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Meditações - PSB

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Nota do tradutorda versão inglesaTemos que admitir que esta obra começa logo por uma tradução errada. O títulogrego no topo do livro de Marco não significa de modo nenhum “Meditações”; osignificado das suas duas palavras é simplesmente “Para Si Mesmo”. Não seiquem foi o primeiro responsável por parafraseá-las como “Meditações”, mas asua prolongada utilização habituou o público leitor a este título de preferência aqualquer outro, e portanto pareceria pedantismo substituí-lo a pretexto de umamaior precisão literal.As mais antigas traduções inglesas de Marco Aurélio foram feitas por MericCasaubon (1634) e Jeremy Collier (1701). O estilo de Casaubon, além dearcaico, é pesado e confuso; a versão de Collier afasta-se tanto do original que épouco mais do que uma paráfrase. De nenhuma destas obras se pode dizer quetenha tido grande sucesso. A primeira pessoa a atrair para Marco Aurélio umalarga audiência foi o erudito do século dezanove George Long. A sua traduçãofoi publicada em 1862; é admiravelmente correcta, tão literal como as traduçõesescolares, e, quanto a mim, pelo menos perfeitamente ilegível. Contudo,depressa se tornou um “must” para a geração de meados da época vitoriana,desde grandes e eminentes personalidades como o Deão de Canterbury eMathew Arnold, até às inúmeras pessoas menos importantes; e durante osquarenta anos seguintes o número de edições e reedições em diferentes estilose tamanhos deve ter sido de legiões. Talvez isto não seja surpreendente, porquenão é necessária muita imaginação para retratar o próprio Marco como umafigura de uma pessoa vitoriana admirada; a dignidade grave, os sentimentos deaperfeiçoamento, a séria piedade das Meditações estavam no mais completoacordo com o gosto daquela época.Em 1898 apareceu uma tradução que muitos críticos desde então classificaramcomo a mais viva, erudita e idiomática de todas as versões inglesas, e eu gostode recordar que esta foi obra do meu velho reitor G. H. Rendall. (Uma vez queMarco nos ensina a lembrar com gratidão os mestres da nossa juventude, é umdever religioso registar aqui a minha dívida para com G. H. Rendall, que foi oprimeiro a apresentar-nos, na escola, as Meditações, que ele amava, e de queme deu uma cópia que ainda conservo.) Outra boa tradução foi publicada porJohn Jackson em 1906, e lê-se bastante bem — à parte a sua constrangida“linguagem literária” — mas, quanto a mim, fica desfigurada pela poucosimpática opinião sobre o próprio Marco na nota introdutória de C. Bigg. Aversão muito precisa de C. R. Haines (1915) na série Loeb, emboraindispensável aos estudantes que queiram uma tradução exacta do grego,dificilmente se poderá ler com prazer.*Excelentes nas suas diferentes formas, estas traduções têm prevalecido pormuito tempo sobre um grande número de rivais de menor importância. Mas jápassou quase meio século desde que a última delas apareceu, e aos olhos dosmais novos elas têm vindo a parecer um pouco anquilosadas. Seria pena se istoimpedisse uma nova geração de descobrir por si própria a sabedoria humana e o— 25 —

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