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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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69Pires e Macedo (2006) discutem conceitos que contribuem para a compreensão <strong>da</strong>cultura organizacio<strong>na</strong>l de organizações públicas no Brasil. Disfunções burocráticas,autoritarismo centralizado, pater<strong>na</strong>lismo, descontinui<strong>da</strong>de e ingerência política forama<strong>na</strong>lisados no modo como intereferem no trabalho dos funcionários e gestores – apego àsnormas e roti<strong>na</strong>s, supervalorização <strong>da</strong> hierarquia, apego ao poder, políticas de recursosh<strong>uma</strong>nos envolvendo cargos comissio<strong>na</strong>dos, avessão ao empreendedorismo, nãodirecio<strong>na</strong>mento para a eficácia e efetivi<strong>da</strong>de, reformismo, corporativismo etc. A existência dedois corpos funcio<strong>na</strong>is distintos – um, permanente; outro, que mu<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> novo man<strong>da</strong>to criaum conflito e dificulta o alcance dos objetivos, <strong>uma</strong> vez que tende a estimular os projetos decurto prazo, a duplicação de projetos para reivindicação <strong>da</strong> autoria e a ausência deprofissio<strong>na</strong>lismo, substituído pela indicação basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> leal<strong>da</strong>de. O fato de a administraçãopública oferecer serviços dos quais detém o monopólio tende, segundo Sheperd e Valencia(1996) a estimular a ineficiência; além disso o controle <strong>sob</strong>re os políticos é difícil, assimcomo o controle que os políticos deveriam ter <strong>sob</strong>re os funcionários também configure-secomo de difícil execução. Isso comporia empecilhos para a inovação tecnológica.Para Schwartzman,[...] quando há troca de partidos no poder, um grande número de funcionáriosligados à administração anterior é substituído por outras pessoas que tenhamdemonstrado sua leal<strong>da</strong>de ao vencedor. O predomínio de critérios políticos para adesig<strong>na</strong>ção de servidores, tanto quanto para o condicio<strong>na</strong>mento de suas ações, fazcom que os mecanismos mais clássicos de admissão e promoção no serviço público -concursos públicos, mérito pessoal, qualificação técnica, etc. - ten<strong>da</strong>m a ser postosde lado, substituídos por critérios de conveniência ou leal<strong>da</strong>de pessoal.(SCHWARTZMAN, 1984).Para este autor seria um equívoco atribuir esta situação ao egoísmo inerente àativi<strong>da</strong>de político-partidária; segundo ele trata-se de um fenômeno mais profundo, que é “agrande descrença que hoje existe em todo o país quanto ao poder real que têm os princípios deracio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de, mérito e competência técnica para produzir os benefícios econômicos e sociais.O mesmo autor lembra que esta desqualificação <strong>da</strong> função pública pela política está liga<strong>da</strong>,aparentemente, ao fato de que haveria, no Brasil, <strong>uma</strong> correlação, em voga <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de, entre“regimes fortes” e os esforços de racio<strong>na</strong>lização do serviço público, e regimes abertos,marcados pelo “aviltamento” <strong>da</strong> função pública. A abertura democrática de 1945 teriaintroduzido, pouco a pouco, elementos de clientela e empreguismo <strong>na</strong> administração públicafederal, que havia sido racio<strong>na</strong>liza<strong>da</strong> pelo Departamento Administrativo do Serviço Público -o DASP, criado em 1938. O processo de submissão do serviço público ao jogo político mais

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