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O OLHAR INOCENTE É CEGO 88rapidamente ou, ainda, ter a sensação de que uma pessoa está “afundando” nopiso. 152 Apesar do sistema de operação da câmera escura ter permanecido constante,sua forma variou consideravelmente ao longo dos séculos. Em relação àsvariações formais, Snyder enfatiza a função de cada peça a ser produzida. Oartesão ou fabricante tinha que ser informado das necessidades específicas doartista antes de projetar a câmera para seu uso. O mecanismo estava longe de serpadronizado na medida em que as lentes deveriam ser exclusivas para cada tipo deuso, sejam paisagens ou retratos. Mais ainda, uma lente própria para retratosutilizada em uma câmera pequena – e câmeras portáteis eram comuns a partir doséculo XVII – não poderia ser utilizada em câmeras maiores. No século XVIII,além de câmeras e lentes especialmente manufaturadas, produziam-se tambémmanuais com instruções artísticas e de orientação para o emprego das lentes. 153152 SMITH, Godfrey. The laboratory; or, school of arts: containing a large collection of valuable secrets,experiments, and manual operations in arts and manufactures, ... Compiled originally by G. Smith. Sixthedition, with a great number of additional receipts, corrections, and amendments; . Vol. 2. London, 1799. 2vols. Eighteenth Century Collections Online. Gale Group. http://galenet.galegroup.com/servlet/ECCO. p. 168153 SNYDER, J. op. cit., p.233.
O OLHAR INOCENTE É CEGO 89Figura 38. Diagrama da câmera lucida,que permitia cópia à luz do dia.Inventado por W. H. Wollaston em1806. Retirado de(29/08/06).Figura 37. Ilustração do telescópio gráfico e seusprincipios óticos. Do Magazine of Science, And Schoolof Arts, 1840. Whipple Museum of the History ofScience, University of Cambridge. Disponível em: (29/08/06).Figura 39. Espelho de Claude.Inglaterra, século XVIII. Disponível em:Victoria and Albert Museum: (29/08/06).De certa forma, a insistência de Crary em isolar a câmera escura de suaparticipação na produção de obras de arte é abalada pela evidência dodesenvolvimento do próprio artefato (diversos tipos de lente, modelos portáteis),que nos parece justificado para uma finalidade específica, ou seja, para finsartísticos – mesmo que artisticamente amadores. Em uma exposição realizada naPinacoteca do Estado de São Paulo entre os anos 2003 e 2004, encontramos aevidência de que, ainda no século XIX, provavelmente depois da invenção dodaguerreótipo, artistas, profissionais ou não, contavam com o auxílio de umacâmera escura portátil na composição de elementos de paisagens, em viagens pelo
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O OLHAR INOCENTE É CEGO 89Figura 38. Diagrama <strong>da</strong> câmera luci<strong>da</strong>,que permitia cópia à luz do dia.Inventado por W. H. Wollaston em1806. Retirado de(29/08/06).Figura 37. Ilustração do telescópio gráfico e seusprincipios óticos. Do Magazine of Science, And Schoolof Arts, 1840. Whipple Museum of the History ofScience, University of Cambridge. Disponível em: (29/08/06).Figura 39. Espelho de Claude.Inglaterra, s<strong>é</strong>culo XVIII. Disponível em:Victoria and Albert Museum: (29/08/06).De certa forma, a insistência de Crary em isolar a câmera escura de suaparticipação na produção de obras de arte <strong>é</strong> abala<strong>da</strong> pela evidência dodesenvolvimento do próprio artefato (diversos tipos de lente, modelos portáteis),que nos parece justificado para uma finali<strong>da</strong>de específica, ou seja, para finsartísticos – mesmo que artisticamente amadores. Em uma exposição realiza<strong>da</strong> naPinacoteca do Estado de São Paulo entre os anos 2003 e 2004, encontramos aevidência de que, ain<strong>da</strong> no s<strong>é</strong>culo XIX, provavelmente depois <strong>da</strong> invenção do<strong>da</strong>guerreótipo, artistas, profissionais ou não, contavam com o auxílio de umacâmera escura portátil na composição de elementos de paisagens, em viagens pelo