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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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80história, afirma que o mineiro é facilmente, mesmo entre os brasileiros, e suas peculiari<strong>da</strong>desestão associa<strong>da</strong>s à <strong>sob</strong>rie<strong>da</strong>de, simplici<strong>da</strong>de e desapego ao culto <strong>da</strong> aparência e <strong>uma</strong> aparentedesatenção ao dinheiro – isto é, não ostentação pessoal de riqueza.Outros viajantes já haviam chamado a atenção para a simplici<strong>da</strong>de dos mineiros e a<strong>sob</strong>rie<strong>da</strong>de dos seus gestos. Mesmo em homens mais humildes a polidez é realça<strong>da</strong>. “Emgeral no tocante à polidez não é demais fazer o elogio dos sol<strong>da</strong>dos do regimento de Mi<strong>na</strong>s.To<strong>da</strong>s as vezes que me encontrei com alguns deles deparei modos extremamente delicados”(ARRUDA, 1998, p.83).Em outra passagem Burton (1976) refere-se ao caráter pacato, porém altivo dosmineiros. O seu modo de tratar é “obsequioso e sensato”; outros enfatizam o “garbo” e a“nobreza”, que se fecham num perfil harmônico comparado ao dos ingleses. Pedro Nava(2000) afirma ser Mi<strong>na</strong>s “muito mais espanhola que portuguesa”, afirmando o caráter“quixotesco” dos mineiros. “O Grande Mentecapto”, de Fer<strong>na</strong>ndo Sabino e “Lucas Procópio”,de Autran Dourado constituem-se em exemplos de obras literárias concebi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> figuraquixotesca, assim como de certa forma “O Amanuense Belmiro”, de Ciro dos Anjos. Naopinião de Freyre (2002) Mi<strong>na</strong>s pode ser considera<strong>da</strong> “a Castela do Brasil e Ouro Preto suaToledo”, revesti<strong>da</strong> do aspecto trágico do perso<strong>na</strong>gem de Cervantes. Essa tragici<strong>da</strong>de expressasetambém <strong>na</strong> atração pela imagem <strong>da</strong> morte, que enquanto extensão <strong>da</strong> desesperançamanifesta-se também <strong>na</strong> religiosi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Arru<strong>da</strong> (1998) aponta que essa expressãonão exclui <strong>uma</strong> sensuali<strong>da</strong>de implícita presente <strong>na</strong>s imagens enquanto que duramentereprimi<strong>da</strong> <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> social. Pedro Nava (2000), por exemplo descreve <strong>uma</strong> Juiz de Fora em quehavia <strong>uma</strong> estrutura social elitista e tradicio<strong>na</strong>lista que, se pudesse amor<strong>da</strong>çar to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> ereprimir todo o sexo “ain<strong>da</strong> não ficaria satisfeita” embora convivesse com um remorsoadquirido <strong>na</strong>s viagens freqüentes ao Rio de Janeiro – “onde muito se podia”.Ain<strong>da</strong> segundo Arru<strong>da</strong> (1998) outro traço marcante <strong>na</strong> constituição dos mineiros é ogosto pela cultura. Essa autora recolheu várias opiniões: segundo D’Orbigny “os habitantes doTejuco são polidos, corretos, bem educados e mais instruídos que os do restante do Brasil”.Saint-Hilaire também achou os homens brancos de Sabará “os mais polidos e instruídos”. EmVila do Príncipe “mesmo após a decadência os seus habitantes distinguiam-se tanto pelainstrução como por sua requinta<strong>da</strong> polidez”. Há também <strong>uma</strong> ênfase no caráter politizado <strong>da</strong>vi<strong>da</strong> social que remonta às descrições do século XIX (ARRUDA, 1998, p. 65).Do conjunto de imagens pinça<strong>da</strong>s pelos viajantes, segundo a autora <strong>sob</strong>ressai aimportância conferi<strong>da</strong> às h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>des. Segundo ela “a ciência moder<strong>na</strong> não pode seradquiri<strong>da</strong> <strong>na</strong> província, a mecânica é desconheci<strong>da</strong>, mas as letras e h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>des estão abertas

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