortesia | Courtesy: Riccardo Crespi Gallery, Milan
Divulgação | publicity photo: Elly Nagaoka
1. 2. 3. 4. 5.
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1. Shezad Dawood: “Triple Negation Chandelier” | 2. Zilvinas Kempinas: “The Tube” | 3. D
Tao (Dario Milana): “Kkann” | 4. Joseph Kosuth: “C.S. II #13” | 5. Nanda Vigo: “Surya”
de Anish Kapoor, um grande “olho” amarelo que parece resplandecer forma suprema de realização espiritual no budismo tibetano, onde o
de luz própria e joga com a percepção de sua tridimensionalidade corpo, justamente, se dissolve em luz em vez de morrer.
volumétrica. No piso, vemos “Spirits in the Water with Cuban artists” Na Ca’d’Oro, estava a mostra “Acqua”, dedicada a tal elemento; no
(2009), de Tatsuo Miyajima, um grande tanque negro onde flutuam pátio interno, no piso térreo (por ironia da sorte sujeito a inundações),
luzes e contadores LED multicoloridos, simbolizando a vastidão do propõe a videoinstalação “L’enigma degli addii” (2009), de Fabrizio
mar e a sequência infinita dos números. Prosseguindo no percurso, Plessi, uma série de barcos de madeira que alojam telas de vídeo sobre
encontramos “Surya” (2008-2009), de Nanda Vigo, um disco de luz as quais, em vez de imagens, “escorre” água.
néon vermelha e azul em vidro satinado espelhado. Também Grazia Água que Carlo Scarpa optou por fazer entrar nos ambientes no nível
Toderi, com uma versão de seu vídeo “Rosso” (2007).
térreo da Fondazione Querini Stampalia. Neste mesmo palazzo está
Em uma sala lateral, a peça central é a videoinstalação “Bodies of montada a mostra “Interior Landscape”, da libanesa Mona Hatoum,
Light”, de Bill Viola (2006), também esta com um significado místico. cerca de 30 obras inéditas que tratam do tema da tragédia do Oriente
O vídeo mostra uma figura feminina e uma masculina percorridas por Médio e seus conflitos em relação à vida cotidiana. Encontramos,
um globo de luz que as faz dissolver lentamente. O corpo de luz é a assim, o globo “Hot Spot III”, onde os continentes são traçados em
néon vermelho, enquanto “Impenetrable” é uma instalação ambiental
case the effect is due to the Swarovski strass with which they are covered.
The material used by Bolla might have been cut in Austria, but what could
be more quintessentially Venetian than glass? A key player in the economic and
artistic life of the city, it is the focus of the exhibition Glass Stress, held at Palazzo
Cavalli Franchetti, home to the Istituto Veneto di Scienze, Lettere, Arte, and the
Scuola Grande Confraternità di San Teodoro. The show combines over forty works
by prominent contemporary artists such as Lucio Fontana, Joseph Kosuth, Jean
Arp and Louise Bourgeois with those of artists who have become established
in recent years or who are currently emerging onto the art scene. On show in
large halls lit by classic Murano chandeliers are works such as Kaiserlich (c.1923)
by Josef Albers and Accumulation of Light Bulbs (1962) by Arman, the staircase
of glass splinters by Luca Pancrazzi (2008). Maybe Soeyon Cho’s In Bloom and
Federica Marangoni’s Il filo di Arianna, a slender tube of white neon, might have
been displayed to greater effect in another setting.
Neon also features in Triple Negation Chandelier (2008) by Shezad Dawood,
on display in the exhibition East-West Divan set up on the upper floor of the
Scuola della Misericordia in Cannaregio. The ground floor houses two large
installations that articulate light by means of an architectural structure: The
Tube by Zilvinas Kempinas, the official representation of Lithuania, and Kkann,
by the Italian artist D Tao (pseudonym of Dario Milana). The Tube is a tunnel
formed from black strips of translucent film, which accentuate the optical
effect of dimensional flattening, to the extent that what one sees when
entering is a large eye with a white pupil and an iris of black bars. Kkann
(‘water’ in Chinese), which was also on show at the Design Energies show
at the State University of Milan last April, is a 600 m 2 cascade of aluminium,
which also “wets” the floor over which viewers are invited to walk in order
to produce the sound effect. By the same artist are a number of pictures
that each incorporate a crystal ball, described by the artist as a “ball of light”.
6. Tatsuo Miyajima: “Spirits in the Water with Cuban artists” | 7. Bill Viola: “Bodies of Light”
| 8. Grazia Toderi: “Rosso” | 9. Tatsuo Miyajima: “In-Finitum 4
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1. Fabrizio Plessi: “L’enigma degli addii” | 2. Mona
Hatoum: “Hot Spot III” | 3. Peter Greenaway:
“Impenetrable” | 4. Peter Greenaway: “Bodas de
Caná” | 5. Mike Kelley: “Kandors/Full Set”
However, of all the events I was able to see, the one which groups
together in one location – the Museo Fortuny – the largest number of
works with light is the exhibition In-Finitum, which explores the categories
of the infinite in all its different meanings. It is part of an exhibition project
conceived by Axel Vervoordt, which began in 2007 with Artempo, also at
Palazzo Fortuny, and continued in Paris last year with Academia: Qui es-tu?
As soon as one enters on the ground floor, visitors encounter C.S. II #13
(1988), a conceptual work by Joseph Kosuth. A sentence in warm white
neon, “This dream has an advantage over many others,” opens the section
entitled ‘The Cosmic’, which includes works such as Glow by Anish Kapoor,
a large yellow ‘eye’ that seems to glow with its own light and plays on
perceptions of its volumetric three-dimensionality. On the floor is Spirits
in the Water with Cuban artists (2009) by Tatsuo Miyajima, a large black
basin in which multicoloured LED lights and counters float, symbolizing the
vastness of the sea and the infinite sequence of numbers.
Further on, there is Surya (2008–2009) by Nanda Vigo, a disc of red
and blue neon light in reflecting satin glass, and, by Grazia Toderi, a
version of her video Rosso (2007).
In a side room, Fortuny senior’s antechamber, the central piece is the
video installation Bodies of Light (2006), by Bill Viola. This too has a mystical
significance. The video shows a female and a male figure over which a
sphere of light passes, slowly dissolving them. The body of light is the
supreme form of spiritual fulfilment in Tibetan Buddhism, where the body,
rather than dying, dissolves in light.
At Ca’d’Oro, the Acqua exhibition, which focuses on water; in the courtyard
on the ground floor (which is ironically prone to flooding), there is Fabrizio
Plessi’s video installation L’enigma degli addii (2009), a series of wooden boats
accommodating video screens across which there ‘runs’ not images but water.
Water is also the element Carlo Scarpa chose to introduce into the rooms on
the ground floor of the Fondazione Querini Stampalia. The same palazzo is also
hosting the exhibition Interior Landscape by the Lebanese artist Mona Hatoum,
comprising about thirty previously unshown works focusing on the tragedy of
the Middle East and its conflicts in relation to everyday life. In the globe of Hot
Spot III, for instance, the continents are outlined in red neon. Impenetrable is
a cube-shaped environmental installation made up of curtains of barbed wire,
while Misbah, which in Arabic means ‘lantern’, is a magic lantern that projects,
rather than joyful images, the silhouettes of soldiers with levelled rifles.
Our journey on water takes us beyond the Grand Canal to the Fondazione
Cini on the Island of San Giorgio, where Peter Greenaway has produced a
kind of staging of Paolo Veronese’s The Wedding at Cana. This is the third
of nine planned “revisitations” of classic paintings, a project organized in
conjunction with Change Performing Art which began with Rembrandt’s
The Nightwatch and continued, last year, with Leonardo’s Last Supper.
As in the case of The Last Supper, here too the non-availability of the
original led to the realization of a facsimile copy of the painting on a 1:1
scale. The original painting once hung on the end wall of the Palladian
Refectory on this very island, before Napoleon stole it and took it off to
Paris, where it became one of the Louvre’s many treasures…
Thanks to lighting effects and sophisticated 3D image processing technology,
the scene depicted in the painting acquires spatial depth and a temporal
dimension, with its own chronological sequence of events, including a storm
and a fire. This is yet another demonstration of how light can change our very
perception of settings and objects, giving them a new identity but also creating
an illusion. The static image is transformed into film narration of an event,
almost, one might go so far as to say, a “reality show”, complete with a live
miracle in the midst of the distracted chatter of the characters, who fittingly
speak in Venetian dialect (with a translation in English for foreign visitors).
I would like to conclude our brief survey where I started, with the inauguration
of the Punta della Dogana. It is worth mentioning the atmospheric but
perhaps rather repetitive installation Kandors/Full Set (2005–2009) by Mike
Kelley. In a darkened room there are 21 luminescent models of cities, made
from coloured or natural silicon and placed inside gigantic bottles. As I said,
when walking around the rooms of this new museum, it is hard to decide
whether to concentrate on the works on display or on the architecture of
Tadao Ando and the particular quality of light with which all his buildings are
endowed. Let’s say that, as far as my own taste and areas of competence
are concerned, the latter clearly comes first. I will have more to say about
this in the near future, also on the Portale della Luce. (By Clara Lovisetti)
Divulgação | publicity photo
5.
cúbica composta de cortinas de arame farpado; “Misbah”, que em
árabe significa “lanterna”, é uma lanterna mágica que não projeta
imagens jocosas, mas silhuetas de soldado com o fuzil apontado.
Nossa viagem sobre a água nos leva ao outro lado do Canal Grande,
precisamente à Fondazione Cini, na Isola di San Giorgio, onde está em
cena Peter Greenaway com as “Bodas de Caná”, de Paolo Veronese.
Trata-se da terceira das nove revisitações previstas de pinturas clássicas,
um projeto em colaboração com Change Performing Arts, iniciado com
a “Ronda di Notte” e continuado, no ano passado, com “A Última Ceia”,
de Leonardo da Vinci. Como no caso da Última “Ceia”, também aqui a
não disponibilidade do original comportou a realização de uma cópia
da pintura em escala real. E pensar que se encontrava justamente na
Isola, na parede de fundo do refeitório paladiano, antes que Napoleão
o furtasse e o levasse a Paris, um dos tantos tesouros do Louvre...
Graças aos efeitos luminosos e a uma sofisticada tecnologia de
elaboração tridimensional das imagens, a cena fixada no quadro adquire
profundidade espacial e dimensão temporal, com uma sequência
cronológica de eventos, dentre os quais um temporal e um incêndio.
Uma enésima demonstração de como a luz pode mudar a própria
percepção dos ambientes e objetos, dando-lhe uma nova identidade,
mas também criando uma ilusão. A imagem estática se transforma
em narração cinematográfica de um fato de crônica, quase um reality
show, se poderia arriscar, com um tanto de milagre ao vivo, em meio ao
burburinho distraído dos personagens que, coerentemente, falam em
dialeto veneziano (com tradução em inglês para os visitantes estrangeiros).
E fechamos onde iniciamos, com a inauguração da Punta della Dogana.
Para a nossa resenha assinalamos a sugestiva, mas talvez um pouco
repetitiva, instalação “Kandors/Full Set” (2005-2009), de Mike Kelley, uma
sala escura com 21 maquetinhas luminescentes de cidades, realizadas
em silicone colorido ou ao natural, colocadas dentro de gigantescas
garrafas. Como já dito, percorrendo as salas desse novo museu não se
sabe bem se deve-se prestar atenção às obras expostas ou à arquitetura
de Tadao Ando e à luz particular que possuem todos os seus edifícios.
Digamos que, no que diz respeito ao nosso gosto e competência, esta
última merece atenção, sem dúvida alguma. Falaremos dela amplamente
em breve, também no Portal of Light. (Por Clara Lovisetti)
L+D
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evento | event
Um dos projetos precursores citados pela arquiteta em sua apresentação
foi o realizado para o palácio do Itamaraty, em 1967. Na ocasião, Livio
Levi foi convidado para desenhar luminárias para o palácio, pois, como
ela explica, “naquela época se acreditava que desenhar luminárias
bastava para melhorar a qualidade da iluminação do espaço”. Levi
desenvolveu, então, uma luminária do tipo pedestal para lâmpadas
halógenas de 2.000W, peça que posteriormente foi adaptada para
residências, em um modelo menor.
Tema abordado por diversos palestrantes, a sustentabilidade foi
um dos pontos de destaque no Fórum. A iluminação sustentável foi
o tema abordado na palestra do professor Mark Rea. Logo no início,
ele destacou um equívoco comum entre os profissionais da área: “Nos
Estados Unidos, para muitas pessoas sustentabilidade é sinônimo
de eficiência energética”, afirmou. Na verdade, este mal-entendido
também acontece com frequência no Brasil. Não se trata apenas de
economizar energia, explicitou Rae, que, ao longo de sua apresentação,
mostrou exemplos de projetos baseados nos três “E” que definem a
sustentabilidade: economia, ecologia e equidade. “Não é suficiente
economizar dinheiro, utilizar bem a energia ou ajudar as pessoas a
viverem melhor; é preciso ter os três juntos”, destacou.
Mark Rea chamou atenção para a necessidade de uma revisão na
abordagem tradicional da iluminação, baseada apenas no cálculo de lumens.
Para ele, “é preciso pensar em benefícios/Watt, em vez de lumens/Watt”.
Dentre os cases citados pelo professor está a Crown Fountain, instalada no
Millennium Park, em Chicago. Criada pelo artista espanhol Jaume Plensa,
a fonte é formada por uma grande torre de tijolos de vidro, com telas de
LEDs em seu interior, as quais reproduzem de forma randômica os rostos
de habitantes de Chicago. Por ser um ponto de atração e promover a
congregação das pessoas no parque, a fonte poderia ser avaliada pela
perspectiva do “interesse/Watt”, segundo Rea.
Três fatores foram apontados por Rea como essenciais na elaboração
de projetos ecologicamente inteligentes e com uso racional dos recursos
na preservação do ambiente: o melhor aproveitamento dos sensores de
FOCUS ON LIGHTING DESIGN The 2nd Latin American Forum on
movimento (“nós realmente precisamos iluminar tudo o tempo todo?”,
Lighting was held in São Paulo on August 21-22, the first time in Brazil.
provocou); a concentração da luz na área de trabalho, no caso de escritórios
Nearly 200 professionals participated in the event promoted by the Brazilian
(“a alta eficácia da fonte luminosa não garante alta eficácia de aplicação”),
Association of Lighting Architects (AsBAI).
e o conhecimento da luz natural para melhor aproveitamento de suas
During the opening, Cristina Maluf, president of the AsBAI, underscored the
potencialidades (“a distribuição da luz vinda de uma janela é muito
association’s mission: “Promoting the profession of the lighting architect in
LIGHTING DESIGN EM FOCO
diferente da luz vinda de uma claraboia”, por exemplo).
the national market, aimed at qualifying the constructed space with excellence
and sustainability.” According to Cristina, achieving that mission involves
the professional qualification of its members and the strengthening of the
entity and recognition of the profession, and the Forum is in line with those
Aconteceu em São Paulo, em 21 e 22 de agosto, o 2º Fórum Latino-
Research Center (Rensselaer Polytechnic Institute), de Nova York.
objectives. Besides qualification, professional education was also a subject at
Americano de Iluminação, realizado pela primeira vez no Brasil. Cerca de
A primeira palestrante foi Esther Stiller, que traçou um panorama
the Forum: during the three days that preceded the event, AsBAI promoted a
200 profissionais compareceram ao evento, promovido pela Associação
histórico do lighting design no Brasil, com base em sua trajetória – a
technical-scientific course given by Professors Mark Rea and Mariana Figueiró,
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Brasileira de Arquitetos de Iluminação (AsBAI).
Na abertura, Cristina Maluf, presidente da AsBAI, ressaltou a missão
da associação: “Promover a profissão de arquiteto de iluminação
qual se confunde com a história da profissão no País. A arquiteta contou
que, na época em que começou a atuar, no escritório do arquiteto
Livio Levi, a situação era muito diversa da atual. Até a década de
Acima, versão residencial da luminária criada por Livio Levi para
of the Lighting Research Center (Rensselaer Polytechnic Institute) in New York.
Esther Stiller was the first speaker. She outlined a historic panorama of lighting
design in Brazil, based on its trajectory – which merges with the history of the
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no mercado nacional, visando qualificar o espaço edificado, com
1970, o trabalho “inteligente” (a especificação das fontes luminosas)
o palácio do Itamaraty em 1967. Na página ao lado, a Crown
profession in the country. The architect said when she began to work at the office
excelência e sustentabilidade”. O cumprimento de tal missão passa,
era feita pelos engenheiros de iluminação, enquanto os arquitetos
Fountain, projeto de Jaume Plensa instalado no Millennium Park,
of architect Livio Levi, the situation was much different from today. Until the 1970s,
segundo Cristina, pela qualificação profissional de seus associados e
se ocupavam do aspecto “superficial” (a escolha dos modelos de
em Chicago: “interesse/Watt” | Above, home version of the light
the “intelligent” work (the specification for light sources) was carried out by lighting
pelo fortalecimento da entidade e reconhecimento da profissão, e
luminárias). Também não havia preocupação com o posicionamento
fixture created by Livio Levi for the Itamaraty Palace in 1967. On
engineers, while the architects concerned themselves with the “superficial” aspect
o Fórum vem ao encontro destes objetivos. Além da qualificação, a
dos equipamentos, pois toda a distribuição da luz no ambiente era
the left / right, the Crown Fountain, a design by Jaume Plensa in
(the choice of light fixture models). There was also no concern about positioning
formação profissional também foi objeto do Fórum: nos três dias que
feita a partir de um ponto central no teto. “O papel da luz como
Millennium Park, Chicago: “interest/Watt”
the equipment since the entire distribution of light in the environment was done
antecederam o evento, a AsBAI promoveu um curso técnico-científico
elemento na composição arquitetônica, portanto, restringia-se à
from a central point on the ceiling. “The role of light as an element in architecture
ministrado pelos professores Mark Rea e Mariana Figueiró, do Lighting
escolha das luminárias”, relatou Esther.
was thus restricted to the choice of light fixtures,” reported Esther.

Otimizar a entrada da luz natural e barrar a entrada do calor é o objetivo das persianas desenvolvidas por Helmut Köster; acima, esquemas
de funcionamento; na página ao lado, o edifício Stadtwerke Bochum, projeto do escritório Gatermann + Schossig, que emprega o sistema
Retro Luxo | Optimizing natural light and blocking out heat is the objective of the Venetian blinds created by Helmut Köster; above,
operation schemes; opposite page: the Stadtwerke Bochum building, a design by Gatermann + Schossig that employs the Retro Lux system
A luz natural foi justamente o tema da palestra de Helmut Köster, que
abordou a questão da integração entre iluminação natural e artificial. Segundo
ele, as fachadas com vidros escuros, tão utilizados, não são eficientes, pois
evitam a entrada de calor, mas também não proporcionam o aproveitamento
da luz natural. “Se formos capazes de controlar o sobreaquecimento,
certamente os vidros claros são uma opção melhor”, afirma Köster.
O arquiteto alemão apresentou seus projetos para o sistema de persianas
Retro Lux, destinadas a barrar o calor dos raios solares e redirecionar a
luz, por meio da reflexão, para o interior do edifício. Segundo Köster,
desta forma é possível aumentar a utilização da iluminação natural
em 100% e reduzir em torno de 60% o consumo de energia elétrica
para a iluminação e a refrigeração dos edifícios. Outro fator relevante
neste sistema é o conforto visual, pois o redirecionamento dos raios
luminosos pelas persianas evita o ofuscamento causado pela luz
direta; por isso, as lâminas possuem diferentes desenhos conforme seu
posicionamento na janela – o perfil das persianas instaladas na porção
superior é diferente daquelas inferiores, por exemplo.
As apresentações do lighting designer Matthew Tanteri também
abordaram o tema da iluminação eco-friendly. O norte-americano
debateu os fatores que levam a um bom projeto de iluminação que
seja ambientalmente correto e também falou sobre a influência dos
padrões de eficiência energética no desenvolvimento dos projetos.
Na verdade, os parâmetros atualmente utilizados para avaliar o
quão “verde” é um edifício possuem limitações em relação ao lighting
design. O LEED, por exemplo, que é o processo de certificação mais
difundido, ainda se atém muito a dados quantitativos, sem considerar a
qualidade do ambiente e dos usuários – “se o pé-direito é mais alto ou
se as pessoas que vão usar o lugar são idosas, mais luz será necessária”,
ilustrou Tanteri. Os padrões de certificação ambiental, portanto, não
servem como diretrizes de design; eles são apenas uma ferramenta de
avaliação do projeto em relação ao seu impacto no ambiente.
Dentre os aspectos levantados por Matthew Tanteri para se chegar a uma
proposta de iluminação ambientalmente correta sem deixar em segundo
plano a qualidade do projeto em si, destacamos um: “Em vez de empregar
mais luz, use os materiais (cores, acabamentos e texturas) a serviço da luz,
assim você economiza energia. É preciso fazer mais com menos”.
O impacto da luz na saúde e no bem-estar do homem foi o tema da
palestra da brasileira Mariana Figueiró, que discorreu sobre o impacto da
luz no sistema circadiano e como a iluminação pode ser utilizada para
aumentar a qualidade de vida de pessoas com alguma desregulação
do sistema circadiano. “A luz para o sistema circadiano é diferente
da luz para o sistema visual”, segundo Mariana. O azul (ultravioleta),
no caso, é uma cor de grande impacto no sistema circadiano; para
influenciar o ciclo, como estimulante, é necessário menor quantidade
ou intensidade de luz azul do que seria preciso com a luz branca.
Os estudos desenvolvidos por Mariana e sua equipe no Lighting Research
Center mostram que a exposição controlada à luz azul pode ser bastante
útil para melhorar o sono e a qualidade de vida de pessoas que trabalham
durante a noite (turnos invertidos), de adolescentes que demoram a dormir
(DSPD - delayed sleep phase disorder) e também de idosos.
One of the precursory projects cited by the architect in her presentation
intelligent projects with rational use of resources in preserving the environment:
taking better advantage of movement sensors (“do we really need to light
up everything all the time?”, he provoked); concentration of light in the
work area, in the case of offices (“high resource efficacy does not guarantee
high application efficacy”) and knowledge of natural light to take better
advantage of its potential (“the distribution of light from a window is much
different from the light from a skylight”, for example).
Natural light was precisely the theme of Helmut Köster’s lecture, which
addressed the issue of integration between natural and artificial lighting. He says
façades with dark glass, which are so common, are not efficient, because they
block out heat, but they also fail to take advantage of the natural light. “If we are
able to control overheating, clear glass is certainly a better option,” says Köster.
The German architect presented his projects for the Retro Lux venetian blind
system to block out solar ray heat and redirect the light, through reflection,
into the office. According to Köster, it is thus possible to increase the use of
natural lighting by 100% and reduce energy consumption by 60% for lighting
and refrigeration of buildings. Another important factor in this system is visual
comfort, because redirecting light rays by the venetian blinds avoids obfuscation
caused by direct light. That’s why the slats have different designs depending
on their position in the window – the profile of venetian blinds installed in
the upper portion is different from those in the lower portion, for example.
The presentations by lighting designer Matthew Tanteri also addressed
eco-friendly lighting. The American debated the factors that lead to a good
lighting project that is truly environmentally correct and he also spoke of
the influence of energy efficiency standards in project development.
was the one carried out for Itamaraty Palace in 1967. At the time, Livio Levi
was invited to design light fixtures for the palace because, as she explains, “at
the time, it was believed that designing light fixtures was sufficient to improve
lighting quality in the space.” So, Levi developed a pedestal fixture for 2000W
halogen bulbs, a piece that was later adapted to homes in a smaller model.
Sustainability, a theme addressed by several speakers, was one of the Forum’s
highlights. Sustainable lighting was the theme addressed by Professor Mark Rea.
He began by pointing out a common mistake among area professionals: “In
the United States, many people think sustainability is synonymous with energy
efficiency,” he said. In reality, this misunderstanding also occurs frequently in
Brazil. It is not only about saving energy, explained Rea, who showed examples
of projects throughout his presentation based on the three “Es” that define
sustainability: economy, ecology and equity. “It is not enough to save money,
use energy well or help people live better. You must do all three,” he said.
Mark Rea called attention to the need for reviewing the traditional
approach to lighting, based only on calculating lumens. He says “it is
necessary to think of benefits/Watt, rather than lumens/Watt”. The cases
cited by the professor include Crown Fountain, installed at Millennium
Park, in Chicago. Created by Spanish artist Jaume Plensa, the fountain is
comprised of a large tower of glass bricks with LED screens inside, which
randomly reproduce the faces of Chicago inhabitants. Since it is a point of
attraction and promotes the gathering of people in the park, the fountain
could be assessed from an “interest/Watt” perspective, says Rea.
Rea points out three factors as essential in the elaboration of ecologically
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lighting design architect and professor at the Universidad de Buenos Aires
underscored the knowledge that needs to be incorporated by the lighting
designer (including an understanding of the importance of light levels and
contrast for the composition) and also addressed practical issues related
to the performance of these professionals, such as the role of appropriate
specifications in final result quality – “close is not the same”, she said.
The lecture by engineer Álvaro Nieva, professor at the Universidad
Autónoma de Aguascalientes, in Mexico, dealt with the creation process
in lighting design, the diverse aspects and approaches of which were
structured in a system of triangles. Balancing between technique and
esthetics was addressed in one of the schemes shown by Nieva. Among
the examples cited, we highlight two projects from Mexico: at the Museo
de la Muerte, in Aguascalientes, red filters were used in the glass to give
a dramatic ambiance to the space, while accent lights were used on the
paintings to maintain the original lighting; in the main shaft of the Mina del
Éden, in Zacatecas, the lighting explored the symbology of the color violet,
traditionally associated with majesty, to emphasize the place’s importance.
The event also had two round tables involving the participation of all the
speakers and also of lighting designers Ricardo Hofstadter (Uruguay) and
Pascal Chautard (Chile). In the first meeting, they discussed the reality of the
lighting architect profession and how it is recognized by the market in the
diverse countries where the participants work. A point in common was the
importance of the lighting designer to work independently from suppliers.
“Remuneration must come 100% from the client (and not depend on the
quantity of lighting fixtures he will install) in order to avoid distortions in the
project,” defended Hofstadter. Along these same lines, Tanteri provoked:
“If the project has no value, don’t charge.”
The second round table, whose themes were professional practice and
defense of the specification, had the participation of all the aforementioned
professionals as well as architects Lúcia Porto and Alberto Botti, who kicked
off the table with a speech highlighting the importance of lighting design for
architectural creation and defending the integration of light and architecture
from the conception of the preliminary study. “Today, more than ever, light
is a basic component of good architecture. Its positive manipulation is a sine
qua non condition for good visualization of architecture, and therefore, for
its full understanding,” he declared. (By the editorial staff)
Dois projetos de Alvaro Nieva no México que exploram os aspectos
estético e simbólico da iluminação: nesta página, vista do Museo
de La Muerte, em Aguascalientes; na página ao lado, o tiro
principal da Mina del Éden, em Zacatecas | Two designs by Alvaro
Nieva in Mexico that explore the esthetic and symbolic aspects
of illumination: on this page, view of the Museo de La Muerte
(Museum of Death), in Aguascalientes; on the opposite page, Mina
del Éden’s main mine shaft, in Zacatecas
Actually, there are limitations in the parameters currently used to assess
how “green” a building is in terms of lighting design. For example, LEED,
which is the most disseminated certification, still deals excessively with
quantitative data, without considering environment quality and users – “if
the ceiling is higher or if the people who will use the place are elderly, more
light is needed,” explained Tanteri. Therefore, environmental certification
standards do not serve as design guidelines. They are only a project evaluation
tool in relation to the environmental impact.
Among the aspects raised by Matthew Tanteri to get to an environmentally
correct lighting proposal without putting project quality aside, one stands out:
“Rather than use more light, use materials (colors, finishing and textures) in
the service of light, and you will save energy. You must do more with less.”
Light’s impact on human health and well-being was the theme of Brazilian
speaker Mariana Figueiró, who talked about light’s impact on the circadian
system and how lighting can be used to increase the quality of life of people
whose circadian system is somewhat deregulated. “Light for the circadian
system is different from light for the visual system,” says Mariana. For example,
blue (ultraviolet) is a color with great impact on the circadian system. In order
to influence the cycle, like a stimulant, it is necessary to have less quantity or
intensity of blue light than would be necessary with white light.
Studies carried out by Mariana and her team at the Lighting Research
Center show that controlled exposure to blue light can be very useful to
improve sleep and the quality of life of people who work at night (inverted
shifts), teens who take a long time to fall asleep (DSPD – delayed sleep
phase disorder) and the older adults.
Argentine lighting designer, Eli Sirlin’s presentation was about the
lighting architect’s responsibility towards the client and project results. The
O tema da apresentação da lighting designer argentina Eli Sirlin foi
O evento contou, ainda, com duas mesas-redondas envolvendo a
participação de todos os palestrantes e também dos lighting designers
Ricardo Hofstadter (Uruguai) e Pascal Chautard (Chile). Na primeira delas,
discutiu-se a realidade da profissão de arquiteto de iluminação e como
ela é reconhecida pelo mercado nos diversos países de atuação dos
participantes. Um ponto comum entre as diversas falas foi a importância
do lighting designer atuar de forma independente em relação às
empresas fornecedoras. “A remuneração deve vir 100% do cliente (e
não depender da quantidade de luminárias que ele colocará) para não
gerar distorções no projeto”, defendeu Hofstadter. No mesmo sentido,
Tanteri provocou: “Se o projeto não tem valor, não cobre por ele”.
A segunda mesa-redonda, cujos temas eram a prática profissional
e a defesa da especificação, contou com a participação de todos os
profissionais citados acima e também dos arquitetos Lúcia Porto e
Alberto Botti, o qual, na abertura da mesa, fez um discurso destacando a
importância do lighting design para a criação arquitetônica e defendendo
a integração entre luz e arquitetura desde a concepção do estudo
preliminar. “Hoje, mais do que nunca, a luz é componente básico da
boa arquitetura; sua manipulação de forma positiva é condição sine
qua non para a boa visualização da arquitetura e, portanto, para sua
plena compreensão”, declarou. (Da Redação)
a responsabilidade do arquiteto de iluminação perante o cliente e os
resultados do projeto. A arquiteta e professora de desenho de iluminação
na Universidad de Buenos Aires destacou diversos conhecimentos a
serem incorporados pelo lighting designer (dentre eles, a compreensão
da importância dos níveis de luz e contraste para a composição) e
também abordou questões práticas relacionadas à atuação desses
profissionais, como o papel da especificação adequada na qualidade
do resultado final – “parecido não é igual”, frisou.
A palestra do engenheiro Álvaro Nieva, professor da Universidad
Autónoma de Aguascalientes, no México, tratou do processo de
criação em lighting design, cujos diversos aspectos e abordagens foram
estruturados em um sistema de triângulos. O balanceamento entre
técnica e estética foi abordado em um dos esquemas mostrados por
Nieva. Dentre os exemplos citados, destacamos dois projetos realizados
no México: no Museo de la Muerte, em Aguascalientes, filtros vermelhos
utilizados nos vidros conferem uma atmosfera dramática ao espaço,
enquanto luzes de acentuação foram utilizadas nos quadros para
manter a luz original; no tiro principal da Mina del Éden, em Zacatecas,
a iluminação explorou a simbologia da cor violeta, tradicionamente
associada à majestade, para enfatizar a importância do lugar.
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Produtos | products
NUR GLOSS
Artemide
O pendente Nur Gloss, da fabricante italiana Artemide, tem design
de Ernesto Gismondi e está disponível nas cores branca e preta. A
charmosa luminária tem cúpula de alumínio com acabamento especial
brilhante e fechamento superior em vidro transparente. Utiliza uma
lâmpada halógena de 150W e base E27.
The Nur Gloss pendant by Italian manufacturer Artemide and designed
by Ernesto Gismondi is available in black and white. The charming light
fixture has an aluminum dome with special gloss finishing and it is closed at
the top in transparent glass. A 150W halogen lamp and E27 base are used.
R.Ray
Danese Milano
Info: www.artemide.com.br
Concebida pelo designer Ross Lovegrove, R.RAY joga com transparências,
diferentes densidades e opacidades de seus materiais para
No Brasil | In Brazil:La Lampe
permitir uma calibração refinada da luz.
T: +55 11 3069-3949
Dois difusores abrigam duas fontes fluorescentes de luz quente. O
www.lalampe.com.br
difusor superior é transparente e nele é aplicada serigrafia que para
além do ângulo de visão normal para não prejudicar a saída do facho.
A forma e o ângulo das “asas” ajudam a distribuir a luz direta por uma
ampla área e assegura uma grande quantidade de iluminação indireta. A
iluminação direta é modulada pela opacidade do material, que contribui
para moderar a percepção das duas fontes, que muda dependendo do
DORADO
Nemo Cassina
A luminária Dorado, da NEMO Cassina, é projetada pela Studio &
Partners (Nic Bewick). Graças à sua notável personalidade e seus efeitos
de luz originais, a Dorado se torna a verdadeira protagonista de todo o
ponto de vista. A luz muda de intensidade com uma transição gradual
ao longo da extensão do esmaecimento da lâmpada, e se concentra na
linha central com um facho de luz contínuo que aviva e caracteriza a
ambiente. A base em forma de tripé da Dorado suporta uma armação
lâmpada. A forma é suave. Sua seção se alarga para seguir o facho de luz.
de alumínio pintada de branco com nichos em vermelho, amarelo e
A R.RAY pode ser inclinada em várias posições para criar uma se-
laranja que emitem tonalidades harmônicas de luz.
quência mais suave, uma emissão luz moderada, ou simplesmente
Seu aspecto retrô e suas cores dos anos 1970 formam um contraste
para dar um toque pessoal ao ambiente.
com a sofisticada tecnologia LED, combinada com as duas lâmpadas
halógenas na parte superior e inferior da luminária. Esta última proporciona
uma luz difusa que é refletida no piso e no teto, e que pode
ser ajustada com um dimmer. Possui duas versões: a maior tem base
LUXSPACE
Philips
Designed by Ross Lovegrove R.RAY is a light element that plays with
transparencies, different densities and opacities of the materials to enable
refined calibration of the light. Two quality chassis host two fluorescent
de 35 x 35 cm e altura total de 181 cm. A menor, base de 35 x 35 cm
warm light sources. The upper chassis is transparent but the intensity is
e altura total de 120 cm. Utiliza duas lâmpadas halógenas de 75W e
A nova luminária de embutir para downlight da Philips utiliza LEDs
moderated with a serigraphy that stops beyond the normal visual angle not
4 LEDs de 1W na versão maior e 2 LEDs na menor.
e pode substituir luminárias convencionais que utilizam lâmpadas
to jeopardize the beam output. The shape and the angle of the wings help
fluorescentes (equivalente a duas lâmpadas de 18W). Seu consumo é
the direct light spread on a wide area ensuring a great amount of indirect
Dorado is the lamp by NEMO Cassina designed by Studio & Partners
de 19W, IRC superior a 80 e sua vida útil, de até 50 mil horas. Dispo-
illumination. On the other hand, the direct illumination is modulated by
(Nic Bewick). Thanks to its striking personality and its original light effects,
nível nas cores branca e cinza e com temperaturas de cor de 3.000K e
the intrinsic features of materials and “woven” shapes of the lower chassis
Dorado becomes the real protagonist of every environment.
4.000K, a LuxSpace pode ser adquirida também em versão dimerizável.
that contribute to moderate the perception of the two sources as clear and
The Dorado’s tripod base supports a white painted aluminium frame
distinct fonts which change, depending on the points of view.
with red, orange and yellow niches emitting charming toned light. The
Philips’ new downlight embedded light fixture uses LEDs and it may
The light changes intensity with a gradual transition along the length
L+D
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retro flair and the 1970s colours are in contrast to the sophisticated LED
technology combined with two halogen light bulbs on the lamp’s upper
replace conventional light fixtures that use fluorescent lamps (equivalent
to two 18W lamps). It consumes 19W, IRC is greater than 80 and it has a
of the lamp fading and it concentrates in the centre line with a continuous
light beam that enlivens and characterizes the lamp. The shape is
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and lower part. The latter provide overall light that reflects off the floor
useful life of up to 50,000 hours. It is available in white and gray and with
soft and its section widens to follow the light beam.
and the ceiling and that can be adjusted with the dimmer.
color temperatures of 3000 and 4000K. LuxSpace can also be acquired in
R.RAY can be inclined in various positions to create a softer sequence of light
Dimensions: Major version: base 35 x 35 cm; H diffuser: 100 cm, overall H:
with dimmer features.
fixtures, moderate light emission or simply give a personal touch to the environment.
181 cm. Minor version: base 35 x 35 cm; H diffuser: 51 cm, overall H: 120 cm.
Light sources: 2 x 75W Halo Par, dimmerablle, 4 x 1W Led (Major ver-
Info: www.philips.com
Info: www.danesemilano.com
sion), 2 x 1 W Led (Minor version)
No Brasil | In Brazil: Philips do Brasil
No Brasil | In Brazil: Pamplona Coelho
Info: www.nemo.cassina.it
T: 0800 124 656
T: +55 41 3244-3244
www.luz.philips.com
www.pamplonacoelho.com.br

PARA SABER MAIS | INFORMATION
Aissa Logerot
www.aissalogerot.com
Ferrara Paladino
Via Savona 97
20144 Milano
Italia
www.ferrara-palladino.it
Gabriella Crohn
gaby.crohn@gmail.com
Loop.pH
Unit 2, 231 Stoke Newington
Church Street
N16 9HP London
United Kingdom
www.loop.ph
Mader Stublic Wiermann
Senefelder Str. 20
D-10437 Berlin
www.webblick.de
Marcos Castilha
macasti@terra.com.br
Mike Thompson
www.miket.co.uk
Pascal Chautard
Manuel Montt 1684
Providencia – Santiago
Chile
www.lld.cl
RBF Arquitetura de Iluminação
Rua Jardim Botânico, 674 /206
22461-000 Rio de Janeiro RJ
Brasil
Tracey Dear
www.dearproductions.com
PATROCINADORES | ADVERTISERS INDEX
Delmak
T: (21) 3326 4449
www.delmak.com.br
página 21
Iluminar
T: (31) 3284 0000
www.iluminar.com.br
páginas 4 e 5
LedPoint
T: (21) 2426 7460
www.ledpoint.com.br
página 17
Philips Iluminação do Brasil
T: (11) 2125 0588
www.luz.philips.com
página 25
Dimlux
T: (21) 2253 9444
www.serradimlux.com.br
página 13
Interpam
T: (31) 3448 1200
www.interpam.com.br
páginas 10 e 11
Lemca LED Solutions
T: (11) 2827 0600
www.lemca.com.br
página 27
Schréder
T: (19) 3856 9680
www.schreder.com.br
página 19
L+D
80
Ever Light
T: (31) 3393 1963
www.everlight.com.br
página 14 e 15
Fabbian Brasil
T: (41) 3284 4000
www.fabbian.com
páginas 6 e 7
Itaim Iluminação
T: (11) 4785 1010
www.itaim.ind.br
página 31
La Lampe
T: (11) 3069 3949
www.lalampe.com.br
4ª capa
Light Design
T: (81) 3339 1654
www.lightdesign.com.br
páginas 23 e 3ª capa
Lumini
T: (11) 3437 5555
www.lumini.com.br
2ª capa
Siemens
www.siemens.com.br
página 9
Wall Lamps
www.wallamps.com.br
T: (11) 3064.8395
páginas 29 e 31

L+D
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