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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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562.4 Cultura brasileira e a cultura mineira2.4.1 Cultura brasileiraBosi (1987) lembra que não existe <strong>uma</strong> cultura brasileira homogênea. No entantocertos elementos oriundos <strong>da</strong> colonização, tais como a uni<strong>da</strong>de lingüística, cristã, etc.engendraram comportamentos mais ou menos definidos que permitiriam identificá-los como<strong>uma</strong> cultura (RIBEIRO, 1987).A palavra cultura é oriun<strong>da</strong> de colo, do latim, que originou também culto e cultivo -isto é, tem <strong>uma</strong> referência prática, o cultivo <strong>da</strong> terra – e a cultura popular carrega, em virtudedesse caráter “prático” aspectos contraditórios. Um estudo dos provérbios mostra essacaracterística – muitos se contradizem. Bosi (1987) ain<strong>da</strong> afirma que a cultura, entendi<strong>da</strong>como tradição, faz <strong>da</strong> memória seu centro vivo. Mas a cultura simplesmente deposita<strong>da</strong> <strong>na</strong>memória e não vivi<strong>da</strong> representa um conhecimento que John Dewey chamava de “inerte”. Osestudos de Bosi termi<strong>na</strong>m por esclarecer a cultura brasileira como tradição, mas tambémcomo contradição.Um argumento <strong>na</strong> mesma linha é apresentado por Martins (1994), em um trabalhocujo método chamou de “sociologia <strong>da</strong> história”. Segundo ele, a compreensão <strong>da</strong> culturabrasileira só é possível pelo entendimento <strong>da</strong> combi<strong>na</strong>ção de moderno e tradicio<strong>na</strong>l que freianosso desenvolvimento social e político – caracterizando o que designou por “história lenta”.Somente esse entendimento, segundo o autor, explica certas contradições, tais como um setorfortemente marcado pela tradição e conservadorismo, como a Igreja, ter desempenhado umpapel quase revolucionário em certos períodos <strong>da</strong> história do país, assim como partidos deesquer<strong>da</strong> muitas vezes tenham assumido papéis reguladores <strong>da</strong> ordem. O Estado representa nopaís, segundo este autor, um “uso conservador <strong>da</strong> mediação do moderno” – onde clientelismoe corrupção são mais que perdoados ou tolerados – fazem parte de <strong>uma</strong> “cultura do favor” e“do débito político”, assim como a Igreja representa um papel de uso transformador <strong>da</strong>mediação conservadora, mu<strong>da</strong>ndo de postura em face <strong>da</strong>s oligarquias e assumindo um conflitocom o Estado autoritário. O trabalho que ele chamou de “persistência do passado” revela queele se esconde (às vezes de forma bastante imperfeita) por trás <strong>da</strong>s aparências do moderno,levando a história do país a ser <strong>uma</strong> história contínua de “espera do progresso” – não <strong>uma</strong>história que se faz, mas que está sempre “por fazer”.

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