desprezaste, das muitas considerações que mostraste para com os poucoatenciosos.32. Como é que almas sem qualquer competência ou saber são capazes deconfundir o perito com o sábio? Ah, mas que alma é verdadeiramente perita etambém sábia? Só a daquele que tem o conhecimento do princípio e do fim, edaquela Razão que tudo penetra e que ordena o universo nos seus ciclosdeterminados até ao fim dos tempos.33. Muito em breve, tu não serás mais do que cinzas ou simples ossos; umnome, ou talvez nem mesmo um nome — embora mesmo um nome não sejamais do que um som vazio e repetido. Os homens, na vida, só entregam ocoração à vaidade, à corrupção e ao lixo; os homens são como marionetas abrigar, ou crianças conflituosas que ora são todas sorrisos ora se desfazem emlágrimas. Fé e decoro, justiça e verdade fugiram «da terra de largos caminhospara o Olimpo». 35 Então, o que é que ainda te prende aqui? Os objectos dossentidos são mutáveis e transitórios, os órgãos dos sentidos obscuros efacilmente enganados, a pobre alma, ela mesmo, um mero vapor que exala dosangue, 36 e o louvor do mundo, em tais condições, uma coisa vã. E então?Recobra o ânimo e espera pelo fim, seja ele extinção ou transformação. E o queé que pensas que é indispensável até que chegue a hora? Ora, que mais podiaser senão venerar e abençoar os deuses; fazer o bem aos homens; serindulgente; e lembrares-te de que o que quer que esteja para além dos limitesdesta pobre carne e sopro não é teu, nem está no teu poder.34. Prossegue vigorosamente, não saias da estrada certa no pensamento e naacção, e os teus dias fluirão sempre tranquilamente. A alma do homem, como asalmas de todos as criaturas racionais, tem duas coisas em comum com a almade Deus: nunca pode ser contrariada do exterior, e a sua bondade consiste narectidão de carácter e acção, e em a isso confinar todos os desejos.35. Se a coisa não é pecado meu, nem causada por qualquer pecado meu, e sea sociedade não fica pior com ela, porquê pensar mais nisso? Como é que elapode prejudicar a sociedade?36. Não te tornes presa fácil das primeiras impressões. Ajuda aqueles queprecisam na medida das tuas capacidades e tanto quanto eles possam merecer;mas se a sua queda não envolve nada de moralmente significativo, não devesolhá-los como realmente feridos, porque isso não é uma boa prática. Em taiscasos, faz como aquele velho amigo que, à despedida, fingia pedir avidamente opião da menina-escrava 37 , sabendo embora muito bem que aquilo não passavade um pião.Quando, no palanque, estás a clamar por votos, meu amigo, não estarás tu aesquecer o valor último de tudo isso? «Eu sei; mas esta gente dá muito valor aisso». E esse facto justifica que partilhes da sua loucura?— 64 —
Apesar de banido para não importa que solidões, fui sempre bafejado pela Sorte.Porque bafejado pela Sorte é aquele que a premeia pelos bons presentes quedela recebe — os bons presentes de uma boa disposição, bons impulsos e boasacções.— 65 —
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