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Meditações - PSB

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20. Primeiro, evita todos os actos casuais ou sem sentido; e, segundo, faz comque todos os actos almejem somente o bem comum.21. Em breve, não te esqueças, tu próprio terás de te tornar uma coisa errantedo nada; em breve, tudo o que agora tens diante dos olhos, juntamente comtodos aqueles em que agora reside o sopro da vida, terão de deixar de ser.Porque todas as coisas nascem para mudar e morrer, para que outras, por suavez, possam vir a existir.22. Todas as coisas não são mais do que o conceito que delas fazes, e esseconceito está dentro de ti. Rejeita-o quando quiseres, e logo passarás o cabo etudo ficará tranquilo; um mar calmo, um porto sem marés.23. Quando uma operação, não importa de que tipo, chega ao fim no tempocerto, a paragem não lhe faz mal e o próprio agente não piora por terdescontinuado a acção. Assim, se a própria vida — que não é senão a soma detodas as nossas operações — também acaba quando chega a hora, não ficamolestada pela sua simples cessação, e nem é afectado de modo desfavorávelquem põe fim a toda a série das suas operações. Mas a hora própria e o prazosão fixados pela Natureza: se não pela própria natureza de um homem — como,por exemplo, pela idade avançada — então, de qualquer maneira, pela grandeNatureza, ela própria, por cuja contínua renovação de todas as suas partes ouniverso continua eternamente jovem e vigoroso. Tudo aquilo que sirva os finsdo Todo se mantém belo e florescente. Segue-se, portanto, que o fim da vidanão pode ser mau para um homem — porque, sendo uma coisa que está fora doseu controle e inocente de quaisquer interesses próprios, não há nada nele queo avilte — não, é até um bem, tanto mais que para o universo é uma coisaoportuna e vantajosa e que está em harmonia com tudo o resto. Assim, seguindoo caminho de Deus, e em união com ele no pensamento, o homem é levado nacontinuação da sua caminhada pela divina mão.24. Há três conselhos a ter em atenção. O primeiro diz respeito às acções:estas nunca devem ser realizadas ao acaso, nem de maneira não sancionadapela justiça. Tens de te lembrar de que todos os acontecimentos exteriores são oresultado ou do acaso ou da providência; e tu não podes censurar o acaso ouimpugnar a providência. Em segundo lugar, pensa bem no que todas as coisassão, desde a semente original até ao nascimento da alma, e do nascimento daalma até à sua rendição final; naquilo de que a coisa é composta, e naquilo emque se irá dissolver. Terceiro, imagina-te de repente transportado para asnuvens e a olhar para baixo para todo o panorama das actividades humanas:como a cena não haveria provocar o teu desprezo, agora que conseguiasdistinguir a enorme quantidade de seres etéreos e celestiais que se apinham àsua volta. Além disso, reflecte sobre o facto que, não importa quantas vezesestivesses nessa posição, terias as mesmas vistas, em toda a sua monotonia etransitoriedade. Contudo, estas são as coisas de que tanto nos gabamos!— 128 —

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