O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes
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O OLHAR INOCENTE É CEGO 290As projeções das modificações futuras a partir das novas configuraçõesoferecidas pelas novas tecnologias vão rapidamente tornando-se tão obsoletasquanto as próprias tecnologias. Estudos que evidenciam as influências dastecnologias de comunicação e de produção de imagem sem contextualizá-las,considerando apenas a absoluta novidade e o “nunca antes” experimentadoesgotam-se em si próprios. A velocidade do processo tecnológico ilude a visãocontemporânea do mesmo modo que os primeiros passageiros de trens, sufocadospela sensação de velocidade, não conseguiam fixar o olhar no primeiro plano forade sua janela. Do mesmo modo que os nossos antepassados tiveram que aprendera olhar para planos mais distantes, também temos que “recalibrar” o nosso ângulode visão para que possamos ter uma dimensão mais concreta das modificaçõesque estão sendo realizadas –de forma cada vez mais acelerada – em nossasociedade. A nosso ver, a compreensão da constituição dos modos de olharpermite a percepção de uma nova realidade em formação e a explicitação dascontinuidades e contradições da experiência moderna em sua fase avançada. Nestecontexto, as contradições se mostram ainda no escopo da modernidade. De umlado a eficiência da máquina, do ferro e das formas limpas, de outro, a ebulição deuma cultura fragmentada e efervescente, caótica e entrópica. O olhar moderno seconstrói através dos rápidos movimentos sacádicos entre estas formulaçõescontraditórias.Na complexidade da sociedade contemporânea, a cultura visual apresenta-secomo um instrumento chave para a compreensão das relações entre homem emáquina. As relações entre produtores e consumidores merecem ser revistas.Flanêurs e badauds confundem-se em seus novos papéis.Não há dúvida de que este trabalho levanta algumas questões que não sepretende resolver em seu escopo. A nossa pesquisa sugere que as novíssimastecnologias que encurtam ainda mais as distâncias, aumentam a velocidade dascomunicações e permitem novas formas de contato humano, dentre uma enormesérie de outras transformações, estão gerando um novo olhar, para além daaceleração e de um novo feixe de respostas rápidas. A principal questão que secoloca é em relação ao momento em que teremos a exata medida destatransformação de forma a utilizá-la na formulação de novas possibilidadesestruturais. Um aprofundamento posterior nas continuidades e contradições queconstroem o olhar contemporâneo mostra-se, mais do que uma sugestão, uma
O OLHAR INOCENTE É CEGO 291urgência para a compreensão das diretrizes de atuação daqueles que operamdiretamente sobre esta capacidade perceptiva, como é o caso dos designers.
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O OLHAR INOCENTE É CEGO 291urgência para a compreensão <strong>da</strong>s diretrizes de atuação <strong>da</strong>queles que operamdiretamente sobre esta capaci<strong>da</strong>de perceptiva, como <strong>é</strong> o caso dos designers.