61. Acede ao princípio que rege o espírito do teu vizinho e permite que eleaceda ao teu.— 96 —
LIVRO 91. A injustiça é pecado. A Natureza constituiu os seres racionais para bem delespróprios, para cada um ajudar os seus semelhantes de acordo com o seu valore, de modo nenhum, para os magoar; e infringir a sua vontade é simplesmentepecar contra a mais velha de todas as divindades. A falsidade também é pecado,e contra a mesma deusa. Porque a Natureza é a natureza da própria Existência;e a existência implica o parentesco de todos os seres criados. Verdade não ésenão um outro nome da Natureza, a criadora original de todas as coisasverdadeiras. Assim, uma mentira propositada é pecado porque a fraude é umacto de injustiça, uma mentira involuntária é também pecado porque é uma notadissonante na harmonia da Natureza e cria a desordem sediciosa num universoorganizado. Porque sediciosa é, de facto, quando um homem se deixa levar,mesmo que involuntariamente, para uma posição contrária à verdade; vendo queele descurou de tal maneira as faculdades que a Natureza lhe deu que já nãoconsegue distinguir o falso do verdadeiro.É também pecado buscar o prazer, como um bem, e evitar a dor, como ummal. Isto resulta necessariamente em queixas de que a Natureza é injusta nasrecompensas que atribui ao vício e à virtude; porque são os maus que muitasvezes gozam os prazeres, e os meios de os obter, enquanto que o sofrimento eaquilo que provoca o sofrimento caem sobre a cabeça dos bons. Além disso, seum homem teme a dor, teme uma coisa que acontece e que tem de ser parte daordem estabelecida das coisas, e isto é, em si mesmo, um pecado; se ele seentrega à busca do prazer, nenhum acto de injustiça o deterá, o que também émanifestamente pecaminoso. Não, se a Natureza, ela própria, não faz adistinção — e se a fizesse não teria criado a dor e o prazer lado a lado —compete àqueles que queiram seguir os seus passos serem da mesma opinião emostrar a mesma indiferença. Portanto, quem não encara com igualdespreocupação a dor ou o prazer, a morte ou a vida, a fama ou a desonra —todos eles empregados pela Natureza sem qualquer parcialidade — comete,evidentemente um pecado. E ao dizer que a Natureza os empregaimparcialmente, quero dizer que cada geração sucessiva de coisas criadaspassa igualmente, e à vez, pelas mesmas experiências; porque isto é oresultado do impulso inicial que no princípio levou a Providência — tirando certosgermens de existências futuras e dotando-os de poderes produtivos de autorealização,de mutação, e de sucessão — a progredir desde o início do universoaté ao actual sistema organizado.2. Um homem de sentimentos mais apurados teria dito adeus ao mundo semnunca experimentar a sua falsidade, a sua duplicidade, o seu luxo e orgulho;mas agora que tudo isto já foi experimentado à saciedade, o caminho seguintedevia ser acabar com a vida daqui para a frente. Ou estás realmente decidido acontinuar a viver no meio da iniquidade, e a experiência ainda não te convenceua fugir desta pestilência? Porque a infecção do espírito é uma pestilência muitomais grave do que qualquer insalubridade ou desordem na atmosfera que nos— 97 —
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