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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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55(em Notas para <strong>uma</strong> definição de Cultura) incluiu: “[...] o dia do Derby [...] o alvo de <strong>da</strong>rdos[...] repolho cozido e picado [...] beterraba ao vi<strong>na</strong>grete [...] igrejas g<strong>ótica</strong>s do século XIX ea música de Elgar [...]” (ELIOT apud BURKE, 2005, p. 43).As explicações culturais assumiram <strong>uma</strong> dimensão mais importante com a obra deGeertz (1978). Seu estudo <strong>sob</strong>re as brigas de galo em Bali, entendi<strong>da</strong> como ver<strong>da</strong>deiro “dramasocial” teve enorme impacto, e as interpretações calca<strong>da</strong>s no simbolismo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidia<strong>na</strong>ganharam mais fôlego. A “micro-história” de Ginzburg (1987), já cita<strong>da</strong> anteriormente, é umexemplo eloqüente. Outros estudos históricos exami<strong>na</strong>ram uni<strong>da</strong>des locais mais amplas,regiões e não aldeias. Mas a idéia básica permanece – a<strong>na</strong>lisar a relação entre a comuni<strong>da</strong>de eo mundo externo a ela.Mesmo estudos que tem outras vertentes teóricas, como etnici<strong>da</strong>de e multiculturalismo– um bom exemplo seria o estudo <strong>sob</strong>re a identi<strong>da</strong>de catalã de Oliveira (2006) – refletem esseconfronto. Esse autor reflete que o etnólogo trei<strong>na</strong>do no estudo de povos ágrafos e de peque<strong>na</strong>escala encontra um panorama totalmente diferente ao enfrentar <strong>uma</strong> história ricamentedocumenta<strong>da</strong>, porém periférica, não-<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. “Ser catalão” é <strong>uma</strong> categoria de transiçãoentre o “local” e o “<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l” – e se a Catalunha é de fato um pequeno território, trata-se de“<strong>uma</strong> <strong>na</strong>ção de 1000 anos” (OLIVEIRA, 2006, p. 126) de língua e tradições particulares, emrelação confusa com o Estado Nacio<strong>na</strong>l do qual aparentemente não quer se separar, emboraexija seu status diferenciado e a manutenção de sua cultura. O país basco e a província deQuebec mostram reali<strong>da</strong>des semelhantes, e enfrentamentos diferenciados.Percebe-se, portanto, que o “local” pode ser abor<strong>da</strong>do por diversas perspectivas. Omarxismo, por exemplo, tem abor<strong>da</strong>gens que “dissolvem” o “local” <strong>na</strong> estrutura geral <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de de classes outras e que o vêem como <strong>uma</strong> reali<strong>da</strong>de mais complexa e contraditória(SILVA, 2001).A percepção de que o “local” é um espaço onde interagem diversos atores, cominteresses diversos abre <strong>uma</strong> nova frente de estudos <strong>sob</strong>re “poder local” e “governos locais”,entendidos muitas vezes como correspondentes às administrações municipais, quando têmautonomia para o exercício do poder, limita<strong>da</strong> pela legislação pertinente. Esse exercício podeser domi<strong>na</strong>nte - quando o governo local tem autonomia - ou pluralista, quando outros atoreslocais e outros níveis de governo têm influência relevante.No entanto, a cultura local vai refletir-se <strong>na</strong> forma de gestão e influenciá-la – nãosomente pela representação, mas também pela expressão dos valores e comportamentos que o“local” valoriza, compartilha e professa. As organizações, tanto públicas como priva<strong>da</strong>s irãorefletir em maior ou menor grau os níveis circun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> cultura.

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