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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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346segundo os mineiros – nega<strong>da</strong>, no entanto, pelos não mineiros, que afirmaram, ao contrário,serem os mineiros muito reservados e pouco acolhedores com os “forasteiros” – pessoas deoutras ci<strong>da</strong>des que vão lá trabalhar, e mesmo pessoas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de que voltam após <strong>uma</strong>qualificação <strong>na</strong> capital do Estado. Os Secretários “não <strong>na</strong>tivos” revelaram terem sido tratadosde maneira “fria” pelos <strong>na</strong>tivos. Já o único secretário entrevistado que originou-se dosquadros <strong>da</strong> própria secretaria que dirigiu, afirmou ter sido muito bem aceito, como “um dosnossos”, “aquele que compreende nossos problemas”.As três regiões do Estado pesquisa<strong>da</strong>s revelaram um “entorno cultural” <strong>da</strong>s secretariasmunicipais de <strong>saúde</strong> com muitas diferenças. Isso demonstrou ter impacto no modo como sãoprocessa<strong>da</strong>s as informações em <strong>saúde</strong> – as diferenças são significativas. A região deDiamanti<strong>na</strong> demonstra o maior nível de desorganização. Os questionários aplicados <strong>na</strong>amostra de secretários desta região mostram, <strong>na</strong> percepção dos respondentes, <strong>uma</strong> ausência deformalização, de planejamento e de uso <strong>da</strong>s informações que estão disponíveis nos bancos de<strong>da</strong>dos do DATASUS, considerados “complicados”. A região de São João Del Rei mostrou umnível mais alto dessas características (formalização, planejamento e uso), mas parece revelar<strong>uma</strong> cultura organizacio<strong>na</strong>l mais conservadora, mais fecha<strong>da</strong> e menos permeável àsmu<strong>da</strong>nças. O município de São João Del Rei, o mais importante <strong>da</strong> região, mostrou-sediferente (a autonomia relativa <strong>da</strong> cultura organizacio<strong>na</strong>l frente à cultura local serámencio<strong>na</strong><strong>da</strong> nos parágrafos seguintes) pela presença de um secretário vindo de fora domunicípio, que formou <strong>uma</strong> equipe mais qualifica<strong>da</strong> no nível estratégico. O município étambém algo diferente dos que o cercam pelo tamanho <strong>da</strong> população, presença deuniversi<strong>da</strong>des e economia mais diversifica<strong>da</strong>. A região de Ouro Preto mostrou também estetipo de conflito entre <strong>uma</strong> equipe modernizadora e <strong>uma</strong> cultura organizacio<strong>na</strong>l conservadora.A proximi<strong>da</strong>de com a capital e a presença de recursos fi<strong>na</strong>nceiros parece “empurrar” para amodernização municípios em que a secretaria cultiva <strong>uma</strong> “cultura <strong>da</strong> desorganização” (issofoi claramente observado em Ouro Preto). Essa cultura <strong>da</strong> desorganização, menor em SãoJoão, foi também fortemente observa<strong>da</strong> em Diamanti<strong>na</strong> – a secretaria com o índice deinformali<strong>da</strong>de mais forte nos trabalhos. O espaço físico exemplifica isso: a secretaria deDiamanti<strong>na</strong> é muito aberta; a população entra com liber<strong>da</strong>de e pede favores em voz alta. EmSão João Del Rei o acesso é controlado por <strong>uma</strong> secretária, com porta eletrônica. As visitastêm de ser agen<strong>da</strong><strong>da</strong>s – e há <strong>uma</strong> espera até a chama<strong>da</strong>. Quando o visitante entra, vê umcorredor cheio de portas fecha<strong>da</strong>s, e dizeres <strong>na</strong>s portas: “Só entre se for convi<strong>da</strong>do” ou “Nãoperturbe, estamos trabalhando”. Não se ouve <strong>na</strong><strong>da</strong> no corredor; talvez, como dizem osprovérbios, mineiro trabalhe “em silêncio” ou “as paredes têm ouvidos” [...]

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