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O OLHAR INOCENTE É CEGO 258jóias e o que mais se possa imaginar. 558 O catálogo oficial ilustrado foi impressoem três grossos volumes.A maioria dos objetos observados no catálogo do Art Journal 559 nos pareceexcessivamente ornamentado e formalmente distante da construção em vidro eferro do Palácio de Cristal. Em alguns casos, a abundância de ornamentos e oemprego de elementos da natureza (animais, flores e plantas) chegam a dificultar anossa apreensão visual do objeto, ainda mais se considerarmos que esta rápidaanálise é feita a partir de gravuras da época.O estilo no ornamento seria a expressão de certa individualidade e do gostode cada época ou nação, mesmo que sobre influência externa. Sob este ponto devista, o texto de Ralph Nicholson Wornum, “A Exposição como uma lição degosto”, que recebeu a premiação do Art-Journal de melhor ensaio sobre o evento,coloca que, apesar das inúmeras variedades de estilo existentes, as característicasprincipais permitiam estabelecer nove variações que influenciaram a civilizaçãoeuropéia: três antigos (egípcio, grego e romano); três da Idade Média (bizantino,sarraceno e gótico) e três modernos (renascentista, Cinquecento e Luís XIV) 560 .Na visão historicista de Wornum, um posicionamento comum à época e quepermaneceria praticamente inalterado até o final da Primeira Guerra, todos osestilos existentes seriam uma cópia ou combinação destes descritos. Em suaanálise da Exposição de Londres de 1851, Wornum considera que não havia nadanovo em termos de “design ornamental” e estende suas considerações sobre ainferioridade das peças inglesas – voltadas para a produção em escala –principalmente em relação às francesas – mais luxuosas e, em geral, vistas comoexemplo a ser seguido. A não observância à utilidade do produto, o excesso dedetalhes e a irregularidade de execução também são listadas como itensproblemáticos.Não temos a intenção de nos aprofundar sobre as discussões de estilo, noentanto, optamos por reproduzir aqui algumas das peças, dentre as analisadas porWornum que se encontram no catálogo da Exposição, como forma de explicitar ocontraste dos objetos expostos às formas proto-modernas do Palácio de Cristal,558 The Crystal Palace and the Great Exhibition, in Art and Industry, Open University A100 course materialby Aaron Scharf. Great Britain: Open University Press, 1971. p. 61.559 The Crystal Palace Exhibition Illustrated Catalogue, London 1851. Fac-símile, reimpressão. New York:Dover Publications, 1970.
O OLHAR INOCENTE É CEGO 259como mencionado anteriormente. Assim, observamos alguns móveis austríacosque atraíram a atenção do público, dentre estes, uma estante em cujo dossel vemosesculpido um grupo de Putti (Figura 182). Também são exemplos pertinentes ocandelabro em bronze (Figura 183), o espelho para toilette em prata maciça(Figura 184), as porcelanas de Sèvres (Figura 185), as peças em vidro (Figura186) e as rendas (Figura 187).Figura 182. Estante. Carl Keistler, Viena. The Crystal PalaceExhibition Illustrated Catalogue, London 1851. Fac-símile,reimpressão. New York: Dover Publications, 1970.Figura 183. Candelabro em bronze.Mr. Pott, Birmingham. The CrystalPalace…Figura 184. Espelho para toilette emprata maciça. M. Morel. The CrystalPalace…560 WORNUM, Ralph Nicholson. The Exhibition as a Lesson in Taste. The Crystal Palace Exhibition ArtJournal Issue, London 1851. Fac-símile, reimpressão. New York: Dover Publications, 1970. p. II***.
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O OLHAR INOCENTE É CEGO 258jóias e o que mais se possa imaginar. 558 O catálogo oficial ilustrado foi impressoem três grossos volumes.A maioria dos objetos observados no catálogo do Art Journal 559 nos pareceexcessivamente ornamentado e formalmente distante <strong>da</strong> <strong>construção</strong> em vidro eferro do Palácio de Cristal. Em alguns casos, a abundância de ornamentos e oemprego de elementos <strong>da</strong> natureza (animais, flores e plantas) chegam a dificultar anossa apreensão <strong>visual</strong> do objeto, ain<strong>da</strong> mais se considerarmos que esta rápi<strong>da</strong>análise <strong>é</strong> feita a partir de gravuras <strong>da</strong> <strong>é</strong>poca.O estilo no ornamento seria a expressão de certa individuali<strong>da</strong>de e do gostode ca<strong>da</strong> <strong>é</strong>poca ou nação, mesmo que sobre influência externa. Sob este ponto devista, o texto de Ralph Nicholson Wornum, “A Exposição como uma lição degosto”, que recebeu a premiação do Art-Journal de melhor ensaio sobre o evento,coloca que, apesar <strong>da</strong>s inúmeras varie<strong>da</strong>des de estilo existentes, as característicasprincipais permitiam estabelecer nove variações que influenciaram a civilizaçãoeurop<strong>é</strong>ia: três antigos (egípcio, grego e romano); três <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de M<strong>é</strong>dia (bizantino,sarraceno e gótico) e três modernos (renascentista, Cinquecento e Luís XIV) 560 .Na visão historicista de Wornum, um posicionamento comum à <strong>é</strong>poca e quepermaneceria praticamente inalterado at<strong>é</strong> o final <strong>da</strong> Primeira Guerra, todos osestilos existentes seriam uma cópia ou combinação destes descritos. Em suaanálise <strong>da</strong> Exposição de Londres de 1851, Wornum considera que não havia na<strong>da</strong>novo em termos de “design ornamental” e estende suas considerações sobre ainferiori<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s peças inglesas – volta<strong>da</strong>s para a produção em escala –principalmente em relação às francesas – mais luxuosas e, em geral, vistas comoexemplo a ser seguido. A não observância à utili<strong>da</strong>de do produto, o excesso dedetalhes e a irregulari<strong>da</strong>de de execução tamb<strong>é</strong>m são lista<strong>da</strong>s como itensproblemáticos.Não temos a intenção de nos aprofun<strong>da</strong>r sobre as discussões de estilo, noentanto, optamos por reproduzir aqui algumas <strong>da</strong>s peças, dentre as analisa<strong>da</strong>s porWornum que se encontram no catálogo <strong>da</strong> Exposição, como forma de explicitar ocontraste dos objetos expostos às formas proto-modernas do Palácio de Cristal,558 The Crystal Palace and the Great Exhibition, in Art and Industry, Open University A100 course materialby Aaron Scharf. Great Britain: Open University Press, 1971. p. 61.559 The Crystal Palace Exhibition Illustrated Catalogue, London 1851. Fac-símile, reimpressão. New York:Dover Publications, 1970.