21.07.2015 Views

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

31universos familiares e cotidianos, tais como lanchonetes ou bairros tradicio<strong>na</strong>is paradescobrir, pela transmissão de informações, como se configuram os modos de existência. Otrabalho do cientista <strong>da</strong> comunicação teria então um caráter etnográfico – que ele expõe emsua obra. Segundo ele, do modelo linear de Shannon ou do modelo circular de Wienerchegou-se a <strong>uma</strong> perspectiva complexa e multifaceta<strong>da</strong>, que ele denomi<strong>na</strong> justamente“antropologia <strong>da</strong> comunicação”. Isto significaria dizer que o campo <strong>da</strong> aprendizagem culturalé domínio <strong>da</strong> comunicação. A antropóloga Margareth Mead (1982) já afirmava há mais decinquenta anos que “todo comportamento cultural tem sua origem em homens que ouvem efalam e se comunicam entre si por meio de palavras, mas também utilizam todos os sentidosde maneira igualmente sistemática”. Ou seja, trajes e arquitetura são ao mesmo tempofenômenos culturais e comunicacio<strong>na</strong>is – representando, portanto, informações carrega<strong>da</strong>s desentido simbólico.Lévi-Strauss (1975) in<strong>da</strong>ga se “[...] diversos aspectos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social (inclusive a arte ea religião) [...] não consistem em fenômenos cuja <strong>na</strong>tureza se reúne à <strong>na</strong>tureza mesma <strong>da</strong>linguagem”.Esses conceitos foram retomados pela Linguística e pela Comunicação até a déca<strong>da</strong> de70, quando Eco (1991) elaborando <strong>uma</strong> teoria geral <strong>da</strong> semi<strong>ótica</strong>, definiu-a como “<strong>uma</strong> teoriageral <strong>da</strong> cultura” - ou, em outras palavras, a cultura deve ser apreendi<strong>da</strong> como um fenômenocomunicacio<strong>na</strong>l, baseado em sistemas de significação. Segundo Eco (1991) não há diferençaentre a semi<strong>ótica</strong> e <strong>uma</strong> teoria <strong>da</strong> cultura, <strong>uma</strong> vez que os fenômenos estu<strong>da</strong>dos pela semi<strong>ótica</strong>(arte, arquitetura, linguagem) são fenômenos culturais. Para esse autor o conceitoantropológico de cultura compreende a produção e o uso de objetos que transformam arelação homem/<strong>na</strong>tureza, as relações familiares como núcleos de relações sociais e a troca debens econômicos. Esses três aspectos, segundo ele, mostram que a cultura é um processo designificação e comunicação, e a socie<strong>da</strong>de só existe a partir desses processos. A semi<strong>ótica</strong>seria um estudo de códigos, e todo código parte de <strong>uma</strong> convenção cultural – isto é, asemi<strong>ótica</strong> seria um estudo sígnico <strong>da</strong> cultura. A cultura então, deve ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> comofenômeno semiótico ou, ao menos, pode ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> dessa maneira. Há um signo to<strong>da</strong>s asvezes em que um grupo h<strong>uma</strong>no decide usar e reconhecer algo como um veículo de <strong>uma</strong> outracoisa. Barthes (1974) afirma que “paradoxalmente” não foi <strong>na</strong> Sociologia que essas idéiasencontraram acolhi<strong>da</strong>, mas <strong>na</strong> Filosofia e <strong>na</strong> Antropologia (Lévi-Strauss), e a<strong>na</strong>lisa aculinária, o vestuário e o mobiliário <strong>na</strong> perspectiva <strong>da</strong> extensão semiológica <strong>da</strong> noção delinguagem.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!