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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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61cultura foi cria<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong> história por diversos tipos de tra<strong>uma</strong>s políticos e fracassoseconômicos. Outras de suas características, segundo ele, são: a desvalorização do espaçopúblico e, nos aspectos psicológicos, um “branco psíquico” de microterrores que definem <strong>uma</strong>mbiente constante de fracasso e incapaci<strong>da</strong>de de, por exemplo, encontrar um “lugar” oupapel a desempenhar <strong>na</strong> globalização contemporânea <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.Paula (2000) relembra o equívoco histórico de iniciar a história do Brasil (e suacultura) como a viagem de Cabral – suas raízes remontam aos povos indíge<strong>na</strong>s quehabitavam, e ain<strong>da</strong> habitam o território. Este é um processo i<strong>na</strong>cabado e cheio deambigüi<strong>da</strong>des, perplexi<strong>da</strong>des e contradições. Conforme disse Gomes (1973, p. 58): “[...]destituídos de cultura origi<strong>na</strong>l, <strong>na</strong><strong>da</strong> nos é estrangeiro, pois tudo o é [...]”. O brasileiro,segundo Paula (2000), tem tanta dificul<strong>da</strong>de em afirmar a identi<strong>da</strong>de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, quanto deaceitar o Estado.As análises <strong>sob</strong>re a cultura brasileira incluem aspectos regio<strong>na</strong>is, como o estudo deBosi (2005) que destaca o papel do positivismo gaúcho <strong>na</strong> modernização <strong>da</strong>s forçasconservadoras e no papel dessas forças “de direita” <strong>na</strong> consoli<strong>da</strong>ção e instrumentação doEstado brasileiro, motor <strong>da</strong> industrialização do país. Mas o mesmo autor faz remontar apolari<strong>da</strong>de que cerca a modernização do país ao período <strong>da</strong> colônia – a<strong>na</strong>lisando desdeAnchieta (que ele diz tratar-se de <strong>uma</strong> “regressão <strong>da</strong> consciência culta européia quandoabsorvi<strong>da</strong> pela práxis <strong>da</strong> conquista e colonização” (BOSI, 2005, p. 93) até a emergência <strong>da</strong>indústria cultural. Segundo ele pode-se a partir <strong>da</strong>í pensar nos “contrastes internos dointelectual que vive em colônias” (BOSI, 2005, p. 93).Bosi (2005) exemplifica essa dicotomia afirmando que a obra de Antonil retrata comtanta fideli<strong>da</strong>de a reali<strong>da</strong>de econômica <strong>da</strong> colônia que D. João V mandou queimá-la, portemer que segredos fossem revelados a outros conquistadores. O texto de Antonil é objetivo, etem como objeto a própria ativi<strong>da</strong>de: “a lavra do açúcar”, “as mi<strong>na</strong>s de ouro” etc.; a partir <strong>da</strong>íaconselha os “empresários” (do setor agrícola) brasileiros até mesmo em detalhesinsignificantes, como evitar deixar escrituras junto às “coisas de mulher” ou ao alcance decrianças, para evitar que “façam barquinhos” (BOSI, 2005, p. 160). Quanto à manutenção,Antonil enumera, em ordem de importância, a máqui<strong>na</strong>s, depois os animais e, por último,escravos e escravas. Não há nenh<strong>uma</strong> discussão <strong>sob</strong>re as razões <strong>da</strong> escravidão – é ti<strong>da</strong> comoalgo objetivo, que não cabe discutir. A dicotomia está no fato de ser um jesuíta mas, <strong>na</strong>ver<strong>da</strong>de, escrever como um burguês.Bosi (2005) também a<strong>na</strong>lisa o indianismo verificando o contraste entre a posição“esperável” de sua identificação – de <strong>na</strong>tivo que teve suas terras invadi<strong>da</strong>s pelo colonizador e,

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