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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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71Em um estudo que a<strong>na</strong>lisa o período posterior a 1945, Graham (1968) fala <strong>da</strong>existência, no Brasil, de duas ordens distintas dentro do serviço público: <strong>uma</strong>, legal, defini<strong>da</strong>pelas normas centralizadoras e padronizadoras; e outra "funcio<strong>na</strong>l", ou seja, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> àsnecessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> política de clientela dos partidos políticos domi<strong>na</strong>ntes. O resultado <strong>da</strong>interação destas duas ordens, segundo esse autor foi a criação de um sistema administrativocrescentemente formalístico, mas no qual há grande divergência entre as normas prescritas e ocomportamento dos funcionários.Para ilustrar essas características <strong>na</strong> área <strong>da</strong> <strong>saúde</strong>, pode-se mencio<strong>na</strong>r a pesquisa deVaitsman (2001) com trabalhadores de um hospital público no Rio de Janeiro. Esse estudodemonstrou que, para a maioria dos entrevistados, a estabili<strong>da</strong>de consistiu <strong>na</strong> principal razãopara a entra<strong>da</strong> no serviço público. Como representação social, no entanto, essa mesmaestabili<strong>da</strong>de não tem um significado positivo entre os funcionários, sendo associa<strong>da</strong> aodescompromisso, desmotivação e mau desempenho. Além disso, a desconfiança quanto àmanutenção de compromissos firmados ou ao exercício <strong>da</strong> meritocracia cost<strong>uma</strong> ser atribuídode maneira geral à “política”. In<strong>da</strong>gados <strong>sob</strong>re quem é bem sucedido no serviço público amaioria respondeu: “Quem tem padrinho político”. Mas Pires e Macedo (2006) lembram queesses resultados não podem ser generalizados para to<strong>da</strong>s as organizações públicas, e guar<strong>da</strong>mpontos contraditórios, como o fato de que grande parte dos pesquisados por Vaitsman (2001)acreditarem que mu<strong>da</strong>nças e melhorias são possíveis, para livrar o trabalho <strong>da</strong>s relações deestima e jogos de influência.O trabalho de Guimarães et al. (2004) a<strong>na</strong>lisou cinco organizações públicasparticipantes do Programa de Quali<strong>da</strong>de do Serviço Público, administrado pelo Ministério doPlanejamento, para verificar o alcance <strong>da</strong>s inovações gerenciais e gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de noEstado. Dessas cinco, quatro atuam em todo o país. Percebeu-se que essas inovações, queiniciam-se geralmente com a formulação de macroestratégias e revisão dos objetivosorganizacio<strong>na</strong>is visam o acompanhamento e controle dos processos de trabalho, possuindocomo eixo comum a gestão por resultados. Foi observa<strong>da</strong> <strong>uma</strong> reação negativa por parte dosempregados, de modo geral , que as organizações buscam superar mediante técnicas desocialização e imposição de um padrão coercitivo. Os próprios funcionários associaram asresistências a modos de comportamento enraizados e observaram a diferença existente entreorganizações públicas e priva<strong>da</strong>s que dificultam a transposição de técnicas de <strong>uma</strong>s paraoutras. As transformações foram sempre de <strong>na</strong>tureza incremental e com padrões uniformes esistemáticos de implantação.

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