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Meditações - PSB

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própria morada, um minúsculo canto nela; e quantos lá há que te vão louvar, eque tipo de homens são eles?Não te esqueças, pois, de te retirares para o pequeno campo do teu eu.Sobretudo, nunca lutes nem te afadigues; sê, antes, dono de ti próprio, e encaraa vida como homem, como ser humano, como cidadão e como mortal. Entre asverdades em que seria bom que pensasses estão estas duas: primeiro, que ascoisas nunca podem atingir a alma, mas apenas ficar inertes fora dela, de modoque o desassossego só pode resultar de fantasias interiores; e segundo, quetodos os objectos visíveis mudam num instante e deixam de existir. Pensa nasinúmeras mudanças em que tu próprio tomaste parte. Todo o universo émudança, e a própria vida não é senão aquilo que tu acreditas que é 22 .4. Se o poder do pensamento é universal no género humano, também a posseda razão o é, fazendo de nós criaturas racionais. Donde, portanto, que estarazão, com os seus «tu deves fazer isto» ou «tu não deves fazer aquilo» não épara nós menos universal. Há, assim, uma lei-mundo; o que, por sua vez,significa que somos todos concidadãos e partilhamos uma cidadania comum, eque o mundo é uma só cidade. Há alguma outra cidadania comum que possaser reclamada por toda a humanidade? E é deste mundo-estado que o espírito,a razão e a lei, eles mesmos, derivam. Senão, de que mais? Assim como a parteterrena de mim tem a sua origem na terra, a parte aquosa num elementodiferente, e a respiração numa e as partes quentes e ardentes noutra das fontesde si mesmas, situadas algures (porque nada vem do nada nem pode regressarao nada), assim também deve haver uma origem para o espírito.5. A morte, como o nascimento, é um dos segredos da Natureza; os mesmoselementos que se combinaram, dispersam-se então. Nada nela tem de causarpena. Para seres dotados de espírito, ela não é anormal, nem de formanenhuma incoerente com o plano da sua criação.6. Que os homens de um certo tipo se comportem como o fazem, é inevitável.Desejar que as coisas sejam de outra maneira é como desejar que a figueira nãoproduza o seu sumo. Em qualquer caso, lembra-te de que dentro de muito poucotempo, tanto tu, como ele, estarão mortos, e os vossos próprios nomesrapidamente esquecidos.7. Afasta de ti a ideia do «Fui ofendido», e com ela irá o sentimento. Rejeita oteu sentido de ofensa, e essa ofensa desaparece.8. Aquilo que não corrompe o próprio homem não pode corromper-lhe a vida,nem provocar-lhe qualquer dano quer exterior, quer interiormente.9. As leis da conveniência do colectivo exigiram que isto acontecesse.10. O que quer que aconteça, acontece de forma correcta. Observa com muitaatenção e verás que isto é verdade. Na sucessão de acontecimentos não há só— 48 —

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