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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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93Magistra é “um direito <strong>na</strong>tural fun<strong>da</strong>do <strong>sob</strong>re a priori<strong>da</strong>de ontológica e fi<strong>na</strong>l de ca<strong>da</strong> serh<strong>uma</strong>no” (STARLING, 1986, p. 254). Segundo a autora a conspiração político-militar emMi<strong>na</strong>s “<strong>na</strong><strong>da</strong> tinha de ingênua”, sendo o IPES-MG o centro estratégico e ideológico do poderempresarial no Estado. A mobilização conservadora em Mi<strong>na</strong>s, no entanto, fez aliados a “elitetradicio<strong>na</strong>l” e a “elite modernzante”, e suas propostas de reorde<strong>na</strong>ção capitalista para o país,não eram e nem foram automaticamente assimila<strong>da</strong>s pelos outros participantes <strong>da</strong>desestabilização do governo instituído. O grupo IPES-Novos Inconfidentes demonstra acapaci<strong>da</strong>de de forças divergentes no Estado se unirem em torno de um projeto comum, que,para além <strong>da</strong> liqui<strong>da</strong>ção do bloco <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l-populista, propunha a adoção de um modelocapitalista associado fortemente industrializante, concentrado e fortemente integrado ao setorbancário – com a exclusão <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s populares, mas de cunho desenvolvimentista. Maspara as elites tradicio<strong>na</strong>is a deposição de João Goulart tinha um sentido diverso – amanutenção de seus privilégios ameaça<strong>da</strong> pelo perigo político <strong>da</strong> participação popular. Atéque ponto isto representava a vontade coletiva <strong>da</strong> população do Estado é <strong>uma</strong> questão emaberto, embora Starling (1986) a<strong>na</strong>lise que o conservadorismo <strong>da</strong>s elites tenha migrado paraos setores médios e classes populares, como quando afirma que “em torno do sentimentoanticomunista dos grandes proprietários de terras, expresso <strong>na</strong> defesa <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de priva<strong>da</strong> aalta liderança do movimento conservador-oposiocinista orquestrou um formidável “coroideológico” que buscava convencer a opinião pública em geral e, principalmente o pequeno emédio proprietário rural <strong>da</strong> “ameaça” representa<strong>da</strong> pela reforma agrária”, assim como o cleroconservador exorcisava o caráter “satânico” <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, como quando <strong>da</strong> Interpelação (em1964) à Ação Católica (que denunciou a manipulação <strong>da</strong> Igreja por grupos conservadores)com 22 mil assi<strong>na</strong>turas de apoio, chamando-a explicitamente de “comunista”. Isto é, aconstrução <strong>da</strong> hegemonia, no conceito gramsciano, pressupõe <strong>uma</strong> difusão de valores eprincípios constituintes <strong>da</strong> cultura de classe que, bem sucedi<strong>da</strong>, configuraria <strong>uma</strong> culturacompartilha<strong>da</strong>. Isto feito sistematicamente, ao longo três séculos, explicaria parcialmentealg<strong>uma</strong>s <strong>da</strong>s características atribuí<strong>da</strong>s à mineiri<strong>da</strong>de, como o conservadorismo, o tipo dereligiosi<strong>da</strong>de, a prudência etc. – que são, <strong>na</strong> ver<strong>da</strong>de, características atribuí<strong>da</strong>s à “brasili<strong>da</strong>de”,por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holan<strong>da</strong> e outros. Werneck Vian<strong>na</strong> (1997) diz que“[...] neste país que desconhece a revolução e que, provavelmente, jamais a conhecerá [...]” ,assim como Rodrigues (1965) fala em “conciliação conservadora” para definir os efeitos <strong>da</strong>trajetória econômica brasileira <strong>sob</strong>re a política e a cultura., opondo-se à cultura america<strong>na</strong>que, segundo Paula (2000) é, em grande parte, fruto do individualismo-privatismopragmatismoeconômico. Um exemplo eloqüente é a visão de Colombo nos EUA e <strong>na</strong>

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