Meditações - PSB
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odeia. Enquanto animais, uma ataca as nossas vidas; mas enquanto homens, aoutra ataca a nossa humanidade.3. Não desprezes a Morte; sorri, antes, à sua chegada; ela está entre as coisasque a Natureza quer. Tal como a juventude e a velhice, como o crescimento e amaturidade, como o aparecimento dos dentes, da barba e dos cabelos brancos,como a concepção, a gravidez e o parto. Tal como todos os outros processosnaturais que as estações da vida nos trazem, assim é a nossa dissolução.Portanto, nunca um homem sensato deve encarar a morte com ligeireza, comimpaciência ou com desdém; deve esperar por ela apenas como mais um dosprocessos da Natureza. Tal como esperas a saída do bebé do ventre da tuamulher, espera também a hora em que a pequena alma deslize para fora do seuinvólucro.Mas se o teu coração prefere um consolo mais simples, não há melhorrefrigério face à morte do que pensar na natureza das coisas que vais deixar enos personagens com que já não terás de te misturar. Não que devas acharestes prejudiciais; o teu dever é, antes, o de cuidar deles e tolerá-los combrandura; contudo, nunca te esqueças de que estás a despedir-te de homenscom outros princípios totalmente diferentes. Se alguma coisa te pode deter eamarrar-te à vida é a oportunidade de convívio com espíritos aparentados. Masquando pensas no enfado de uma existência em companhia tão dissonante,exclamas, «Vem depressa, Morte, para que também eu não acabe por meesqueçer de mim mesmo».4. O pecador peca contra si mesmo; o transgressor transgride contra si mesmo,e torna-se pior pelas suas próprias acções.5. Um homem não peca só por acção, mas muitas vezes por omissão.6. Basta que a tua opinião de hoje seja fundada na convicção, a tua acção dehoje, no altruísmo, e a tua disposição de hoje, na satisfação com o que teacontece vindo do exterior.7. Apaga a fantasia; refreia os instintos; esfria o desejo; deixa a razão soberanagovernar.8. Um princípio vital único é distribuído por todas as criaturas irracionais e umprincípio espiritual único pelas racionais; tal como uma única terra dá forma atodas as coisas terrenas, e tal como todos nós, que temos olhos e respiramos,vemos à mesma luz e respiramos o mesmo ar.9. Todas as coisas que partilham o mesmo elemento tendem a procurar os dasua própria espécie. As coisas terrenas são atraídas para a terra, as coisasaquosas fluem umas para as outras, e o mesmo se passa com as coisas etéreas— daí a necessidade das barreiras que as mantêm separadas à força. Atendência das chamas é subir para o céu por causa do fogo elemental; mesmo— 98 —
aqui em baixo, elas são tão ávidas da companhia dos da sua espécie quequalquer tipo de matéria, desde que razoavelmente seca, inflama com facilidade,uma vez que há apenas um pequeno número dos seus ingredientes que resisteao fogo. Da mesma maneira, portanto, todas as porções do Espírito universalsão atraídas umas para as outras. Mais fortemente ainda, na verdade; porque,sendo superiores na escala da criação, a sua avidez em se misturarem ecombinarem com as suas afins, é proporcionalmente mais activa. Este instintode união revela-se, no seu primeiro estádio, entre as criaturas sem razão,quando vemos as abelhas a enxamear, o gado a reunir-se em rebanho, as avesfazendo colónias de ninhos, e os casais a acasalarem; porque neles, a alma jáemergiu, e em tais formas de vida relativamente superiores como as delas, odesejo de união encontra-se num nível de intensidade que não está presentenas pedras ou nos paus. Quando chegamos aos seres racionais, há associaçõespolíticas, camaradagens, vida familiar, reuniões públicas e, em tempo de guerra,tratados e armistícios; e entre as espécies ainda mais elevadas existe mesmouma dimensão de unidade entre os corpos muito afastados uns dos outros —como, por exemplo, entre as estrelas. Assim, a subida na escala da criação podeinduzir sentimentos de simpatia mesmo onde não há proximidade.Contudo, vê agora o que acontece. Só nós — nós, seres inteligentes — é queesquecemos este ardor mútuo de unidade; só entre nós se não vêem ascorrentes a convergir. Porém, embora o homem possa fugir quando quer, ele éapanhado e fica bem seguro; a Natureza é forte demais para ele. Repara bem everás: mais depressa encontrarás um fragmento de terra não relacionado com oresto do que um homem que não tenha um laço qualquer com os seussemelhantes.10. Todas as coisas dão fruto; o homem, Deus, todo o universo, cada qual nasua estação própria. Não importa que a expressão, no seu uso comum, serestrinja às videiras e outras do género. Também a razão dá frutos, tanto para siprópria, como para o mundo; porque dela vem uma colheita de coisas boas,todas com a marca da razão.11. Ensina-os melhor, se puderes; senão, lembra-te de que a generosidade foitedada para momentos como estes. Os próprios deuses mostram generosidadepara com homens assim; e às vezes são tão indulgentes que os ajudam mesmonos seus esforços para manter a saúde, a riqueza ou a reputação. Isto podias tufazer também; quem é que te impede?12. Trabalha muito, tu mesmo, mas não como se estivesses a ser uma vítima, etambém não com qualquer desejo de simpatia ou admiração. Deseja apenasuma coisa: que tanto as tuas acções como a tua inacção sejam dignas de umcidadão dotado de razão.13. Hoje deixei todas as minhas perplexidades; ou melhor, tirei-as de dentro demim — porque elas não estavam fora, mas dentro; elas estavam dentro daminha própria perspectiva.— 99 —
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aqui em baixo, elas são tão ávidas da companhia dos da sua espécie quequalquer tipo de matéria, desde que razoavelmente seca, inflama com facilidade,uma vez que há apenas um pequeno número dos seus ingredientes que resisteao fogo. Da mesma maneira, portanto, todas as porções do Espírito universalsão atraídas umas para as outras. Mais fortemente ainda, na verdade; porque,sendo superiores na escala da criação, a sua avidez em se misturarem ecombinarem com as suas afins, é proporcionalmente mais activa. Este instintode união revela-se, no seu primeiro estádio, entre as criaturas sem razão,quando vemos as abelhas a enxamear, o gado a reunir-se em rebanho, as avesfazendo colónias de ninhos, e os casais a acasalarem; porque neles, a alma jáemergiu, e em tais formas de vida relativamente superiores como as delas, odesejo de união encontra-se num nível de intensidade que não está presentenas pedras ou nos paus. Quando chegamos aos seres racionais, há associaçõespolíticas, camaradagens, vida familiar, reuniões públicas e, em tempo de guerra,tratados e armistícios; e entre as espécies ainda mais elevadas existe mesmouma dimensão de unidade entre os corpos muito afastados uns dos outros —como, por exemplo, entre as estrelas. Assim, a subida na escala da criação podeinduzir sentimentos de simpatia mesmo onde não há proximidade.Contudo, vê agora o que acontece. Só nós — nós, seres inteligentes — é queesquecemos este ardor mútuo de unidade; só entre nós se não vêem ascorrentes a convergir. Porém, embora o homem possa fugir quando quer, ele éapanhado e fica bem seguro; a Natureza é forte demais para ele. Repara bem everás: mais depressa encontrarás um fragmento de terra não relacionado com oresto do que um homem que não tenha um laço qualquer com os seussemelhantes.10. Todas as coisas dão fruto; o homem, Deus, todo o universo, cada qual nasua estação própria. Não importa que a expressão, no seu uso comum, serestrinja às videiras e outras do género. Também a razão dá frutos, tanto para siprópria, como para o mundo; porque dela vem uma colheita de coisas boas,todas com a marca da razão.11. Ensina-os melhor, se puderes; senão, lembra-te de que a generosidade foitedada para momentos como estes. Os próprios deuses mostram generosidadepara com homens assim; e às vezes são tão indulgentes que os ajudam mesmonos seus esforços para manter a saúde, a riqueza ou a reputação. Isto podias tufazer também; quem é que te impede?12. Trabalha muito, tu mesmo, mas não como se estivesses a ser uma vítima, etambém não com qualquer desejo de simpatia ou admiração. Deseja apenasuma coisa: que tanto as tuas acções como a tua inacção sejam dignas de umcidadão dotado de razão.13. Hoje deixei todas as minhas perplexidades; ou melhor, tirei-as de dentro demim — porque elas não estavam fora, mas dentro; elas estavam dentro daminha própria perspectiva.— 99 —