morte. Ele só tem uma coisa a considerar ao praticar qualquer acção, e que éesta: se está a agir bem ou mal, como homem bom ou mau.» (De Platão 52 )45. «A verdade da questão é esta, meus senhores. Uma vez ocupado o seulugar, ou porque lhe pareça o melhor para ele, ou por obediência a ordens, creioque um homem é obrigado a ficar e enfrentar o perigo, não dando atenção àmorte ou a qualquer outra coisa, excepto a desonra.» (De Platão 53 )46. «Mas peço-te, meu amigo, que penses que é possível que a nobreza e abondade possam ser uma coisa diferente de nos resguardarmos a nós e aosnossos amigos do perigo, e consideres se um verdadeiro homem, em vez de seagarrar à vida a todo o custo, não deverá remover do espírito a questão de saberquanto tempo pode ter de vida. Que deixe isso à vontade de Deus, na crença deque as nossa mulheres têm razão quando nos dizem que nenhum homem podeescapar ao seu destino, e ele que se entregue ao problema seguinte, a melhormaneira de viver a vida que lhe foi destinada.» (De Platão 54 )47. Examina as estrelas que giram, como se tu próprio andasses no meio doseu curso. Observa com frequência a dança das mudanças dos elementos.Visões deste tipo expurgam da escória a nossa vida presa à terra.48. Platão tem uma bela frase: quem quer dissertar sobre o homem deveexaminar, como se de uma alta torre de vigia, as coisas da terra; as assembleiaspara a paz e para a guerra, a agricultura, os acasalamentos e as separações, osnascimentos e mortes, os tribunais ruidosos, os desertos solitários, as pessoasestranhas de todos os tipos, as festas, os lutos, os negócios — observando todaaquela mistura colorida, e a ordem harmoniosa que é trabalhada a partir dascontradições.49. Lança um olhar para o passado, com os seus impérios em mudança, que seerguem e caem, e assim podes prever o futuro também. A matriz será a mesma,até ao mais pequeno pormenor; porque ele não pode deixar de acertar o passocom a firme caminhada da criação. Ver a vida dos homens durante quarenta oudurante quarenta mil anos é tudo o mesmo; porque, que mais haverá paraveres?50. «Tudo o que nasce da terra a ela tem de regressar;Tudo o que cresce de semente do céu para o céu voltará». 55— pela desintegração, isto é, da sua estrutura atómica e dispersão dos seuselementos indiferentes.51. «O quê, pôr de lado as carnes e as bebidas e as amenidadesAs marés do Destino, e escapar assim à Morte?» 56«As brisas que sopram de Deus têm de ser encaradasCom remos diligentes e corações resignados.» 57— 82 —
52. «Mais astuto na arena», 58 sem dúvida — mas não mais dedicado à causapública, mais discreto, mais disciplinado às circunstâncias, mais indulgente paracom os descuidos do vizinho.53. Se um feito pode ser realizado de acordo com aquela razão que os homenspartilham com os deuses, não há nada a temer. Donde quer que se apresenteuma oportunidade de serviço para qualquer acção que progrida em obediênciaàs leis do nosso ser, não temos de ficar à espera de qualquer mal.54. Ao teu alcance está, a todas as horas e em toda a parte, uma religiosaaceitação dos acontecimentos do dia, um tratamento justo dos companheiros dodia, e uma escrupulosa atenção às impressões do dia, para que nenhumas delasobtenham admissão não sancionda.55. Não olhes furtivamente os instintos que regem outros homens, antesmantém os olhos postos no objectivo para que a própria natureza te guia — aNatureza-Mundo a falar pelas circunstâncias, e a tua própria natureza a falarpelos chamamentos do dever. Os actos dos homens devem estar de acordo coma sua constituição natural; e enquanto todas as outras criações são constituídaspara o serviço dos seres racionais (de acordo com a lei geral segundo a qual osinferiores existem para o bem dos superiores), estes são constituídos para seservirem mutuamente. A primeira de entre todas as características daconstituição do homem, portanto, é o seu dever para com os da sua espécie. Aseguir vem a obrigação de resistir aos sussurros da carne; porque é uma funçãoparticular da sua razão e inteligência manter uma barreira tal à volta das suasobras que elas não sejam suplantadas pelas dos sentidos e instintos, que são,ambas, de qualidade animal. O espírito exige o primeiro lugar e não vergará àsua opressão; e muito bem, uma vez que a natureza o formou para se servir detudo o resto. E em terceiro lugar, a constituição de um ser racional deve torná-loincapaz de indiscrição e à prova de impostura. Deixa que a Razão, a timoneira, esó ela, rume a direito, firme nestes três princípios, e assegura-te de que elachegue pelos próprios meios.56. Pensa como se tivesses morrido hoje e como se a história da tua vidativesse terminado; e a partir daí, olha aquilo que o tempo futuro te possa darcomo um extra não contratado, e vive-o em harmonia com a natureza.57. Não ames senão aquilo que chega até ti tecido no padrão do teu destino.Porque o que é que poderia servir mais eficazmente as tuas necessidades?58. Em qualquer situação difícil, põe os olhos nos casos de outros homens quesofreram uma crise idêntica com indignação, espanto e alarido. Onde estão elesagora? Em parte nenhuma. Então, porquê querer seguir-lhes o exemplo? Deixa,antes, os humores dos outros aos seus donos ou servos, e esforça-te portransformar o acontecimento numa boa causa. Assim, estarás a utilizá-lo da— 83 —
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