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O OLHAR INOCENTE É CEGO 250Figura 173. Vitrines e estantes com pedras e minerais. À direita, peles deanimais e estante com compoteiras. Exposição Universal de Pariz...Figura 174. Estante e vitrines com produtos químicos efarmacêuticos. Exposição Universal de Pariz...Figura 175. Detalhe de estantecom compoteiras. Exposição..A presença do Brasil foi marcada por 838 expositores que receberam 579prêmios. 542 A grandeza territorial era exaltada com imponentes estátuas querepresentavam os rios do Império, dispostas em volta do pavilhão. Uma pequenagaleria conduzia a uma coleção de orquídeas. Os três andares do prédioapresentavam, além do café, borracha, cacau, madeiras de construção e tintura,pedras minerais, prata e diamante, mate, frutas e cereais. Também se exibiamalgodão, esponjas, produtos farmacêuticos, móveis, quadros e aquarelas depaisagens pitorescas do Brasil. Um enorme bloco de ferro e níquel em forma de542 SCHROEDER-GUDEHUS, B. op. cit., p. 114.
O OLHAR INOCENTE É CEGO 251tartaruga reproduzia o meteorito Bendengó caído em território baiano no ano de1784.Havia um grande esforço para realçar as manufaturas. O tabaco eraapresentado em sua forma natural, mas também manufaturado. As fotografias(Figura 171 àFigura 175) mostram conservas alimentares, bebidas, perfumarias. Produtosquímicos e farmacêuticos ocupavam fileiras e fileiras de potes e garrafassugerindo uma produção em massa que, de fato, não existia. Algumas vitrinesmostram meias, chapéus, livros e artigos de papelaria. Mas, a Exposição brasileiraem 1889 não apresenta sinais de produtos pré-fabricados nem produzidos emmassa, como também não há sinal de algo que poderia receber o nome de“design”. De uma maneira geral, a participação do Brasil aproxima-se mais doexótico, do paradisíaco e do luxuriante do que de uma nação moderna, industrial eprogressista. Por outro lado, reflete uma cultura moderna que não se mostrahomogênea, uridida por transformações lentas e indefinidas.Neste contexto, a constituição de uma cultura visual moderna soa distantedo que é vivido no Brasil, situando-se de maneira bastante restrita a uma pequenaparcela da população. As implicações e conseqüências desta questão mereceriamuma análise específica que foge ao escopo deste trabalho. No entanto, éimportante ressaltar que, apesar da modernização ainda desenvolver-se longe doterritório brasileiro, é evidente a atração que produzia e que levou o Brasil aparticipar destas Exposições, na busca por adquirir um pouco desta dimensãomoderna.4.4. Arte e indústria – contradiçõesCom o objetivo de valorizar a indústria, a organização da Exposição deLondres em 1851, estabeleceu uma série de regras em relação à participação daarte no evento que aponta para mudanças na própria forma de se pensar a arte.Buscava-se reforçar a ligação entre indústria e progresso e, deste modo, a artedeveria apresentar compatibilidade com este ideal. As artes visuais incluídas namostra deveriam necessariamente apresentar um elemento cientifico, tecnológicoou industrial. Havia restrição a produtos que não apresentassem conexão comprocessos mecânicos. No contexto da Exposição de 1851, as obras de arte
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O OLHAR INOCENTE É CEGO 250Figura 173. Vitrines e estantes com pedras e minerais. À direita, peles deanimais e estante com compoteiras. Exposição Universal de Pariz...Figura 174. Estante e vitrines com produtos químicos efarmacêuticos. Exposição Universal de Pariz...Figura 175. Detalhe de estantecom compoteiras. Exposição..A presença do Brasil foi marca<strong>da</strong> por 838 expositores que receberam 579prêmios. 542 A grandeza territorial era exalta<strong>da</strong> com imponentes estátuas querepresentavam os rios do Imp<strong>é</strong>rio, dispostas em volta do pavilhão. Uma pequenagaleria conduzia a uma coleção de orquídeas. Os três an<strong>da</strong>res do pr<strong>é</strong>dioapresentavam, al<strong>é</strong>m do caf<strong>é</strong>, borracha, cacau, madeiras de <strong>construção</strong> e tintura,pedras minerais, prata e diamante, mate, frutas e cereais. Tamb<strong>é</strong>m se exibiamalgodão, esponjas, produtos farmacêuticos, móveis, quadros e aquarelas depaisagens pitorescas do Brasil. Um enorme bloco de ferro e níquel em forma de542 SCHROEDER-GUDEHUS, B. op. cit., p. 114.