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O olhar inocente é cego. A construção da cultura visual ... - capes

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O OLHAR INOCENTE É CEGO 1071914 207 como um período único na história, não apenas pelo âmbito extensivo <strong>da</strong>sinovações, mas tamb<strong>é</strong>m pela rapidez dos avanços obtidos no período. Bayly 208inicia o mundo moderno mais cedo, em 1780, empreendendo um longo s<strong>é</strong>culoXIX, com destaque para sua fase final entre 1890 e 1914, quando tem lugar o queele denomina “a grande aceleração” <strong>da</strong>s transformações, uma definição querelacionamos perfeitamente ao nosso estudo sobre as mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s na<strong>visual</strong>i<strong>da</strong>de. Embora apoiando o pensamento de Tom Gunning, para quem a“moderni<strong>da</strong>de” <strong>é</strong> menos um período histórico do que uma mu<strong>da</strong>nça naexperiência 209 , nós compreendemos a moderni<strong>da</strong>de como uma temporali<strong>da</strong>dehistórica que ecoa at<strong>é</strong> o presente. 210 Deste modo estabelecemos como marcoinicial do nosso estudo sobre as mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s na <strong>cultura</strong> <strong>visual</strong> moderna, oano de 1851, quando se realizou a primeira Exposição Universal em Londres.Como detalharemos adiante, existem fatores que apontam para certahomogenei<strong>da</strong>de no período que se encerra com o início <strong>da</strong> primeira GuerraMundial. Deste modo, este período, que de fato se encerra na segun<strong>da</strong> d<strong>é</strong>ca<strong>da</strong> dos<strong>é</strong>culo XX, encontra-se ain<strong>da</strong> dentro <strong>da</strong> formulação <strong>cultura</strong>l e epistemológica <strong>da</strong>segun<strong>da</strong> metade do s<strong>é</strong>culo XIX.3.1.1. (R)evolução industrialOs estudos históricos consideram que a expansão industrial compreendepelo menos duas etapas marca<strong>da</strong>s por tecnologias específicas. De uma maneirageral, distingue-se uma “revolução do carvão e do ferro”, de 1780 a 1850, e uma“revolução do aço e <strong>da</strong> eletrici<strong>da</strong>de”, de 1850 at<strong>é</strong> 1914. 211 No entanto, não háconsenso em relação à utilização do termo “revolução” e nem mesmo na suaefetiva existência. Em alguns círculos, por exemplo, evita-se a expressão“revolução industrial” por sugerir, acredita-se, erroneamente, a id<strong>é</strong>ia de uma207 A <strong>da</strong>ta de 1867 foi escolhi<strong>da</strong> por Smil por ser o ano <strong>da</strong> formulação <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> lei <strong>da</strong> termodinâmica, <strong>da</strong>criação <strong>da</strong> dinamite por Alfred Nobel - como um sinal de grande contradição - a invenção <strong>da</strong> máquina deescrever e <strong>da</strong> publicação do Capital por Karl Marx, dentre outros eventos. SMIL, V. Creating…p 10.208 BAYLY, C. A. op. cit.209 GUNNING, Tom. O retrato do corpo humano: a fotografia, os detetives e os primórdios do cinema. InCHARNEY, Leo e SCHWARTZ, Vanessa (orgs). O cinema e a invenção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moderna. São Paulo: Cosac& Naify, 2001. p 39.210 BAYLY, C. A. op. cit., p. 11.211 Esta divisão <strong>é</strong> apresenta<strong>da</strong> por HENDERSON, W. O. A Revolução Industrial 1780-1914. São Paulo:Editora Verbo, Editora <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo, 1979. p. 7-8.

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