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O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes

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O OLHAR INOCENTE É CEGO 275Figura 211. Vista <strong>da</strong> nave oeste, interior do Palácio de Cristal, 1851.Aquarela e guache sobre papel de Henry Clarke Pidgeon (1807-80).Victoria and Albert Museum, London. Disponível em: (12/04/08).A possibili<strong>da</strong>de de se obter de forma barata uma duplicata exata de umobjeto esmera<strong>da</strong>mente trabalhado em madeira assume ares de falsificação nopensamento de John Ruskin. Para Ruskin <strong>é</strong> fun<strong>da</strong>mental que qualquer trabalhosaiba extrair as peculiari<strong>da</strong>des do material escolhido. Em um texto de 1859,Ruskin sugere que “quando não se desejam as quali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> substânciaemprega<strong>da</strong>, deveria se empregar uma outra. [...] Se você não quer massa e solidez,não utilize o mármore. Se você quer leveza, escolha a madeira. Se quiserliber<strong>da</strong>de, use o gesso. Se quiser ductili<strong>da</strong>de, escolha o vidro. Não tente esculpirpenas, árvores, redes ou espuma em mármore. Antes, use-a para esculpir membrosbrancos e peitos largos”. 586 Mas, os tempos de meados do s<strong>é</strong>culo sugeriam outroscaminhos e Ruskin reconhece que estes princípios, por ele apresentados, sãodiretamente contrariados por “nós modernos”. 587 De fato, o que parecia estaracontecendo <strong>é</strong> que, com o surgimento de novos materiais e suas combinações,novos conceitos de utilização de materiais iriam se impor sem limitações para ainventivi<strong>da</strong>de.A questão <strong>da</strong> simulação de um material por outro aparece em um texto deBenjamin como uma característica dos primórdios <strong>da</strong> t<strong>é</strong>cnica:586 RUSKIN, John. A economia política <strong>da</strong> arte. Rio de Janeiro: Editora Record, 2004. p. 126-127.587 Id.

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