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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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296Na concepção do entrevistado os municípios tinham política de <strong>saúde</strong>, masbasicamente política [...] A iniciativa aborta<strong>da</strong> tentava contrariar isso.Havia por parte de alguns técnicos, que eram professores <strong>da</strong> UFOP, veiculados àescola de farmácia e que eram <strong>na</strong>tivos, porque a escola de farmácia tinha um outrovínculo. Então tinha os professores que eram <strong>na</strong>tivos de duas, três gerações: o avôfoi um dos primeiros professores <strong>da</strong> escola de farmácia, depois o pai também foi. Aíagora <strong>na</strong> terceira geração ele também era. Então era um <strong>na</strong>tivo. Mas era um <strong>na</strong>tivocom formação de alto nível acadêmico. Esses <strong>na</strong>tivos, que eram vinculados commovimentos de esquer<strong>da</strong> e ao movimento <strong>da</strong> reforma sanitária e depois ao grupoque fi<strong>na</strong>lmente conseguiu influenciar <strong>na</strong> constituinte de 88 para inclusão do SUS <strong>na</strong>constituição, alguns deles eram <strong>da</strong> UFOP. E eles acreditavam muito emmobilização popular, acreditavam <strong>na</strong> importância de você fortalecer as pessoas, deenvolver usuários <strong>na</strong>s discussões <strong>sob</strong>re <strong>saúde</strong>. E havia alg<strong>uma</strong> história local nestesentido, conduzido por estas pessoas. O projeto foi construído aí. Eu entendo queaté hoje é um projeto com quali<strong>da</strong>de técnica muito boa e que compunha um sistemacompleto de <strong>saúde</strong> para Ouro Preto. E este projeto é o que nós estávamos tentandoimplantar. Então nossa racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de administrativa tinha um elemento teórico que<strong>da</strong>va coerência a tudo que era um plano municipal de <strong>saúde</strong> elaborado peloNESCON (Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva <strong>da</strong> UFMG) e que esse grupoconseguiu que a câmara municipal de Ouro Preto aprovasse. E o grupo se elegeuexatamente com a proposta de implantar este plano que previa a construção declínicas especializa<strong>da</strong>s, uni<strong>da</strong>des de atenção básica. Tudo isso que nós tentamosconstruir lá ao longo de quatro anos. Essa é que era a matriz teórica do projeto,tem que ser localiza<strong>da</strong> <strong>na</strong> UFMG, no NESCON. (E/OP/NE)O relacio<strong>na</strong>mento com o Conselho Municipal de Saúde foi descrito como“complicado” (ética):Bom, era possível ser Presidente do Conselho enquanto Secretário. Na época issoera possível, hoje parece que não é mais. Sei que outros Conselhos sãocomplicados. Eu conheço o Conselho <strong>da</strong> Criança e do Adolescente de (cita outromunicípio) e a Presidente do Conselho é <strong>uma</strong> pessoa do governo, indica<strong>da</strong> peloatual Prefeito. Essa era a situação <strong>na</strong> época no Conselho de Saúde de Ouro Preto.Então o que ocorria: o Presidente do Conselho era encarregado de se fiscalizarenquanto gestor municipal. Isso, mesmo <strong>na</strong> época, era complicado, mas era <strong>uma</strong>estrutura que não havia escolha, ou se aceitava isso ou se desligava do projetopolítico. Então o Secretário assumia <strong>na</strong> ocasião esse papel de ser o fiscalizador desi mesmo. Muito complicado do ponto de vista ético. (E/OP/NT)O Conselho funcio<strong>na</strong>va como um ambiente de discussão política, de expressão dediscordâncias, de repercussão para tentar mobilizar mais gente – e não como <strong>uma</strong> instância deconstrução de <strong>uma</strong> <strong>saúde</strong> melhor. A gestão, segundo os entrevistados, não era de fatocompartilha<strong>da</strong>.A comuni<strong>da</strong>de, e isso acontecia no nosso próprio partido, no nosso próprio grupopolítico, nos nosso cabos eleitorais, tinha certa dificul<strong>da</strong>de em participar <strong>da</strong> gestão.Eles entendiam, e isso foi dito mais de <strong>uma</strong> vez, que nós éramos os executivos, nóshavíamos sido eleitos e que a gente tinha que gerenciar. Quando a gente chamava acomuni<strong>da</strong>de: “venham, participem, compartilhem a responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> decisãoconosco”, várias vezes nós ouvimos: “mas isso é o papel de vocês, foi pra isso que

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