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O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes

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O OLHAR INOCENTE É CEGO 39O terceiro capítulo, dedicado ao <strong>olhar</strong> panorâmico, que foi construído apartir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade do s<strong>é</strong>culo XIX, se apresenta dividido em três partes. Elese inicia com algumas considerações, volta<strong>da</strong>s para a compreensão de termoscomo moderni<strong>da</strong>de e modernização e segue com questionamentos sobre avali<strong>da</strong>de do termo “revolução industrial” em relação aos primeiros tempos <strong>da</strong>industrialização e do emprego de tecnologias resultantes de pesquisas científicas.Prosseguindo com a discussão sobre a influência <strong>da</strong>s tecnologias na <strong>construção</strong> do<strong>olhar</strong>, optamos por analisar a implantação <strong>da</strong> eletrici<strong>da</strong>de e alguns de seusreflexos. Na segun<strong>da</strong> parte deste mesmo capítulo, dirigimos um <strong>olhar</strong> àsmodificações <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de urbana ao longo do s<strong>é</strong>culo XIX e sua influência sobre aprodução de um novo <strong>olhar</strong>. Deste modo, estu<strong>da</strong>mos as reformas urbanas, osurgimento <strong>da</strong> multidão, a profusão de impressos que inun<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong>de e a própriavisão do morador. Ressaltamos a id<strong>é</strong>ia <strong>da</strong> permanência <strong>da</strong> novi<strong>da</strong>de como formade produção de choques perceptivos destinados a atrair a visão dos homens emulheres saturados por informações. Em segui<strong>da</strong>, abor<strong>da</strong>mos uma tentativa quefoi emprega<strong>da</strong> para o controle deste tamb<strong>é</strong>m novo ambiente urbano, organiza<strong>da</strong>basicamente sobre imagens fotográficas e medi<strong>da</strong>s dos moradores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de com aintenção de restringir e direcionar o <strong>olhar</strong> que fora aberto a um novo mundo depossibili<strong>da</strong>des. Finalmente, na última parte do terceiro capítulo, analisamos aspercepções produzi<strong>da</strong>s a partir do emprego de tecnologias geradoras <strong>da</strong>compressão tempo-espaço. Em se tratando de s<strong>é</strong>culo XIX e <strong>da</strong> nossa opção pornão utilizar tecnologias produtoras de representações, a tecnologia analisa<strong>da</strong> <strong>é</strong> aferrovia. É sobre ela que traçamos a <strong>construção</strong> do que chamamos de <strong>olhar</strong>panorâmico e que se explicita em um pequeno texto sobre os panoramaspropriamente ditos. Este novo <strong>olhar</strong>, ao mesmo tempo em que criou novaspossibili<strong>da</strong>des perceptivas, tamb<strong>é</strong>m necessitou de processos de padronização,como <strong>é</strong> o caso <strong>da</strong> estan<strong>da</strong>rdização do tempo, que fecha o capítulo.O quarto capítulo trata <strong>da</strong> fixação do <strong>olhar</strong> configurado ao longo do s<strong>é</strong>culoXIX, atrav<strong>é</strong>s de uma pe<strong>da</strong>gogia volta<strong>da</strong> para as instituições industriais e oconceito de progresso. Para esta análise utilizamos as Exposições Universais,sobretudo a primeira delas, realiza<strong>da</strong> na Londres em 1851, por tratar-se de umfenômeno basicamente <strong>visual</strong> e voltado para um público amplo. Sob este aspecto,as Exposições Universais sintetizam a experiência obti<strong>da</strong> posteriormente comoutras tecnologias que se voltaram para a massa e, tamb<strong>é</strong>m, com o que foi

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