Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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21.07.2015 Views

322Após a pergunta ser reformulada (para confirmação de consistência), a opinião finalconfirmou aquela expressada pelos próprios gestores municipais (cultura organizacional):“Não utilizam pela própria cultura institucional. O DATASUS é utilizado mais pela questãofinanceira.” (E/SES/NE).Sobre a confiabilidade das informações do DATASUS (cultura nacional, mineira,local): “Não vou dizer que não é confiável, mas que pode ser melhorada. Há falhas, mas nãose pode dizer que isso acontece em todos os municípios ou em todo o Estado, né?”(E/SES/NT).Sobre a procedência das informações que são usadas na gestão, terminou porconfirmar o caráter burocrático da alimentação dos bancos de dados, e seu uso igualmenteburocrático: “(A maior parte) vem dos bancos nacionais, SIAB, SIOPS, vem daí. Eles usamquando fazem pactuação com a gente, acabam não usando para a própria gestão. E tem deusar para fazer a pactuação, senão pactuam coisas erradas e acabam sendo punidos.”(E/SES/NT).Um dos entrevistados tem formação na área de engenharia, tendo anteriormente àexperiência no Estado, trabalhado com informática no setor privado. Igualmente mineiro, emsua concepção (uso da informação):[...] faltam usuários para os sistemas de informação em saúde existentes. Ossistemas não são usados, não é a falta de ferramentas o problema. As pessoas nãosuperam as dificuldades que têm no uso, e por isso não usam [...] É raro encontraruma organização em que as pessoas usam de fato os sistemas para tomar decisões.(E/SECTES)Ilustra sua percepção:Em uma crise epidemia de dengue em Belo Horizonte, quando o Patrus era Prefeito,o pessoal da Secretaria de Saúde fez um bom trabalho para identificar os focos, etc.Quando chegou na gestão, as pessoas elogiaram o trabalho, mas continuaramtomando decisões não estruturadas, baseados em sentimentos e percepções. Asmedidas que foram tomadas não fizeram uso do trabalho informacional.(E/SECTES)Me interessa saber se é falha de sistemas, se é falha de sistemas [...] No nível localo uso dos sistemas é uma caixa preta [...] A minha hipótese é que como as pessoasnão participaram do processo de como a informação foi construída, elas nãoconfiam. Falta clareza no modo como foi construída a informação. A relação é deconfiança, ou falta dela. Quanto mais complexa ou muito processada, menosconfiança (cultura local). (E/SECTES)Uma menção espontânea à Ciência da Informação surgiu pela primeira (e única) vez,por parte dos pesquisados, em todo o estudo:

323O projeto (Banco de Dados Social) é para integrar informações da saúde e daassistência social. No nível primário é muito importante essa integração. Aícomeçamos a pensar: como é que a Ciência da Informação pode ajudar a integrarisso? Não falamos mais em tecnologia da informação, mas em informaçãopropriamente dita. Para criar um novo modelo de atenção social, mais integrado.(E/SECTES)Este mesmo respondente revelou que “orgulha-se de ser mineiro”. E na sua percepção,isso é identificado pelos não-mineiros (mineiridade): “Os mineiros são mais equilibrados. Sãomais calados, mais concentrados, mais focados, mais ponderados. É por aí.” (E/SECTES).Sobre a adesão dos municípios ao programa Banco de Dados Social (cultura global):“Muitos municípios entraram no Programa porque souberam que iam ganhar computadores[...] De graça, né? [...] Até injeção na veia [...]” (E/SECTES).Entre as características das Secretarias Municipais de Saúde mineiras há aspectos maisgerais, que estão em construção, e outros mais específicos, dependentes do modelo de gestãoem vigor (cultura organizacional/do setor saúde):Existe uma cultura que é formada nos Congressos de Saúde, dos SecretáriosMunicipais [...] e é no Brasil, não só em Minas. O sistema de saúde brasileiro émuito novo. Está se formando, e já existe uma cultura dos secretários municipais desaúde, que é formada pela convivência no CONASEMS, que está na 26ª. edição,parece [...] (E/SECTES)As secretarias alternam muito o gestor [...] Se é um médico ele privilegia mais arelação com os hospitais, mas se é um médico sanitarista isso muda de figura [...] Aformação do Secretário tem muito a ver com o que vai acontecer na gestão dele. Éraro ter um gestor equilibrado. E nesses congressos a gente vê que já temSecretários profissionais, que vão trocando de cidade [...] é muito comum isso [...](E/SECTES)Sobre cooperação, integração, compartilhamento de informações nas secretariasmunicipais afirma uma certa independência do gestor:Eu não sei se essa questão é municipal. O gestor é que imprime isso. Eu não vejo ogestor sendo aprisionado pela cultura. Eu vejo lugares tão diferentes do outro [...]Fábricas de pneu no mundo são bem parecidas umas com as outras [...] Mas naSaúde, tem lugar que eu não consigo entender como é que está organizado [...](E/SECTES)A efetividade, a cultura e a gestão dos serviços estão relacionados (gestão deoperações e paradigmas/ modelos de assistência):Uma coisa que vai moldar muito a instituição é a existência de projetos como o PSF,eles vão modelar a atenção básica. Mas quando você chega num posto de saúde,não existe uma discussão sobre o funcionamento deles, como existem congressossobre a saúde da família. Não há congressos sobre postos de saúde, então elesfuncionam de qualquer jeito [...] e o usuário, o comportamento dos usuários

323O projeto (Banco de Dados Social) é para integrar informações <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> e <strong>da</strong>assistência social. No nível primário é muito importante essa integração. Aícomeçamos a pensar: como é que a Ciência <strong>da</strong> <strong>Informação</strong> pode aju<strong>da</strong>r a integrarisso? Não falamos mais em tecnologia <strong>da</strong> informação, mas em informaçãopropriamente dita. Para criar um novo modelo de atenção social, mais integrado.(E/SECTES)Este mesmo respondente revelou que “orgulha-se de ser mineiro”. E <strong>na</strong> sua percepção,isso é identificado pelos não-mineiros (mineiri<strong>da</strong>de): “Os mineiros são mais equilibrados. Sãomais calados, mais concentrados, mais focados, mais ponderados. É por aí.” (E/SECTES).Sobre a adesão dos municípios ao programa Banco de Dados Social (cultura global):“Muitos municípios entraram no Programa porque souberam que iam ganhar computadores[...] De graça, né? [...] Até injeção <strong>na</strong> veia [...]” (E/SECTES).Entre as características <strong>da</strong>s Secretarias Municipais de Saúde mineiras há aspectos maisgerais, que estão em construção, e outros mais específicos, dependentes do modelo de gestãoem vigor (cultura organizacio<strong>na</strong>l/do setor <strong>saúde</strong>):Existe <strong>uma</strong> cultura que é forma<strong>da</strong> nos Congressos de Saúde, dos SecretáriosMunicipais [...] e é no Brasil, não só em Mi<strong>na</strong>s. O sistema de <strong>saúde</strong> brasileiro émuito novo. Está se formando, e já existe <strong>uma</strong> cultura dos secretários municipais de<strong>saúde</strong>, que é forma<strong>da</strong> pela convivência no CONASEMS, que está <strong>na</strong> 26ª. edição,parece [...] (E/SECTES)As secretarias alter<strong>na</strong>m muito o gestor [...] Se é um médico ele privilegia mais arelação com os hospitais, mas se é um médico sanitarista isso mu<strong>da</strong> de figura [...] Aformação do Secretário tem muito a ver com o que vai acontecer <strong>na</strong> gestão dele. Éraro ter um gestor equilibrado. E nesses congressos a gente vê que já temSecretários profissio<strong>na</strong>is, que vão trocando de ci<strong>da</strong>de [...] é muito comum isso [...](E/SECTES)Sobre cooperação, integração, compartilhamento de informações <strong>na</strong>s secretariasmunicipais afirma <strong>uma</strong> certa independência do gestor:Eu não sei se essa questão é municipal. O gestor é que imprime isso. Eu não vejo ogestor sendo aprisio<strong>na</strong>do pela cultura. Eu vejo lugares tão diferentes do outro [...]Fábricas de pneu no mundo são bem pareci<strong>da</strong>s <strong>uma</strong>s com as outras [...] Mas <strong>na</strong>Saúde, tem lugar que eu não consigo entender como é que está organizado [...](E/SECTES)A efetivi<strong>da</strong>de, a cultura e a gestão dos serviços estão relacio<strong>na</strong>dos (gestão deoperações e paradigmas/ modelos de assistência):Uma coisa que vai mol<strong>da</strong>r muito a instituição é a existência de projetos como o PSF,eles vão modelar a atenção básica. Mas quando você chega num posto de <strong>saúde</strong>,não existe <strong>uma</strong> discussão <strong>sob</strong>re o funcio<strong>na</strong>mento deles, como existem congressos<strong>sob</strong>re a <strong>saúde</strong> <strong>da</strong> família. Não há congressos <strong>sob</strong>re postos de <strong>saúde</strong>, então elesfuncio<strong>na</strong>m de qualquer jeito [...] e o usuário, o comportamento dos usuários

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