21.07.2015 Views

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

48produção acadêmica <strong>na</strong> área.Segundo Melo (1983) <strong>uma</strong> segun<strong>da</strong> grande tendência seria representa<strong>da</strong> pelaAntropologia Estrutural de Claude Lévi-Strauss. Para este autor, <strong>sob</strong> a inspiração dos estudoslingüísticos de Saussurre, reagindo contra <strong>uma</strong> concepção exclusivamente histórica <strong>da</strong> língua,a socie<strong>da</strong>de também deveria ser compreendi<strong>da</strong> como um sistema ou estrutura. Estrutura esta,no entanto que não deveria ser confundi<strong>da</strong> como <strong>uma</strong> reali<strong>da</strong>de empírica, mas como modeloem conformi<strong>da</strong>de com esta reali<strong>da</strong>de. Para merecer o nome de estrutura este modelo deveriaoferecer um caráter de sistema, sendo que este sistema deveria explicar a totali<strong>da</strong>de dos fato<strong>sob</strong>servados. A antropologia estrutural, assim, conferia grande importância à visão globalizantedo fenômeno cultural, salientando o caráter “gestáltico” <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.Justamente contra essa visão totalizadora se colocou Clifford Geertz. Este posicionousuas análises, segundo Azzan Júnior (1993) em <strong>uma</strong> orientação inspira<strong>da</strong> <strong>na</strong> hermenêutica,para afirmar que necessariamente o sentido é sempre um sentido-para, e por isso compreendêloé compreender aquele para quem o sentido se faz. Daí a sua antropologia ser chama<strong>da</strong> deinterpretativa entendendo a cultura como um “texto” que pode ser “lido”. Ler <strong>uma</strong> leiturapressupõe que um campo semântico seja compartilhado. Nesse exercício o intérprete precisacompreender dentro do universo significativo do Outro a “teia de significados” em queconsiste a cultura. O sentido, enquanto manifestação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social própria à ativi<strong>da</strong>de dossujeitos deve ser compreendido enquanto fenômeno “local”.Segundo Geertz (1997) local é “antes de tudo, um termo relativo. No sistema solar aterra é “local”, e <strong>na</strong> galáxia, o sistema solar é local”. Assim, segundo este autor asgenerali<strong>da</strong>des do tipo “no Sul, não” podem ser aceitas e podem ser úteis, porém como pontosde parti<strong>da</strong> heurísticos para investigações locais mais aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Geertz (1997) afirmaain<strong>da</strong> que o “mundo despe<strong>da</strong>çado” contemporâneo pede <strong>uma</strong> antropologia que compreen<strong>da</strong>um padrão muito mais pluralista de relações entre os povos. Mas observa que deve havercerto cui<strong>da</strong>do com a mais destaca<strong>da</strong> dessas propostas, a ser ver, o chamado pós-modernismoque prega que a “busca de padrões abrangentes deve ser simplesmente abando<strong>na</strong><strong>da</strong>, como umresto <strong>da</strong> busca antiqua<strong>da</strong> do eterno, do real, do essencial, do absoluto”. Segundo ele “asnormas de <strong>na</strong>vegação num mundo estilhaçado e desmontado terão de vir de trabalho paciente,modesto e criterioso”.À recusa dos grandes padrões tradicio<strong>na</strong>is, “o Ocidente”, “a Europa”, “os latinos” etc.devem corresponder mais estudos <strong>sob</strong>re reali<strong>da</strong>des menores e mais específicas. Daí falar-seem “cultura brasileira” ou mais especificamente em “cultura mineira” ou, no limite, <strong>na</strong>tendência dos estudos antropológicos contemporâneos, de estu<strong>da</strong>r grupos ca<strong>da</strong> vez mais

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!