21.07.2015 Views

O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes

O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes

O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O OLHAR INOCENTE É CEGO 171Figura 106. “Um domingo tranqüilo em Londres; ou o Dia do Descanso”. Punch,1886. Extraído de SINGER, Ben. Moderni<strong>da</strong>de, hiperestímulo e o início dosensacionalismo popular... p. 120.A ameaça desprendi<strong>da</strong> do aglomerado urbano parece ter sempre estadorelaciona<strong>da</strong> à impossibili<strong>da</strong>de de controle e à entropia 343 . De Baudelaire,Benjamin destaca: “O que são os perigos <strong>da</strong> floresta e <strong>da</strong> pra<strong>da</strong>ria comparadoscom os choques e conflitos diários do mundo civilizado? Enlace sua vítima nobulevar ou traspasse sua presa em florestas desconheci<strong>da</strong>s, não continua sendo ohomem, aqui e lá, o mais perfeito de todos os pre<strong>da</strong>dores?”. 344 A sensação demedo no final do s<strong>é</strong>culo XIX, aparentemente, foi reforça<strong>da</strong> com o surgimento dospartidos trabalhistas, iniciado na d<strong>é</strong>ca<strong>da</strong> de 1870, pelo Partido Social DemocráticoAlemão que relacionou o conceito marxista de massas ao proletariado industrial.Nestas condições, a classe alta passou a sentir-se ameaça<strong>da</strong> em sua hegemoniacom a id<strong>é</strong>ia de revolução. Mas, a concepção de uma multidão anônimaindiscrimina<strong>da</strong> e sem rosto impõe-se como uma ameaça que independe <strong>da</strong> classesocial. Novas configurações espaciais e o tráfego incessante de pessoas e veículosresultaram na incompetência do <strong>olhar</strong> para decifrar a avalanche de signos quesurgia.343 BRANTLINGER, Patrick. Mass Media and Culture in Fin-de-Siècle Europe. In Fin de Siècle and itsLegacy. Ed. TEICH, M. and PORTER, R. Cambridge Univ. Press, 1990. p. 98-124.344 Baudelaire apud BENJAMIN, Walter. Paris do Segundo Imp<strong>é</strong>rio. Obras escolhi<strong>da</strong>s III. CharlesBaudelaire. Um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 2000. p. 37.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!