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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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59formação <strong>da</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de; de estudá-las com a empatia e o desalento de quem as admira ede quem sabe que o futuro não pertence a elas. Cascudo não problematiza a identi<strong>da</strong>de<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l; louva-a e reconhece sua incompatibili<strong>da</strong>de com o processo de modernização. Suaobra representa o elogio <strong>da</strong> tradição.Freyre (2002) representa ao mesmo tempo a continui<strong>da</strong>de e a oposição em relação àsidéias de Romero e Euclides. Segundo Ortiz (2005) encontram-se as preocupações teóricas deambos os autores, mas o que estes viram como problema, ou seja, a formação mestiça dobrasileiro, este autor vê como <strong>uma</strong> promessa: a maneira brasileira de ser diferente é apromessa de <strong>uma</strong> contribuição origi<strong>na</strong>l ao mundo; origi<strong>na</strong>l enquanto mestiça. Ao mesmotempo, ele mantém-se como o nostálgico de um tempo perdido, em busca <strong>da</strong>s chaves quepermitam decifrá-lo e preservar seus valores. Para Ortiz a “ideologia <strong>da</strong> harmonia” (ORTIZ,2005, p. 93) é característica do seu modelo de pensamento.Segundo Souza (2007) Freyre expõe, ao longo de sua obra, as razões de seu otimismo,dialogando com Euclides e Romero e buscando soluções para as questões por elesapresenta<strong>da</strong>s. O brasileiro é mestiço, sim, mas esta é sua solução e sua origi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de. Aidenti<strong>da</strong>de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> harmonia e interação entre opostos que se fundem encontraseameaça<strong>da</strong> pela moderni<strong>da</strong>de, sim, mas é a promessa brasileira para um futuro pósmoderno.O elogio <strong>da</strong> tradição estrutura sua obra como estrutura a obra de Cascudo, mas aincompatibili<strong>da</strong>de entre tradição e moderni<strong>da</strong>de é nega<strong>da</strong> por ele, em nome <strong>da</strong> preservação <strong>da</strong>tradição em um futuro no qual ela se encontrará com a pós-moderni<strong>da</strong>de. Na evolução de seupensamento, o lamento dos anos trinta é substituído pelo otimismo dos últimos textos.O método utilizado por Holan<strong>da</strong> (2006) é weberiano: busca as raízes do processohistórico a ser a<strong>na</strong>lisado enquadrando-o em <strong>uma</strong> tipologia weberia<strong>na</strong> de cuja utilização épioneiro. Este processo histórico gerou, por sua vez, <strong>uma</strong> identi<strong>da</strong>de específica cujas raízesestão <strong>na</strong> origem do mesmo e foram por ele, ao mesmo tempo, determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s: são as “raízes”do Brasil.Holan<strong>da</strong> mencio<strong>na</strong> o horror às distâncias que parece constituir, ao menos até agora, otraço mais específico do caráter brasileiro (HOLANDA, 2006, p. 49). A recusa doformalismo e a fun<strong>da</strong>mentação <strong>da</strong>s relações em <strong>uma</strong> intimi<strong>da</strong>de que prioriza o contato pessoalem relação à regulamentação jurídica significam <strong>uma</strong> recusa do padrão que deveria, segundoWeber, definir as relações burocráticas (excludentes em relação a qualquer determi<strong>na</strong>çãopessoal e, por isso, recusa<strong>da</strong>s <strong>na</strong> cultura do país).Neste contexto ain<strong>da</strong>, e seguindo a terminologia weberia<strong>na</strong>, a autori<strong>da</strong>de estatal nãotem como manter o monopólio legítimo <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de e esta dissemi<strong>na</strong>-se pela socie<strong>da</strong>de. A

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