21.07.2015 Views

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

67democracia eficiente onde quer que esta consciência “soli<strong>da</strong>rista” falte, ou careça de forçamoral coercitiva” (VIANNA, 1987, p. 141). Esta consciência <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l é o sentimento <strong>da</strong> respublica dos romanos – sua ausência levaria, assim, a ativi<strong>da</strong>de política e os comportamentosindividuais dos ci<strong>da</strong>dãos a <strong>uma</strong> direção perso<strong>na</strong>lista, de interesse privado, de <strong>uma</strong> família oude um clã. Este problema estaria <strong>na</strong> base do fracasso <strong>da</strong> modernização e do funcio<strong>na</strong>mento<strong>da</strong>s instituições políticas dos países latinos.A<strong>na</strong>lisando o formalismo <strong>da</strong> burocracia <strong>da</strong>s organizações, Ramos (1993) vê asdiferenças que esse modo de administrar encontra <strong>na</strong> empresa brasileira. Segundo ele boaparte dos trabalhadores <strong>da</strong>s empresas industriais brasileiras urba<strong>na</strong>s, recém egressos do meiorural buscavam-se empregar-se <strong>na</strong>s empresas não com o objetivo de fazer <strong>uma</strong> carreira“clássica” de operário industrial, mas sim economizar rendimentos para ocupar-se de outraativi<strong>da</strong>de, e talvez voltar para onde veio. Esse “estranho” no mundo industrial age como osoutros para não chamar a atenção – o que Ramos (1993) denomi<strong>na</strong> “formalismo comoacomo<strong>da</strong>ção”, mas <strong>na</strong> reali<strong>da</strong>de, nos seus contatos fora <strong>da</strong> organização o seu comportamentotraia sua subjetivi<strong>da</strong>de. A<strong>na</strong>lisando, <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 60 o livro de Kellemen (1964), “Brasil paraprincipiantes”, observa que apesar de “caricato” e “impressionista”, deve ser visto comoimportante para a análise sociológica do país. O livro relata que o imigrante, no Brasil deveaprender que as placas “Estacio<strong>na</strong>mento proibido”, “Não fume” ou “Entra<strong>da</strong> proibi<strong>da</strong>” [...]são ape<strong>na</strong>s adornos coloridos para enfeitar a ci<strong>da</strong>de. Propõe o autor ao imigrante, ain<strong>da</strong>, queevite dizer a palavra “não”: em vez disso, use “mais ou menos”, “é difícil”, “pode ser”; batanos ombros de todo mundo e abrace cordialmente as pessoas que encontrar, chamando-as de‘meu filho’, independentemente <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de [...]”. Ilustra contando o seu ingresso no Brasilquando, ao preencher um formulário, o cônsul disse-lhe que “ao invés de médico, vamoscolocar agrônomo. Assim posso fornecer-lhe o visto imediatamente.” E complementa:“Percebi então que não se tratava de <strong>uma</strong> provocação, mas ain<strong>da</strong> não sabia que acabara detratar com dois representantes de um povo onde as leis são reinterpreta<strong>da</strong>s, onde regulamentose instruções centrais do Governo já são decretados com um cálculo prévio <strong>da</strong> percentagem emque serão cumpri<strong>da</strong>s, onde o povo é um grande filtro <strong>da</strong> lei e os funcionários, pequenos oupoderosos, criam a sua própria jurisprudência (que) conta com a aprovação geral [...] poisjamais existirá um brasileiro, incluindo o próprio legislador [...] que não compreen<strong>da</strong> e nãoapóie este jeito [...]”. Ramos (1993) a<strong>na</strong>lisa os relatos de diversos viajantes europeus,incluindo o discurso de Croizier (1963) <strong>sob</strong>re os “despachantes”, que chamou de virtuoses de<strong>uma</strong> palavra “intraduzível para o francês, o ‘jeito’, ou seu diminutivo, o ‘jeitinho’”. Quanto àprodução intelectual percebeu <strong>na</strong> obra de muitos autores <strong>uma</strong> assimilação acrítica de teorias e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!