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l+d
international lighting magazine
A LUZ QUE EMOCIONA
Ópera em Oslo, Noruega
A LUZ QUE ACOLHE
Praça Victor Civita, São Paulo
A LUZ QUE PERSONALIZA
Restaurantes no Brasil, Canadá e Estados Unidos
LIGHT THAT EXCITES Opera House in Oslo, Norway
LIGHT THAT SHELTERS Victor Civita Square, São Paulo, Brazil
LIGHT THAT PERSONALISES Restaurants in Brazil, Canada and the United States

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LIGHT THAT EXCITES Opera House in Oslo, Norway
LIGHT THAT SHELTERS Victor Civita Square, São Paulo, Brazil
LIGHT THAT PERSONALISES Restaurants in Brazil, Canada and the United States
l+d #22
EDITORES | EDITORS
Thiago Gaya
Winnie Bastian
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l+d
INTERNATIONAL LIGHTING MAGAZINE
Capa | cover
Oslo Opera House
Noruega | Norway
Foto | Photo: Jiri Havran
A LUZ QUE EMOCIONA
Ópera em Oslo, Noruega
A LUZ QUE ACOLHE
Praça Victor Civita, São Paulo
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A LUZ QUE PERSONALIZA
Restaurantes no Brasil, Canadá e Estados Unidos
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¿QuÉ Pasa?
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PORTAL OF LIGHT
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PROJETOS | PROJECTS
Restaurantes | Restaurants
40. Kaa, São Paulo
44. Charlie Palmer’s, Dallas
48. Nota Bene, Toronto
Oslo Opera House
Praça Victor Civita
Canal Hangzhou
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perfil | profile
Piero Castiglioni
48
80
Produtos | products
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CONSELHO EDITORIAL | EDITORIAL BOARD
Esther Stiller, lighting designer
Dante Della Manna, arquiteto | architect
Fernando Prado, designer

colaboradores | Contributors
Débora Curbi é arquiteta formada pela FAU-
USP e editora de Lighting Design Brasil e Lighting
Design Europe. Desde 2003, mora e trabalha
em Milão como arquiteta e freelance editor
na Itália, Alemanha e Inglaterra. Colabora
com a Editora Lumière desde 2001. Neste
número, Débora nos mostra o rico universo
de Piero Castiglioni, na seção Perfil.
Débora Curbi is an architect trained at FAU-
USP and editor of Lighting Design Brasil and
Lighting Design Europe. Since 2003 she has
lived and worked in Milan as an architect
and freelance editor in Italy, Germany and
England. She has contributed to Lumière
Pulishing House since 2001. In this edition,
Débora introduces us to the rich universe of
Piero Castiglioni, in the Profile section.
Valentina N. Figuerola é arquiteta formada
pela FAU-USP e jornalista especializada
em arquitetura e engenharia. Trabalhou
nas revistas Arquitetura e Urbanismo (AU)
e Téchne e, atualmente, colabora para
uma série de publicações especializadas
na área. Nesta edição, Valentina assina
a matéria sobre a Ópera de Oslo.
Valentina N. Figueirola is an architect
trained at FAU-USP and a journalist
specialising in architecture and engineering.
She has worked for Arquitetura e Urbanismo
(Architecture & Urbanism) and Téchne
magazines and currently contributes to a
series of specialised publications in these
fields. In this edition, Valentina signs
the article on the Oslo Opera House.
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Márcia Bechara é jornalista, atriz e autora de Casa
das Feras, coletânea de contos lançada pela 7Letras em
2007. Mineira radicada em São Paulo, desenvolve
conteúdo para mídias variadas como publicações de
arte, reportagem e documentários. É sua a matéria “Luz,
drama, ação”, que aborda a iluminação em restaurantes.
Márcia Bechara is a journalist, actress and authoress
of Casa das Feras (House of Beasts), a collection of short
stories published by 7Letras in 2007. Originally from Minas
Gerais, but settled in São Paulo for the last ten years, she
works with various types of media such as art publications,
reportage and documentaries. She wrote the article “Light,
drama, action”, about restaurants’ lighting design.
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EDITORIAL
PUBLICADA POR | PUBLISHED BY
Uma praça, um amplo espaço junto à orla de um canal,
uma casa de óperas, três restaurantes. Esta L+D reúne essencialmente
projetos de espaços públicos e semipúblicos. Em todos
eles, a luz possui importante papel estético, enfatizando formas
e superfícies, mas também atua de maneira relevante no plano
funcional, seja melhorando a legibilidade dos espaços, como no
caso da Praça Santuário (Belém do Pará) e do Canal de Hangzhou
(China), seja proporcionando ambientes com iluminação adequada
e confortável, como na Praça Victor Civita (São Paulo), na Ópera de
Oslo (Noruega) ou nos três restaurantes aqui publicados. A combinação
equilibrada entre função e apelo visual também permeia
o trabalho de uma figura emblemática do lighting design italiano
e mundial: Piero Castiglioni, nosso retratado na seção Perfil.
Ainda nesta edição, inauguramos uma coluna publicada em
parceria com o Portal of Light, importante veículo digital com alcance
internacional, que trará regularmente, aos nossos leitores,
novidades do cenário mundial do lighting design.
Boa leitura!
Editora Lumière Ltda.
Matriz no Brasil | Headquaters in Brazil:
Rua Catalunha, 350
05329-030 São Paulo SP
t / f: 55 11 2827.0660
ld@portallumiere.com.br
www.portallumiere.com.br
PUBLISHER
>Thiago Gaya
EDITORES | EDITORS
>Thiago Gaya
>Winnie Bastian
TRADUÇÃO | TRANSLATION
>Julia Bottai
>Michael L. Jordan
REVISÃO | PROOF READING
>Deborah Peleias
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A square, a broad space alongside a canal, an opera house,
three restaurants. This edition of L+D brings together projects essentially
for public and semi-public use. In all of them light plays an important
aesthetic role, emphasising forms and surfaces, yet also acting with
relevance on the functional level, whether giving greater legibility to
the space, as in the cases of Santuário Square (Belém do Pará) and
Hangzhou Canal (China), or furnishing the surroundings with suitable
and comfortable lighting, as in Victor Civita Square (São Paulo), at
the Oslo Opera House (Norway) or in the three restaurants reviewed
here. The balanced combination of function with visual appeal also
permeates the work of a figurehead of Italian and world-wide lighting
design: Piero Castiglioni, our subject in the Profile section.
Also in this edition, we open a new column, in partnership with the
Portal of Light, an important digital media vehicle with an international
reach, that will regularly bring to our readers all that is new on the
world scene of lighting design.
Enjoy your reading!
ARTE | ART
>Gustavo Cipriano
>Anderson Baldime
>Lygia Lacerda
PUBLICIDADE | ADVERTISING SALES
>Marta Oliveira
comercial@portallumiere.com.br
t: +55 11 2827.0660
ASSINATURAS | SUBSCRIPTIONS
assinaturas@portallumiere.com.br
t: +55 11 2827.0660
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IMPRESSA POR | PRINT BY

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¿QuÉ Pasa?
agenda
LIGHTFAIR 2009
Neste ano, a principal feira norte-americana do mercado de iluminação
completa seu 20º aniversário. Além da exposição propriamente
dita, o evento é conhecido por trazer, todos os anos, uma programação
paralela de peso, composta por palestras e workshops – nos quais
lighting designers de todo o mundo compartilham suas experiências e
estudos sobre os mais diversos temas – e pelos cursos Lightfair Institute
e Lightfair Daylighting Institute, que acontecem isoladamente em 3 e 4
de maio. Na programação de palestras, a Lightfair inaugura um novo
formato de painel, sob o tema “Celebrando a História do Lighting Designer
Independente”, em comemoração aos 40 anos da profissão nos
Estados Unidos, com a presença confirmada de cinco grandes nomes
do lighting design norte-americano: Howard Brandston, Ray Grenald,
David A. Mintz, Sonny Sonnenfeld e William Warfel.
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25ª EUROLUCE
A mais importante feira italiana de iluminação acontece a cada
dois anos em Milão (Itália), como parte das programações do Salão
do Móvel, este realizado anualmente. O foco original do evento, voltado
para aplicações decorativas, tem se ampliado ano a ano e, hoje,
a Euroluce também reúne fabricantes de produtos mais técnicos. O
forte da feira, no entanto, é sua capacidade de apontar as tendências
formais do universo da iluminação. Em 2009, a programação inclui
eventos paralelos organizados pelas associações de lighting designers
PLDA (Professional Lighting Designers’ Association) e APIL (Associazione
dei Professionisti dell’Illuminazione), além do congresso Designing
Designers, um evento internacional realizado todos os anos com a
participação de diversas escolas universitárias de design e que, nesta
edição, será dedicado à iluminação.
25ª EUROLUCE The most important lighting fair in Italy takes place
every two years, as part of the programme of the International Furniture
Fair, held yearly in Milan (Italy). The event, originally focused on decorative
fixtures, has broadened its scope over the years and currently brings
together manufacturers of more technical products. The fair stands out,
nevertheless, for its ability to indicate the formal trends in the world of
lighting. In 2009, the programme includes parallel events organized by
the lighting designers associations PLDA (Professional Lighting Designers’
Association) and APIL (Associazione dei Professionisti dell’Illuminazione),
as well as the Designing Designers congress, a yearly international event
with the participation of several design schools, that will, on this edition,
be dedicated to lighting.
LIGHTFAIR 2009 This year, the main North American fair for the lighting
market reaches its 20 th anniversary. Besides the main exhibition, the
event is known for hosting, every year, a high-profile parallel programme,
made up of lectures and workshops – during which lighting designers
from all over the world share their experiences and studies on a wide
range of subjects – as well as the Lightfair Institute and Lightfair Daylighting
Institute courses, that will take place separately from 3-4 May. In the
conferences’ programme, Lightfair is launching a new panel format, on the
subject “Celebrating the History of the Independent Lighting Designer”,
in commemoration of the 40 years of the profession in the United States,
with the confirmed presence of five big names in North American lighting
design: Howard Brandston, Ray Grenald, David A. Mintz, Sonny Sonnenfeld
and William Warfel.
Quando | When: de 3 a 7 de maio de 2009 | 3-7 May 2009
Onde | Where: Jacob K. Javits Convention Center, Nova York,
EUA | Jacob K. Javits Convention Center, New York, USA
www.lightfair.com
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Quando | When: de 22 a 27 de abril
de 2009 | 22-27 April 2009
Onde | Where: Fiera Milano Rho-Pero, Milão,
Itália | Fiera Milano Rho-Pero, Milan, Italy
www.cosmit.it

¿QuÉ Pasa?
FEICON BATIMAT 2009
A 17 a edição da Feira Internacional da Indústria da Construção, o
principal evento de sua categoria no Brasil, reunirá 650 expositores
e promete dois mil lançamentos. Dentre os eventos que compõem a
programação paralela da feira, destacamos o Seminário “Construindo
um Futuro Sustentável”, que inclui, em sua pauta, a discussão sobre
eficiência energética nas construções sustentáveis; organizado pelo
Green Building Council, o seminário acontece no Hotel Holiday Inn
Parque Anhembi, em 27 de março.
FEICON BATIMAT 2009 The 17 th edition of the International Construction
Industry Fair, the main event of its category in Brazil, will bring together
650 exhibitors, who are expected to launch over two thousand products.
Among the events that the fair’s parallel programme will host, we recommend
the “Building a Sustainable Future” seminar, which includes in its
programme a debate over the energetic efficiency of sustainable constructions;
organized by the Green Building Council, the seminar will be held at
the Parque Anhembi Holiday Inn Hotel, on March 27 th .
Quando | When: de 24 a 28 de março
de 2009 | 24-28 March 2009
Onde | Where: Pavilhão de Exposições do Anhembi, São
Paulo, Brasil | Anhembi Exhibition Pavillion, São Paulo, Brazil
www.feicon.com.br
www.feicon.com.br/eventossimultaneos/27-03-2009.php
1951, in a trip to Japan, a country still devastated by the war, sculptor
Isamu Noguchi – already a famous artist at the time (his profile was published
in L+D 20) – was asked by the mayor of the small town of Gifu to
revitalize the local lanterns industry, creating a modern lamp for export. It
was the birth of the Akari line, which has become an icon of 20 th century’s
good design. Noguchi Museum is showing an exhibit that reveals the Akari
lamps from an angle lesser known to the general public: the exemplars
exposed in the American Pavillion at the 1986 Venice Biennale. One of the
WHAT’S SCULPTURE? AKARI FROM THE 1986
exhibit’s main attractions is a group of rare luminaires, produced especially
VENICE BIENNALE
for the Biennale – the last Akari lamps the artist would craft.
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Em 1951, em uma viagem ao Japão, ainda devastado pela guerra,
o escultor Isamu Noguchi – na época um artista já famoso (o perfil
de Noguchi foi publicado em L+D 20) – recebeu um pedido do pre-
Quando | When: até 31 de maio de 2009 | until May 31 st , 2009
Onde | Where: Noguchi Museum, Long Island City, EUA
www.noguchi.org
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feito da pequena cidade de Gifu para revitalizar a indústria local de
lanternas, criando uma luminária moderna para exportação. Nascia,
então, a linha Akari, que se tornou um ícone do bom design do século
20. O Noguchi Museum apresenta uma exposição que revela as Akari
sob um ângulo pouco conhecido do grande público: os exemplares
expostos no Pavilhão Americano na Bienal de Veneza de 1986. Um dos
destaques da exposição é um grupo de luminárias raras, produzidas
especialmente para a Bienal – as últimas Akari que o artista faria.

¿QuÉ Pasa?
PAISAGEM ELETRÔNICA
Ao percorrer a passarela subterrânea de ligação entre os edifícios
leste e oeste da National Gallery of Art, em Washington (EUA), os
visitantes podem visualizar uma verdadeira paisagem construída.
Trata-se da instalação Multiverse, criada pelo artista norte-americano
Leo Villareal a convite da galeria.
A opressão do espaço subterrâneo é neutralizada pela coreografia
das luzes, como afirma o diretor da National Gallery of Art, Earl A.
Powell III: “Multiverse cria um ambiente exuberante e encantador, que
transforma a experiência espacial”.
Cerca de 41 mil pontos de LEDs correm por canais ao longo de todo
o espaço, com cerca de 60m de comprimento. O projeto começou a
ser desenvolvido há três anos e a montagem teve início em setembro
de 2008. Após os equipamentos serem devidamente instalados na
arquitetura, o artista programou sequências – com o auxílio de um
software por ele projetado – para criar configurações abstratas da
luz. A programação, ao mesmo tempo que orienta as luzes, permite a
ação do acaso. Embora seja possível que um padrão se repita durante
a experiência de um visitante, é altamente improvável.
A simulação 3D da instalação e uma entrevista com o artista podem
ser acessadas no site www.nga.gov/villareal. Multiverse ficará em exposição
até novembro de 2009.
ELECTRONIC LANDSCAPE As they pass through the underground
walkway between the East and West Buildings of the National Gallery of Art
in Washington, DC (USA), visitors are able to set eyes on a genuine manmade
landscape: the Multiverse installation, created by North American
artist Leo Villareal, after an invitation made by the gallery.
The oppression that underground spaces tend to provoke is neutralized
by the choreography of lights, as the National Gallery of Art’s director, Earl
A. Powell III, affirms: “Multiverse creates an exuberant and mesmerizing
environment which transforms the experience of its space”.
Approximately 41 thousand LED nodes run through channels along the
entire 60 meters long space. The project’s development began three years
ago and the installation opened last September 2008. Once the appropriate
hardware was installed in the existing architecture, the artist programmed
sequences – through his custom-designed software – to create abstract
configurations of light. His programming both instructs the lights and allows
for an element of chance. While it is possible that a pattern will repeat
during a viewer’s experience, it is highly unlikely.
A 3D simulation of the installation, as well as an interview with the artist,
can be found on www.nga.gov/villareal. Multiverse is scheduled to remain
on view until November 2009.
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¿QuÉ Pasa?
THE SEQUENCE
O entorno do Parlamento Flamenco, em Bruxelas (Bélgica), é o palco
de uma das mais recentes instalações do artista belga Arne Quinze. A
obra, batizada The Sequence (“a sequência”, em tradução livre), é uma
escultura gigante (80m de comprimento por 15m de altura) na qual
pequenos pedaços de madeira se conectam de forma aparentemente
caótica, formando, ao final, uma espécie de marquise que conecta os
prédios do Parlamento e da Câmara.
A conexão física entre os edifícios vizinhos reflete o possível estreitamento
entre os cidadãos de Bruxelas, como declara o artista: “The
Sequence busca encurtar a distância entre as pessoas e gerar movimento
na cidade. Quero reconectar as pessoas e levá-las a interagir
entre si como faziam no passado, nas praças. Ao menos as pessoas
falavam umas com as outras, então”.
Neste contexto, a luz proposta por Quinze tem o papel de intensificar
as sensações e emoções despertadas pela instalação. “Caminhar sob
ela à noite é quase uma experiência mística”, analisa.
Inaugurada em novembro de 2008, a obra deve permanecer no
local por cinco anos; uma vez desmontada, todas as madeiras utilizadas
– certificadas, diga-se – serão reaproveitadas. A preocupação de
Quinze com a sustentabilidade estende-se à iluminação, com a escolha
de lâmpadas a vapor metálico de baixo consumo (11W).
THE SEQUENCE The surroundings of the Flemish Parliament, in Brussels
(Belgium), have become stage for one of the most recent installations of
Belgian artist Arne Quinze. The art-piece, named The Sequence, is a giant
sculpture (80 meters large by 15 meters high) made of small pieces of wood
that interconnect in a seemingly chaotic way, fashioning, in the end, a sort of
platform that connects the Parliament with the House of Representatives.
The physical connection between neighbouring buildings reflects the
possible connection between all citizens in Brussels, as the artist declares:
“The Sequence bridges the communication gap between people and
generates movement in the city. I want to reconnect people and let them
interact with each other like they did in the past on squares. At least people
talked to each other then.”
In such context, the lighting proposed by Quinze seeks to intensify the
sensations and emotions that the installation awakens. “Walking under it
in the night is almost a mystical experience”, he analyses.
Launched on November 2008, the piece shall remain installed for five
years; once it is deconstructed, all the wood employed – certified, by the
way – will be reused. Quinze’s concern with sustainability extends to lighting,
as shown by the choice of low voltage metal vapour lamps (11W).
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¿QuÉ Pasa?
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3
1. Efeito Apagão, de Lucas Mafra
2. Extemporânea, de Breno Libório
3. What’s Up, de Paulo Henrique Pessoa
PARA “ILUMINAR CONSCIÊNCIAS”
Em novembro de 2008 aconteceu, em Belo Horizonte, a exposição
TO “ENLIGHTEN CONSCIENCES” In November2008, in Belo Horizonte,
LEDesign. A mostra exibiu o resultado da parceria entre a Faculdade
the LEDesign exhibition took place. This show exhibited the results of the
de Engenharia e Arquitetura da Universidade FUMEC e a empresa
partnership between the Faculty of Engineering and Architecture of FUMEC
Iluminar, que executou as peças propostas por alunos e professores
University and the firm Iluminar, which produced the pieces designed by
do curso de Design de Produto.
students and teachers of the Product Design course.
Foram apresentados 21 protótipos de luminárias criadas a partir da
Twenty one prototypes were presented of lights made from a combination
combinação de lâmpadas incandescentes queimadas e LEDs. O objetivo
of spent incandescent lamps with LEDs. The aim was, by means of irony and
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era, por meio da ironia e da experimentação, promover o questionamento
dos hábitos do cotidiano, fortalecendo o apelo para o desenvolvimento
de uma postura mais verde (centrada no tripé “reduza, reuse, recicle”),
experimentation, to promote the questioning of day-to-day habits, reinforcing
the appeal for the development of a “greener” attitude (around the triad “reduce,
reuse, recycle), as much in the conception as in the use of products.
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tanto na concepção quanto na utilização dos produtos.
The focus adopted strikes a balance between “symbolism, irony and the
O enfoque adotado equilibra “simbolismo, ironia e processo cons-
constructive process, creating objects that aspire to being poetic-reflective-
trutivo, criando objetos que aspiram a ser ação poético-reflexiva-
political-instructive action. It is art-design, but also the idea that, by playing
política-pedagógica. É art design, mas também a ponderação de que,
with the whole range of challenges [...], one is throwing oneself against
brincando com a pauta de desafios [...], lança-se contra a resistência
the resistance to changing ones habits”, analyses journalist and art critic
em mudar hábitos”, analisa o jornalista e crítico de arte Walter Sebas-
Walter Sebastião in the exhibition catalogue.
tião, no catálogo da mostra.
Reflection is a must...
Refletir é preciso...

¿QuÉ Pasa?
ILUMINAÇÃO RENOVA PRAÇA EM BELÉM DO PARÁ
LIGHTING RENOVATES SQUARE IN BELÉM DO PARÁ Santuário do
Nazaré Square, in Belém do Pará (Brazil), is now the main stage for Círio do
Nazaré, a traditional procession and religious celebration that takes place
in Belém do Pará every year, in the month of October. Opened in 1982,
the area has recently been through a revitalization process. As it has been
declared public heritage, the square’s original plan has been maintained,
but it was treated to new coating materials, vegetation and lighting.
Simplicity sets the tone for the lighting design, with a mainly functional
approach, according to lighting designer Carlos Fortes, who was respon-
A Praça Santuário de Nazaré, em Belém do Pará, é hoje o palco
Círio –, a iluminação também precisava garantir conforto e segurança
sible for the new project, along with Gilberto Franco. “Since at least once
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principal do Círio de Nazaré, tradicional procissão e celebração religiosa
realizada em Belém do Pará todos os anos, no mês de outubro.
Inaugurado em 1982, o espaço passou recentemente por uma
para esse tipo de ocupação”, informa Fortes. Em vez de buscar uma
iluminação dramática ou cenográfica, que trataria a praça como um
cenário, optou-se por proporcionar uma luz homogênea, com boa
a year the place is crowded with people – as it is there that, after the
procession, the Círio solemnities take place –, lighting also had to ensure
comfort and safety for that type of occupation”, Fortes informs. Instead
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revitalização. Por se tratar de um espaço tombado como patrimônio
iluminância média. Outra premissa do projeto foi a valorização – com a
of searching for a dramatic or scenographic lighting, treating the square
público, a praça teve seu traçado original mantido, mas ganhou no-
implantação de iluminação de destaque – dos equipamentos alocados
as a scenario, they chose to provide homogeneous lighting, with a good
vos revestimentos, vegetação e iluminação.
na praça, como a escultura em mármore branco que faz referência ao
average luminosity. Another premise was the idea of highlighting – through
O projeto luminotécnico é pautado pela simplicidade e tem enfoque
manto de Nossa Senhora, dentre outros. As luminárias utilizadas são
direct illumination – the square’s furnishings, such as the white marble
principalmente funcional, segundo o lighting designer Carlos Fortes,
da Schréder, fornecidas pela La Lampe Belém.
sculpture that alludes to Virgin Mary’s mantle, among others.
responsável pela nova proposta, ao lado de Gilberto Franco. “Como
Com um projeto luminotécnico funcional e atento aos detalhes, a
With a functional lighting design, attentive to details, Santuário Square’s
pelo menos uma vez ao ano a praça recebe uma verdadeira multi-
renovação da Praça Santuário trouxe novo fôlego ao espaço, ampliando
renovation brought a new breath to the space, enhancing its usability far
dão – pois é lá que, após a procissão, acontecem as solenidades do
seu potencial de uso para muito além da semana do Círio de Nazaré.
beyond the week of Círio do Nazaré.

¿QuÉ Pasa?
LEDs PARA PROMOVER O BEM-ESTAR
A Philips foi premiada, no final de 2008, em três categorias do importante
prêmio Red Dot. Destacamos, aqui, o protótipo das bolas
Mindspheres, vencedor na categoria Life Science: são pequenas esferas
com LEDs incorporados que, conforme manuseadas, alteram o ritmo e
a intensidade de sua luz. O projeto se baseia na ideia de que o exercício
focado das habilidades motoras pode produzir relaxamento e calma.
Um auxílio para desestressar e recobrar a paz de espírito...
LEDS TO PROMOTE WELL-BEING Philips was a prize-winner, at the
end of 2008, in three categories of the prestigious Red Dot awards. We
highlight here the prototype of the Mindsphere ball, winner in the category
of Life Science. This is a small sphere incorporating LEDs, which, according
to the handling of the ball, modify the rhythm and intensity of the light.
This project is based on the notion that the focussed exercise of motor
skills can promote relaxation and tranquillity. An aid to stress reduction and
recovering ones peace of mind...
EM NOME DO CONFORTO
Outra parceria entre empresa e escola que mostrou bons resultados
aconteceu entre os alunos da Universidade de Munique e a Osram. Os
estudantes propuseram a criação de cabines para uso individual, a serem
instaladas em aeroportos. A ideia é reduzir o desgaste sofrido pelos
passageiros nos períodos de espera entre conexões.
Batizadas de NapCabs (“cabines para cochilo”, em português), as cabines
possuem uma cama e uma escrivaninha com ponto de internet. A
iluminação, executada com módulos LED LinearLight Dragon, pode ser
controlada pelo usuário (sistema Easy Color Control), que tem a opção
de selecionar a cor e a intensidade das luzes de modo a adequá-las ao
uso que fizer da cabine: descanso ou trabalho.
Dois protótipos já foram instalados no aeroporto de Munique para
testes. Torcemos para que a iniciativa ganhe lugar também no Brasil!
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IN THE NAME OF COMFORT Another partnership between a firm and
a school that has produced excellent results occurred between Munich University
and Osram. The students made a proposal for the creation of booths
for individual use to installed in airports. The idea is to reduce the wear and
tear on passengers during the wait between connections.
Christened “NapCabs”, these cabins are equipped with a bed and a small
desk with an internet connection. The lighting, using LinearLight Dragon LED
modules, can be controlled by the user (Easy Color Control system), who
can select the colour and intensity so as to adapt it to his own use of the
cabin, for rest or for work.
Two prototypes have already been installed in Munich airport for testing.
Let us hope this initiative takes hold in Brazil too!
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¿QuÉ Pasa?
Intuição e planejamento norteiam o trabalho da artista norteamericana
Vicki DaSilva, que cria estampas luminosas por meio de
LUMINOUS PATTERNS Intuition and planning orientate the work of
PADRONAGENS LUMINOSAS
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um processo fotográfico. Tubos fluorescentes com filtros coloridos são
deslocados manualmente por um sistema de trilhos metálicos, que se
torna invisível nas fotos, graças à combinação entre as fontes de luz e
North American artist Vicki Da Silva, who makes luminous images using
a photographic method. Fluorescent tubes with colour filters are manually
moved about on a system of metal tracks, which themselves become
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33
o longo tempo de exposição (de 30 minutos a duas horas).
invisible in the photos due to the combination of the light sources and
Para chegar às imagens finais, vibrantes e altamente gráficas, Vicki
the long exposure times (from 30 minutes to 2 hours).
estabeleceu previamente fatores como o posicionamento da câmera
To arrive at the final vibrant photographic images, Vicki predetermines
e a sobreposição das cores-luz para criar novos matizes usando esta
factors such as the camera position and overlapping of light colours, so
adição das luzes. Durante o processo, no entanto, outros elementos
as to create new patterns using an additive palette of coloured lights. In
foram definidos de forma mais intuitiva: a velocidade com a qual os
the process, however, other aspects are determined more intuitively: the
tubos são deslocados, a densidade e saturação da cor, o posicionamento
speed at which the tubes are moved, the colour density and saturation,
da cor e a padronagem formada pelos tubos.
the placement of colour and the patterning created by the tubes.

NOVIDADES DO PORTAL OF LIGHT*
An European city in 2055… It was already night, but as usual
no one could realize it because the city was awash in dazzling
light. The people had long forgotten about the old word night
and no longer cared about sunrise or sunset. The big clocks at
each intersection were enough to tell those who cared whether
the day was officially over or not.
What you have just read is the beginning of the text of La Nuit Disparue
[The Lost Night], a futuristic story that Roger Narboni wrote for the The Portale
della Luce (www.lightingacademy.org) and Anno Luce. Mr. Narboni needs
no introduction as a lighting designer. His projects, his ideas, his unique approach
to the social aspects of lighting speak for him. A key example of his
commitment is his recent founding of the association, Concepteurs Lumière
Sans Frontières [Lighting Designers Without Borders] – for more information,
see the Lighting Organizations area of the Portale.
However, we knew little or nothing about Roger Narboni the author,
partly because it is one thing, and an uncommon one at that, to describe
one's projects clearly and it is totally another to test one's skills with a
novella. Even though light is one of the main "characters", a story needs
a beginning, a body and an end to make it interesting reading. We can
find all this in Narboni's tale, and it is so well structured that we heartily
recommend it to our readers. As we consider it a gift, La Nuit Disparue
was published at Christmas time in the Dossiers area of our magazine, that
usually hosts the most interesting texts.
There is a dual goal in this initiative. On the one hand, there is the obvious
interest in publishing a new work that marks the literary debut of one
of the greatest lighting designers on the international scene. On the other,
there is the perhaps even more ambitious goal of using the story to launch
a Literary Contest that is open to all, but restricted to stories that speak
of light. It does not matter whether the authors are lighting designers like
Narboni, or established professionals, or students or simply enthusiasts.
There is no limit as to length or restriction as to genre: a novella, short
Uma cidade europeia em 2055... Já era noite, mas, como de costume,
ninguém podia perceber, porque a cidade estava banhada
em uma claridade deslumbrante. Há tempo as pessoas haviam
esquecido a velha expressão da noite e não mais se importavam
com o nascer e o pôr do sol. Os grandes relógios instalados em
cada cruzamento eram suficientes para informar àqueles que
desejavam saber se o dia já estava oficialmente terminado.
O que você acabou de ler é o começo do conto “La nuit disparue”
[A Noite Desaparecida], um conto futurista escrito por Roger Narboni
para o site Il Portale della Luce (www.lightingacademy.org) e Anno Luce.
Narboni dispensa apresentações como lighting designer: seus projetos,
suas ideias e sua abordagem única em relação aos aspectos sociais da
iluminação falam por ele. Um exemplo-chave deste comprometimento
é a associação que fundou recentemente: Concepteurs Lumière Sans
Frontières [Lighting Designers Sem Fronteiras] – para mais informações,
acesse http://www.concepteurslumieresansfrontieres.org/. Sobre o autor
Roger Narboni, no entanto, sabemos pouco ou nada, em parte porque
descrever seus projetos claramente é uma coisa e testar sua habilidade
para escrever um conto é algo completamente diferente.
Mesmo que a luz seja um dos “personagens” principais, uma história
precisa de início, meio e fim para que se torne uma leitura interessante. Nós
podemos encontrar tudo isto no conto de Narboni, e ele é tão bem estruturado
que nós o recomendamos entusiasticamente aos nossos leitores.
O texto completo foi publicado em nossa revista eletrônica (www.
lightingacademy.org), na área Dossiers. Com esta iniciativa, temos
dois objetivos. Por um lado, há o interesse óbvio em publicar um
novo trabalho que marca o début literário de um dos mais importantes
lighting designers na cena internacional. Por outro, há o objetivo
talvez ainda mais ambicioso de utilizar este conto para lançar um
concurso literário que é aberto a todos, mas restrito a histórias que
falem da luz. Não importa se os autores são lighting designers, como
L+D
34
L+D
35
*A partir desta edição, L+D passa a publicar esta coluna, cujo objetivo é trazer atualidades relevantes da cena internacional do lighting design.
*Starting with this edition, L+D will be publishing this column, whose aim is to bring to readers relevant current events on the international lighting design scene.

Se você deseja participar do concurso Light Tales, envie
seus trabalhos para:
If you wish to participate in the Light Tales Competition, please
send your works to:
Beatrice Santini
Targetti Sankey
Via Pratese, 164
50145 Firenze
b.santini@targetti.it
Todas as ilustrações foram feitas por Roger Narboni. | All illustrations by Roger Narboni
Os textos enviados devem ser escritos em inglês, italiano, francês ou espanhol.
O prazo final é 31 de maio de 2009. Os trabalhos não serão devolvidos.
Os vencedores serão anunciados até 30 de setembro.
Entries may be submitted in English, Italian, French or Spanish.
The deadline is May 31, 2009. Works will be not returned
Winners will be announced by September 30, 2009
Narboni, profissionais já estabelecidos, estudantes ou simplesmente
entusiastas. Não há limite de tamanho ou restrição de gênero: conto,
peça teatral, poesia... A condição essencial é que a luz – artificial ou
story, play or poetry. The essential requirement is that light – artificial and
mesmo natural – seja o “personagem” principal.
even natural – be the logical "main character".
A competição, que se chama simplesmente Light Tales [Contos de
The competition, that is entitled simply Light Tales, is sponsored by Fondazi-
Luz] é patrocinada pela Fondazione Targetti e tem o único propósito
one Targetti and its exclusive purpose is to promote the culture of light.
de promover a cultura da luz.
All entries will be judged for originality, content and expression. The
As inscrições serão julgadas segundo os seguintes critérios: originali-
judging panel will consist of Roger Narboni, Stella Targetti, director of the
dade, conteúdo e expressão. O júri será composto por Roger Narboni,
Fondazione Targetti and Beatrice Santini, editor-in-chief of the Portale della
Stella Targetti (diretora da Fondazione Targetti), Beatrice Santini (editora
Luce, and others yet to be appointed. The three best works will be published
do Portalle della Luce) e outros profissionais a serem nomeados.
on the Portale della Luce and disseminated through all appropriate channels
Os três melhores trabalhos serão publicados no Portale della Luce e
starting with Anno Luce and the main lighting journals. If the quality of the
divulgados por meio dos canais apropriados, a começar pela publicação
compositions permits, they will be published in a single volume.
L+D
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Anno Luce. Agora em sua terceira edição, Anno Luce é um livro que contém
alguns dos melhores papers e artigos originais que foram publicados
no Portale della Luce. O tema principal é a luz e todas as suas facetas –
Now in its third edition, Anno Luce is a real book that contains some of
the best original articles and papers that have appeared on the Portale.
The main topic is light and all its facets: design, art, social, culture and
L+D
37
ligadas a design, arte, sociedade, cultura e ética – e o objetivo é oferecer
ethics and the stated aim is to offer as complete an overview as possible
um panorama tão completo quanto possível sobre o universo da luz nos
of the world of light today. Anno Luce is distributed free of charge to
dias de hoje. Anno Luce é distribuída gratuitamente aos designers mais
the world's foremost lighting designers and to those involved with light
proeminentes de todo o mundo e às pessoas envolvidas com a luz nos
in education, art, advertising and, of course, industry. Over the years the
meios da educação, da arte, da publicidade e, claro, da indústria.
journal has increased in size and circulation.
Beatrice Santini
Beatrice Santini
Editora do Portal of light
Editor-in-chief of the Portal of Light

projetos | projects
LUZ, DRAMA,
AÇÃO
1 2
Quando a luz dá o tom em projetos arquitetônicos que
privilegiam materiais densos e cores escuras.
O restaurante Kaa trouxe para a imensidão concreta
de São Paulo nada menos do que sete mil espécies de plantas origi-
LIGHT, DRAMA, ACTION: when lighting sets the tone in architectural
projects that favour dense materials and dark colours
nárias da Mata Atlântica, que revestem, como um jardim vertical de
Kaa restaurant has brought to the concrete vastness of São Paulo (Bra-
proporções bíblicas, um de seus extensos paredões. Do lado oposto,
zil) no less than seven thousand species of native plants from the Atlantic
uma construção com pé-direito duplo acolhe a clientela, acomodada
Forest, which cover, resembling a vertical garden of biblical proportions,
solidamente sobre materiais densos como madeira e pedra de tons
one of its large walls. On the opposite side, a building with double height
L+D
38
sóbrios e temperaturas quentes.
Bem acima da linha do Equador, no árido estado norte-americano do
Texas, o restaurante do überchef Charlie Palmer reproduz a elegância
ceiling solidly accommodates the clientele among dense materials such as
wood and stone, of sober tones and warm temperatures.
Well above the Equator line, in the arid North American state of Texas, überchef
L+D
39
da madeira escura, seja no revestimento das paredes do salão, seja
Charlie Palmer’s restaurant draws on the elegance of dark wood, be it on the
nos balcões sofisticados que compõem o ambiente do bar. Subindo
lining of the dining room’s walls, be it on the sophisticated counters chose to
um pouco mais em direção ao Norte, o distinto Nota Bene, de Toron-
compose the bar. Going a little further up north, the distinguished Nota Bene,
to (Canadá), completa o trio de restaurantes contemporâneos cujo
from Toronto (Canada), completes this trio of contemporary restaurants whose
desenho de luz incorporou a necessidade de dar movimento a am-
lighting design incorporated a need to confer movement onto sophisticated
1- Kaa, São Paulo
bientes sofisticados e heterogêneos, mas que têm em comum o desa-
and heterogeneous spaces; projects that pose, in common, the challenge of il-
2- Nota Bene, Toronto
fio de iluminar detalhes, brincar com sombras e dar vida a ambientes
luminating details, playing with shadows and injecting life into ambiences where
3- Charlie
dominados por tons aveludados de marrom. (Por Márcia Bechara)
velvety tones of brown predominate. (By Márcia Bechara)
3
Palmer's, Dallas

Kaa: em primeiro plano, ambiente de jantar
com pé-direito duplo; ao fundo, à esquerda,
o bar. Na página anterior (foto 1), vista do
lounge para espera | Kaa: in the foreground,
dining room with double height ceiling;
behind, on the left, the bar. Previous page
(photo 1), view of the waiting lounge
Cena tropical
Para criar o projeto de iluminação do restaurante Kaa
(mata em tupi-guarani), os lighting designers Carlos Fortes e Gilberto
Franco, da Franco & Fortes Lighting Design, estudaram previamente,
e em detalhes, a proposta arquitetônica e de decoração do ambiente,
assinados por Arthur Casas. “Um dos desafios era criar movimentação
e dramaticidade na área do jardim durante o período noturno, já que
durante o dia isto é praticamente impossível, devido à claridade natural
permitida pelo teto retrátil translúcido que recobre o local. A luz natural
é chapada, sem volumetria. Criamos, então, uma iluminação de cima
para baixo, com fachos concentrados que emprestam tridimensionalidade
às folhagens e criam sombras nas plantas”, detalha Fortes.
Vedete de uma das alas do restaurante, a imensa diversidade tropical
do jardim contrapõe-se ao lado oposto da construção, composto por
um edifício fechado de dois andares, ambos com pé-direito duplo. Nas
laterais das vigas metálicas que compõem os trilhos da cobertura retrátil,
os quais atravessam transversalmente a construção, os designers optaram
por usar lâmpadas halógenas AR 111 de facho concentrado (50W, 8°,
3.000K), assim como nas testeiras laterais com projetores orientados
que iluminam a parte do jardim. “Já as palmeiras, posicionadas entre
as mesas, têm seus troncos escultóricos iluminados de baixo para cima
por lâmpadas embutidas nos canteiros. A luz que vem de cima, por sua
vez, cria sombras na totalidade da vegetação e dá a sensação de área
externa, reforçando a vocação do ambiente”, explica Fortes.
Apesar da presença apaziguadora de um grande espelho d’água à frente
do jardim, os lightings designers preferiram não iluminar diretamente
o local. Todas as bicas que saem da parede recebem uma iluminação
de baixo para cima a partir de projetores subaquáticos, com lâmpadas
dicróicas de 50W de facho médio (3.000K). “Este tipo de luz cria um
movimento interessante nas águas, que acaba por se refletir nas folhas
da vegetação”, aponta Carlos Fortes. Já no hall de entrada do restaurante,
com pé-direito duplo, utilizou-se uma sanca de madeira, posicionada a
meia-altura da parede, a qual abriga baterias de lâmpadas fluorescentes
(T5, 28W, 3.000K) cobertas por uma chapa de acrílico translúcida,
técnica que cria uma luz mais homogênea e que reduz as manchas normalmente
causadas pelo material fluorescente. Esta iluminação também
foi estrategicamente pensada para valorizar a textura da cobertura de
fibra de bananeira, que recobre a parede do restaurante, logo acima da
sanca. “Todo o estabelecimento é dimerizado para melhor se adequar
às necessidades dos ambientes”, reforça o lighting designer.
Para a sala de espera do Kaa, que possui um forro de madeira baixo,
os lighting designers especificaram luminárias Wall Washer com
lâmpadas dicróicas de facho aberto (50W, 38°, 3.000K), embutidas
no teto, intercaladas com abajures, para compor o layout. No centro
do restaurante, um grande balcão de madeira faz as vezes de bar,
recebendo, em sua primeira porção, grandes painéis fotográficos
iluminados de cima para baixo com halógenas AR 111 (50W, 12V,
8°, 3.000K). A parte de baixo do balcão, visível para os clientes, é
revestida com pedra bruta e iluminada por um linelight de xenon,
com lâmpadas xenon bipolares foscas (5W, 2V). Todas as prateleiras
Tropical scene Before creating the lighting design for Kaa restaurant
(kaa meaning forest in Tupi-guarani), designers Carlos Fortes and Gilberto
Franco, of Franco & Fortes Lighting Design, studied in details the architectural
and décor proposals, signed by Arthur Casas. “One of the challenges was to
generate movement and drama in the garden’s area at night time, since that is
practically impossible during the day, due to the natural luminosity that filters
through the retractile translucent roof covering the area. Natural light is flat,
deprived of volume. We’ve created, therefore, a design using lighting that
comes from above, in narrow beams that grant a three-dimensional volume
to the foliage and create shadows throughout the plants”, details Fortes.
The star of one of the restaurant’s areas, the garden’s enormous tropical
diversity acts as a counterpoint to the opposite side of the construction, a closed
two-storey building with double height ceiling on both floors. On the sides
of the metallic beams that constitute the tracks of the retractile roof, crossing
the construction perpendicularly, the designers chose to place AR 111 narrow
beam halogen lamps (50W, 8°, 3.000K); these were also used on the lateral
of the building, with projectors pointed at the garden. “Regarding the palm
trees, located among the dining tables, spotlights were concealed within the
tree beds, lighting their bodies from below. The light coming from above produces,
in turn, shadows on the whole of the vegetation, bringing an outdoors
feeling to the space and reinforcing its vocation”, explains Fortes.
Despite the soothing presence of a big water mirror in front of the
garden, the lighting designers chose not to use direct light on this place.
Water pipes coming off the walls have all been lit from below, using subaquatic
projectors with 50W medium beam dichroic lamps (3.000K). “This
type of light produces an interesting movement in the water, which ends
L+D
40
L+D
41

A iluminação pontual aparece em situações específicas,
como na escada e no espelho d’água, subersa. Na página
ao lado, o espaço do bar | Spotted lighting is found in
specific situations, such as the staircase and the water
mirror, where it’s submerged. Facing page, the bar space
up reflected in the foliage”, Carlos Fortes points out.
floor; this time, however, they were built into the floor. “In the VIP room,
In Kaa’s waiting room, where we find a single height wooden ceiling, the
where a sofa has been fixed along the entire wall, filtered fluorescent
lighting designers opted for Wall Washer luminaires with wide beam dichroic
tubes (T5, 28W, 3.000K) were built into a sort of coving placed behind
lamps (50W, 38°, 3.000K), built into the ceiling, combined with lampshades
the sofa, pointing upwards and also clad by acrylic and a purple filter”.
to compose the layout. In the areas where the ceiling height is double, a
On the small tables, the designers used AR 70 halogen lamps (50W, 8º e
wooden coving was positioned on the walls, at mid-height, and batteries of
24°, 3.000K), fitted pointing downwards. “One cannot light everything
fluorescent tubes (T5, 28W, 3.000K) were fitted within it. These batteries were
indiscriminately. This is a restaurant, not a diner. Our starting point was
covered with a translucent acrylic panel, a technique that makes light more
to define the lighting system for the vertical garden and, afterwards, to
uniform and reduces the stains the fluorescent material normally produces.
coordinate this area with the other side of the restaurant. We worked with
This lighting design was also strategically conceived as a means to favour the
lighting incorporated into the carpentry and masonry, granting movement
texture of the banana tree fibre that covers the restaurant’s walls, from the
and drama to the objects”, Carlos Fortes concludes.
coving upward. “Dimmers were applied to the entire system, so as to better
respond to the needs of each space”, the lighting designer emphasizes.
da estante, ao fundo do balcão, recebem iluminação embutida em
numa espécie de sanca atrás do sofá, posicionadas de baixo para cima
In the middle of the restaurant, a big wooden counter works as a bar.
bases de acrílico translúcido. Dentro das bases, lâmpadas fluores-
e também recobertas por acrílico e filtro roxo, como as lâmpadas do
Part of this area has been decorated with large photographic panels, lit from
centes, do mesmo tipo, potência e temperatura do que as usadas
bar”, relata Fortes. “Sobre as mesinhas, posicionamos halógenas AR
above with AR 111 halogen lamps (50W, 12V, 8°, 3.000K). The base of
na sanca de madeira que reveste o hall de entrada, são revestidas
70 (50W, 8º e 24°, 3.000K), de cima para baixo. Na parte de trás do
the counter, visible to customers, is clad by rough stone and lit by a xenon
com filtro roxo para suavizar sua intensidade luminosa e se tornarem
restaurante, uma sanca contínua traz lâmpadas AR 111 (50W, 8°,
linelight, with bipolar frosted xenon bulbs (5W, 2V). The lighting of the bar
L+D
42
mais compatíveis com o xenon. A prateleira mais alta da estante,
que comporta cestarias, recebe a luz de luminárias Wall Washer, com
dicróicas (50W, 38°, 3.000K) para destacar cada objeto.
3.000K), de cima para baixo, e uma lâmpada fluorescente compacta
tripla amarelada (32W, 2.700K) ilumina a cozinha envidraçada. Sobre
o grill, trabalhamos com três pendentes com lâmpadas halógenas
shelves behind the counter is built into fixtures of translucent acrylic. Inside
these fixtures, fluorescent tubes – of the same type, power and temperature
as the ones used in the previously mentioned wooden coving – have been
L+D
43
Segundo Carlos Fortes, a caixa de escada que dá acesso à sala
PAR 30 (75W, 3.000K)”, detalha.
coated with a purple filter, aimed at softening their luminous intensity and
VIP, localizada ao lado do balcão, foi iluminada com pontos de LED
“Não se pode iluminar tudo indiscriminadamente. Trata-se de um
making them more compatible with the xenon bulbs. The top shelf, display-
Kaa
brancos embutidos na parede e no corrimão (nichos construídos na
restaurante, não de uma lanchonete. Nosso ponto de partida foi definir
ing hand-made fibre baskets, is lit by Wall Washer luminaires with dichroic
São Paulo, Brasil | Brazil
própria alvenaria). Estes mesmos LEDs são utilizados na parte de cima
o sistema de iluminação do jardim vertical e, depois, coordenar esta
lamps (50W, 38°, 3.000K), making each object stand out.
Projeto de Iluminação | Lighting project: Franco &
do restaurante, no hall que dá acesso aos banheiros da sala VIP, no
área com o outro lado do restaurante. Trabalhamos com a iluminação
The stairwell that grants access to the VIP room, located beside the
Fortes Lighting Design
piso superior, só que, desta vez, embutidos no piso. “Ainda na sala
incorporada na marcenaria e na alvenaria, dando movimentação e
counter, was lit using white LED lamps built into the wall and the hand-
Arquitetura | Architecture: Arthur Casas
VIP, que possui um sofá fixo em toda a sua extensão, trabalhamos
dramaticidade aos objetos”, finaliza Carlos Fortes.
rail (coves were built into the masonry for this purpose). The same LED
Fornecedores | Suppliers: Lumini, Osram, Philips, Rosco
com lâmpadas fluorescentes com filtro (T5, 28W, 3.000K) embutidas
lamps were used in the hall that leads to the VIP room’s toilets, on the top
Fotos | Photos: Andrés Otero

Vista parcial do salão de jantar do Charlie
Palmer’s: destaque para as grandes hélices
dispostas por todo | Partial view of Charlie
Palmer’s dining room: big turbines, fitted along
the entire space, are one of the highlights
Iluminando o vento
A sudoeste do território norte-americano, no segundo
maior estado dos Estados Unidos – o Texas –, o restaurante
revestidas por dentro com seda em tons de âmbar, representando estruturas
eólicas. Além disso, obras de arte originais em cada parede
remetem a cenas históricas relativas ao vento – Dom Quixote ou Mary
Poppins, por exemplo. A iluminação, segundo os designers, foi criada
com o fim de destacar cada um destes curiosos elementos.
“Tudo o que se vê é luz refletida”, afirma Gregory. “Você não vê o tampo
de mármore das mesas, o vidro fosco das garrafas ou mesmo o rosto de
seu acompanhante do outro lado da mesa de jantar. O que você vê é a
luz refletindo a partir destas superfícies, e nós aplicamos esta abordagem
da luz a cada espaço do restaurante”, aponta o lighting designer. “Na
Focus, desejamos compreender profundamente cada material com que
trabalhamos e como ele reagirá a diferentes tipos de luz. Consideramos
também a maneira como as pessoas habitam os ambientes e como serão
Lighting the wind At the southeast corner of the North American
territory, in the second biggest of the United States – Texas –, chef Charlie
Palmer’s restaurant, located at the Joule Hotel, Dallas, features a décor
based on the power of wind, drawing upon the fact that the state is the
top producer of wind energy in the nation of Obama. Bringing together
the functionality of big wind turbines and the charm that these mechanical
structures can bestow upon large spaces, lighting designers Paul Gregory
and Christine Hope, of Focus Lighting, have incorporated thematic elements
into the place’s décor and lighting design.
“Lazily spinning turbines within glowing platinum ceiling coves impart
a sense of tranquillity to the dining room”, analyses Paul Gregory. Walls
feature walnut vertical screens lined in amber-toned silk, representing
wind vent structures. Furthermore, original works of art on each wall de-
pict historical scenes relating to wind – Don Quixote or Mary Poppins, for
instance. The lighting, according to the designer, was meant to bring out
all these interesting elements.
“All you see is reflected light”, affirms Gregory. “You don’t see the marble
tabletops, or the frosted glass liquor risers or even your company’s face
across the dinner table from you. What you see is the light reflecting off of
these surfaces, and we took that approach to every space”, points out the
lighting designer. “At Focus Lighting we want to understand every material
we are working with and how it will react to different types of light. We
also consider how people inhabit a space and how they are affected by
the lighting as they move throughout each area. Charlie Palmer is a worldrenowned
chef so here we want to give a functional lighting system that is
all about the food and the dining experience”, Gregory explains.
L+D
44
do chef Charlie Palmer, localizado no Hotel Joule, em Dallas, abriga
uma decoração baseada na força dos ventos, uma vez que o estado
é o maior produtor de energia eólica no país de Obama. Unindo a
funcionalidade das grandes hélices ao charme que o esqueleto desta
mecânica aplica em grandes ambientes, os lighting designers Paul
Gregory e Christine Hope, da Focus Lighting, incorporaram elementos
temáticos à decoração e ao desenho de luz do local.
“Hélices que giram lentamente, dentro de nichos platinados e iluminados,
construídos no teto, transmitem uma sensação de tranquilidade
para o salão”, analisa Christine Hope. As paredes exibem estruturas
em madeira de nogueira, que formam uma espécie de grade, e são
L+D
45

afetadas pela iluminação à medida em que se deslocam por cada área.
Charlie Palmer é um chef renomado internacionalmente, portanto nós
desejamos proporcionar um sistema funcional de iluminação que valorize
o alimento e a fruição gastronômica”, finaliza Gregory.
“De maneira geral, o ambiente inspirado em energia natural é potencializado
por meio de uma rica paleta de cores em tons terra, com
caramelos, chocolates, vermelhos rústicos e âmbares, de modo a produzir
uma experiência gastronômica acolhedora, num clima robusto,
mas sofisticado. O Charlie Palmer’s é um espaço de degustação culinária,
por isso buscamos criar um ambiente ao mesmo tempo chique
e confortável, que acentuasse as qualidades do cardápio”, compara a
lighting designer Christine Hope.
O restaurante do chef Charlie Palmer apresenta ainda uma série de
características de luz peculiares ao longo do espaço. Atrás do bar, as
caixas de bebidas são destacadas por meio de fitas de LEDs (3.000K),
montados individualmente em cada unidade. A técnica cria uma matriz
de vidros e garrafas brilhantes, emoldurada pela luz. “Os nichos
platinados do teto, onde estão instaladas as hélices, são iluminados
Abaixo, a área do bar. No alto da página ao lado,
detalhe de uma das hélices, cuja estrutura em metal
polido reflete as luzes emitidas pela fita luminosa nela
oculta | Below, the bar area. Facing page, detail of one
turbine, made of a metal polished structure that reflects
the light emitted by the luminous strip it conceals
de baixo para cima com uma fita luminosa de baixa tensão (lâmpadas
A 19, 40W, 12’’), enquanto as hélices giram lentamente, alterando a
luz que brilha sobre a cena. O efeito é um brilho rico em nuances, que
preenche todo o salão e constrói um ambiente aconchegante, mas
elegante”, pontua Christine. “Em harmonia com as estruturas do teto,
foram instaladas grelhas de madeira escura nas paredes, complementadas
com painéis de seda âmbar retroiluminados (Light Strip Series
2000-3000, xenon, 5W), criando a luz complementar para destacar
os pratos e os rostos de seus donos”, afima Hope.
Um dos principais desafios desse trabalho, segundo a designer, foi
justamente montar as downlights (lâmpadas MR 16, 20W, Narrow Spot)
no tecido do teto do restaurante. Segundo ela, “apesar destas lâmpadas
possuírem uma blindagem excelente, com chapas extremamente planas,
esta tarefa se revelou muito difícil e exigiu uma coordenação absoluta
por parte de todos os envolvidos. Além disso, trabalhar com o sistema
de controle global do hotel nos obrigou a contornar alguns obstáculos,
os quais posteriormente se mostraram benéficos para a funcionalidade
da luz do hotel e em termos de facilidade de manutenção”.
Adequar-se ao briefing inicial proposto pelo arquiteto de interiores
Adam Tihany não foi problema para a equipe da Focus Lighting. “Adam
já tinha um conceito bastante forte a respeito do aproveitamento da
energia eólica. Nós não nos desviamos muito deste conceito, pelo
contrário, optamos por nos unir em torno desta ideia e criar um projeto
sem costuras”, afirma Christine Hope. “O resultado se revelou
extremamente satisfatório para todos os envolvidos. O estabelecimento
está indo muito bem em Dallas e já ocupa o topo de todas as listas de
melhores restaurantes da cidade”, finaliza a lighting designer.
L+D
46
“Overall, the ambience of naturally harvested energy is extended through the
rich, earthy colour palette of caramels, chocolates, rustic reds and ambers to
produce a warm dining experience in a rugged but sophisticated environment.
Charlie Palmer is about the culinary experience, so we wanted the design for the
restaurant to create a chic and comfortable environment that could accentuate
the qualities of the menu”, compares the lighting designer Christine Hope.
Chef Charlie Palmer’s restaurant displays a host of interesting light features
throughout the space. Behind the bar, liquor boxes are accentuated with
LED strip-lighting mounted in every box, from the bar top to the ceiling at
the back bar. This technique creates a matrix of sparkling glass and bottles,
gridded by the lighting. “The wind turbine ceiling coves are lit with a low
voltage strip-light (lamps A19, 40W, 12’’), up-lighting the platinum leaf
coves while the turbines spin below, altering the light that shines upon
the scene. The effect is a rich glow, which fills the whole dining room and
makes the dinner scene warm, yet smart”, observes Christine. “Complimenting
the overhead fixtures, a dark wooden screen banquette wall with lit
amber silk panels glowing behind it (light strip series 2000-3000, xenon,
5W), creates the perfectly complimentary light to add highlights to the
dishes and faces of the patrons”, affirms Hope.
“Finally, in the meat-aging room, backlit etched glass panels partially
obscure the chef’s specialties, making the ‘art’ of their dinner slightly visible
from the dining room”, adds Paul Gregory. One of the project’s main challenges
was to mount the down-lights (lamps MR 16, 20W, Narrow Spot) in
the fabric ceiling of the restaurant. According to him, “even though these
lamps feature great shielding, with very flat trim plates, the task proved
especially difficult and required extra coordination from the contractors.
Also, integrating the overall Hotel Lutron Control System required jumping
over a few hurdles, but proved beneficial for the functionality of the lighting
for the hotel, in terms of ease and future maintenance.”
To conform to the initial briefing proposed by interior designer Adam
Tihany was not a problem for the Focus Lighting team. “Adam had a really
strong concept with the harnessing of wind power. We didn’t deviate
much from that concept, but rallied around the idea to make the design
seamless”, affirms Paul Gregory. “Everyone was pleased with the outcome.
It is doing really well in Dallas and topping all the best restaurant lists for
the city”, the lighting designer concludes.
Charlie Palmer's
Dallas, Estados Unidos| United States
Projeto de Iluminação | Lighting project: Focus Lighting
Arquitetura | Architecture: Adam Tihany
Fornecedores | Suppliers: Cummings Electric e Balfour Beatty
Fotos | Photos: Eric Laignel
L+D
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projetos | projects
Presença urbana
Situado no coração do edifício conhecido como
One Eighty Queen West, no lado noroeste do centro financeiro de Toronto,
no Canadá, o Nota Bene possui uma arquitetura que prioriza o
conforto, a conveniência e a diversão acima de tudo. O restaurante,
estabelecido numa área repleta de prédios históricos, fica próximo do
Four Seasons Opera House e de toda a região de teatros. Por convergir
um público tão diferenciado, que vai de juristas e advogados, passando
por empresários e artistas até investidores e fashionistas de Queen
West, o edifício atraiu a atenção do lendário restaurateur Franco Prevedello,
cujo conceito inicial para o Nota Bene foi o de criar um local
energético que unisse bar e restaurante em Toronto.
A partir de um orçamento conservador, os arquitetos do Nota Bene
otimizaram a estrutura da base do prédio para organizar a planta, aumentando
o espaço do bar em direção ao nível da rua, criando uma plataforma
suspensa para um salão destinado ao jantar formal, além de uma área
de trabalho para a cozinha. A zona do bar cria uma área concentrada
para a interação social e a luz, o som e os materiais foram pensados para
equacionar uma situação propícia a jantares casuais e formais.
A iluminação, projetada pelo time do escritório canadense Suzanne
Powadiuk Design, foi criada para definir as transições espaciais e para
iluminar o interior do estabelecimento de forma a posicionar o restaurante
L+D
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Urban presence Located in the base of One Eighty Queen West, a
commercial property sited at the northwest corner of downtown Toronto’s
financial district area, in Canada, Nota Bene’s architecture prioritizes comfort,
convenience and, above all, fun. The restaurant sits amongst several historic
buildings and within a short walking distance from the Four Seasons Opera
House and the theatre district. The diversity of people who frequent the
region – ranging from the legal community and financial/business people
to artists, opera and theatre patrons, as well as the “hip and fashionable”
Queen West crowds – ultimately attracted the attention of the legendary
restaurateur Franco Prevedello, whose original vision for Nota Bene was to
create a new high-energy bar and dining spot for Toronto.
Working within the parameters of a conservative budget, the architects
optimized the existing base building condition to organize the plan,
acquiring the street level space for the bar at the front and the raised
platform for formal dining and back-of-house services at the rear. The
bar zone creates a concentrated hub for social interaction. Light, sound,
materials and colour are thoughtfully deployed to calibrate a congenial
atmosphere conducive to both casual and formal dining.
Lighting was strategically designed – by the team of Canadian studio
L+D
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Sala de jantar do Nota Bene: a iluminação bem
distribuída equilibra visualmente o espaço,
marcado pelos tons escuros | Nota Bene’s dining
room: good lighting distribution visually balances
the space, where dark tones predominate

como um pólo de atividade na rua, mas que, em última instância, pudesse
proporcionar aos fregueses uma iluminação agradável, sem comprometer
a legibilidade dos cardápios. Três grandes paredes circunscrevem
o salão de jantar e criam um ambiente ideal para iluminar objetos de
arte (lâmpadas MR 16 Constant Color, 50W, FL40), com luminárias de
revestimento fosco. A paleta de cores do Nota Bene privilegia dois tons
de madeira de nogueira escura e matizes calorosos de cinza, aliados à
suavidade que emana dos tons de framboesa e do chartreuse.
Na parte exterior do restaurante, caixas de luz verde proporcionam uma
alternativa de iluminação discreta à sinalização urbana (lâmpadas fluorescentes
T5, 21W-35W, 2.700K, acomodadas em caixas de acrílico verdelimão
3M). Uma série de colunas maciças de luz, com mix de lâmpadas
incandescentes (PAR 38 Flood, 50W) instalado em colunas costumizadas
de acrílico fosco, adicionam calor e profundidade ao restaurante, visando
capturar o olho dos transeuntes do centro financeiro de Toronto.
Ao lado dos restaurantes Kaa (São Paulo) e do Charlie Palmer’s (Dallas),
o Nota Bene (Toronto) completa o trio dos restaurantes contemporâneos
que apostam no movimento proporcionado pelo desenho de
iluminação para inspirar vida a seus ambientes quase sempre densos
e aveludados por matizes de madeira escura, vermelho, caramelos,
pedras e metais.
Suzanne Powadiuk Design – to define spatial transitions; illuminate the
interior in a manner that positions the restaurant as a beacon of activity
on the street; and ultimately cast the patrons in the most flattering
of light, without compromising legibility of menus. Three major walls
define the formal dining area and act as clean art walls, with concealed
ambient lighting ideal for art illumination (lamps MR 16 Constant Color,
50W, FL40). Nota Bene’s colour palette consists primarily of two tones
of dark walnut combined with warm grey tones; additional accents of
chartreuse and raspberry provide warmth and smoothness.
On the exterior, long, narrow green light boxes define the windowsills,
providing a discreet alternative to street signage (fluorescent tubes T5, 21W-
35W, 2.700K, fitted in 3M lemon-green acrylic boxes). A series of massive
light columns, composed of a mix of incandescent lamps (PAR 38 Flood, 50W)
fitted within customized columns of frosted acrylic, add warmth and depth
to visually catch the attention of Toronto’s financial districts’ passers-by.
Alongside Kaa restaurant (São Paulo) and Charlie Palmer’s (Dallas), Nota
Bene (Toronto) completes a trio of contemporary restaurants that have invested
on the movement that lighting design can provide as a means to inject
life into these often dense and velvety ambiences, permeated by shades of
dark wood, red, caramels, stone and metal.
L+D
50
L+D
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Colunas iluminadas separam o ambiente do bar
(no alto da página) do salão de jantar (na página
ao lado). Na fachada (acima, à direita), caixas
iluminadas destacam a janela | Illuminated columns
separate the bar space (top of facing page) from the
dining room (facing page). On the façade (above,
right), illuminated boxes define the window
Nota Bene
Toronto, Canadá | Canada
Projeto de iluminação | Lighting project: Suzanne Powadiuk Design
Arquitetura | Architecture: Kuwabara Payne McKenna
Blumberg Architects
Fornecedores | Suppliers: GE, Philips, 3G Lighting, Lucifer
Lighting Company, Bartco e OTY
Fotos | Photos: Tom Arban

projetos | projects
Jiri Havran
L+D
52
L+D
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LUZ POR TRÁS DA FORMA
À noite, o foyer iluminado é revelado ao entorno pela grande fachada de vidro,
transformando por completo o visual da casa de ópera. O interior passa a fazer
parte do exterior, iluminando-o | At night, the illuminated foyer is revealed to
the outside through the immense glass façade, making the Opera House look
completely different. The interior becomes part of the exterior, illuminating it

Gerald Zugmann
Lâminas de carvalho dourado revestem a parede
curva do foyer que, durante o dia, é inundado pela luz
natural. A iluminação artificial valoriza a textura e as
diferentes tonalidades do material | In the daytime,
natural lighting floods the foyer, whose curved wall
is clad in golden oak. Artificial lighting highlights
the texture and different tones of this material
When entering the foyer, at ground level, the visitor encounters a large
curved wall clad in golden oak, the “Wave Wall”, whose organic geometry
contrasts with the clear and minimalist exterior. A grand staircase, leading
to three galleries around the auditorium, is peeled out of the wooden wall.
The main auditorium, a majestic horseshoe shaped room, accommodates
approximately 1.370 viewers. Here, darkened oak is the dominating material
used as cladding for balcony fronts, floors, walls, and ceilings.
One of the auditorium’s highlights is the enormous Snøhetta designed
oval chandelier. Measuring seven meters in diameter, the piece contains a
total of 1.250 LED modules, each with a 12W voltage (six 2W LEDs, 30º),
and constitutes the main light source for the auditorium and the stage.
Apart from its beautiful shape, the chandelier stands out for its luminous
efficiency: despite being suspended 16 meters above the floor, it ensures –
combined with spotlights positioned on the side walls – a luminous intensity
of 300 Lux at the auditorium’s floor-level. This exceptional performance
is also due to the use of “thin-film” technology, which consists of a mirrored
film reflecting, downwards, the light that would otherwise be lost,
resulting in an optimal use of the LEDs’ light emission.
The high number of tightly packed LED modules necessitated a special
heat-sink design for the chandelier; based on passive cooling, this freshening
system allows the light sources to reach a life span of up to 70 thousand
hours. The shape of the chandelier presented a further challenge: to
ensure that the rounded surfaces were also perfectly illuminated, Osram
developed a special version of the linear LED modules.
Overall, the lighting design specified fixtures that warrant low energy
consumption, in tune with a construction that uses alternative sources
L+D
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A volumetria inusitada e o revestimento em mármore
branco já renderam ao edifício da Ópera de Oslo, na Noruega, o apelido
de “iceberg”. Inaugurada em abril de 2008, a monumental construção,
rampas. À noite, o percurso, que é revestido com mármore branco
italiano, assim como parte da fachada, é assinalado por balizadores
com lâmpadas a vapor metálico.
LIGHTING BEHIND FORM The unusual shape and white marble cladding
have already earned the building of the Oslo Opera House, in Norway, the
epithet of “iceberg”. Opened in April 2008, this monumental construction,
of electrical energy. A large part of the building’s glass façade is covered
with photovoltaic panels that convert solar energy into electrical, and
supply part of the lighting fixtures.
L+D
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projetada pelo escritório de arquitetura norueguês Snøhetta, parece
Ao acessar o foyer, no nível térreo, o visitante se depara com uma
projected by the Norwegian architectural studio Snøhetta, seems to emerge from
While projecting the Norway’s National Opera House, Snøhetta counted
emergir de um fiorde como uma formação geológica. A grandiosida-
grande parede curva revestida em carvalho dourado, a “Wave Wall”,
a fjord like a geological formation. Here, grandiosity goes hand in hand with
– as it usually does – on the collaboration of artists for the development of
de é associada à depuração das formas, característica que o projeto
cuja organicidade contrasta com o exterior do edifício, límpido e
the refinement of form, a feature the lighting design sought to enhance.
some constructive elements. The foyer’s restrooms, for example, are clad
luminotécnico procurou enaltecer.
minimalista. Da parede de madeira se desprende uma escadaria que
Lighting fixtures have been built into the architectural elements, so as not
with panels created by the Danish artist Olafur Eliasson, who was inspired
Os equipamentos de iluminação permanecem ocultos nos elementos
conduz o público às três galerias que circundam o auditório principal,
to visually interfere with the spaces. This is found, for example, in the build-
by the glacial look of the roofscape. These elements enrich the ambience
da arquitetura, de forma a não interferir visualmente nos espaços. Isto
uma majestosa sala em formato de ferradura, com capacidade para
ing’s roofscape, turned into a public square, where visitors stroll freely across
with a white, perforated three-dimensional surface, backlit with different
acontece, por exemplo, na cobertura do edifício, convertida numa
1.370 espectadores, onde o carvalho escurecido predomina como
sloped planes. At night, the walkways, clad in Italian white marble, like part
colours. Another remarkable collaboration was made with multimedia
espécie de praça pública, onde os visitantes circulam livremente em
revestimento em balcões, pisos, paredes e teto.
of the façade, are signalled through markers fitted with metal vapour lamps.
artist Pae White, who designed, for the main auditorium’s stage, a curtain

Jiri Havran
Desenhado por Snøhetta, o monumental lustre é a
principal fonte de luz do palco e de todo auditório
Jiri Havran
principal. O escritório de arquitetura contou com a
parceria de artistas como Olafur Eliasson, criador de
um painel retro-iluminado | The monumental Snøhetta
designed chandelier is the main light source for the
stage and the entire main auditorium. The architectural
studio counted on collaborations with artists such
as Olafur Eliasson, who created a backlit panel
Erik Berg
vidro do edifício é coberta por painéis fotovoltaicos que convertem energia
that recreates to perfection the look of wrinkled aluminium foil, digitally
solar em elétrica, alimentando parte dos equipamentos de iluminação.
reflecting the colours and lights of the auditorium.
No projeto do edifício da Ópera Norueguesa, Snøhetta contou – como
As night falls, the irregular organic surface of the “Wave Wall” is illuminated
de costume – com a colaboração de artistas plásticos no desenvolvi-
and revealed to the exterior through the immense glass façade of the foyer,
mento de componentes construtivos, como os painéis que revestem
giving the building a singular appearance, especially for those observing
os sanitários, no foyer. Criados pelo dinamarquês Olafur Eliasson, que
from the outside. The interior becomes the façade, harmonizing with the
buscou referência na volumetria glacial da cobertura, os elementos
surroundings and illuminating the landscape. And, like the wooden surface,
enriquecem o ambiente com sua superfície branca, perfurada e tridi-
the marbled one, with its patterns and textures, is strategically lit, acquiring a
mensional, que é retroiluminada em diferentes cores. Outra colabo-
new aspect. “To highlight the materials, taking into account its characteristics,
ração marcante é da artista multimídia Pae White, que propôs, para o
textures and qualities, was one of the lighting design’s main goals”, concludes
palco do auditório principal, uma cortina que simula com perfeição a
the lighting designer Per Rasmussen. (By Valentina Figuerola)
aparência de folhas de alumínio amassadas, incluindo reflexos virtuais
L+D
56
Um dos destaques do auditório é o grande lustre circular desenhado
pela equipe do Snøhetta. Com 7m de diâmetro, a peça concentra 1.250
módulos de LEDs, cada um com 12W de potência (6 LEDs de 2W, 30º),
Por concentrar um grande número de LEDs, o lustre demandou a
concepção de uma estrutura específica para a dissipação de calor; baseado
no resfriamento passivo, este sistema de arrefecimento confere
das cores e luzes empregadas no auditório.
À noite, a superfície orgânica e irregular da “Wave Wall” é iluminada
e revelada ao exterior por meio da imensa fachada de vidro do
Ópera Nacional Norueguesa | Norway’s National
L+D
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constituindo a principal fonte de luz do auditório e do palco. Além
às fontes de luz uma vida útil de até 70 mil horas. A forma do lustre
foyer, conferindo à obra arquitetônica um aspecto singular, sobretudo
Opera House
da bela forma, o lustre chama atenção por sua eficiência luminosa:
também constituiu um desafio: para garantir que as superfícies arre-
para quem a observa de fora. O interior se torna fachada, compondo
Oslo, Noruega | Oslo, Norway
mesmo estando suspenso a 16m de altura, garante – combinado a
dondadas fossem perfeitamente iluminadas, a Osram produziu uma
com o entorno e iluminando a paisagem. E, assim como a madeira,
Projeto de Iluminação | Lighting Design: Per Rasmussen e Lars
holofotes posicionados nas laterais – uma iluminância de 300 lux no
versão especial dos módulos lineares de LEDs.
o mármore, com suas estampas e texturas, é iluminado de maneira
R. Bylund, em cooperação com Snøhetta | Per Rasmussen and
nível do piso do grande auditório. O excelente desempenho também
De maneira geral, o projeto luminotécnico procurou especificar equi-
estratégica, adquirindo um novo semblante. “Valorizar os materiais,
Lars R Bylund, in collaboration with Snøhetta
se deve à incorporação da tecnologia “thin-film”, na qual uma película
pamentos que propiciassem um baixo consumo de energia elétrica, de
com suas características, texturas e qualidades, era um dos principais
Arquitetura | Architecture: Snøhetta Architects
espelhada reflete para baixo a luz que seria perdida, resultando no
forma a permanecer em sintonia com a construção, que faz uso de fontes
objetivos do projeto luminotécnico”, conclui o lighting designer Per
Fornecedores | Suppliers: ES-System, Hadeland Glassverk,
melhor aproveitamento da emissão luminosa dos LEDs.
alternativas de geração de energia elétrica. Grande parte da fachada de
Rasmussen. (Por Valentina Figuerola)
Lichtbau, Osram

projetos | projects
LAZER,
INFORMAÇÃO E
REFLEXÃO
Fitas de LEDs contornam toda a extensão do
deck de madeira, envolvendo os frequentadores
em uma luz cálida | LED strips surround
the whole extension of the timbered deck,
enwrapping visitors in a warm light
A cidade de São Paulo ganhou, no final de 2008, um
novo espaço aberto. Trata-se da Praça Victor Civita, no bairro de Pinheiros,
o contato direto do pedestre com o solo. O espaço principal da praça
é formado por um imenso deck de madeira certificada, no qual um
percurso interliga bolsões com diversas funções (área de estar, local
para atividades físicas, auditório etc). Ao adentrar a praça, o visitante
sobe uma rampa e acessa o deck; a impressão é a de estar em um
barco, já que o piso do deck se eleva na diagonal formando paredes
laterais, como se fosse o casco de uma embarcação. A sensação que
se tem é a de estar protegido por aquele ambiente, cuja concepção faz
com que o visitante se sinta envolvido pelo espaço da praça.
O projeto de iluminação, concebido pelos lighting designers Gilberto
Franco e Carlos Fortes, buscou realçar esta característica peculiar do
novo espaço. “Quisemos valorizar o aspecto acolhedor desse deck. Por
isso, em vez de pensarmos em usar postes com iluminação de cima
LEISURE, INFORMATION & REFLECTION The city of São Paulo gained
a new open space at the end of 2008. This is Victor Civita Square in the
Pinheiros area, which came into being more as a place for reflection and
information on the environment than as just a new green space open to
the public. In keeping with this objective, the creators of this project have
christened it an Open Space for Sustainability.
The concept orientating the creation of the square is directly tied in to the
history of this space, which, for forty years, has harboured a deposit and processing
centre for household and hospital refuse, and also an incinerator plant. The
soil, therefore, has suffered contamination over a period of many years.
For this reason, as well as with a didactic aim — since this space arose
with an educational purpose — a fundamental premise behind the project
was the avoidance of any direct contact with the soil on the part of the
pedestrian. The main area of the square is composed of a huge deck,
made of timber of certified origin, the route to several linked areas with
various functions (sitting area, physical activities area, auditorium area,
etc.). On entering the square, the visitor climbs a ramp to reach the deck;
one gets the impression of coming aboard a ship, since the deck floor rises
diagonally to form the side-walls, just as if it were the hull of a boat. One
has the feeling of being protected by this environment, whose concept
makes the visitor feel enwrapped in the square.
The lighting project, created by lighting designers Gilberto Franco and
Carlos Fortes, sought to highlight this particular feature of the new space.
“We wanted to emphasise the sheltering nature of the deck. So, instead
of thinking in terms of lamp-posts lighting downwards, for example, we
found, in conversation with the architects, that it would be preferable to
L+D
58
que, mais do que uma nova área verde aberta ao público, surgiu com
o objetivo de ser um local de reflexão e informação sobre as questões
ambientais e urbanas. Em consonância com este desejo, os idealizadores
do projeto batizaram-no de Espaço Aberto da Sustentabilidade.
O conceito que norteou a concepção da praça está diretamente
vinculado com a história daquele espaço, que abrigou, durante 40
anos, um depósito e centro de processamento de resíduos domiciliares
e hospitalares, além de uma usina incineradora. O solo, portanto, foi
sendo contaminado ao longo dos anos.
Por esta razão, e também com objetivo didático – já que o espaço
surgiu com intuito educativo –, uma das premissas do projeto era evitar
L+D
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À esquerda, vista lateral do antigo prédio incinerador e
da chaminé; a iluminação destaca a textura dos tijolos.
Abaixo, luz difusa banha a área de estar | Left, lateral
view of the old incinerator building and the chimney;
lighting accentuates the texture of the brickwork.
Below, diffused light bathes the sitting area
para baixo, por exemplo, achamos, em conversas com os arquitetos,
que seria mais interessante iluminá-lo através destas bordas inclinadas.
E que, mesmo que a iluminação ficasse tênue, a definição destas bordas
daria uma perfeita compreensão do espaço, com a luz reforçando
esta ideia de acolhimento”, analisa Gilberto Franco.
A ideia inicial dos designers era utilizar LEDs para a iluminação das
bordas do deck, pois, além de propiciar uma luz difusa que enfatizaria
a sensação de acolhimento proposta, seria uma fonte ecologicamente
correta, em vista de seu baixo consumo. No entanto, havia certas
condicionantes para que a utilização dos LEDs fosse bem-sucedida:
o sistema utilizado precisaria ser de fácil manutenção e ter um custo
razoável, já que seria necessária a utilização de 350m lineares.
A intenção, desde o início, foi a de embutir os pontos de luz nos corrimãos
que circundam o deck, voltando a emissão luminosa para o piso.
Tratando-se de um local aberto, a estanqueidade era outro fator imprescindível,
conforme relata Franco: “abrigar um aparato complexo para proteger
os LEDs da entrada de água seria uma opção cara e de pouca garantia;
nós utilizamos LEDs que já nasciam estanques, envoltos por uma capa de
light it making use of the sloping sides. And also, even though the lighting
might be somewhat feeble, that the strong definition of these edges
would furnish an effective comprehension of the space, with the light itself
reinforcing the idea of shelter”, Gilberto Franco points out.
The designers’ initial plan was to use LEDs for lighting the edges of the
deck, since, as well as providing diffuse light that would emphasise the intended
welcoming feeling, this would be an ecologically correct light source
in view of its low power consumption. Nevertheless, there were still some
conditioning factors for the use of LEDs to be completely successful: the
system would have to be easy to service and be reasonable in cost, since
350 linear metres of lighting would have to be used.
Right from the start, the intention was to build the lights into the handrails
surrounding the deck, directing the light output onto the ground. As
it is an open-air space, waterproofing was another vital factor, as Franco
relates: “Housing a complex device to protect the LEDs from water damage
would be an expensive option with little guarantee of effectiveness; so we
used LEDs that already came waterproofed, covered in a silicone coating,
and this proved to be an excellent solution.”
L+D
60
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The problem of costs was also successfully solved. To make the suggested
budget viable, the LED strips — assembled in Brazil from imported
components — had the number of light points on each printed circuit
board reduced. “Even so, we obtained a very good and economical lighting
package, given the high individual efficiency of the LEDs”, Franco rejoices.
(Each linear metre strip has twenty warm white LEDs, using 5W in all, with
a luminous output of 200 lumens per metre).
Apart from the huge deck, the square has other areas — built over hollow
core slab flooring, so as to avoid any direct contact with the soil. The
lighting of these spaces is also based on gently diffused light.
The circulation areas, surrounded by metal guard-rails, are highlighted
by bollards that are custom-built so as to be incorporated harmoniously
into the balustrades’ design. “The compact fluorescent lamp (32W, 2.700K)
was fitted in a vertical position, with an aluminium reflector behind, and
with anti-glare flaps in front pointing downward. This lamp directs the light
more to the sides than to the front, creating a good wide beam, at the same
time a grazing beam, since the flaps block any light other than that in the
direction of the floor plane”, in the analysis of Gilberto Franco.
The entrance, for its part, is lit by posts using reflectors for indirect diffusion
of the light, generated by metal halide lamps (70W, 3.000K). This
solution was also used in the car park and in a sitting area located off the
deck. “Even with the knowledge that reflected light is not as efficient as a
direct lighting lamp-post would be, we decided, since this area is small, to
use diffused lighting so as to furnish the surroundings with a pleasanter
quality”, explains the lighting designer. The same system of reflectors was
used in the car park, but, instead of being fitted on posts, the lights were
fitted directly to the railings.
To highlight the plants, ground-level spotlights were used with ceramic
metal halide lamps (150W, 3.000K) together with reflector lights (70W,
3.000K). “The idea is that this lighting only be used during the first few
hours of the night, since it represents a rather higher consumption level;
thus it invites people to make use of the square at this time, without
overly increasing energy use”, Franco explains. As for lighting the plants
upwards, which could be a source of controversy, the lighting designer
reflects: “To supply an environment with quality of use, in a hostile city
such as São Paulo, is also a “green” attitude, taking into consideration
that the inhabitants are also a part of the city and make use of the surroundings.
So, what you lose on the one hand, since this kind of lighting
increases light pollution, you gain on the other in the creation of attractive
night-time surroundings.”
The old incinerator building — which today houses a permanent exhibition
on the recovery of the space, as well as an area for temporary
displays — and its chimney, have also gained new lighting. The chimney
is picked out by metal halide lamps with an asymmetric beam (70W,
3.000K), fitted in lights fixed to a specially designed metal frame, a solution
that delicately accentuates the texture of the brickwork. The façades
Diferentes fontes luminosas são combinadas no projeto: no deck, LEDs;
na fachada do edifício, lâmpadas a vapor metálico; no parapeito da
circulação, fluorescentes compactas | Different lighting sources are
combined in the project: on the deck, LEDs; on the building’s façade, metal
halide lamps; on the circulation guard-rails, compact fluorescent tubes
silicone à prova d’água, o que se mostrou uma ótima solução”.
As áreas de circulação, margeadas por um guarda-corpo metálico, são
realçadas por balizadores desenhados especialmente para incorporar-se de
forma harmônica ao desenho do guarda-corpo. “A lâmpada fluorescente
compacta (32W, 2.700K) foi instalada na posição vertical, com um refletor
de alumínio por trás e pestanas antiofuscamento na frente, inclinadas para
baixo. Este refletor faz com que a luz seja enviada mais para os lados do
que para a frente, gerando uma boa abertura de facho, mas ao mesmo
tempo rasante, pois as aletas barram qualquer emissão de luz além daquela
direcionada ao plano do piso”, analisa Gilberto Franco.
A entrada, por sua vez, é iluminada por postes que utilizam rebatedores
para a difusão indireta da luz, emitida por lâmpadas a vapor
metálico (70W, 3.000K). Esta solução também foi usada no estacio-
L+D
62
A questão dos custos também foi solucionada com sucesso. Para
viabilizar o orçamento proposto, as fitas de LEDs – montadas no Brasil
a partir de componentes importados – tiveram o número de pontos
de luz de cada placa de circuito impresso reduzidos. “Mesmo assim,
obtivemos um pacote de luz muito bom e econômico, dada a alta
eficiência individual dos LEDs”, comemora Franco. (Cada metro linear
de fita possui 20 LEDs na cor warm white, consumindo 5W no total
e com emissão luminosa de 200 lumens por metro.)
Além do grande deck, a praça possui outras áreas – instaladas sobre
lajes alveolares, para evitar o contato direto com o solo. A iluminação
destes espaços também se baseia na difusão suave da luz.
L+D
63

namento e em uma área de estar localizada fora do deck. “Mesmo
sabendo que a iluminação rebatida não é tão eficiente quanto seria
um poste para iluminação direta, optamos, por se tratar de uma
área pequena, pela difusão de luz, para proporcionar mais qualidade
ao ambiente”, explica o lighting designer. O mesmo sistema de
rebatedores foi utilizado no estacionamento, mas, em vez de serem
instalados em postes, foram fixados diretamente no gradil.
Para realçar a vegetação foram utilizados projetores de solo para
lâmpadas de vapor metálico com bulbo cerâmico (150W, 3.000K) e
refletoras (70W, 3.000K). “A ideia é que esta iluminação fosse acesa
somente nas primeiras horas da noite, já que apresenta um consumo
relativamente alto; desta forma, convida as pessoas a usarem a praça
para uso neste horário, sem sobrecarregar o consumo”, explica Franco.
Quanto a iluminar a vegetação de baixo para cima, que poderia ser um
tema controverso, o lighting designer pondera: “proporcionar um ambiente
com qualidade de uso em uma cidade hostil como São Paulo é
também uma atitude ‘verde’, considerando que os habitantes da cidade
também fazem parte e usufruem do ambiente. Então, perde-se de um
lado, por ser um tipo de luz que aumenta a poluição luminosa, mas
ganha-se do outro, na criação de ambientes noturnos atraentes”.
O antigo edifício do incinerador – que hoje abriga uma exposição
permanente sobre a reabilitação do espaço e uma área para mostras
temporárias – e sua chaminé também receberam nova iluminação. A
chaminé é destacada por lâmpadas a vapor metálico com facho assimétrico
(70W, 3.000K) – instaladas em projetores dispostos em um suporte
metálico desenhado especialmente para esta finalidade –, solução que
acentua delicadamente a textura dos tijolos. As fachadas do edifício,
por sua vez, foram tratadas com iluminação assimétrica: projetores
com lâmpadas a vapor metálico (3.000K) instalados sobre o muro de
contenção do espelho d´água (150W) e nos terraços (70W).
No interior do edifício, trilhos eletrificados instalados no forro
configuram uma malha de aproximadamente 3 x 3m, na qual são
instalados os equipamentos. “Esta solução é muito versátil para qualquer
tipo de demanda, pois permite variar o resultado em função
dos projetores e das lâmpadas colocados”, destaca Gilberto Franco.
Neste caso, por exemplo, esta malha foi utilizada como suporte de
lâmpadas PAR 30 flood (75W) e AR 111 (50W, 4º e 8º), que, além de
iluminarem a exposição, servem para destacar a própria arquitetura,
iluminando os pilares de forma rasante.
Pela qualidade espacial e pelo ineditismo de sua proposta, a Praça
Victor Civita deve se tornar, em breve, uma referência para a reabilitação
de áreas urbanas degradadas. (Por Winnie Bastian)
O antigo edifício de incineração foi
reconvertido para uso cultural. Acima,
vistas externas do prédio; na página ao
lado, o interior | The old incinerator
building has been recovered for
cultural use. Above, general view of the
building; facing page, the interior
of the building, for their part, were also given asymmetrical lighting:
spotlights with metal halide lamps (3.000K) fixed to the containing wall
L+D
64
of the ornamental pool (150W) and on the terraces (70W).
Inside the building, electric tracks on the ceiling make up a grid of around
Praça Victor Civita
L+D
65
3 x 3 metres, on which the lighting equipment is fitted. “This solution is highly
São Paulo, Brasil | Brazil
versatile for any kind of demands, since it allows one to produce different
Projeto de Iluminação | Lighting project: Gilberto Franco, Carlos
results according to the lights and lamps used”, Franco points out. In this
Fortes; Lívia Berriel, Renata Amato Efeiche, Rafaela Romitelli
case, for example, the grid was used as a support for PAR 30 floods (75W)
(colaboração) / Franco+Fortes Lighting Design
and AR 111 lights (50W, 4° & 8°), which, apart from lighting the display itself,
Arquitetura | Architecture: Adriana Blay Levisky e Anna Julia
also serve to pick out the architectural features, grazing the pillars.
Dietzsch / Levisky Arquitetos
For its spatial qualities and the originality of its design, Victor Civita
Paisagismo | Garden design: Benedito Abbud
Square ought, in brief to turn into a standard reference for the recupera-
Fornecedores | Suppliers: Lemca, Lumini, Osram, Philips, Schreder
tion of decayed urban areas. (By Winnie Bastian)
Foto | Photos: Nelson Kon

projetos | projects
A luz azulada unifica e valoriza a paisagem
do Grand Canal, em Hangzhou. Molduras
luminosas instaladas nos edifícios se
destacam no skyline da cidade, sinalizando
a presença do canal | The bluish lighting
unifies and enhances the landscape of the
Grand Canal, in Hangzhou. Luminous frames
installed in the buildings stand out in the
city’s skyline, indicating the canal’s presence
A história da cidade de Hangzhou está intimamente
ligada à sua geografia e hidrologia. O primeiro assentamento foi es-
RHYTHM AND UNITY The history of the city of Hangzhou is closely
linked to its geography and hydrology. The first settlement was established
beside the Qian Tang River, but the town grew when the construction of
the Grand Canal started in 610 A.D., and developed progressively until,
in the 12 th century, it became the cultural capital of Southern China. The
Grand Canal then became part of a large waterway network that created
the current layout of the city of Hangzhou and helped the city gradually
to increase its prosperity.
The government of Hangzhou decided, in 2007, to transform the image
of the Grand Canal and develop tourism, by renewing the canal bank promenades
and launching the construction of a fleet of fifty boats for daytime and
nighttimet trips. They decided, as well, to create beautiful lighting that would
enhance the Grand Canal, along a length of 10 kilometers, in the inner centre
of the city, attracting both Chinese visitors and foreign tourists at night.
At the end of 2007, Zhongtai Lighting Group was asked, by local government,
to study the lighting master plan for the 10-kilometer long site of the
Grand Canal and to create the final effect. With its wide range of international
resources, Zhongtai invited Roger Narboni, famous worldwide for its ability
to work with monumental water landscapes and recognized for its extensive
experience in lighting master plans.
The aim of the joint lighting proposal was to reveal the existing beauty
of the site, its monumentality, its identity, its layout and the richness of its
architecture and landscape. The lighting designers did not want to decorate
the site with lights; on the contrary they wanted light to express the inner
qualities and great potential of the Grand Canal nightscape.
The bank’s landscape is unified and enhanced by a blue-green light coming
from Led projectors (18x3W blue LEDs and 18x3W green LEDs) that can vary
from an ice-blue color in wintertime to a warm green color in summertime,
and 400W metal halide floodlight projectors equipped with colored filters.
“The blue-green lighting creates a mysterious and tranquil environment that
matches the personality of the Grand Canal”, state the designers.
This lighting creates a wonderful misty impression on both sides, emphasizing
the beautiful curved trajectory of the Grand Canal in the nocturnal
scenery. The colored light also reveals the different depths and forms of
the banks, showing all the monumentality of the site.
tabelecido ao lado do rio Qiantang, mas a cidade começou a crescer
a partir da construção do Grand Canal, iniciada no ano 610, e foi se
desenvolvendo progressivamente, até se tornar, no século 12, a capital
cultural do sul da China. O Grand Canal tornou-se parte de uma grande
rede navegável, que criou o layout atual da cidade de Hangzhou e
ajudou-a a aumentar sua prosperidade gradualmente.
Em 2007, o governo de Hangzhou decidiu transformar a imagem
do Grand Canal e desenvolver o turismo; para tanto, promoveu a
construção de uma frota de 50 barcos para viagens diurnas e noturnas
ao longo do canal e investiu na renovação dos passeios situados às
margens do mesmo, assim como na implantação de uma iluminação
que valorizasse a paisagem do canal e atraísse os visitantes.
No final de 2007, a empresa Zhongtai Lighting Group foi convidada a
propor um plano diretor de iluminação para esta área ao longo do canal,
com uma extensão de 10km. A empresa decidiu convidar o escritório
do lighting designer francês Roger Narboni, famoso pela habilidade em
trabalhar com paisagens monumentais junto à água e reconhecido por
sua extensa experiência em planos diretores de iluminação.
O objetivo da iluminação proposta era revelar a beleza do local, sua
monumentalidade, sua identidade, seu layout e a riqueza de sua arquitetura
e sua paisagem. Os lighting designers não queriam decorar o lugar
com luzes; ao contrário, eles queriam que a luz expressasse as qualidades
intrínsecas e o grande potencial da vista noturna do Grand Canal.
A paisagem do canal foi unificada e valorizada por uma luz azul
esverdeada proveniente de projetores LED (18x3W azuis e 18x3W
verdes) – cuja tonalidade pode variar de um azul frio, no inverno, até
um verde cálido, no verão – e projetores equipados com lâmpadas
a vapor metálico (400W) e filtros coloridos. “A iluminação em azul e
verde cria um ambiente misterioso e tranquilo, que combina com a
personalidade do Grand Canal”, afirmam os designers.
Esta iluminação criou uma impressão nebulosa em ambos os lados
do canal, enfatizando a trajetória curva do Grand Canal no cenário
noturno. A luz colorida também revela as diferentes profundidades e
formatos das margens, evidenciando a monumentalidade do sítio.
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RITMO E UNIDADE

Em contraste com o entorno colorido, algumas grandes árvores que
ocupam as margens são destacadas com iluminação estática em um tom
branco cálido (lâmpadas a vapor metálico com tubo cerâmico, 3.000K).
Os caminhos e passeios são iluminados por colunas equipadas com
lâmpadas fluorescentes brancas (3.000K), dispostas em intervalos regulares
nas margens e junto ao rio, de modo a criar reflexos luminosos
na água. Quando vista junto à névoa azul esverdeada no plano de
fundo, esta luz branca assume nuances douradas.
Cilindros luminosos equipados com LEDs (6x3W azul e 6x3W âmbar)
foram instalados na água, para que a luz por eles emitida criasse
reflexos na superfície negra, valorizando o canal. Encaixado em uma
estrutura metálica fixa, o cilindro translúcido flutua conforme o nível
da água e pode mudar de cor de acordo com as estações do ano.
O sítio do Grand Canal é rodeado por diversos edifícios modernos,
fortemente presentes na paisagem urbana cotidiana. As porções mais
altas destas construções, visíveis a longa distância, receberam molduras
verticais luminosas e coloridas em suas fachadas. Estas molduras se
destacam no skyline de Hangzhou, criando uma paisagem poética e
geométrica que sinaliza, desde longe, a presença do Grand Canal.
A paisagem do canal também é composta por elementos da arquitetura
tradicional chinesa, os quais foram iluminados com uma luz branca dourada
que valoriza e destaca, em particular, os belos telhados em forma de pagode.
Os pilares ou paredes também são iluminados para incluir as estruturas na
In a manner naturally increasing the contrast with the colored surroundings,
some major trees on the banks, mainly located near the water, are enhanced
with a static warm white light (ceramic metal halide lamps, 3.000K).
The paths and promenades are lit continuously by luminous Chinese columns,
set out at regular intervals on the banks and near the river in order
to create luminous reflections on the water. These translucent light fittings,
equipped with white light fluorescent lamps (3.000K), look golden-white
in comparison with the blue-green colored mist in the background.
Luminous poles, equipped with LEDs (6x3W blue and 6x3W amber), are
installed in the water to draw attention to the complex canal system. They
shed light down onto the turgid water, creating beautiful reflections on the
black surface. The translucent cylinder, encased in a metal frame, floats and
moves with the wash created by the boats, depending on the level of water.
The luminous cylinder changes color according to the seasons.
There are many modern buildings near and around the Grand Canal site.
They are strongly present in the day-to-day urban landscape. Colored luminous
vertical frames are installed on the higher sections of these buildings
(visible from very far away). These vertical frames stand in the Hangzhou
skyline, creating a poetic and geometric landscape that indicates, from
far away, the presence of the Grand Canal.
The traditional Chinese architecture is also part of the Grand Canal
landscape. It is all illuminated with a gold-white light that enhances and
highlights, in particular, the beautiful pagoda-shaped roofs in nighttime
À direita, totem sinalizador com LEDs
coloridos. Na página ao lado, um dos
caminhos no parque linear que contorna o
canal: nos postes, projetores LED coloridos
combinam-se a lâmpadas fluorescentes
compactas | Right, signalling totem with
coloured LEDs. Facing page, a walkway in the
park that borders the canal: the lampposts
are equipped with coloured LED projectors,
combined with compact fluorescent tubes
paisagem noturna. Cada canto do telhado possui uma tradicional lanterna
vermelha equipada com uma lâmpada fluorescente compacta.
O Grand Canal em Hangzhou é cruzado por mais de 20 pontes criadas
em diferentes períodos, com diversos tamanhos, alturas, materiais
e cores. Elas proporcionam diversidade ao panorama, especialmente
durante uma longa viagem de barco. Todas as iluminações preexistentes
foram modificadas para luz branca, para harmonizá-las com a
paisagem do canal em larga escala. A iluminação é restrita às laterais
das pontes, deixando as partes inferiores e os vãos completamente
no escuro. “Esta escuridão irá preservar as vistas noturnas a partir de
uma certa distância”, explicam os designers.
A iluminação também serviu para criar marcos visuais ao longo do
percurso junto às margens. O lado norte recebeu postes metálicos
com 11m de altura, em aço inox, e LEDs coloridos, os quais indicam
alternadamente a distância até o rio Qiantang, em Hangzhou, e a
distância até Pequim. Estas distâncias são mostradas em quilômetros
em verde e, depois, em vermelho é mostrado o antigo sistema chinês
de medidas “Shi” (1 Li = 0,5km), desenvolvido pela dinastia Qin. Estes
marcos dão ao turista, além da informação sobre a incrível extensão
deste canal, um senso de ritmo para os passeios noturnos.
O sistema de luz colorida instalado nas margens pode ser dimerizado
e controlado por computador para modificar a intensidade da luz ou
mudar as cores da névoa luminosa. No início da noite, o nível de luz é
views. The pillars or walls are also illuminated, to give the structures a sense
of material being in the nighttime landscape. Each corner of the roof has
a traditional red lantern, equipped with a fluorescent lamp.
The Grand Canal section in Hangzhou is crossed by more than 20 bridges
of different periods, sizes, heights, materials and colors. They are a varied
part of sightseeing especially during a boat trip, and they cut the canal
perspectives into very different sequences. All the various existing lightings
are changed to white lighting to harmonize the canal landscape on a large
scale. The lighting is focused on the two sides of the bridges, leaving the
under parts and vaulting completely in the dark. “This darkness will preserve
the nocturnal views over some distance”, the designers explain.
On first seeing the Grand Canal in Hangzhou, it is impossible to imagine
the incredible history and size of this man-made construction. The lighting will
help to draw the attention of the tourists to this amazing story. Eleven-meter
metal poles, consisting of profiled stainless steel and colored LEDs, are installed
on the North bank. At night, they indicate alternately the distance to the Tang
Qian River in Hangzhou and the distance to Beijing. These distances are shown
in kilometers in green then in red in the ancient Chinese “Shi” measure system
(1 Li = 0.500 km) developed by the Qin dynasty. These milestones provide
tourist information and a sense of rhythm for evening cruises.
The colored lighting system installed on the banks can be dimmed and
controlled by a computer, in order to modify the intensity of light or change
the colors of the mist of light. At the beginning of the night, the level of light
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Abaixo, esquema ilustrativo do plano de iluminação: projetores
LED criam uma bruma azulada em toda a orla, enquanto árvores
e elementos da arquitetura tradicional chinesa são destacados
com luz branca em tons cálidos | Below, illustrative scheme of
the lighting design: LED projectors create a bluish mist along
the canal banks, while trees and elements of traditional Chinese
architecture are highlighted through white lighting, in warm tones
mais alto e as ondas de luz correm ao longo das margens, valorizando
o fluxo do rio. Por volta das 22 horas, o nível de luz é dimerizado e
os efeitos luminosos se tornam estáticos. Após a meia-noite, a névoa
luminosa pode ser desligada para preservar a tranquilidade da vizinhança.
A paisagem noturna colorida pode mudar conforme as estações,
oferecendo aos turistas diferentes cenas noturnas coloridas.
Os passeios de barco no Grand Canal, a partir dos dois pontos mais
distantes, percorrem 10km. Ao longo do caminho, turistas e visitantes
podem descobrir e admirar a vista noturna de diversos elementos iluminados,
como pavilhões, pagodes, casas de chá tradicionais, velhas
fábricas, pontes, árvores, estátuas, etc.
Além disso, a paisagem do canal foi realçada e animada em lugares
específicos, nos quais todos estes elementos se combinam para criar belos
cenários noturnos, como um espaço com 300m de comprimento chamado
Ying Yue (“reflexos da lua”, em chinês), localizado na margem norte do
Grand Canal, no centro da cidade, o qual foi escolhido como o primeiro
exemplo concreto do Plano Diretor de Iluminação do Grand Canal.
Localizado em uma das intersecções com um canal menor, cortado
por uma ponte antiga – a qual sustenta um belo pagode –, o sítio
possui um agradável parque e alguns pavilhões tradicionais chineses
que foram recentemente renovados pelas autoridades e que são muito
apreciados pelos moradores locais à noite.
A nova iluminação de Ying Yue transformou a vista noturna do local
para benefício dos visitantes, mas também criou uma ambiência original
e lúdica, para o deleite dos habitantes da cidade. (Da Redação)
is higher and waves of light run along the banks, simulating the flow of the
river. Around 10.00 pm, the level of light is dimmed and the lighting effects
become static. After midnight, the mist of light can be shut off to preserve the
tranquility of the neighborhood. The colored nightscape can change in accordance
with the seasons, offering tourists different colored night scenes.
Boat trips on the Grand Canal, from the two farthest wharves, are 10
kilometers long. Along the way, tourists and visitors will be able to discover
and admire a nighttime view of illuminated features of different sizes e.g.
pavilions, pagodas, traditional teahouse, old factories, modern wharf,
bridges, piles, canal intersections, trees, statues etc.
In addition, the Grand Canal nightscape is highlighted and animated in
particular places where all these features come together to create complete
beautiful night scenes, as occurs in a 300-meter long site called Ying Yue
(“reflections of the moon” in Chinese), located on the North Bank of the
Grand Canal, in the inner centre of the city, which has been chosen as the
first concrete example of the Grand Canal Lighting Master Plan.
Located on one of the intersections with a smaller canal, crossed by a beautiful
old bridge surmounted by a stunning pagoda, the site hosts a delightful park and
some traditional Chinese pavilions that were recently renewed by the authorities
and that are very much appreciated by the local people at nighttime.
The new lighting of Ying Yue has totally transformed the night view of
the site for the benefit of the visitors, but it has also brought an original
and playful ambiance at night, to the delight of the local people.
Plano Diretor de Iluminação para o Grand Canal |
Lighting Master Plan for the Grand Canal
Hangzhou, China
Projeto de Iluminação | Lighting project: Rober Narboni, Fréderique
Parent, Mélina Votadoro / Concepto Lighting; Wan Hong / Zhongtaï
Lighting Group
Fornecedores | Supplier: Zhongtaï Lighting Group
Fotos | Pictures and renderings: Concepto & Zhongtaï
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perfil | profile
PIERO CASTIGLIONI
Para quem pertence ao mundo do design ou se interessa
por ele, Castiglioni é um sobrenome histórico dos mais recorrentes.
Foram rádios, luminárias, móveis, talheres e inúmeros outros objetos
de uso doméstico que marcaram o pós-guerra italiano e contribuíram
para escrever a história do made in Italy no mundo.
A família Castiglioni iniciou a sua jornada no contexto das artes
com o patriarca, Giannino Castiglioni. Ele iniciou como escultor de
medalhas já em 1906. Foi também quem deu forma aos portões de
bronze da catedral de Milão, além de muitas outras obras espalhadas
por pontos históricos da capital lombarda. Seus três filhos, Livio, Piergiacomo
e Achille Castiglioni, formaram-se em arquitetura pelo Politécnico
de Milão. Iniciaram seus trabalhos no ateliê do pai e gozaram
do espírito inovador e empreendedor dos industriais italianos a eles
contemporâneos. Graças à combinação do incrível talento dos irmãos
Castiglioni – dentre outros designers da época – e da visão de industriais
como Giulio Castelli (Kartell), Umberto Cassina (Cassina), Dino
Gavina (Flos), Ernesto Gismondi (Artemide), Gino Sarfatti (Arteluce) e
Piero Chiesa (FontanaArte), a partir dos anos 1950, a Itália viveu seu
período de ouro no design e iniciou uma tradição da qual respira até
os dias de hoje. Responsáveis pela criação de clássicos da iluminação,
os Castiglioni desenvolveram um código formal próprio, reconhecível
pela clara resposta a exigências funcionais, pela busca constante da
simplicidade e da redução de componentes. Na linguagem deles, o
aspecto estético torna-se puramente experimental e os produtos são
quase teóricos e, pelo mesmo motivo, são belos e atemporais. Postulavam:
“a escolha das funções é o primeiro ato do design”.
Piero Castiglioni é filho de Livio e, portanto, a terceira geração do
clã de designers que encanta o mundo. Piero iniciou no ateliê de seu
pai aos 28 anos, em 1972, logo após a graduação em arquitetura
no Politécnico de Milão. Pai e filho trabalharam incessantemente na
concepção de luminárias até a morte de Livio, em 1979. Desde então,
Piero prosseguiu com as luminárias, mas também especializou-se em
lighting design. O escritório manteve-se no histórico endereço de Via
Presolana e, hoje, depois de quase 40 anos de carreira, Piero pode
orgulhar-se de ser um dos expoentes do lighting design europeu e de
ter trabalhado com os maiores arquitetos internacionais da atualidade -
desde Gae Aulenti, passando por Paulo Mendes da Rocha, Álvaro Siza,
Renzo Piano até David Chipperfield. Aos 65 anos, ele continua ativo com
seus projetos e viagens pelo mundo e não tem data para se aposentar.
Piero concedeu a L+D uma simpática e inspiradora entrevista.
For anyone from the world of design or even interested in it,
Castglioni is one of the most frequently mentioned historic surnames. There
were radios, lamps, pieces of furniture, cutlery and innumerable other
household objects that marked the Italian post-war period and contributed
to the “Made in Italy” story around the world.
The Castiglioni family began its journey into the field of the arts with
the patriarch Giannino Castiglioni. He started out as a sculptor of medallions
as early as 1906. It was he who also shaped the great bronze doors
of Milan Cathedral, as well as many other works scattered around the
historic sites of the Lombard capital. His three sons, Livio, Giacomo and
Achille Castiglioni, graduated in architecture from Milan Polytechnic. They
began working in their father’s studio and took joy in the pioneering entrepreneurial
spirit of their contemporaneous Italian industrialists. Thanks
to the incredible combined talent of the Castiglioni brothers — among
other designers of the period — and the vision of industrialists like Giulio
Castelli (Kartell), Umberto Cassina (Cassina), Dino Gavina (Flos), Ernesto
Gismondi (Artemide), Gino Sarfatti (Arteluce) and Piero Chiesa (FontanaArte),
from the 50’s onwards, Italy achieved its golden age in design and
began a tradition it still basks in today. Responsible for the creation of a
number of lighting classics, the Castiglionis developed their own formal
code, recognisable in the clear response to functional demands, for the
constant quest for simplicity and the reduction of parts. In their language,
the aesthetic aspect becomes purely experimental and the products are
almost theoretical, and, for this reason, beautiful and timeless. “The choice
of functions is the first act of design”, they postulated.
Piero Castiglioni is the son of Livio and so the third generation of this clan
of designers who enchant the world. Piero started in his father’s studio at the
age of 28, in 1972, shortly after his graduation as an architect from Milan
Polytechnic. Father and son worked unceasingly on the creation of lamps
until Livio’s death in 1979. After that, Piero continued with the lamps, but
also became specialised in lighting design. The firm remained at its historic
address in Via Presolana and today, after almost 40 years in his career, Piero
can pride himself on being one of the main exponents of European lighting
design and on having worked with the greatest international architects of
our times — form Gae Aulenti, through Paulo Mendes da Rocha, Álvaro Siza,
Renzo Piano to David Chipperfield. At the age of 65, he actively continues
with his projects and trips about the world and has set no date for his retirement.
Piero granted L+D a most friendly and inspiring interview.
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Qual foi o ensinamento mais importante transmitido por seu
pai, Livio, nos anos em que vocês trabalharam juntos?
A curiosidade... A curiosidade sobre como pensar além dos esquemas
tradicionais. Por exemplo, ao pensar numa luminária que não é uma luminária.
E, ao invés disso, explorar o conceito de luz. Pensar que o próprio
ambiente se transforma numa grande luminária. Estimular a curiosidade
sobre outras fontes luminosas, novos materiais de difusão e construção. Ser
original numa abordagem ampla dos conceitos e não concentrar-se apenas
sobre o objeto. Foi raciocinando sobre tudo isso, por exemplo, que nasceu
o sistema Scintilla (FontanaArte, 1974), com difusão de luz indireta que
transforma a própria arquitetura em uma grande fonte luminosa. As lâmpadas
halógenas eram, então, uma novidade e pensamos em utilizá-las por
serem inovadoras, mas também porque, para nós, elas faziam uma alusão
ao senso de incrível alegria que um grande candelabro dá, reinterpretando
este tipo de imagem da luz, brilhante, cintilante e vibrante.
Como foi a passagem ao lighting design?
Foi um fenômeno autodidata. Não havia escolas. Trabalhei com
sistemas audiovisuais, de multivisão. Eu me interessei por luminotécnica
quando percebi que, para mim, ela estava toda errada. A teoria
que nasceu no início do século 20 se baseava em valores meramente
quantitativos. Lux, lúmen e candela matematicamente funcionam. Mas
são grandezas fotométricas relativamente insignificantes na medida
Centro de serviços do Interporto di Nola, 2007, Nápoles
(Itália) em colaboração com Renzo Piano Building Workshop
| Interporto di Nola’s Services Centre, 2007, Naples, in
collaboration with Renzo Piano Building Workshop.
What was the most important lesson your father taught you,
Livio, during the years you worked together?
Curiosity... Curiosity about how to think beyond traditional limits. For
example, to think of a lamp that is not a lamp. And, instead of this, to
explore the idea of light. To imagine that the surroundings are transformed
into one huge lamp. To stimulate curiosity about other light sources, new
diffusion and construction materials. To be original in a broad approach to
ideas rather than focusing on the object alone. It was from thinking this over,
for example, that the Scintilla system (FontanaArte, 1974) first arose, with
diffusion of indirect light that transforms the architecture itself into a vast
light source. Halogen lamps were a novelty at that time and we thought of
using them as an innovation, but also because, for us, they made allusion
to the incredible sense of joy that a great chandelier gives, reinterpreting
this kind of image of light, bright, scintillating and vibrant.
What was it like switching over to lighting design?
It was a self-taught thing. There were no schools. I was working with
audio-visual systems, multivision. I got interested in lighting technique when
I realised that, as far as I was concerned, they’d got it all wrong. The theory
that prevailed at the beginning of the 20 th century was based on purely quantitative
values. Lux, lumen and candela work mathematically. But these are
just photometric values that are rather insignificant insofar as the luminous
energy — our first point of reference — is a kind of energy that our eyes
Acima, à esquerda, Igreja do Salvador sobre o Sangue Derramado, 2005, São
Petersburgo (Rússia); à direita, Sala dei Corrazzieri, Palazzo del Quirinale, 2002,
Roma (Itália) | Above, left, The Church of Our Savior on Spilled Blood, 2005,
Saint Petersburg; right, Sala dei Corrazzieri, Palazzo del Quirinale, 2002, Rome
em que a energia luminosa – a referência inicial – é uma energia que
nossos olhos veem por meio de uma curva – que é matemática. Mas
fora isso, a luz é percepção, altamente subjetiva e relativa. Basta pensar
que as mulheres distinguem as cores melhor do que os homens,
e estes, por sua vez, enxergam melhor no escuro. Para mim, a luminotécnica
tem de trabalhar em função da percepção da visão, com
todas as suas complexas inerências: a percepção da cor, a atenuação
do ofuscamento e, ainda, com uma tarefa que nossos olhos fazem
muito bem, a adaptação à luz por meio da íris, e outra, muito mal,
a focalização. É por isso que devem ser levados em consideração os
valores dos contrastes, reflexões, temperaturas de cor. A luminotécnica
clássica deve ser um pouco desmistificada. Devemos seguir suas leis,
mas deve sempre existir a possibilidade de criticá-las.
perceive by means of a curve — which is again mathematical. Yet, besides
this, light is perception, highly subjective and relative. You only have to think
how women distinguish colours better than men and they, for their part, see
better in the dark. For me, lighting design must work in function of visual
perception, with all its inherent complexities: colour perception, reduction
of glare and, furthermore, with one job our eyes do very well, luminous adaptation
by means of the iris, and another very poorly, focusing. That’s why
we must take into consideration contrast, reflection and colour temperature
values. Classic lighting techniques need a lot of demystification. We must
obey the laws, yet we should be able to criticise them.
It’s possible to identify certain features in common among the
various products bearing the Castiglioni name that have been
produced in the past. Can we say the same about your lighting
projects? What is the leitmotiv in your lighting design?
Escape from the classic canons and continual research. In 1980, I was
responsible for the lighting design of the Orsay Museum, in Paris, France.
Gae Aulenti was the architect in charge of transforming a fin de siècle railway
station into a museum. At that time, the general idea of museum lighting
was of the “cave effect” kind, that conferred a romantic atmosphere on
the viewing of works of art. We wanted to do away with this notion. We
decided that the works should be lit together with their surroundings. This
was undoubtedly a very challenging and innovative decision. The existing
features we wanted to furnish with a homogeneous value were the belle
époque architecture of late 1800, the new architecture of Gae Aulenti
and, in addition, the works on display. The lighting had to accomplish its
mission, yet by means of anonymous equipment. Once again the architecture
became the lighting. It is the architecture of the Orsay Museum that
controls, moderates and directs the lighting.
É possível identificar características comuns nos vários produtos
com a assinatura Castiglioni realizados no passado. Podemos
afirmar o mesmo em relação ao seu lighting design?
Qual é o fio condutor de seus projetos?
Fuga dos cânones clássicos e a pesquisa contínua. Em 1980, fui
encarregado do lighting design do Museu de Orsay, em Paris (França).
Gae Aulenti era a arquiteta responsável por transformar uma estação de
trem do final do século 19 em um museu. Naquela época, o conceito
de iluminação dos museus era do tipo “efeito caverna”, que conferia
uma atmosfera romântica na leitura das obras de arte. Nós quisemos
destruir este conceito. Decidimos que as obras deveriam ser iluminadas
juntamente ao ambiente. E foi, sem dúvida, uma decisão muito desafiadora
e inovadora. Os elementos presentes e aos quais quisemos dar um
valor homogêneo eram a arquitetura belle époque do final de 1800, a
nova arquitetura de Gae Aulenti e, ainda, as obras a serem expostas. A
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Museo de Arte Latinoamericano, 2001,
Buenos Aires (Argentina) | Museo de Arte
Latinoamericano, 2001, Buenos Aires
iluminação deveria cumprir sua função, mas por meio de aparelhos anônimos.
Mais uma vez, a arquitetura tournou-se iluminação. A arquitetura
no Museu de Orsay é quem controla, modula e direciona a luz.
Giò Ponti was an iconic catalyst of the singular relationships of that period.
Already between the wars, apart from doing his own design, of profoundly
eclectic character, he went out in search of new designers, got industrialists
involved and published everything in his Domus magazine. Ponti sought to
escape from the pattern of handicraft objects falsely denominated designer
objects and so stimulate a real design industry. He was a visionary pioneer
of what is today known as “industrial design” in Italy.
O aparelho técnico Cestello, fabricado pela iGuzzini, é um dos
produtos de maior sucesso no catálogo da empresa e já teve
mais de um milhão de unidades vendidas no mundo todo. E,
como diz Gae Aulenti, “já foi copiado infinitas vezes: apenas
formalmente, porque nunca ninguém conseguiu copiar a sua
eficiência”. Fale-nos sobre sua gênese.
Como sempre, este projeto nasceu de uma tentativa de inovação.
Eu e Gae estávamos trabalhando no Palazzo Grassi de Veneza (Itália)
e tínhamos uma série de restrições e demandas rígidas. Tínhamos que
ter o máximo de flexibilidade para suprir a dinâmica de um espaço expositivo
e, ao mesmo tempo, não podíamos tocar os forros decorados
de meados de 1700. Nasceu, então, a solução de usar as paredes como
apoio para uma luminária vertical, composta por unidades flexíveis e
independentes, que pudessem ser direcionadas a um plano vertical ou
horizontal. Tudo isto acomodado em uma simples grelha ortogonal.
Eu logo dei o nome de Cestello e a Gae me perguntou por quê? “Ora,
é igual a um engradado de garrafas de vidro”*.
Clearly today’s world is different. Little occurs just at a local
level, but, rather, globally. Economic blocks undergo innumerable
changes of orientation, drastically affecting industry in general.
What was the most important change suffered by Italian industry
with regard to the golden age of “Made in Italy”?
The most serious change, in my opinion as an architect, was the advent
of marketing, which turned into enemy number one of originality. It indicates
the trend of what is already on the market, whether by means of
sales points or public opinion analysis. Marketing can undoubtedly help
a business to evolve, but it must be kept under control. I have designed
over 100 lamps, both technical and decorative. I’ve always sought to
make something that wasn’t on the market. Today a firm invites me to do
a design for them. I design a form. This form passes into the hands of the
commercial department for analysis. If it has recognisable features, then
the design is approved... and lasts very briefly... Design is the stuff of ideas,
not of forms. The design outlives the form, if it is meaningful. The form is
itself the result of the technology used. One cannot just think up a form
and design it. For an idea to take form, actually many different processes
are needed. The form is the last stage. Marketing is useful, but one must
not become a slave to it.
Você trabalhou com Renzo Piano, Gae Aulenti, Alessandro
Mendini, Paulo Mendes da Rocha, Burle Marx, David Chipperfield,
Jean-Michel Wilmotte, Álvaro Siza. Com qual deles você
teve sua experiência mais profunda?
Eu tenho muito orgulho de ter trabalhado ao longo de minha
carreira com seis prêmios Pritzker. Conheço os processos de projeto
de todos eles. E, posso afirmar, são todos diversos entre si. Mas aqui
deixamos a iluminação de lado. Aprendi que projeto se faz em campo,
confrontando-se com a realidade. Eu nunca me sentei diante da prancheta
para projetar uma luminária. O ensinamento mais importante
que carrego comigo até hoje é o de Vico Magistretti: os melhores
projetos são aqueles feitos por telefone, conversando, comunicando.
Este é o segredo dos bons projetos. E para mim essa é uma verdade
sagrada. Um projeto deve manifestar-se por meio de ideias. Ideias são
queimadas com um pedaço de papel e um lápis. Com as palavras, elas
permanecem abstratas. E elas devem mover-se abstratamente. Escrever
torna-se um monólogo e um projeto deve ser um diálogo.
The Cestello technical device, made by iGuzzini, is one of the
But here we leave lighting aside for a moment. I learnt that design is carried
out in the field, face to face with the realities. I’ve never sat down at the
drawing-board to design a light. The most important lesson I bear with me
today is that of Vico Magistretti: the best designs are those carried out over
the phone, talking, communicating. This is the secret of good design. And,
for me, this is a sacred truth. A project must make itself manifest through
ideas. Ideas are tossed out with a pencil and a piece of paper. With words,
they remain abstract. And they have to move around abstractly. Writing
turns into a monologue and a project must be a dialogue.
most successful products in the company’s catalogue, having sold
over one million units around the world. And, as Gae Aulenti says,
“It’s been copied over and over again; but only in its form, since
no-one has ever managed to copy its efficiency.” Tell us about
how it started.
As always, this project came about from an attempt to innovate. Gae and I
were working on the Pallazzo Grassi in Venice and we were suffering from a
whole series of rigid demands and restrictions. We needed as much flexibility as
possible to furnish the dynamics of a display space and, at the same time, we
couldn’t touch the ceilings with their mid-17 th century decoration. The solution
came up, then, of using the walls as a support for a vertical light made up of
flexible, independent units, which could be directed in a vertical or horizontal
plane. All this was fixed to a simple right-angled grid. I at once christened it
Cestello and Gae asked me why. “Well, it looks just like a bottle-rack!” *
How can Italy defend herself against the new rules imposed by
the Chinese market?
Salvation is through escaping from the marketing maze. Those who show
originality have nothing to fear. The rest always arrive there later. There’s
no way of predicting innovation. We must work towards quality. This way,
it’s difficult for the Asians to make copies. A copy that’s better than the
original doesn’t exist. People are prepared to pay for quality. The current
number of millionaires in China is one and a half times the population of
Italy. If we have low and medium-low quality in our exports, then we’re
sure to have problems. Honestly, I see the Indian phenomenon as far more
of a threat. They too produce intellectual material, create software and
they have better technology than the Chinese.
You’ve designed so many products, experienced Italian industry
at first hand, taken part in the productive process, discussions,
meetings with Italian industrialists who have made history. What
was there then that is no longer?
In the post-war period, I was still a youngster and didn’t yet understand
the way things worked. But I was aware of the tremendous enthusiasm
there was at that time. Enthusiasm that looked to developing the idea of
design so as to escape from the pre-war moulds, to creating something
new. This impulse, combined with the courage to take risks on the part of
the big industrialists, was the real engine behind Italian design in the 50’s
and 60’s. We have to mention here entrepreneurs like Castelli, Cassina,
Gavina, Gismondi, Sarfatti and Chiesa. This mixture of creative leaven with
industrial boldness and economic boom was crucial to the “Made in Italy”.
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You’ve worked with Renzo Piano, Gae Aulenti, Alessandro
Mendini, Paulo Mendes da Rocha, Burle Marx, David Chipperfield,
Jean-Michel Wilmotte and Álvaro Siza. With which of them did you
share your most profound experience?
I take great pride in having worked, in the course of my career, with six
Pritzker prize-winners. I’m familiar with the creative design processes of
them all. And I can honestly say that they’re all different from one another.
Você projetou tantos produtos, viveu a indústria italiana em
primeira pessoa, participou de processos produtivos, discussões,
reuniu-se com os industriais italianos que fizeram história. O
que havia então que hoje não existe mais?
No pós-guerra eu ainda era pequeno e não compreendia ainda o
mecanismo. Mas eu percebia o grande entusiasmo que havia naqueles
anos. Entusiasmo que queria fazer evoluir a ideia de projeto, sair dos es-
What is good taste in lighting design?
An intelligent project is a project with class. I can’t stand stupidity. There
are some architects who do the most ridiculous things in all seriousness.
Me, I want to enjoy myself.

Auditório do Banco Popular de Lodi, 2002, Lodi (em colaboração com Renzo Piano Building Workshop)
| People’s Bank of Lodi, 2002, Lodi (in collaboration with Renzo Piano Building Workshop)
Palazzo Grassi, 1986, Veneza, (Itália) | Palazzo Grassi, 1986, Venice
quemas pré-guerra, de fazer algo novo. Este impulso somado à coragem
em assumir riscos por parte dos grandes industriais foram os verdadeiros
motores do design italiano nos anos 1950 e 1960. Devem ser mencionados
empreendedores como Castelli, Cassina, Gavina, Gismondi, Sarfatti,
Chiesa. Esta combinação de fermento criativo, audácia industrial e boom
econômico foram cruciais para o made in Italy. Um ícone catalisador das
relações ímpares daquele período foi Giò Ponti. Já no entreguerras, além
de fazer seu próprio design, com seu caráter profundamente eclético,
ele ia em busca de novos designers, envolvia industriais, publicava tudo
em sua revista Domus. Ponti queria escapar do esquema de produção de
objetos artesanais falsamente denominados objetos de design e, assim,
incentivar uma verdadeira indústria do design. Ele foi pioneiro na visão
do hoje chamado industrial design na Itália.
e me pede um projeto. Eu desenho uma forma. Esta forma vai às mãos do
departamento comercial para análise. Se ela tem elementos reconhecíveis,
então o projeto é aprovado... e dura pouquíssimo... O design é feito de
ideias e não de formas. O design sobrevive à forma se tem um sentido. A
forma é resultado até mesmo da tecnologia utilizada. Não se pode pensar
numa forma e simplesmente desenhá-la. Para que uma ideia tome forma,
justamente, são necessários inúmeros processos. A forma é o estágio final.
O marketing serve, mas é preciso não ser escravo dele.
No futuro, por qual razão você gostaria de ser lembrado?
Por aquilo que consegui transmitir aos jovens. Não por aquilo que
consegui fazer, mas por aquilo que consegui dar. Muitos de meus colaboradores
abriram seus próprios escritórios de lighting design e, com
alguns deles, mantenho colaborações até hoje. Isto é gratificante.
In the future, what would you like to be remembered for?
For what I’ve managed to pass on to the young. Not for that which I
have managed to make, but for that I have managed to give. Many of my
past partners opened their own lighting design firms and I still continue
collaborating with some of them today. This is really gratifying.
Então um conselho que você gostaria de transmitir...
Que os valores éticos contam mais que os valores estéticos. A moral
vem sempre antes do aspecto. Não é tanto como fazer, mas o que
fazer. Como fazer é uma pergunta estética e o que fazer é uma pergunta
ética. A ética está acima da estética.
How about a word of advice that you’d like to pass on?
That ethical values count for more than aesthetic values. Morals always
come before looks. It’s not so much a question of how to do it as of what
to do. How to do it is an aesthetic question, whereas what to do is an
ethical one. Ethics is always above aesthetics.
Como a Itália pode se defender das novas regras ditadas
pelo mercado chinês?
A salvação é sair do labirinto do marketing. Quem inova, não
tem o que temer. Os outros chegam sempre depois. Não há como
antecipar a inovação. Temos de trabalhar na direção da qualidade.
Assim, fica difícil para os asiáticos fazerem cópias. Uma cópia melhor
que o original não existe. As pessoas estão dispostas a pagar pela
qualidade. A atual quantidade de milionários na China é 1,5 vez a
população da Itália. Se tivermos uma qualidade baixa e médio-baixa
em nossas exportações, certamente vamos ter problemas. Sinceramente,
vejo o fenômeno indiano muito mais ameaçador. Eles também
produzem matéria cerebral, fazem softwares, têm tecnologia
superior à dos chineses.
Piero, além de ser um Castiglioni puro-sangue, contador profissional das
histórias mais incríveis e (quase) inacreditáveis, é designer, arquiteto, lighting
designer... sem nunca se esquecer de ser gentil e simpático. Conversa com
todos, desde o mais renomado arquiteto ao mais novato estudante com
a mesma disponibilidade, o mesmo bom humor, a mesma voz barítona
dos fumantes convictos. É aquele tipo de humanidade e magnetismo
que somente os verdadeiramente sábios possuem. E depois de mais de
duas horas de entrevista, em mais um dia típico milanês, frio e chuvoso,
deixo seu ateliê já com vontade de voltar. Um abraço em Piero, depois
outro em Chiara Baldacci, sua histórica companheira de vida, e saio com
pressa. E volto, correndo, porque esqueci as minhas luvas: “mas Piero, e
aquela vez em que você...” (Por Débora Curbi)
Piero, as well as being a thoroughbred Castiglioni, professional story-teller
of the most amazing and (almost) incredible tales, is a designer, architect and
lighting designer... without ever forgetting to be kind and friendly. He talks
to everybody, from the most famous architect to the freshest young student
with the same candour, the same good humour, the same baritone voice of a
confirmed smoker. And that kind of humanity and personal magnetism that
is only possessed by the truly wise. And after over two hours of interviewing
on another typically cold and rainy Milan day, I leave his workshop with a yen
to return. A hug for Piero, then another for Chiara Baldacci, his long-time lifecompanion,
and I make my hasty departure. Only to come racing back because
I forgot my gloves: “But Piero, that time you ...” (By Débora Curbi)
Obviamente, o mundo hoje é outro. Poucas coisas ocorrem
de maneira local, mas global. Os blocos econômicos passaram
por inúmeros reposicionamentos, afetando drasticamente a
indústria de um modo geral. Qual foi a mudança mais importante
sofrida pelas indústrias italianas em relação à época de
ouro do made in Italy?
A mudança mais grave, em minha opinião de arquiteto, foi o advento
do marketing, que se tornou o inimigo número um da inovação. Ele indica
a direção daquilo que já existe no mercado, seja por meio dos pontos-devenda
ou por análise da opinião pública. O marketing, sem dúvida, pode
levar à evolução de uma empresa, mas é preciso tê-lo sob controle. Eu
projetei mais de 100 luminárias, dentre técnicas e decorativas. Sempre
quis fazer algo que não existia no mercado. Hoje, a empresa me convida
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O que é o bom gosto no lighting design?
Um projeto inteligente é um projeto de grande classe. Não suporto
a estupidez. Há arquitetos que fazem coisas ridículas de maneira
séria. Eu quero me divertir.
*A palavra cestello em italiano é equivalente a “engradado” em português,
mas também pode ser traduzida como “cesto, cestinho”.
* The word cestello in Italian refers to a “bottle-crate” in English, but it
can also be translated as a “little basket”.

Produtos | products
IKON
VIALIGHT
A empresa brasileira ViaLight lançou, recentemente, uma linha de
produtos assinada pelo badalado designer Karim Rashid. A família Ikon
é composta por pendente e luminária de mesa, fabricados em aço
minimizado pintado na cor prata e com difusores em acrílico fosco.
Na parte interna, três opções de cores: Pink, Fluor Yellow e Ice White.
A luminária de mesa emprega uma lâmpada (base E26 ou E27, até
60W), enquanto o pendente utiliza duas.
CRIO
FABBIAN
Concebido pelo designer Giovanni Minelli, o pendente Crio, da
fabricante italiana Fabbian, possui difusor em alumínio anodizado e
está disponível em dois tamanhos (115cm ou 57,2cm de diâmetro).
Na versão maior, utiliza dez lâmpadas fluorescentes eletrônicas de base
E27 (até 23W); em sua versão menor, cinco lâmpadas. O pendente
possui duas opções de acabamento: pintura branca ou aplicação de
uma lâmina de madeira no padrão wengé.
The Brazilian company ViaLight has recently launched a product line
signed by the celebrated designer Karim Rashid. The Ikon family is composed
of table and pendant luminaires, made of steel painted in silver, with
a frosted acrylic diffuser. The interior comes in three colour options: Pink,
Fluorescent Yellow and Ice White. The table luminaire uses one lamp (base
E26 or E27, until 60W), while the pendant requires two.
Info: www.vialight.com.br
Conceived by designer Giovanni Minelli, the Crio pendant, by Italian
manufacturer Fabbian, comes with a diffuser made of anodized aluminium
and is available in two sizes (115cm or 57,2cm diameter). The largest version
requires ten electronic fluorescent tubes, base E27 (until 23W); the
smallest one, five tubes. The pendant is offered in two finishing options:
white paint or a wooden coating in the wengé pattern.
Info: www.fabbian.com
No Brasil: Fabbian Brasil
tel: (41) 3284-4000 | phone number: (41) 3284-4000
ORUS
LIGHT DESIGN
As linhas arredondadas da luminária Orus, da brasileira Light Design,
DREAM
DOMUS LINE
permitem que sua estrutura, quando instalada, se integrem ao teto e
seu disco central possibilita uma iluminação indireta e sem ofuscamen-
A fabricante italiana Domus Line possui uma vasta linha de luminá-
tos. Fabricada em alumínio, possui as opções de cor branca, prata e
rias com LEDs para aplicação em móveis. A Dream pode ser instalada
preta e utiliza duas lâmpadas halógenas (100W) ou duas fluorescentes
semiembutida ou perfeitamente alinhada à superfície, dependendo do
compactas (23W). A luminária, assinada pelos designers Fred Mame-
efeito de luz desejado. A peça utiliza LED de alta performance e baixo
de, Ruana Barros e Willames Verçoza, foi premiada em 2008 pelo iF
consumo (1,2W) e sua luz é difundida dentro do fino policarbonato
Product Design Award, um dos mais importantes prêmios do design
por um refletor especial. Seu acendimento é feito pelo toque na parte
mundial, realizado anualmente em Hannover, Alemanha.
metálica central (soft-touch).
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The rounded lines of the Orus luminaire, by Brazilian Light Design, allow
its structure, when installed, to integrate to the ceiling, and its central disk
Italian manufacturer Domus Line offers a vast line of luminaires with
LEDs, for furniture application. Dream can be partially built-in or perfectly
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facilitates indirect lighting, avoiding obfuscation. Made of aluminium, it
aligned to the surface, depending on the desired lighting effect. The item
comes in the colour options white, silver or black, and employs two halo-
employs high performance and low voltage LED (1,2W) and a special
gen lamps (100W) or two compact fluorescent tubes (23W). The luminaire,
reflector diffuses its light within the thin polycarbonate. It’s switched on
signed by designers Fred Mamede, Ruana Barros and Willames Verçoza, won
through touching the metallic central part (soft-touch).
a prize in 2008 from the iF Product Design Award, one of the world’s most
important design awards, taking place yearly in Hannover, Germany.
Info: www.domusline.com
No Brasil: Ez’door
Info: www.lightdesign.com.br
www.ezdoor.com.br
tel: (54) 3453-1916 | phone number: (54) 3453-1916

PARA SABER MAIS | INFORMATION
Arne Quinze
Walle 113
8500 Kortrijk
Belgium
www.arnequinze.tv
Piero Castiglioni
Via Presolana 5
20135 Milan
Italy
www.pierocastiglioni.com
Evan Gant e Alex Tee / Altitude
Inc.
363 Highland Avenue
Somerville, MA 02144
USA
www.altitudeinc.com
Roger Narboni / Concepto
Parc de Garlande
1 rue de l'Egalité
F92220 Bagneux
France
roger.narboni@concepto.fr
Franco + Fortes Lighting
Design
Rua Capitão Prudente, 43
São Paulo, SP 05422-050
Brazil
www.francoefortes.com
Snøhetta AS
Skur 39, Vippetangen
N-0150 Oslo
Norway
www.snoarc.no
Leo Villareal
www.villareal.net
Paul Gregory / Focus Lighting
255 West 101 Street
New York, NY 10025
USA
www.focuslighting.com
Vicki DaSilva
1413 Linden Street
Allentown, PA 18102-4226
USA
www.vickidasilva.com
www.flandersartgallery.com
PATROCINADORES | ADVERTISERS INDEX
DL Iluminação
T: +55 (11) 5538-3382
www.dliluminacao.com.br
Light Design Iluminação
T: +55 (81) 3339-1654
www.lightdesign.com.br
Philips Iluminação do Brasil
T: +55 (11) 2125-0588
www.luz.philips.com
Ever Light Iluminação
T: +55 (31) 3393-1963
www.everlight.com.br
Lemca Led Solutions
T: +55 (11) 2827-0600
www.lemca.com.br
Schréder do Brasil
T: +55 (11) 6114-4300
www.schreder.com
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Fabbian Brasil
T: +55 (41) 3284-4000
www.fabbian.com
Lumina Tecno
T: +55 (11) 4473-1122
www.luminatecno.com.br
Steluti
T: +55 (11) 3079-7339
www.steluti.com.br
Iluminar
T: +55 (31) 3284-0000
www.iluminar.com.br
Lumini
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www.lumini.com.br
Itaim Iluminação
T: +55 (11) 4785-1010
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