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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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91profissio<strong>na</strong>is” mineiros, marca cultural <strong>da</strong> política estadual, e a relevância do empresariado eseus interesses expressos <strong>na</strong> conjuntura econômica. Assim, são encontráveis <strong>na</strong>s elitesmineiras “perso<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des polivalentes – empresários/técnicos/políticos” (DULCI, 1999, p.160) que circulam entre a empresa priva<strong>da</strong> e a administração pública (Arthur Ber<strong>na</strong>rdes,Magalhães Pinto etc.), caracterizando um espaço tecno-empresarial de formulação depolíticas. No entanto essas políticas seguem percursos diferentes no interior do Estado,assi<strong>na</strong>lando a idéia <strong>da</strong> sua heterogenei<strong>da</strong>de inter<strong>na</strong> (um Sul mais “paulista” e o Norte quevaleu à ci<strong>da</strong>de de Montes Claros o epíteto de “cemitério de indústrias” Dulci (1999, p. 191).Diegues Júnior (1960) divide mi<strong>na</strong>s em quatro regiões culturais: a) mineradora do pla<strong>na</strong>lto; b)Nordeste mediterrâneo (Norte do Estado); c) Centro-Oeste; d) região do café (Sul do Estado),afirmando que ape<strong>na</strong>s a primeira seria exclusivamente mineira. Movimentos separatistas jáaconteceram no Sul e <strong>na</strong> região do Triângulo Mineiro (inclusive por ocasião <strong>da</strong> AssembléiaConstituinte de 1988). Mas o “mosaico mineiro” preserva certa uni<strong>da</strong>de <strong>na</strong> diversi<strong>da</strong>de,afirmando <strong>uma</strong> subcultura política que, segundo Dulci (1999), estaria basea<strong>da</strong> em: a) apego àtradição e senso de continui<strong>da</strong>de; b) valorização <strong>da</strong> ordem, <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> prudência; c)senso de <strong>na</strong>turali<strong>da</strong>de do evolucionismo histórico; d) centrismo, isto é, aversão aosradicalismos e busca <strong>da</strong> solução modera<strong>da</strong>; e) realismo, pragmatismo e acomo<strong>da</strong>ção deinteresses; f) perspicácia, habili<strong>da</strong>de e paciência para o alcance de objetivos. A construção <strong>da</strong>“mineiri<strong>da</strong>de” apesar desse “conservadorismo” guar<strong>da</strong>ria <strong>uma</strong> memória de um passado“rebelde” do período <strong>da</strong> colônia – responsável pela manutenção de um certo orgulho epreservação <strong>da</strong> tradição “autonomista” <strong>da</strong> província, e <strong>da</strong> palavra “liber<strong>da</strong>de” nos discursos deseus líderes mais expressivos, como Tancredo Neves – <strong>uma</strong> expressão <strong>da</strong> política “do pé doouvido” bem sucedi<strong>da</strong> para galgar postos (Primeiro-ministro e Presidente <strong>da</strong> República). Oimpacto <strong>da</strong> Inconfidência e seu conteúdo anti-monárquico e libertário, no entanto, nãolibertam o movimento <strong>da</strong>s características de mais <strong>uma</strong> conspiração <strong>da</strong>s elites mas a eficácia <strong>da</strong>mineiri<strong>da</strong>de como instrumento ideológico de unificação dessas elites parece bem sucedi<strong>da</strong>,pela repetição as suas características nos discursos e programas políticos, fortalecendo osinteresses do Estado contra as outras uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação e minimizando as grandesdiferenças inter<strong>na</strong>s ao Estado. Para tal, mesmo as condições físicas – “as montanhas” e alocalização mediterrânea (invoca<strong>da</strong>s até para justificar a escolha <strong>da</strong> FIAT pelo Estado, quando<strong>da</strong> sua chega<strong>da</strong> ao país, pela sua “semelhança” com a região de Turim). Contrariamente aoutros Estados, onde a composição étnica é invoca<strong>da</strong> fortemente (alemães em Santa Catari<strong>na</strong>,ou negros <strong>na</strong> Bahia) em Mi<strong>na</strong>s Gerais, segundo Arru<strong>da</strong> (1998), as análises culturais fazempouca referência às características étnicas <strong>da</strong> população, preferindo enfatizar a centrali<strong>da</strong>de

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