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Meditações - PSB

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acional tem o poder de transformar cada obstáculo em material para si mesmoe utilizá-lo para pôr em marcha as suas diligências.36. Nunca fiques confuso com as visões imediatas de uma vida inteira. Isto é,não deixes que os teus pensamentos percorram toda a enorme quantidade evariedade dos infortúnios que te podem acontecer, mas pergunta-te, antes, àmedida que vais deparando com cada um, «O que é que há aqui de intolerável,de tão insuportável?» E vais ver que ficas envergonhado por admitir a derrota.Mais uma vez, lembra-te de que não é o peso do futuro, ou o do passado que teestão a pressionar, mas sempre e só o do presente. Mesmo este fardo pode seratenuado se o confinares aos seus próprios limites e fores bastante severo coma incapacidade do teu espírito para suportar uma tal banalidade.37. Panteia 64 ou Pérgamo ainda estão junto do túmulo de Vero? Chabrias ouDiómito, junto do de Adriano? Que ridículo! E suponhamos que ainda estavam,os mortos seriam sensíveis a isso? Ou, se o fossem, estariam contentes? Alémdisso, mesmo que os próprios mortos estivessem contentes, será que é deesperar que os pranteadores, pela sua parte, vivam eternamente? Não estavameles também condenados a ficar velhos e a morrer? — e, então, que fariam ospranteados quando os seus pranteadores deixassem de existir? E tudo isto paranada mais do que um saco cheio de fedor e decomposição.38. Nas palavras do sábio Crito, «Se tendes olhos para ver, pois, vede».39. Na constituição de um ser racional, não encontro qualquer virtude implantadapara combater a justiça, mas encontro o autodomínio implantado para combatero prazer.40. Apaga as tuas noções daquilo que imaginas ser doloroso e então o teu eufica invulnerável. «O meu eu — o que é isso?» A tua razão. «Mas eu não soutodo razão». Seja; nesse caso, pelo menos que a tua razão se abstenha decausar dor a si própria, e se outra parte de ti está com problemas, que ospensamentos sobre si própria sejam só da sua conta.41. Para a natureza da força vital que anima os nossos corpos, qualquerfrustração dos sentidos é um mal, como também o é a frustração de qualqueresforço. A natureza de uma planta tem também as suas próprias frustrações eos seus males; e da mesma maneira, qualquer frustração do espírito é um malpara a natureza do espírito. Aplica tudo isto ao teu próprio caso. Uma dor afectate,ou um prazer? Os sentidos tratarão disso. Foste contrariado numa diligência?É verdade que se ela foi feita sem qualquer concessão a uma possível falha, talfrustração é realmente um mal para ti como ser racional. Contudo, uma vez queaceites aquela necessidade universal, não podes sofrer mal nenhum nemqualquer frustração. Não há ninguém que possa frustrar o espírito dentro do seupróprio domínio. O fogo, a espada, a opressão, a calúnia e tudo o mais são— 92 —

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