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52da construção de um Mundo Uno, abandonada após a Primeira Guerra Mundial e retomadaapós a Segunda. O declínio da soberania dos Estados Nacionais levou, no entanto aopanorama contemporâneo que se caracteriza como uma batalha pela cultura global – na qualalguns países que se mantiveram afastados do Ocidente pelo subdesenvolvimento ou pelaopção socialista tornam-se atores importantes.Gellner (1997) afirma que o nacionalismo cria nações, e não o inverso. A nação, paraArnason (1999) tem que ser analisada dessa maneira, como uma instituição interpretativa, enão como uma estrutura objetiva. Hannerz (1999) lembra que uma cultura global é marcadanão só pelo entrelaçamento entre nações, mas pelo entrelaçamento entre culturas locaisdiversificadas, bem como pela criação de culturas sem território específico. A distinção entrecosmopolita e local, inicialmente feita por Merton na sociologia recebeu em diversos autoresmuitas acepções como, por exemplo, os aspectos “transnacionais” da cultura, exemplificadospelas pessoas que, viajando pelo mundo tornam-se “sem pátria”, como os homens de negócio,jornalistas ou intelectuais – ou a realeza hereditária, cultura “transnacional” em decadência.No entanto vários tipos de culturas transnacionais do mundo se entrelaçam, como adiplomacia. O argumento de Arnason é que “os cosmopolitas encontram um valor nadiversidade enquanto tal”, o que significa que “não poderá haver cosmopolitas sem aexistência dos próprios locais”. (ARNASON, 1999, p. 265).A comunicação intercultural, que investiga as relações transnacionais entre indivíduose organizações faz uso de ferramentas psicológicas, sociológicas, antropológicas elinguísticas, dentre outras. A reestruturação do espaço legal, a partir da internacionalização,por exemplo, tem de fazer uso desse tipo de análise. A economia cultural global, como tensãopermanente entre a homogeneização e heterogeneização, complexa e com propensão àdesterritorizalização vive conflitos de conseqüências desconhecidas, como a influênciapública da religião na sociedade, a criação de um padrão de consumo desenfreado egeneralizado em populações completamente diversas, etc. A comunicação interculturalprocura contribuir para a resolução do conflito apontado por Turner (1999), ao mostrar que asociologia contemporânea vive um conflito, entre uma perspectiva global ou nacional.A cultura global só pode, assim, ser definida como algo em permanente construção eque, oscilando entre extremos, povoa de elementos universais realidades locais, que osadaptam e os utilizam segundo suas tradições – isto é, sua cultura local.
532.3.2 Cultura regional e cultura localSegundo Kuper (2002) a concepção de cultura como sistema simbólico foidesenvolvida por Geertz e Schneider. Segundo estes autores todos os homens estãogeneticamente aptos a receber um “programa”, que denominam “cultura”, podendo qualquercriança ser socializada em qualquer cultura. A cultura é um código que fornece um referencialque permite aos homens dar sentido ao mundo e às suas próprias ações. Para Geertz (1997) omundo cotidiano é habitado por pessoas concretas e personalizadas, caracterizadaspositivamente e adequadamente rotuladas em classes, cujos símbolos definidores sãoconstruídos historicamente, mantidos socialmente e aplicados individualmente.Mais claramente que o entendimento de cultura como sistema cognitivo ou estrutural(de Lévi-Strauss) a cultura como sistema simbólico expõe que a cultura pode ser entendidaem uma dimensão mais geral, regional ou nacional, mas que necessariamente tem umadimensão local.Os pressupostos, crenças e valores que caracterizam a cultura de uma organização(cultura organizacional) traz sempre alguma correspondência do nível local onde ela seinstala. A cultura local pode ser assim definida como um sistema simbólico tradicional que éuma criação cumulativa da mente humana, a partir do relacionamento entre pessoas em umterritório específico – manifestando-se na linguagem, em histórias compartilhadas, crenças,ritos e ideologia (GODINHO, 2000). Por sua vez o estudo da cultura local deve compreendero conceito de cultura popular.Bosi (1986) faz um esforço para teorizar sobre a cultura popular – começando pelaconstatação de que ela está ligada à existência e à própria sobrevivência das pessoas que asustentam. A própria definição de “cultura popular” é problemática. Segundo Gramsci (1968)ela pode ser formulada em termos de estruturas ideológicas. A cultura popular seria criadapelo povo em oposição às esquemas oficiais.A cultura popular tem características funcionais. A primeira é a coesão interna: cadaelemento tem significado na economia como um todo. A segunda é a vivência emotiva, nãoracionalizada. Além disso, ela é continuamente reinventada e caracterizada como meio de“ajuste” entre pessoas. O fato folclórico tem, além disso, um caráter psicológico, que faz comque ele seja sempre revivido em dada comunidade.Gramsci (1968) afirma a capacidade do nível popular de absorver novos elementos etransfigurá-los. O artista, por exemplo, nessa dimensão, vive um vínculo profundo com a
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532.3.2 Cultura regio<strong>na</strong>l e cultura localSegundo Kuper (2002) a concepção de cultura como sistema simbólico foidesenvolvi<strong>da</strong> por Geertz e Schneider. Segundo estes autores todos os homens estãogeneticamente aptos a receber um “programa”, que denomi<strong>na</strong>m “cultura”, podendo qualquercriança ser socializa<strong>da</strong> em qualquer cultura. A cultura é um código que fornece um referencialque permite aos homens <strong>da</strong>r sentido ao mundo e às suas próprias ações. Para Geertz (1997) omundo cotidiano é habitado por pessoas concretas e perso<strong>na</strong>liza<strong>da</strong>s, caracteriza<strong>da</strong>spositivamente e adequa<strong>da</strong>mente rotula<strong>da</strong>s em classes, cujos símbolos definidores sãoconstruídos historicamente, mantidos socialmente e aplicados individualmente.Mais claramente que o entendimento de cultura como sistema cognitivo ou estrutural(de Lévi-Strauss) a cultura como sistema simbólico expõe que a cultura pode ser entendi<strong>da</strong>em <strong>uma</strong> dimensão mais geral, regio<strong>na</strong>l ou <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, mas que necessariamente tem <strong>uma</strong>dimensão local.Os pressupostos, crenças e valores que caracterizam a cultura de <strong>uma</strong> organização(cultura organizacio<strong>na</strong>l) traz sempre alg<strong>uma</strong> correspondência do nível local onde ela seinstala. A cultura local pode ser assim defini<strong>da</strong> como um sistema simbólico tradicio<strong>na</strong>l que é<strong>uma</strong> criação cumulativa <strong>da</strong> mente h<strong>uma</strong><strong>na</strong>, a partir do relacio<strong>na</strong>mento entre pessoas em umterritório específico – manifestando-se <strong>na</strong> linguagem, em histórias compartilha<strong>da</strong>s, crenças,ritos e ideologia (GODINHO, 2000). Por sua vez o estudo <strong>da</strong> cultura local deve compreendero conceito de cultura popular.Bosi (1986) faz um esforço para teorizar <strong>sob</strong>re a cultura popular – começando pelaconstatação de que ela está liga<strong>da</strong> à existência e à própria <strong>sob</strong>revivência <strong>da</strong>s pessoas que asustentam. A própria definição de “cultura popular” é problemática. Segundo Gramsci (1968)ela pode ser formula<strong>da</strong> em termos de estruturas ideológicas. A cultura popular seria cria<strong>da</strong>pelo povo em oposição às esquemas oficiais.A cultura popular tem características funcio<strong>na</strong>is. A primeira é a coesão inter<strong>na</strong>: ca<strong>da</strong>elemento tem significado <strong>na</strong> economia como um todo. A segun<strong>da</strong> é a vivência emotiva, nãoracio<strong>na</strong>liza<strong>da</strong>. Além disso, ela é continuamente reinventa<strong>da</strong> e caracteriza<strong>da</strong> como meio de“ajuste” entre pessoas. O fato folclórico tem, além disso, um caráter psicológico, que faz comque ele seja sempre revivido em <strong>da</strong><strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de.Gramsci (1968) afirma a capaci<strong>da</strong>de do nível popular de absorver novos elementos etransfigurá-los. O artista, por exemplo, nessa dimensão, vive um vínculo profundo com a